Ataque de guitarra

Buddy Guy: CD Slippin´In
Buddy Guy: CD Slippin´In (1994)

No terceiro disco de Buddy Guy para a Silvertone, o negócio é blues, mesmo. Diferentemente dos dois anteriores, já comentados aqui no blog, não rolam clássicos do soul e R&B e foram convidados menos astros pra festa. Slippin´ In é um CD altamente recomendado para quem gosta do blues com pegada rock do inesquecível Stevie Ray Vaughan. Por sinal, a cozinha rítmica que acompanhava o grande SRV empresta seus serviços para Buddy em metade do disco. Tommy Shannon, baixo, e Chris Layton, bateria, formavam o Double Trouble. A banda que acompanha Buddy na outra metade do disco não fica atrás. O que acha de um batera creditado como Ray “Killer” Allison? Lembro-me de ter visto shows de Buddy no Brasil com Ray Killer na batera. E ele realmente arrebentava. Arrebentava porque segundo sua página no MySpace, Ray Killer virou frontman. Trocou baquetas pela frente do palco: guitarra e voz. A produção de Slippin´In ficou a cargo de Eddir Kramer, engenheiro de som de Hendrix. Como esse é um discão, resolvi comentar faixa a faixa. Continuar lendo “Ataque de guitarra”

Pop do Espírito Santo

MEVOAH: Vitor Lopes, Bruno Talhete, Tati Wuo, Vitor Zorzal, Matê (irmã da Tati, participou de show)e Caio Nogueira
MEVOAH: Vitor Lopes, Bruno Talhete, Tati Wuo, Vitor Zorzal, Matê (irmã da Tati, participou de show)e Caio Nogueira

Há alguns anos, numa terça-feira, o quadro Dia de Banda mostrou reportagem feita em Vitória com o doce som pop do grupo Crivo. A vocalista Tati Wuo, que também é jornalista (TV, rádio, jornal… garota multimídia, a Tati!) , me informa que o Crivo está meio parado. Em compensação, agora ela canta, toca teclados e violão na banda Mevoah, que estreou no festival Omelete, em 2008, ao lado do Bruno (baixo), Caio (bateria), Vitor Lopes (repórter que toca violão, teclados e cavaquinho!) e Vitor (guitarra/backing vocals). No blog da Mevoah, tem vídeos de músicas como Seu Par e Lara. Gostei da levada, com baixo slap. Continuar lendo “Pop do Espírito Santo”

Buddy Guy, “Feels Like Rain”

19857923Se Dam Right, I´ve Got the Blues tinha canja de Jeff Beck, o segundo  Buddy Guy para a Silvertone, Feels Like Rain (1993; dá para ouvir na Rádio UOL) também investe em duetos, covers e soul music, além de blues. A saborosa versão de Some Kind of Wonderful, com a voz de um roqueiro: Paul Rodgers, ex-Free. O disco abre elétrico blues, com She´s a Superstar  e  I Go Crazy, do Moody Blues. Mais um belo dueto: com Bonnie Raitt na balada Feels Like Rain (J. Hyatt). Nela, Buddy arrebenta como vocalista, assim como em Trouble Man, de Marvin Gaye. Quer mais blues? She´s Nineteen Years Old é Muddy Waters clássico; Change in the Weather, de John Fogerty, em duo com o country Travis Tritt. O mago branco do blues, John Mayall, pinta em I Could Cry, do gaitista Junior Wells, velho bud de Guy. Ou mais soul? Mary Ann, de Ray Charles.

Gran Torino

grantorino1 Um filmão estreou sexta-feira nos cinemas brasileiros. Gran Torino, o novo Clint Eastwood, que dirige e atua. Ele faz Dirty Har… digo, Walt Kowalski, um veterano da Guerra da Coreia, ex-trabalhador da Ford e tem tanto humor como Muricy Ramalho em entrevista coletiva depois que o Tricolor perde… Ele literalmente rosna quase o tempo todo contra tudo e todos. Filhos, netos, carros japoneses, vizinhos imigrantes Hmong, etnia do sudeste asiático. Sua metralhadora giratória verbal rende risos nervosos durante quase toda a sessão. Não espere aqui de um legítimo Clint Eastwood uma inovação na narrativa, na forma de um filme distribuído pela Warner. Mas uma história bem contada que longe de defender a justiça pelas próprias mãos, propõe uma convivência melhor nesse mundo globalizado, apesar das piadas racistas do personagem – não confundí-lo com o diretor. Não é mais Dirty Harry. É o Clint Eastwood, diretor de filmes contra a pena de morte, como O Crime Verdadeiro.