
Mario Pittilanga. Um jogador (fictício) que serviu a seleção Sub-17 da Argentina num Mundial. O jovem vai parar na terceira divisão do futebol argentino, emprestado ao Club Atlético Mitre, time que realmente existe, um aurinegro de uniforme como o do Peñarol, em Santiago del Estero, a mais de mil quilômetros a noroeste de Buenos Aires. O passe de Pittilanga está no nome da mãe de Mono e Fernando, torcedores fanáticos pelo Independiente de Avellaneda, o Rey de Copas. Mono pagou 310 mil dólares pelo passe da promessa de craque, e isso é tudo que ele deixa de herança para a filha, Guadalupe, depois de uma batalha contra um câncer no pâncreas. O mano Fernando se reúne com dois amigos de Mono – Maurício e Russo – e fazem de tudo pra tentar vender Pittilanga antes que o pibe ganhe passe libre do Platense e saia de graça. E isso inclui mudar a posição do jogador. De camisa 9 em 6. O centroavante vira zagueiro. Assim é “Papéis ao Vento”, produção argentina que passou como um ponta rápido por cinemas brasileiros no final de 2015 e está disponível nas plataformas. O filme, de Juan Taratuto, é baseado na novela “Papeles en el viento”, de Eduardo Sacheri, também roteirista da película. Sacheri, um torcedor fanático do Rojo, escreveu dois golaços dos cinema argentino, “O Segredo dos Seus Olhos” e “Metegol – Um Time Show de Bola”.

Filme e livro, especialmente, são um tributo à amizade e claro, ao Independiente. As cenas no estádio Libertadores de América em dia de dérbi contra o Racing são de tirar o fôlego. Caso goste do filme e se interesse pela literatura futbolera argentina, vale a pena procurar o livro do Sacheri. Fica ainda mais clara a paixão – de Mono, dos outros personagens e do autor – pelo Rojo, pelas glórias da equipe comandada por Bochini nos 70 e 80. Aqui deixo o link para o e-book, em castelhano.
Trailer dentro do post. Continuar lendo ““Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.”