Giro pelo estádio Riazor

Giro pelo estádio Riazor

DSC07970Mais um estádio de La Liga “ticado” aqui pelo Fut Pop Clube. O estádio de Riazor pertence à prefeitura de A Coruña e nele joga o Real Club Deportivo, o Dépor, que em março de 2016 completou 110 anos de fundação.

Neste momento em que o Leicester pode ser campeão inglês pela primeira vez, algumas pessoas fazem uma comparação com o Super Dépor, campeão espanhol de 1999-90. Dois times tradicionais que viveram temporadas históricas! As homenagens a Bebeto e Mauro Silva estão já do lado de fora do Riazor e continuam dentro da loja oficial, a DeporTienda. Os provadores de roupa têm os nomes e números de Valerón (10) e Bebeto (11). 20160501_202443-1-1DSC07953
O Riazor é de 1944, passou por reformas grandes antes da Copa do Mundo de 1982 (quando A Coruña recebeu três partidas) e no final dos anos 90. Ficou com estilo inglês. Torcida bem perto do campo, ótima visão do jogo, excelente acústica – o que torna qualquer vaia ensurdecedora. Hoje tem capacidade para uns 35 mil torcedores.DSC07919

20160501_191538(0)As arquibancadas laterais têm linhas retas. As que ficam atrás de cada um dos gols são um pouco mais altas, e sobem num formato arredondado, como se a cobertura fosse uma onda, ou talvez uma baía. Aliás, um dos gols dá de fundo para a Playa de Riazor. O que ajuda a explicar o vento friozinho, num fim de tarde de primavera, começo de maio de 2016.DSC07921A outra, onde ficam os torcedores ultras, os Riazor Blues, dá para a torre de Marathón, fora do estádio.DSC07920

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A torre de Marathón

Os Riazor Blues animam o Dépor quase que sem parar, e os cantos lembram mais as “hinchadas” argentinas. Puxam o restante dos torcedores em todo o estádio.

DSC07933Hora antes da partida, o “recebimiento” do ônibus do clube é bem barulhento e colorido.

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“Recebimiento” caloroso da torcida deportivista ao ôniuis do time

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#ElClásico dos bilhões (abril/2016)

É hoje! Barcelona x Real Madrid, no Camp Nou! “El Clásico” é o dérbi mais visto no mundo (700 milhões de telespectadores, segundo a coluna do Amir Somoggi no Lance!, 31 de março, que inspira este post). 

Em janeiro, saiu o relatório Deloitte Football Money 2016 e, pela 11ª vez, o Real Madrid liderava a ‘liga do dinheiro’ no planeta bola. Os galáticos tiveram na temporada 2014-15 uma receita de 577 milhões de euros – hoje, mais de dois bilhões e trezentos milhões de reais, sem contar com a venda de jogadores. Só grana de TV, receita comercial e dias de jogos. Média de público: quase 73 mil merengues por partida no Bernabéu.

O Barça, campeão de quase tudo na temporada 2014-15, pulou do quarto pro segundo lugar neste ranking, com uma receita de 560 milhões de euros, mais de 2 bilhões e duzentos milhões de reais pela cotação de hoje (receita comercial sem considerar venda de atletas, grana da TV e movimento nos dias de jogos).  Média de público: mais de 77 mil culés por partida no Camp Nou, maior estádio da Europa.

#GraciesJohan: No clássico deste sábado 2 de abril de 2016, o Camp Nou vai ter um mosaico em homenagem a Cruyff, que morreu semana passada.
#GràciesJohan: No clássico deste sábado 2 de abril de 2016, o Camp Nou vai ter um mosaico em homenagem ao ídolo Cruyff, que morreu semana passada.

E quem ganha El Clásico nas redes sociais: a página do Barcelona no Facebook tem mais de 91 milhões de seguidores, enquanto o Real Madrid tem mais de 87 milhões de fãs no Facebook. O Real Madrid ganha o dérbi no Twitter: só a conta em castelhano tem 18,7 milhões de seguidores. O maior Twitter do Barça é em inglês: 17,1 milhões de seguidores.

Por coincidência, este clássico dos bilhões vai ser o primeiro jogo do Barça depois da morte do holandês voador, Johan Cruyff, eterno camisa 14 do dream team do Ajax, da seleção Laranja Mecânica e do Barça (embora no Ajax e no Barça também tenha jogado com a 9). O Camp Nou costuma mostrar mosaicos nos dias de  El Clásico e outros jogos grandes. Hoje vai ser em homenagem ao ídolo, campeão espanhol como jogador do Barça e depois campeão de quase tudo como técnico, mentor do dream team e do DNA blaugrana que a gente vê hoje.

Gràcies, Johan.

Agradecimento que também estará no centro da camisa azul e grená hoje, excepcionalmente no lugar do scudetto do Mundial de Clubes 2015. Confira: Continuar lendo “#ElClásico dos bilhões (abril/2016)”

Moda La Liga 2015-16: as camisas do campeonato espanhol.

