Os Bafana Bafana não se classificaram, mas com certeza a África do Sul está com dois olhos na 27ª Copa Africana de Nações, que começa hoje em Angola. Um, claro, para avaliar possíveis adversários, se é que a seleção treinada por Parreira passará da primeira fase. Costa do Marfim, Gana, Argélia, Camarões e Nigéria também estarão na Copa do Mundo.
O outro é para a questão da (in)segurança. Como sabemos, o ônibus da delegação de Togo foi metralhado por um grupo separatista da província angolana de Cabinda (Forças de Libertação do Estado de Cabinda-Posição Militar). O ataque provocou a morte de três pessoas. Togo tem todo direito de abandonar a competição – e espero que nenhuma entidade puna o futebol do país por isso. Mas o show, digo, a bola não vai parar. Aí é o dilema. Suspender as disputas seria dar o braço a torcer e fortalecer os terroristas.Manter os jogos da Copa Africana em Cabinda pode parecer um desrepeito às vítimas de Togo e representar uma ameaça aos elencos da Costa do Marfim, Gana e Burkina Faso, que devem jogar na província. Que a África do Sul e o Brasil abram os olhos para esse tipo de ameça nos próximos Mundiais. A segurança de jogadores, torcedores e jornalistas não pode ser negligenciada.