Livro: “À Sombra de Gigantes”

Livro: “À Sombra de Gigantes”

Madri. Paris. Londres. Berlim. Lisboa. Cinco dos principais destinos turísticos na Europa. E mais: Munique, Hamburgo, Roterdã, Turim e Glasgow. Em 50 dias, o jornalista Leandro Vignoli, gaúcho de Canoas, acompanhou os jogos de treze clubes especiais, em 10 cidades, de 8 países europeus. O foco não eram os grandes como Real Madrid, PSG, Arsenal, Chelsea, Bayern ou Juve. Mas sim aqueles que lutam para sobreviver, “À Sombra de Gigantes – Uma Viagem ao Coração das Mais Famosas Pequenas Torcidas do Futebol Europeu” – título e subtítulo do livro recém-lançado por Vignoli.

facebook.com/asombradegigantes/

É interessante, bem escrito e tem muita informação. Os ídolos, a história dos clubes, os estádios, os bairros, o perfil dos torcedores, os rivais. Cada capítulo, um time: St. Pauli, Union Berlin, Munique 1860, Fulham, Millwall, Leyton Orient, Queen’s Park (Escócia), Sparta Rotterdam, Rayo Vallecano, Espanyol, Belenenses, Torino e Red Star, de Paris. Ou seja, a viagem de Leandro Vignoli (com muitas horas de ônibus, hospedagem em hostel e dale fast food, pra economizar) é a trip dos sonhos de quem usa a hashtag “Ódio Eterno ao Futebol Moderno” e qualquer louco por futebol alternativo. Com uma pergunta em mente. Por quê? Por que torcer para times que nunca ganham títulos, ou não ganham há muito tempo?

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“Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.

“Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.
Cartaz argentino de Papéis ao Vento, que passou nos cinemas em novembro de 2015. https://www.facebook.com/PapelesViento

Mario Pittilanga. Um jogador (fictício) que serviu a seleção Sub-17 da Argentina num Mundial. O jovem vai parar na terceira divisão do futebol argentino, emprestado ao Club Atlético Mitre, time que realmente existe, um aurinegro de uniforme como o do Peñarol, em Santiago del Estero, a mais de mil quilômetros a noroeste de Buenos Aires. O passe de Pittilanga está no nome da mãe de Mono e Fernando, torcedores fanáticos pelo Independiente de Avellaneda, o Rey de Copas. Mono pagou 310 mil dólares pelo passe da promessa de craque, e isso é tudo que ele deixa de herança para a filha, Guadalupe, depois de uma batalha contra um câncer no pâncreas. O mano Fernando se reúne com dois amigos de Mono – Maurício e Russo – e fazem de tudo pra tentar vender Pittilanga antes que o pibe ganhe passe libre do Platense e saia de graça. E isso inclui mudar a posição do jogador. De camisa 9 em 6. O centroavante vira zagueiro. Assim é “Papéis ao Vento”, produção argentina que passou como um ponta rápido por cinemas brasileiros no final de 2015 e está disponível nas plataformas. O filme, de Juan Taratuto, é baseado na novela “Papeles en el viento”, de Eduardo Sacheri, também roteirista da película. Sacheri, um torcedor fanático do Rojo, escreveu dois golaços dos cinema argentino, “O Segredo dos Seus Olhos” e “Metegol – Um Time Show de Bola”.

Flâmula do Independiente, El Rojo, El Rey de Copas.

Filme e livro, especialmente, são um tributo à amizade e claro, ao Independiente. As cenas no estádio Libertadores de América em dia de dérbi contra o Racing são de tirar o fôlego. Caso goste do filme e se interesse pela literatura futbolera argentina, vale a pena procurar o livro do Sacheri. Fica ainda mais clara a paixão – de Mono, dos outros personagens e do autor – pelo Rojo, pelas glórias da equipe comandada por Bochini nos 70 e 80. Aqui deixo o link para o e-book, em castelhano.