Moda La Liga 2015-16: as camisas do campeonato espanhol.

Quase todos os times da primeira divisão do futebol espanhol já divulgaram suas novas camisetas para a temporada 2015-16. Confira, em ordem alfabética.

A primeira camisa do Athletic Club desta temporada vem com listras beeeem mais largas. Confira mais aqui.

Camiseta principal do Athletic 2015-16
Camiseta principal do Athletic 2015-16 (Nike)

A segunda camisa dos leones de Bilbao é preta e cinza.

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Flâmulas da rodada

DSC03268 Flâmula do Cruzeiro
Flâmula do Cruzeiro

Flâmula do Cruzeiro, justíssimo campeão brasileiro pelo segundo ano seguido, faltando ainda duas rodadas para o fim do BR 2014. Bi tetra. A Raposa ganhou a Taça Brasil de 1966 e o primeiro Brasileirão da era dos pontos corridos, em 2003. Ano em que ganhou a sua tríplice coroa. Estadual, Brasileirão e Copa do Brasil.

Para repetir a tríplice coroa também em 2014, o Cruzeiro precisa superar uma vantagem de 2×0 do arquirrival. Garantia de emoções na quarta-feira, no Mineirão, numa histórica final nacional entre os dois grandes de Minas. Uma final que valoriza o formato da Copa do Brasil. E que mostra que há espaço para os dois formatos. Brasileirão por pontos corridos e Copa do Brasil em sistema mata-mata.

Parabéns, Cruzeiro! Incrível a marca de Dagoberto, campeão brasileiro pela quinta vez. Primeiro, em 2001, pelo Atlético Paranaense. Depois, Dagol foi bicampeão pelo São Paulo, em 2007 e 2008, e agora bi pelo Cruzeiro.

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“L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya”

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https://www.facebook.com/pages/Bonita-Films/

Por coincidência ou não, dias antes do plebiscito sobre independência convocado pelo governo da Catalunha (e contestado pelo governo espanhol), estreou em Barcelona um documentário sobre a chegada do craque holandês Johan Cruyff ao Camp Nou. L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya”. O filme foi dirigido por Jordi Marcos e produzido pela Bonita Films, de Barcelona, com colaboração do jornalista Xavi Torres.

Dica do caderno de Esportes do Estadão deste sábado (aqui, a reportagem de Raphael Ramos).

O doc reúne celebridades do futebol e da sociedade catalã. Quando Cruyff chegou ao Barça, o franquismo ainda dava as cartas na Espanha. A língua catalã estava banida e o pessoal aproveitava os jogos no Camp Nou para tirar o grito do fundo da garganta. Como jogador blaugrana, o eterno camisa 14 ganhou uma liga espanhola (1973-74) e uma Copa do Rei (77-78). Como técnico, foi ainda mais bem sucedido: tetra espanhol no começo dos 90, uma Copa do Rei (89-90), três supercopas da Espanha, uma Recopa europeia (89), a desejada Copa (Liga) dos Campeões e a Supercopa europeia em 1992. Comandou a geração do chamado Dream Team do Barça (com um jovem Guardiola com a camisa 4) e só perdeu o Mundial de Clubes no Japão, para o São Paulo do mestre Telê Santana.

Vamos torcer para que  L’últim partit” chegue aos cinemas ou a algum festival brasileiro, como o CINEfoot. Continuar lendo ““L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya””

Crowdfundig. O Eibar faz uma espécie de ‘vaquinha’ para poder jogar na liga das estrelas.

https://www.facebook.com/pages/Sociedad-Deportiva-Eibar/
https://www.facebook.com/pages/Sociedad-Deportiva-Eibar/

Não bastou subir no campo, ser campeão da segundona espanhola. O Eibar, da cidade basca do mesmo nome (27 mil habitantes!), teve que aumentar seu capital – para perto de 2 milhões de euros – para poder jogar na primeira divisão da Espanha. Lançou uma campanha entre os torcedores, sócios acionistas do clube – Defiende al Eibar – e conseguiram o valor exigido!  Muito legal isso.

O Eibar é caçula da liga espanhola. Caçula, mesmo. Nunca tinha disputado a primeira divisão em 74 anos de história.

Os times são orgulho de suas cidades em todas as comunidades e regiões da Espanha – talvez o exemplo mais claro seja o do Athletic, em Bilbao. Tive a oportunidade de comprovar isso mais uma vez, na última rodada da temporada passada. Cheguei a Pamplona no dia que o Osasuna lutava para não cair. A cidade se mobilizou, superlotou o mirrado estádio El Sadar (chegou a haver um acidente, com queda de um barra de ferro e feridos, por causa de uma avalance de torcedores), o time ganhou a partida, mas mesmo assim caiu. Uma pena. Fiquei impressionadaocom a molecada, a juventude da torcida. Aliás, o Osasuna poderia ser beneficado se o Eibar não confirmasse a participação na liga.

