Foram dez jogos em cerca de 20 dias. Dez estádios diferentes, oito deles inéditos para o blog Fut Pop Clube. Abaixo, um resumo do #RolêDoFutPopClube, temporada 2018, por campos da Inglaterra e Espanha.

  • Tottenham Hotspur 2×0 Huddersfield Town FC, Wembley Stadium, 3 de março de 2018.

    Vitória do Tottenham em Wembley, 3 de março de 2018.

Conhecer Wembley era um sonho de muitos anos – infelizmente não visitei o estádio como era antes. A temporada inteira dos Spurs no estádio nacional da Inglaterra, casa oficial da seleção inglesa, proporcionou a oportunidade. Ok, não foi nenhum clássico, mas uma partida em que os lillywhites consolidaram a boa campanha na Premier League 2017-2018 com mais uma vitória, pela 29ª rodada. Fui pra ver Harry Kane e acabei assistindo ao sul-coreano Son brilhar, marcando os dois gols. Atmosfera muito bacana, que já começa no caminho entre a estação Wembley Park e o estádio. Tente resistir à oferta de programas, cachecóis, pins e até flâmulas nas bancas e mãos dos vendedores…

Wembley, 3/03/2018

O brasileiro Lucas Moura (São Paulo, PSG) entrou no final, puxou algumas bolas, mas não foi muito adiante em contra-ataques. 68.311 espectadores contribuíram para o belo espetáculo. Mais desse jogo no post anterior. Dias depois, os Spurs seriam eliminados da Champions pela Juve dentro de Wembley.

  • Crystal Palace 2×3 Manchester United, Selhurst Park, 5 de março de 2018
Selhurst Park, março de 2018.

Dois dias depois do jogo do Tottenham, ainda pela rodada 29 da Premier, FutPopClube foi ao sul de Londres numa segunda-feira à noite conhecer o estádio do Crystal Palace, numa partida emocionante contra o Man United, de José Mourinho. Vinte e oito mil pessoas no Selhurst Park, que é um alçapão – tive a sensação que aquilo é um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento. Panela de pressão total, tribunas grudadas no campo. Uma torcida participante o tempo todo empurrou o Palace, que abriu 2×0. Mas quando Mourinho mandou o United pra frente, no segundo tempo, o time da casa não resistiu. E perdeu de virada no finalzinho. Claro que a torcida do azul e vermelho do sul de Londres ficou p… da vida (o time vai lutar pra não cair), mas deu show a partida toda. Ouça um dos cantos:

Não sei se por ser um jogo contra o Manchester United, mas Selhurst Park confirmou todas as expectativas e até as superou. Um dos melhores ambientes futboleros encontrados nesta viagem, se não o melhor. Parabéns, Palace! Se cair, que volte logo. Mais neste post aqui.

  • Fulham FC 3×0 Sheffield United FC, Craven Cottage, 6 de março de 2018
Craven Cottage, março de 2018.

Terça-feira de fim de inverno em Londres, tempo melhorando (ia piorar mais pra frente), e o Fut Pop Clube foi pra beira do Tâmisa ver um jogo importante da Championship, a segunda divisão inglesa. O Fulham, time da casa (bela e mais que centenária casa, Craven Cottage), tem chances de voltar à Premier League, pelo menos via play-offs decisivos. Recebeu o Sheffield United e não teve pra ninguém, 3×0, com o brasileiro Lucas Piazon entrando no segundo tempo e em seguida deu a assistência para o terceiro gol.

O simpaticíssimo estádio do sul de Londres recebeu nessa noite 18.400 pessoas (note bem, um jogo da segunda divisão). Que delícia comer uma torta salgada e tomar um chocolate quente ou uma cerveja na beira do Tâmisa, pra quem fica na Riverside Stand. Trecho de arquibancada que vai ser demolido e reconstruído, ganhando um segundo andar e mais 4 mil lugares. A capacidade final vai ser de 29 mil pessoas.

Espero que isso não mude em nada a atmosfera bacana de Craven Cottage. Ah, agora o viajante futbolero pode fazer um stadium tour. Tem que se ligar neste link aqui, porque não tem todo dia, não.

Come on you whites! Torcida bem perto do campo, mas menos hostil ao adversário. Aliás, a torcida do visitante Sheffield United deu show, cantando mesmo depois do 0x3 na cabeça. Mais desse jogo aqui.

  • Manchester City 1×2 FC Basel, Etihad Stadium, 7 de março de 2018

A torcida do City tem Guardiola… que resolveu poupar várias feras no jogo de volta contra o time suíço pelas oitavas da Champions (na ida, Basel 0x4 City). Gabriel Jesus jogou e logo aos 7 minutos abriu o placar. Mais uma goleada à vista? Qual o quê? O City teve um domínio inútil e com garra e um jogo certinho, o Basel virou.

O City não jogou bem nesta noite europeia. Liderança com folga na Premier, ótima campanha na Champions, a torcida poderia ter dado uma força maior – e não falo do comparecimento. Quarenta e nove mil pessoas estiveram no espaçoso e bonito Etihad Stadium, mas nas tribunas o show foi todo dos visitantes da Basileia, o jogo todo – mesmo antes da virada. Mais deste jogo neste post aqui.