Trailer dentro do post. Continuar lendo ““Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.”

João Saldanha | Os Subterrâneos do Futebol

Link da campanha: https://benfeitoria.com/joaosaldanha100anos

O três de julho marca o centenário de nascimento de João Saldanha, “o comentarista que o Brasil consagrou”, técnico do Botafogo (campeão carioca de 1957) e da Seleção nas Eliminatórias da Copa de 1970. A editora Lacre quer relançar o livro “Os Subterrâneos do Futebol” (1963). O projeto é de Sônia Saldanha (filha) e de Thereza Bulhões (terceira esposa). Para isso, está rolando uma campanha de crowdfunding, financiamento coletivo neste link aqui.

O livro, o único escrito pelo João Sem Medo, traz crônicas que envolvem Garrincha, Nilton Santos, Zagallo e outros craques, em estilo coloquial, como numa conversa de botequim, como eram as crônicas de Saldanha nos jornais, no rádio, na TV. Continuar lendo “João Saldanha | Os Subterrâneos do Futebol”

Adicione à sua lista: “Paratodos”.

Aqui vai a dica de um filme para quem está vibrando com cada medalha brasileira na Paraolimpíada e se emocionando com as lições de vida que os heróis paraolímpicos nos dão. “Paratodos”, disponível no iTunes, Google Play e Netflix. Veja o trailer, inclusivo.

A equipe do diretor Marcelo Mesquita acompanha competições e treinos de Alan Fonteles, Yohansson Nascimento e Terezinha Guilhermina do atletismo, Fernando Fernandes e Fernando Cowboy da canoagem, Ricardinho do futebol de 5, Daniel Dias e Susana Schnarndorf da natação. O filme é espetacular. Difícil não se emocionar. Continuar lendo “Adicione à sua lista: “Paratodos”.”

Geneton, um craque da arte de entrevistar.

O Brasil já não é um país muito preocupado com memória e esta semana perdeu um obstinado pelos grandes fatos da história. Morreu o jornalista e escritor pernambucano Geneton Moraes Neto. Partiu cedo demais. Deixou mulher, três filhos, quatro netos … e onze livros. Entre eles, Dossiê 50. O subtítulo explica: “um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro”.

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Foi frango de Barbosa? O lateral Bigode deveria ter cometido falta em Ghiggia? Nilton Santos deveria ter jogado? Houve falha de cobertura de Juvenal? Obdulio Varela deu um tapa em Bigode? A troca de concentração atrapalhou o sossego do elenco? E o clima de ‘já-ganhou’? Geneton deu voz aos 11 titulares da seleção de 1950 – Barbosa, Augusto, Juvenal, Bigode, Bauer, Danilo, Zizinho, Friaça, Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes e Chico – e também ao treinador Flávio Costa. Para a caprichada reedição de 2013, lançada pela Maquinária Editora, entrevistou também o uruguaio Alcides Ghiggia, autor do gol do título. O livro virou filme, exibido na GloboNews e no festival CINEfoot.
E como se não bastasse todo o esforço de reportagem de ouvir todos os personagens, o texto ainda é espetacular.

Geneton batalhou pela “anistia” aos onze condenados do Maracanazo (especialmente Barbosa e Juvenal). Isso, antes do 7×1 no Mineirão, que libertou de vez a seleção de 50 (e deveria ter reabilitado também a camisa branca – como a da réplica da foto acima- amaldiçoada depois da conquista uruguaia no Rio).
Geneton morreu dois dias depois de outra grande decisão no Maracanã, guardadas as proporções entre uma final de Copa do Mundo e uma final olímpica. Continuar lendo “Geneton, um craque da arte de entrevistar.”

Lançamento: “Gol de Ouro -A História do Futebol nos Jogos Olímpicos”.

