Para Leônidas, o homem de borracha

FOTOS SCAN COLOR -0006 L-RES
O homem de borracha no Memorial do SPFC"

24 de janeiro. 6 anos sem Leônidas da Silva. O primeiro brasileiro a terminar uma Copa do Mundo como artilheiro: a de 1938, na França, com 7 gols, segundo site da Fifa. Virou homem de borracha, para os franceses, encantados. Seu apelido brasileiro, diamante negro, virou nome de chocolate, inspirou o título da ótima biografia escrita por André Ribeiro. O “Pelé” antes da era Pelé, jogou (e aprontou!) no Sírio e Líbanes, São Cristóvão, Bonsucesso, Penãrol, Vasco, Botafogo, Flamengo (campeão nos 3 grandes grandes cariocas onde jogou),  São Paulo (cinco títulos paulistas na década de 40!) e Seleção Brasileira. Também é personagem de um belo samba eternizado por Carmen Miranda, regravado por Marcos Sacramento, Deixa Falar, e do CD Coração de 5 Pontas, recém-lançado por Hélio Ziskind.

Leia mais sobre grande craque aqui.

95 anos do 1º jogo do Palestra Itália

Está no livro do Alberto Helena Jr. sobre o Palmeiras e também na seção de história do site oficial do alviverde. Em 24 de janeiro de 1915, o Palestra Itália (fundado em 26 de agosto do ano anterior) jogou sua primeira peleja. Um amistoso contra o Savóia, de Vorotantim – também um clube da comunidade italiana. Palestra venceu por 2×0 (gols de Bianco e Alegretti) e levou a Taça Savóia. Existe uma polêmica sobre qual camisa foi usada. Seria azul o 1º uniforme do Palestra?Não, afirma o site do Palmeiras: “na partida inaugural, o Palestra Itália vestiu camisa verde com punhos e golas brancas. Do lado esquerdo do peito, as letras “P” e “I” apareciam bordadas em branco e sobrepostas uma na outra. Como no destaque ao lado.

Fonte: site do Palmeiras e livro Palmeiras, a Eterna Academia de Alberto Helena Júnior, pela DBA.

Copa Africana de Nações

Palancas Negras x Estrelas Negras. Elefantes contra Raposas do Deserto. Faraós x Leões Indomáveis. Os Chipolopolo (balas de cobre) contra Super Águias. almanaqueCom uma ajudinha do transado Almanaque do Futebol Sportv, dos jornalistas Gustavo Poli e Lédio Carmona, vamos “traduzir” os apelidos das 8 seleções classificadas para as quartas-de-final da Copa Africana de Nações, a CAN.

Palancas Negras = seleção de Angola

Estrelas Negras = seleção de Gana

Elefantes = Costa do Marfim (confira ilustração bolada pela artista plástica Lais Sobral pro blog)

Raposas do Deserto = seleção da Argélia

Esta é fácil: faraós = seleção do Egito

Leões Indomáveis: Samuel Eto´o e cia (confira a ilustração de Lais Sobral em homenagem a Camarões).

Chipolopolo (balas de cobre): apelido da seleção de Zâmbia.

Super Águias = seleção nigeriana (confira a ilustração da artista)

Esta fase de mata-mata das CAN será disputada domingo e segunda-feira agora. Vale lembrar que Leões Indomáveis (Camarões), Elefantes (Costa do Marfim), Estrelas Negras (Gana), Raposas do Deserto (Argélia) e Super Águias (Nigéria) também disputam a Copa do Mundo a partir de junho, na casa dos Bafana Bafana, os sul-africanos, que não se classificaram para a Copa Africana de Nações.

