Notinhas Maradonianas

"Maradona e mais 11", pede a faixa dos Maradonianos
"Maradona e mais 11", pede a faixa dos Maradonianos

ÚLTIMA PARTE DA COBERTURA DO JOGO ARGENTINA X VENEZUELA

O mesmo Maradona que foi recebido no gramado com refrões “olê olê olê, Diego, Diego” e “Maradooo, Maradooo” usou cartazes com frases motivadoras no vestiário da celeste y blanca. “Futebol-uniforme-povo. Tudo junto”. “A camiseta se sente no coração”. “Vamos ganhar o povo com futebol”. “Com todos os problemas do país, a alegria são vocês”. Antes da vitória por 2×0 no amistoso contra a França, em Marselha, Maradona já havia usado cartazes motivadores, como: “Lo equipo somos todos. La única titular es la camiseta – todos formamos a equipe. A única titular é a camiseta”.   Continuar lendo “Notinhas Maradonianas”

Linha 130, rumo ao Monumental de Nuñez

Torcedores argentinos e venezuelanos chegaram ao estádio no mesmo ônibus
Torcedores argentinos e venezuelanos chegaram ao estádio no mesmo ônibus

Está certo que partidas entre a maioria das seleções – ainda mais de países amigos – não têm assim aquela rivalidade de jogos entre clubes. É um clima mais “ecumênico”, o futebol pelo futebol, sem revanchismos. No caminho do local da goleada argentina sobre a Vino Tinto, peguei um ônibus que misturava venezuelanos e argentinos, daqueles tipos que capricham na produção e são mostrados pelas câmeras de TV. Um hincha argentino estava  de gaúcho, com camisa 10 em homenagem a Gardel e uma réplica da Copa do Mundo na mão. Outro levava uma perna de pau do Independiente. Perdão, conterrâneos de Hugo Chávez, a seleção é fraquinha. Mas esta camisa grená certamente seria uma das mais bonitas da Copa do Mundo. Dentro do estádio, apenas uma pequena parte reservada aos visitantes. Mas havia venezuelanos de camisa e tudo no setor que fiquei, no meio do estádio. Na boa. Na paz. Continuar lendo “Linha 130, rumo ao Monumental de Nuñez”

Messi Monumental. Argentina 4×0 Venezuela.

Momentos antes da estreia de Maradona: note a aglomeração de fotógrafos no banco da Argentina, à direita.
Momentos antes da estreia de Maradona: note a aglomeração de fotógrafos no banco da Argentina, à direita.

Peço licença para parafrasear o bom título que os dois principais jornais argentinos usaram na cobertura antes do jogo de estreia de Maradona como treinador da seleção alviceleste em Eliminatórias e também jogando em casa. “Maradona monumental”, cravaram o Clarín e o La Nación, na edição impressa de sábado, relembrando grandes momentos de don Diego na “cancha” do River Plate. Que ficou lotada nesta noite de sábado para ver Argentina x Venezuela. Os argentinos saudaram a entrada do treinador que é um ídolo maior que os atuais jogadores ao coro de “olê olê olê, Diego, Diego”. De emocionar a paixão que o povo argentino tem por El Diez. Maradona armou sua equipe num superofensivo 3-4-3. E olha que o Zanetti não joga na defesa faz tempo, que eu saiba. E foi numa jogada individual do jogador da Inter de Milão que Messi abriu o placar. Restante do primeiro tempo: faltou troca de posições entre os 3 atacantes. Os dois delanteros venezuelanos levaram perigo à defesa argentina, que pode ficar exposta demais contra um adversário mais forte. O segundo tempo foi um passeio. Continuar lendo “Messi Monumental. Argentina 4×0 Venezuela.”

Don Diego Maradona do povo (atualizado em 30/01)

nunez-copiaOs torcedores argentinos ficaram ansiosos para o primeiro jogo em Buenos Aires de Maradona como treinador da alviceleste. Na chegada, me deparei com uma fila monstruosa – de virar esquina – perto do ginásio Luna Park. Dito e feito. Os ingressos mais baratos para o jogo entre Argentina e Venezuela (35 pesos) se esgotaram em poucas horas – a fila chegou a 10 quadras! A expectativa de recorde de renda em jogo de Eliminatórias na Argentina foi confirmada: mais de 4 milhões e 800 mil pesos – mais de 1 milhão de euros).

Buddy Guy, safra 2005

Uma guitarra envenenada com um senhor efeito wah-wah capa-de-cd-audio-00013abre Now You´re Gone (de Curtis Mayfield) e o CD Bring´em In, que Buddy Guy lançou em 2005 (inclusive no Brasil). É um disco mais cadenciado do geralmente incendiário bluesman radicado em Chicago, repleto de baladas bluesy, covers de R&B e soul, mais astros especialmente convidados. Da estatura de Keith Richards, que participa na maneira The Price You Gotta Pay (original do Keb´Mo´), Santana (que produz e toca sua guitarra latina em I Put a Spell On You) e Tracy Chapman na balada Ain´t No Sunshine. buddybringGuy ainda faz dueto com John Mayer em outra balada: I´ve Got Dreams to Remember, de Otis Redding. Tem cover de Bob Dylan (Lay Lady Lay – com canja de dois soulmen: Anthony Hamilton, cantor, e Roberth Randolph, que toca pedal steel guitar, uma guitarra com cordas de aço e pedais). Dores de cotovelo e paixões são tema de Somebody´s Sleeping in My BedWhat Kind of Woman is This – única de autoria de Buddy. Encerramento nota 10 com Do Your Thing, de Isaac Hayes. Discão. Só tem um incoveniente: esses convidados todos não acompanham Buddy nas excursões … Já pensou se todo mundo viesse ao Brasil?

