Um filmão estreou sexta-feira nos cinemas brasileiros. Gran Torino, o novo Clint Eastwood, que dirige e atua. Ele faz Dirty Har… digo, Walt Kowalski, um veterano da Guerra da Coreia, ex-trabalhador da Ford e tem tanto humor como Muricy Ramalho em entrevista coletiva depois que o Tricolor perde… Ele literalmente rosna quase o tempo todo contra tudo e todos. Filhos, netos, carros japoneses, vizinhos imigrantes Hmong, etnia do sudeste asiático. Sua metralhadora giratória verbal rende risos nervosos durante quase toda a sessão. Não espere aqui de um legítimo Clint Eastwood uma inovação na narrativa, na forma de um filme distribuído pela Warner. Mas uma história bem contada que longe de defender a justiça pelas próprias mãos, propõe uma convivência melhor nesse mundo globalizado, apesar das piadas racistas do personagem – não confundí-lo com o diretor. Não é mais Dirty Harry. É o Clint Eastwood, diretor de filmes contra a pena de morte, como O Crime Verdadeiro.