Ora, bolas! O futebol pelo mundo

Anfiteatro de El Jem, Mahdia, Tunísia FOTO Caio Vilela

Jogar bola no anfiteatro da foto acima, na Muralha da China, nas ilhas Galápagos… Onde o fotógrafo Caio Vilela encontrava gente batendo bola, clicava. São dele 37 das 51 fotos expostas na exposição Ora, Bolas! O Futebol Pelo Mundo, que fica no Museu do Futebol, em São Paulo, até 11 de abril. Numa vitrine, dá para ver as gorduchinhas usadas nas Copas do Mundo desde 1970. No fim do ano passado, saiu um livro com as fotos de Caio Vilela pelos quatro cantos do mundo. Pra quem estiver em São Paulo no feriadão, pode ser uma bom programa conhecer ou rever essa e outras atrações do Museu. Às quintas-feiras, a visita é de graça. Continuar lendo “Ora, bolas! O futebol pelo mundo”

Para Mané

Neste 20 de janeiro, Fut Pop Clube lembra livro, filmes e algumas músicas sobre o anjo de pernas tortas. O livro, escolha óbvia, é um clássico das biografias sobre ídolos populares. Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, de Ruy Castro, pela Companhia das Letras. Que inspirou um filme romanceado, Garrincha, Estrela Solitária, de Milton Alencar, com o ator André Gonçalves no papel de Mané; a bela Thaís Araújo interpreta Elza Soares . Pena que não bateu um bolão nem de crítica nem de bilheteria. Há ainda o documentário Garrincha, Alegria do Povo, do diretor cinema-novista Joaquim Pedro de Andrade, lançado em 1963, pouco depois do bi mundial da Seleção e do bi carioca do Botafogo (leia mais aqui).

Tem frevo para Garrincha
Tem frevo para Garrincha

Gostaria de lembrar de um sensacional frevo de Antonio Nóbrega que descobri por acaso. Garrincha não é a faixa 7, mas a 12 do primeiro volume do CD “Nove de Frevereiro“. Fala com encanto de “um bobo da corte, um herói brasileiro”… que “deixou pátria órfã, sem circo a nação”. Também presente no DVD do show de Nóbrega – capinha reproduzida ao lado.
O livro que o jornalista Beto Xavier lançou pela Panda cita um mambo que entrou na trilha sonora do filme Garrincha, Alegria do Povo. E muitas outras canções sobre o herói da estrela solitária (para Beto, Garrincha só perde de Pelé em nº de músicas). Mané mereceu um capítulo inteiro do livro Futebol no País da Música – páginas divididas com Elza Soares, que casou com o camisa 7  e gravou sambas do craque das pernas tortas.

Em abril de 2009, Fut Pop Clube publicou uma série de posts, graças ao Beto Xavier, “Futebol em 11 Ritmos“. Pedi ao Beto para indicar uma balada nota 10. A resposta dele está abaixo: Continuar lendo “Para Mané”

A semifinal de Manchester

Derby dramático na partida de ida por uma das semifinais da Copa da Liga Inglesa, a Carling Cup, 50 anos de tradição na terra da rainha. O Manchester City (flâmula ao lado esquerdo, tem a lista de todas as conquistas do clube, sensacional!) recebeu no seu estádio o arquirrival, o poderoso Manchester United (flâmula à esquerda). Os vermelhos saíram na frente: passe de Evra para Valência, cruzamento para Rooney, mas foi o eterno camisa 11 Giggs, livre livre, , quem abriu o placar. Passe de  Carlitos Tévez na esquerda para o rápido Bellamy, derrubado pelo brasileiro Rafael. Os red devils reclamaram, mas o juiz do pênalti. Que Tévez bateu. Indefensável para Van der Sar. Virou 1×1. No segundo tempo, Zabaleta deu um grande passe de cabeça para JKompany na direita, que cruzou e … quem mais se não Carlitos Tévez? Com uma cabeçada do argentino, o Manchester City virou o derby no seu estádio (City of Manchester) e segurou a vitória apesar da pressão total do United. Semana que vem, o jogo de volta, no estádio do Man Utd. Amanhã, a segunda partida da outra semifinal: Aston Villa x Blackburn Robers, em Birmingham. O time da cidade do Black Sabbath venceu a primeira: um a zero. A final da Carling Cup (a cinquentenária Copa da Liga Inglesa é patrocinada por essa cerveja) será no novo estádio de Wembley, em 28 de fevereiro.