Trocida do Basel fez festa o jogo todo no Etihad Stadium, 7 de março de 2018.

Nos dias seguintes, o rolê continuou pelo e s p e t a c u l a r National Football Museum – passeio obrigatório em Manchester- e pelo estádio do FC United of Manchester, fundado e administrado pelos torcedores do Man United insatisfeitos com a atual direção dos red devils. Temas para futuros posts.

  • West Ham United 0x3 Burnley, London Stadium, 10 de março de 2018. Rodada 30 da Premier League.

Conhecer o estádio olímpico de Londres também era um desejo, desde os jogos de 2012. É a segunda temporada do West Ham na nova casa, depois que o clube claret and blue se despediu do centenário Boleyn Ground – menor e com a torcida mais perto do campo, imagino que à maneira do estádio do Crystal Palace.

Bolhas no ar, toda vez que o WH United entra em campo. Tradição mantida.

Era pra ser uma tarde de festa, com as homenagens ao eterno capitão do período mais glorioso do West Ham, Bobby Moore, que morreu de câncer há 25 anos. A torcida do time da casa começou apoiando, cantando… e cornetando a qualquer pisada na bola. Entendo que a paciência tenha acabado. Mas nada justifica que logo depois do primeiro gol do visitante Burnley, parte da torcida dos irons tenha jogado tanto contra o próprio time. Zero a um no telão e começaram as invasões de campo. Um, dois, três, quatro torcedores. Obviamente, ainda em março os invasores foram banidos pra sempre das partidas do West Ham. Depois do segundo gol, então, virou zona. Invasões no gramado e protestos (com até alguma violência) diante da tribuna de honra, onde estavam os donos do clube. Placar final, West Ham 0x3 Burnley (mais neste post aqui). O Burnley só está abaixo dos seis maiores.
O parque olímpico que leva o nome da rainha Elizabeth é bonito, espaçoso, muito bem servido por estações de trem e metrô (a maior delas, Stratford, ao lado de um grande e movimentado shopping center), mas o estádio não caiu nas graças da torcida dos hammers, definitivamente. É um dos motivos das diferenças entre torcedores e diretoria (há divisões de opiniões entre os fãs, também). Capacidade: 57 mil pessoas. Pelo menos na West Stand, onde fiquei, é muito tranquilo comprar comida e bebida (álcool pode ser consumido do lado de fora das arquibancadas propriamente ditas, como nos outros estádios ingleses). A pista de atletismo fica coberta com cadeiras, nos meses de futebol. Mas a imensidão do London Stadium parece não ser apropriada para um time na situação do West Ham. Um alçapão como era Boleyn Ground cairia bem melhor! Fora a história e a tradição. Sem falar que a promessa de montagem de um time forte não foi cumprida. Os hammers vão brigar para não cair nesta temporada. Imagine um estádio desses na segundona.

Curioso que outros times brigaram para ficar com o estádio olímpico e perderam essa corrida pro West Ham. Parece praga?

London Stadium, março de 2018.

Há notícias de divergências entre clube e operadores do estádio, e também que o lucro do West Ham não aumentou. A mudança de casa parece ter sido um passo maior do que a perna para o tradicional clube da zona leste de Londres. O pior é que agora não dá para voltar para Boleyn Ground.

No verão inglês, sem futebol, o London Stadium continua a receber competições de atletismo e megashows. Próximas atrações: Rolling Stones e Foo Fighters.

No Filter. A turnê dos Stones faz duas paradas no London Stadium em maio. Mais tarde, a banda toca no Twickenham Stadium.
  • Atlético de Madrid 3×0 Celta de Vigo, estádio Wanda Metropolitano, 11 de março

    54.896 no Wanda Metropolitano, 11 de março de 2018.

Domingo de longa viagem para conhecer o novo estádio do Atlético de Madrid, o Wanda Metropolitano, em sua temporada de inauguração. Os colchoneros receberam o Celta de Vigo pela jornada 28 de La Liga. E os vice-líderes venceram bem. Show do francês Griezmann, que fez um golaço no finzinho do primeiro tempo e ainda deu assistência para o gol de Vitolo. Correa entrou e teve tempo de marcar o terceiro. Fase goleadora do Atleti!

Ole ole ole, Cholo Simeone.

Chegada ao novo estádio do Atleti, março de 2018.

Outro estádio novo, praticamente no meio do nada, bem ao contrário do Vicente Calderón, cercado pela cidade. Ainda por cima, a diretoria mexeu com o escudo do Atleti (o do West Ham também foi modificado). Mas com boa fase tudo fica bem mais fácil de aceitar. O Wanda Metropolitano pode não ter ainda a tradição… o carisma… a localização sensacional do Calderón, à beira do Manzanares. Mas a verdade é que não achei a atmosfera muito diferente, não. Acústica impressionante. Torcida rojiblanca cantou o tempo todo. Belo estádio! Um pouco complicada a questão de comida e bebida no intervalo. Muitas filas. Sorte que muitos torcedores espanhóis trazem bocadillos enormes de casa.