Terça-feira de futebol

Quem segura o Palmeiras no Paulistão? O alviverde está matematicamente classificado para as semifinais. Virada pra cima do Bragantino no Palestra. 2×1, 2 gols do jovem atacante paraguaio Ortigoza, já apelidado de Coalhada por causa da cabeleira que lembra a do personagem do Chico Anysio (palmeirense verde, aliás).

Na Taça Rio, terceira vitória de virada seguida do Fluminense. Mais um 3×1, sobre o Friburguense. A transmissão do  canal PFC (pay per view da Net) mostrou muitos torcedores do Flu com ingresso na mão que não conseguiram entrar no acanhado estádio de Nova Friburgo. Como diria o âncora, é-uma-ver-go-nha.

No Rio Grande do Sul, o Inter vai goleando por 4×1 e o Taison já anotou três…

A lamentar, o rebaixamento do Brasil de Pelotas, que não conseguiu se recuperar do acidente de busão em que perdeu três bravos Xavantes, incluindo o maior ídolo da torcida, o artilheiro Cláudio Millar.

Ataque de guitarra

Buddy Guy: CD Slippin´In
Buddy Guy: CD Slippin´In (1994)

No terceiro disco de Buddy Guy para a Silvertone, o negócio é blues, mesmo. Diferentemente dos dois anteriores, já comentados aqui no blog, não rolam clássicos do soul e R&B e foram convidados menos astros pra festa. Slippin´ In é um CD altamente recomendado para quem gosta do blues com pegada rock do inesquecível Stevie Ray Vaughan. Por sinal, a cozinha rítmica que acompanhava o grande SRV empresta seus serviços para Buddy em metade do disco. Tommy Shannon, baixo, e Chris Layton, bateria, formavam o Double Trouble. A banda que acompanha Buddy na outra metade do disco não fica atrás. O que acha de um batera creditado como Ray “Killer” Allison? Lembro-me de ter visto shows de Buddy no Brasil com Ray Killer na batera. E ele realmente arrebentava. Arrebentava porque segundo sua página no MySpace, Ray Killer virou frontman. Trocou baquetas pela frente do palco: guitarra e voz. A produção de Slippin´In ficou a cargo de Eddir Kramer, engenheiro de som de Hendrix. Como esse é um discão, resolvi comentar faixa a faixa. Continuar lendo “Ataque de guitarra”

Pop do Espírito Santo

MEVOAH: Vitor Lopes, Bruno Talhete, Tati Wuo, Vitor Zorzal, Matê (irmã da Tati, participou de show)e Caio Nogueira
MEVOAH: Vitor Lopes, Bruno Talhete, Tati Wuo, Vitor Zorzal, Matê (irmã da Tati, participou de show)e Caio Nogueira

Há alguns anos, numa terça-feira, o quadro Dia de Banda mostrou reportagem feita em Vitória com o doce som pop do grupo Crivo. A vocalista Tati Wuo, que também é jornalista (TV, rádio, jornal… garota multimídia, a Tati!) , me informa que o Crivo está meio parado. Em compensação, agora ela canta, toca teclados e violão na banda Mevoah, que estreou no festival Omelete, em 2008, ao lado do Bruno (baixo), Caio (bateria), Vitor Lopes (repórter que toca violão, teclados e cavaquinho!) e Vitor (guitarra/backing vocals). No blog da Mevoah, tem vídeos de músicas como Seu Par e Lara. Gostei da levada, com baixo slap. Continuar lendo “Pop do Espírito Santo”

Buddy Guy, “Feels Like Rain”

19857923Se Dam Right, I´ve Got the Blues tinha canja de Jeff Beck, o segundo  Buddy Guy para a Silvertone, Feels Like Rain (1993; dá para ouvir na Rádio UOL) também investe em duetos, covers e soul music, além de blues. A saborosa versão de Some Kind of Wonderful, com a voz de um roqueiro: Paul Rodgers, ex-Free. O disco abre elétrico blues, com She´s a Superstar  e  I Go Crazy, do Moody Blues. Mais um belo dueto: com Bonnie Raitt na balada Feels Like Rain (J. Hyatt). Nela, Buddy arrebenta como vocalista, assim como em Trouble Man, de Marvin Gaye. Quer mais blues? She´s Nineteen Years Old é Muddy Waters clássico; Change in the Weather, de John Fogerty, em duo com o country Travis Tritt. O mago branco do blues, John Mayall, pinta em I Could Cry, do gaitista Junior Wells, velho bud de Guy. Ou mais soul? Mary Ann, de Ray Charles.

Gran Torino

grantorino1 Um filmão estreou sexta-feira nos cinemas brasileiros. Gran Torino, o novo Clint Eastwood, que dirige e atua. Ele faz Dirty Har… digo, Walt Kowalski, um veterano da Guerra da Coreia, ex-trabalhador da Ford e tem tanto humor como Muricy Ramalho em entrevista coletiva depois que o Tricolor perde… Ele literalmente rosna quase o tempo todo contra tudo e todos. Filhos, netos, carros japoneses, vizinhos imigrantes Hmong, etnia do sudeste asiático. Sua metralhadora giratória verbal rende risos nervosos durante quase toda a sessão. Não espere aqui de um legítimo Clint Eastwood uma inovação na narrativa, na forma de um filme distribuído pela Warner. Mas uma história bem contada que longe de defender a justiça pelas próprias mãos, propõe uma convivência melhor nesse mundo globalizado, apesar das piadas racistas do personagem – não confundí-lo com o diretor. Não é mais Dirty Harry. É o Clint Eastwood, diretor de filmes contra a pena de morte, como O Crime Verdadeiro.