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Os jornalistas Adalberto Leister Filho e Luis Augusto Simon, o Menon, estão lançando “Gol de Ouro: A História do Futebol nos Jogos Olímpicos” (editora Letras do Brasil). A noite de autógrafos é nesta quinta-feira, 28 de julho, a partir das 19h na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompeia, zona oeste de São Paulo.

Adalberto (Máquina do Esporte) e Menon (Blog do Menon) contam a história dos torneios olímpicos de futebol de Paris 1900 a Londres 2012. Falam da popularização do futebol, da época dos “amadores”, com hegemonia dos países da Cortina de Ferro, da entrada dos profissionais no torneio e da obsessão brasileira pela medalha de ouro.

O Brasil já formou grandes seleções olímpicas, mas permanece o tabu do título que ainda não veio. Talvez ele venha no Rio 2016. Quem sabe a gente não faz uma atualização?” – diz Menon. Continuar lendo “Lançamento: “Gol de Ouro -A História do Futebol nos Jogos Olímpicos”.”

Lançamento: “Hélio Maffia – à Sua Maneira”.

Dica do pessoal do Memofut. O jornalista e engenheiro Gustavo Longhi de Carvalho está lançando o livro “Hélio Maffia – À Sua Maneira: Memórias e a Trajetória Profissional de um dos Maiores Preparadores Físicos do Brasil” (editora In House, 288 páginas, R$ 50). Nesta terça, 26 de julho, a partir das sete da noite na Federação Paulista de Futebol. Dia 29, vai ter noite de autógrafos em Jundiaí.
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Dentro do post, texto da quarta capa do livro:
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A história do Atlético de Madrid em cartuns

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“La História del Atleti – Viñeta a Vineta”, do ilustrador e cartunista madrilenho Jorge Crespo Caño, foi lançado pela Lectio Ediciones em novembro de 2014. Assim que soube do lançamento, fiquei de olho, e agora tive a oportunidade de me divertir com esse livro precioso para quem se interessa pela já mais que centenária história rojiblanca.
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Que começou em azul e branco, mesmas cores iniciais do Athletic Club, o de Bilbao, que inspirou estudantes bascos a fundar o novo clube, em Madri, 1903. Só em 1911 apareceram as camisas vermelhas e brancas que lembravam colchões – daí outro apelido dos atléticos, colchoneros. O Atlético de Madrid teve diferentes nomes (Athletic Club de Madrid, Atlético Aviación) passou por muitos estádios… os títulos… os presidentes mais importantes… os ídolos … os técnicos… o rebaixamento… e enfim, a volta por cima, tudo contado com muito bom humor e o traço leve e divertido dos cartuns de Jorge Crespo Caño. 
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Dica de leitura: “Guardiola Confidencial”.

3-4-3? 4-3-3? 4-1-4-1? Para Pep Guardiola, essas nomenclaturas de sistemas táticos de futebol são como números de telefone. E o treinador odeia a expressão tiki-taka, ficar tocando a bola apenas por tocar. Quer ganhar, sempre, e do seu jeito de jogar futebol. No livro
10984102_894088160627793_2447121546588417667_nGuardiola Confidencial (Herr Pep, na premiada versão original),  o jornalista Martí Perarnau conta que o treinador catalão atirou no lixo um jornal que destacou uma declaração de Lotthar Matthaus (“o tiki-taka chegou à Bavária”). Martí Perarnau mergulhou na primeira das três temporadas de Guardiola no comando do Bayern, teve acesso total aos treinos e bastidores, em troca do compromisso de só revelar depois que a temporada 2013-14 acabasse. “No livro, você pode escrever tudo o que ver e criticar tudo o que quiser, mas durante a temporada não conte fora o que descobrir dentro do Bayen”, disse Guardiola. Em 2015, o livraço de Perarnau ganhou edição brasileira por uma nova editora, a Grande Área. O título aqui é Guardiola Confidencial. 408 páginas, R$ 44,90. Continuar lendo “Dica de leitura: “Guardiola Confidencial”.”