Nesta quinta-feira de clássico tricolor, republico o texto de 2010 sobre um disco em boa parte dedicado à bola: “Contra-Ataque – Samba e Futebol”, do tricolor Carlinhos Vergueiro – ele é Fluminense no Rio e São Paulo em Sampa.

Fut Pop Clube

Coluna de Música do Fut Pop Clube 28/09/2010
Com o perdão do trocadilho, um biscoito fino da MPB boleira ganhou um relançamento na época da Copa do Mundo 2010. Contra-Ataque – Samba e Futebol, de Carlinhos Vergueiro, saiu em edição digipack pela gravadora Biscoito Fino, com 3 músicas a mais em relação ao CD original, de 1999, independente, “que o jogo é na raça” – como diz a letra de Camisa Molhada

clássico do corintiano Toquinho e de Carlinhos Vergueiro (tricolor em SP e no RJ) sobre as peladas nos campos de terra, que diz presente nessa aula de samba e futebol. “Fique de olho no apito”… Quem ouvia as transmissões da equipe de Osmar Santos na rádio Globo SP no final dos 70 e 80 deve se lembrar da vinhetinha que anunciava o trio de arbitragem. Contra-Ataque, CD que tinha também Nação Corinthians, muito…

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Luz, câmera… gol! É o CINEfoot em Sampa.


É o festival de cinema que a gente esperava desde a infância: tem filme sobre futebol de botão, kichute… só faltou um sobre pebolim, mas isso o Juan José Campanella está se encarregando de produzir. Também tem papo sério: conflito Israel-Palestina. Neste sábado, 2 de junho, o CINEfoot exibe a partir das 16h, no auditório do Museu do Futebol, o curta “Vai pro Gol” (na trilha sonora, tem música das meninas do Choro das 3, excelente grupo) e o longa “Sobre Futebol e Barreiras” – um olhar sobre o conflito Israel-Palestina em meio à última Copa do Mundo. Confira um teaser no site oficial.

  • Texto anterior, do primeiro dia de festival em SP:

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Voa Canarinho. Saiu o livro “Sarriá-82 – O que Faltou ao Futebol-Arte?”.

27 de maio de 2012
Waldir Peres (depois Paulo Sérgio), Leandro, Oscar, Luizinho (Edinho) e Júnior; Falcão, Sócrates, Zico e Paulo Isidoro (Toninho Cerezo); Careca (Serginho Chulapa) e Éder (Dirceu). Com esse time, a Seleção Brasileira treinada por Telê Santana goleou o Eire (República da Irlanda) por 7 a 0, há exatos 30 anos, em 27 de maio de 1982, no Parque do Sabiá, em Uberlândia. Marcaram: Falcão, Sócrates (duas vezes), Serginho (também 2 gols), Luizinho e Zico!
A seleção se despedia do seu povo feliz, diante de 72.733 pagantes, para tentar buscar o tetra. Foi o último amistoso antes do voo do escrete canarinho para disputar a Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Você viu aí o nome do Careca na escalação. Infelizmente, o goleador do Guarani se machucou pouco antes do Mundial. Serginho Chulapa, “o artilheiro indomável”, polêmico dentro e fora do campo, ficou com a 9. O Brasil chegou como favorito, encantou o mundo com seu quadrado mágico formado por Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico. Deu show na primeira fase. No grupo com Argentina e Itália que decidia uma vaga na final, venceu bem os hermanos, num jogo em que Maradona perdeu a cabeça: 3×1.  Contra a Itália, poderia empatar,saiu atrás, nunca esteve na frente do placar, e perdeu. 3×2. 5 de julho de 1982. O sonho do tetra foi adiado, logo com a melhor seleção que nosso futebol montou desde o tri no México 70. A falada “tragédia do Sarrià”, nome do estádio do Real Club Deportivo Espanyol de Barcelona na época (foi demolido 15 anos depois; o Espanyol usou por anos o Olímpico de Montjuic e hoje joga num moderno estádio entre Cornellà e El Prat).
A tragédia do Sarrià é o tema do livro de Gustavo Roman, futuro jornalista, colecionador de jogos de futebol (isso mesmo, ele coleciona partidas inteiras em vídeo: 5.350 partidas, de 1950 em diante!) e Renato Zanata Arnos, professor de História, pesquisador do futebol argentino (coautor do blog Futebol Argentino). “Sarriá 82 – O Que Faltou ao Futebol-Arte?”, que está para ser lançado pela Maquinária Editora. O livro já está em fase de revisão e a capa você pode ver abaixo.


Renato Zanata e Gustavo Roman assistiram, analisaram, esmiuçaram 25 dos 38 jogos (29 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas) disputados pela Seleção de Telê, na primeira passagem do mestre pelo escrete canarinho. Mais os vídeos de 21 partidas da Seleção com o antecessor, Cláudio Coutinho. Total: 46 VTs. Alguns vistos e revistos.

Os autores entrevistaram Zico, os laterais Júnior e Leandro,o zagueiro Oscar, os meio-campistas Batista, Paulo Isidoro e Adílio e os jornalistas Mauro Beting, Mário Marra, André Rocha e Ariel Judas (argentino).