  • FC Barcelona 3×0 Chelsea FC, Camp Nou, 14 de março de 2018
Camp Nou, 14 de março de 2018.

O blog voltou ao Camp Nou para ver a partida de volta das quartas da Champions 2018 entre Barça x Chelsea. Equilíbrio no empate em Londres, 1×1, com show do brasileiro Willian. No Camp Nou, vi mais um recital de Lionel Messi. Que começou a resolver a classificação blaugrana logo aos 3 minutos. Dezessete minutos depois, Dembelè ampliou, com assistência do argentino. No segundo tempo, Messi fez mais um – os dois passaram no meio das pernas do bom goleiro Courtois, o que logicamente rendeu ‘memes’ na internet. Messi, 100 gols pela Champions. Noventa e sete mil pessoas no Camp Nou, pra ver uma partida decisiva que Messi tornou aparentemente fácil.

O Barça vai enfrentar a Roma nas quartas da principal copa da Europa.

  • Athletic 1×2 Olympique de Marselha, San Mamés, 15 de março de 2018.

Ambiente de tensão em Bilbao para este jogo de volta da outra competição de clubes do velho continente, a Liga Europa. Na fase anterior, quando o Athletic recebeu o Spartak de Moscou, um policial basco acabou morrendo por causa da violência dos hooligans russos. Também houve problemas entre policiais e torcedores do Olympique.

40.580 pessoas em San Mamés, 15 de março de 2018.

No campo, a classificação já seria uma missão complicada para os leones de Bilbao, que perdeu por 3×1 em Marselha. Ficou praticamente impossível com os gols de Payet e Lucas Ocampos. Iñaki Williams diminuiu. Agregado: Olympique 5×2. Os franceses vão enfrentar agora o RB Leipzig nas quartas da Europa League.

Não pense que a torcida do Athletic não ficou decepcionada, e até indignada, com a eliminação. Apoiou a equipe rojiblanca, mas quando a partida estava acabando, se despediu da equipe com vaias e uma “pañolada”. Um hábito das torcidas espanholas, de balançar lenços brancos. No caso de San Mamés, foi mais com cartolinas brancas, teoricamente destinadas ao mosaico de recepção ao time.

  • Liverpool 5×0 Watford, Anfield, 17 de março de 2018

De volta à Inglaterra, para a Premier League, mais frio e neve no mítico Anfield. Já começa a valer a pena do lado de fora do estádio, quando você começa a sentir o clima do jogo na frente da nova megaloja do Liverpool (dois andares), nos stands de comida, na homenagem aos 96 torcedores que morreram na tragédia de Hillsborough. Lá dentro das quatro tribunas históricas (o setor The Kop impressiona, até à distância, do outro lado), existe mesmo uma atmosfera espetacular. Teve muito rock no playlist para esquentar, antes daquele conhecido espetáculo da torcida com os cachecóis e o hino You’ll Never Walk Alone.

E no gramado, só deu…

Mo Salah, Mo Salah, Mo Salah

O camisa 11 do Liverpool foi o responsável pela melhor atuação individual dos 10 jogos deste rolê. O egípcio Salah fez quatro gols (pelo menos dois deles belíssimos) e ainda deu passe para o outro, do brasileiro Firmino. Exibição nota 10!


Confira um resumo da partida feito pelo canal do Liverpool no You Tube.

Já o ex-Flu Richarlison, do Watford, pouco pode fazer. E o goleiro Gomes está no banco.

  • Leicester 1×2 Chelsea, King Power Stadium, 18 de março de 2018

No dia seguinte, maratona ferroviária para chegar a Leicester a tempo de ver o duelo entre os foxes, campeões ingleses há quase duas temporadas, e o Chelsea, último campeão, pelas quartas de final da FA Cup, a Copa da Inglaterra. Com gols de dois de seus espanhóis, os blues de Londres, jogando de camisa preta, avançaram para as semifinais da copa.

Morata abriu o placar. Vardy empatou. Rolou um trecho de “Fire” do Kasabian (banda da cidade, que tem torcedores fanáticos do Leicester) no gol do time da casa.

O décimo e último jogo da viagem tinha que terminar mesmo só na prorrogação (se fosse para os pênaltis, acho que este que vos digita congelava…).

Aí o baixinho Pedro ganhou uma bola aérea e venceu Schmeichel.

A torcida do Leicester, que empurrou o time durante os 120 minutos, chiou no final. Festa no canto onde estavam os fãs do Chelsea, em grande número. Na semifinal, o time de Londres vai jogar contra o Southampton, enquanto o Man United e Tottenham se pegam do outro lado! Jogos em Wembley, a partir de agora.

31.792 no King Power Stadium, pro jogo de copa entre dois times azuis.

Dez partidas, belos espetáculos, sempre com um olho no gramado e outro no show das torcidas, grandes exibições. Salah, Messi, Griezmann, Son. Esses quatro vão estar na Copa.

Uma sensação clara: quanto menor o estádio, melhor pra curtir. Tamanho máximo? Anfield, a casa do Liverpool. Estádio pode não ganhar jogo, mas ajuda.

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