Veja um poster da campanha do Eibar.
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O Córdoba é de primeira.

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Uma das principais cidades da bela Andaluzia está de volta à elite do futebol espanhol. O Córdoba CF garantiu o retorno à primeira divisão da Espanha depois de 42 anos. E de uma maneira épica. Os “califas” jogaram um mata-mata contra o Las Palmas, pela terceira e última vaga na liga das estrelas, na temporada 2014-2015. A torcida do Las Palmas invadiu o campo nos minutos finais, mas depois de esvaziado o gramado, o jogo continuou, e o Córdoba conseguiu o gol da salvação. Depois de 42 anos!
Antes, já tinham assegurado presença no campeonato espanhol o Deportivo La Coruña, da Galícia, e o Eibar, do País Basco.

O Córdoba será o quinto representante andaluz na Liga BBVA, que já tem o Sevilla, o Málaga, o Granada e o Almería. Infelizmente, o Real Bétis caiu.
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A décima do Atleti

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Foi uma campanha histórica. A melhor do Atlético de Madrid em campeonatos espanhóis. Não rolou no Vicente Calderón lotado semana passada, ficou tudo pro Camp Nou, pra dar mais emoção, na terceira vez que por coincidência os dois postulantes ao título da liga espanhola se enfrentaram na última rodada. E com um gol do uruguaio Godín no começo do segundo tempo, esse time de guerreiros, mas sem um cracaço como o vice Barça e o galático terceiro colocado, conquistou sua décima liga, depois de 18 anos na fila. O grande ídolo estava no banco. O técnico argentino Diego Simeone, o Cholo. Que era jogador do Atleti na última conquista, em 1995-96. E que fez da luta e da união a grande característica desse campeão, como destaca o Tweet do @Atleti: https://twitter.com/Atleti/status/467734909600432129
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Barça, 22 vezes campeão da liga das estrelas

Primeiro escudo do Barcelona
Primeiro escudo do Barcelona

Alirón, alirón, el Barça és campeón!

DSC01953 (2)“Alirón” com 3 rodadas de antecipação na liga espanhola. O Espanyol deu uma ajudinha involuntária ao rival regional. Com o empate entre Espanyol e Real Madrid (1×1), o Barcelona agora de Tito Vilanova entra em campo neste domingo no Vicente Calderón já como campeão da temporada 2012/2013 da Liga BBVA. É o quarto título de liga do Barça em cinco anos; o sexto nos últimos 10. Devemos ter o “pasillo”, um corredor em que os jogadores campeões passam aplaudidos por um corredor dos atletas adversários, no caso, do Atlético de Madrid. E “alirón”, que diabos é isso? Um termo que veio de Bilbao, terra do Athletic, e sua origem não começa nos campos de futebol, mas nas minas. Quando os trabalhadores achavam mineral, gritavam “All iron, all iron”. Os trabalhadores locais adaptaram: “alirón, alirón”. E isso foi parar no futebol. Do País Basco (que recebeu muita influência da Inglaterra, a terra dos inventores do futebol) e de toda a Espanha (outra acepção diz que o “alirón” vem de um termo hispano-arábico, “al´ilan”, que quer dizer proclamação). Continuar lendo “Barça, 22 vezes campeão da liga das estrelas”

Barça x Real Madrid, “El Clásico”. E que clássico!

Foi uma noite de vários confrontos no Camp Nou. Barcelona x Real Madrid, Messi x Cristiano Ronaldo, Tito x Mourinho, Catalunha x Madrid, política x futebol. Mesmo esperadas, as manifestações pela independência da Catalunha impressionaram, com o mosaico nas cores da “senyera“, gritos estrategicamente programados para o minuto 17:14 (referência a uma data historicamente marcante para os catalães). Acompanhei o grande clássico no bar paulistano onde se reúne a Penya Barcelonista de São Paulo, a torcida “blaugrana” na cidade, que tem até escudo próprio.
Falando de futebol… que jogão, hein? Teve quase tudo o que poderia se esperar de um dos maiores clássicos do mundo – para o excelente jornal espanhol El País, “El mejor clásico de los clásicos”. Gols bonitos, gols de oportunidade, virada, bolas na trave, tensão até o último instante. O Real Madrid começou bem, poderia ter aberto 2×0. O Barça virou com Messi, mas bobeou e Ozil deixou Cristiano Ronaldo livre, leve e solto para empatar. Solidário, Messi também deu passes açucarados, mas talvez tenha faltado ao Barça um ‘9’. Podemos dizer que o empate foi justo. São dois grandes times, liderados por dois gigantes da bola.

  • No futebol internacional, merece muito destaque também o grande “golo” do colombiano Jackson Martinez, na vitória do Porto no clássico contra o Sporting. Confira comigo no replay. Belo passe de Danilo. O colombiano recebeu de costas, dominou e marcou o gol de calcanhar. Golão, golão, golão. Eee queee gooool, diriam grandes locutores brasileiros.