Na Inglaterra, além do nome do patrocinador, a Copa da Liga é conhecida também como Football League Cup (veja o site aqui).  Não confundir com a mais-que-centenária Copa da Inglaterra, lá chamada FA Cup (aqui o link, no site da Football Association).

Começou o futebol

Não, este post não é para falar da rodada. Das vitórias de Grêmio, Internacional, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, das goleadas do Palmeiras e do Santos (quanta novidade os grandes vencerem nos estaduais!), do vira que o São Paulo dançou diante da Portuguesa no Morumbi, do empate do Corinthians contra o Monte Azul. Blogar menos sobre resultados de partidas é uma das minhas promessas para 2010.

Este texto tem a ver com o começo do futebol no Brasil, que está diretamente ligado aos campeonatos estaduais, a partir de 1902!

Na verdade, gostaria de reproduzir uma indicação do seu Domingos D´Angelo, do grupo MemoFut, que discute literatura e memória do futebol. O artigo “O high society, o football e a galera agradecida”, do historiador e professor Sílvio Pêra, publicado na edição 75 da revista História Viva, de janeiro 2010, que está nas bancas. Oito páginas muito interessantes que mostram como o esporte importado da Inglaterra, no começo limitado à elite, se popularizou com a fundação de clubes ligados a fábricas e comunidades de imigrantes. Se você se interessa pela origem de grandes times brasileiros ou de simpáticos e tradicionais clubes como Juventus e Bangu, vale a pena comprar ou pelo menos ir até a banca e dar uma lida. O melhor é que o professor Sílvio Pêra prepara um livro sobre a história do futebol no país. Vem coisa boa por aí.

Paralamas, Rock in Rio, 16/01/1985

Herbert Vianna Jr ainda usava óculos quando os Paralamas dos Sucesso arrebentaram no palco do primeiro Rock in Rio, há 25 anos. Formação básica: guitarra, baixo, bateria. Não precisava mais.  Em novembro de 2007, saiu um DVD com a segunda apresentação do trio no Rock in Rio de 1985. O festival que reuniu milhares de jovens coincidiu com um momento importante da política brasileira. Na véspera desse segundo show dos Paralamas na Cidade do Rock houve a eleição (indireta) de Tancredo Neves, um nome de consenso (era a palavra usada) para a Presidência da República, após 21 anos de regime  militar (como a gente sabe, Tancredo ganhou a eleição, mas pouco antes de tomar posse foi hospitalizado e, depois de longa agonia, morreu em abril de 1985 – o vice de sua chapa, José Sarney, governou até o fim do mandato). Mas em janeiro, Tancredo era sinônimo de esperança para os brasileiros, meio desiludidos pela derrota das Diretas-Já para presidente (só viriam em 1989). E os Paralamas aproveitaram para tocar o mega sucesso do Ultraje a Rigor, Inútil(“a gente não sabemos escolher presidente…“).  Continuar lendo “Paralamas, Rock in Rio, 16/01/1985”

“O Dia em que o Brasil Esteve Aqui”

Pouco depois do Brasil assumir o comando da força de paz no Haiti, em 2004, o governo começou a agitar com a CBF um amistoso no país caribenho, então devastado apenas pela miséria, por golpes de estado, pelas consequências de cerca de 30 anos de ditadura dos Duvalier – “Baby Doc, Papa Doc”, como diz a letra de “Nome aos Bois“, paulada dos Titãs em certos tiranossauros.

O amistoso acabou rolando em agosto de 2004. A Seleção Brasileira levou suas feras ao Haiti. A goleada (6×0, fácil) foi o de menos. O que ficou na retina de quem acompanhou a cobertura do Jogo da Paz foi o desfile dos craques brasileiros (com os dois Ronaldos e tudo!) pelas ruas de Porto Príncipe, num blindado das Nações Unidas, para delírio do povo – sofrido é pouco. A passagem da Seleção em 2004 pela capital do Haiti – agora destruída pelo terremoto – virou documentário, O Dia em que o Brasil Esteve Aqui, de Caíto Ortiz e João Dornelas (dá para ver um trailer neste link).

Foi o segundo amistoso entre Brasil e Haiti, segundo o site da CBF.