Parece leitura obrigatória para todos nós que sonhamos  junto com os “Pachecos” em 1982 e nunca mais choramos por derrotas de nenhuma Seleção Brasileira. Por aquela, valia a pena chorar. Como o garoto da capa (inesquecível foto, histórica primeira página) do “Jornal da Tarde”, de 6 de julho de 1982.


Zazueira

JORGE BEN JOR E A BANDA DO ZÉ PRETINHO
Via Funchal, São Paulo, 9/03/2012
Coluna de Música do Fut Pop Clube

Gosto de ver sempre os shows de determinados artistas. Manu Chao. Buddy Guy. Metallica. Pearl Jam, por exemplo. São sempre diferentes do da véspera ou de anos anteriores e cheios de enegia, mesmo que eventualmente repitam o set-list. Jorge Ben Jor é um deles. Não tem duas semanas que vi o segundo show do Circo Voador (confira como foi no post anterior). Nesta sexta, vi de novo, em Sampa. Ingresso de pista 20 reais mais caro do que o do Rio, o que costuma acontecer. Casa lotada! Fila para pegar ingresso comprado via internet. No caminho, vi o carro de uma moça com um adesivo gigante de São Jorge, igual ao das costas da camisa com que Ben Jor entrou no palco. Era noite de Jorge. Chega de nariz de cera e vamos ao show. Foram mais de duas horas de clássicos do samba-rock – com muitas pitadas de funk e reggae – e vários hits apresentados um colados no outro, em formato de medley,

  • Eu Vou Torcer (de Tábua de Esmeralda) abriu o show.
  • Comanche
  • A Banda do Zé Pretinho 
  • Santa Clara Clareou / Zazueira / A Minha Menina
  • em seguida, veio uma levada reggae (acho que foi Zumbi)
  • Bebete Vãobora
  • Que Maravilha / Magnólia
  • Ive Brussel (que refrão!)
  • Engenho de Dentro
  • O Homem da Gravata Florida (público acompanha na palma da mão)
  • País Tropical / Spyro Gyro (dobradinha sempre sensacional)
  • Do Leme ao Pontal, cover do “síndico” Tim Maia, colada em W/Brasil (Chama o Síndico), que foi cantada em coro por uma plateia em parte formada por uma molecada que sequer engatinhava quando esse hit explodiu.

Depois de uma hora e dez de show, um intervalo de cinco minutos, “para afinar as guitarras”. Ben Jor voltou todo de branco e o BIS começou com: Continuar lendo “Zazueira”

“E novamente ele chegou com inspiração…”

Ubirajara Alcântara, Aloísio, Fred, Reyes, Paulo Henrique, Liminha, Rodrigues Neto, Rogério, Caio (depois Samarone), Paulo César e Arilson (depois Fio). Com esse time, citado pelo excelente site Fla Estatística.com, em 15 de janeiro de 1972 o mais querido derrotou o glorioso Benfica por um a zero, em partida do Torneio Internacional de Verão do RJ, disputado no Maracanã. Esse Fio, que entrou no lugar de Arilson e fez o gol da vitória rubro-negra sobre os encarnados de Lisboa, é o Fio Maravilha, imortalizado no samba-rock superclássico do homem-gol da MPB, sucesso de público até hoje nos shows de Jorge Ben Jor, como o que Fut Pop Clube curtiu sábado, no Circo Voador. “Foi um gol de anjo/Um verdadeiro gol de placa”, escreveu Jorge Ben Jor, torcedor do Flamengo que chegou a jogar no clube de coração.
Como bem lembrou o Memória EC no mês passado, em janeiro fez 40 anos da “jogada celestial” que inspirou o “gol de classe” da música brasileira que fala de futebol. Jorge Ben Jor lançou “Fio Maravilha” pela primeira vez no discão “Ben” (capinha ao lado), no mesmo ano: 1972. Continuar lendo ““E novamente ele chegou com inspiração…””

“Joga bola, jogador”

Show de JORGE BEN JOR
Circo Voador, Rio de Janeiro, 25/02/2012
Da Coluna de Música do Fut Pop Clube
“E novamente ele chegou com inspiração/Com muito amor, com emoção, com explosão e gol/Sacudindo a torcida”. Aos “trinta e três minutos” do segundo tempo do verão 2012, Jorge Ben Jor tabelou com sua celestial Banda do Zé Prestinho e começou um show de anjo, um verdadeiro show de placa no Circo Voador. Aliás, foram dois concertos em noites consecutivas. Fui ao de sábado, quer dizer, madrugada de domingo. Ben Jor e Banda do Zé Pretinho deram um showzaço aço aço para um mais do que o florido, “crowdeado” (e suado!) Circo Voador. Continuar lendo ““Joga bola, jogador””

Som na Tela: Chico Buarque, Politheama e O Futebol.

Reproduzo post publicado em agosto de 2010

Capa do DVD Chico Buarque: O Futebol

No oitavo DVD da série retrospectiva dirigida por Roberto de Oliveira, o cantor, compositor (e peladeiro nas horas vagas) Chico Buarque mostra sua paixão não só pelo tricolor, mas pelo futebol de modo geral. O nome do DVD é uma referência ao sambadedicado a Mané, Didi, Pagão, Pelé e Canhoteiro: O Futebol, de Chico Buarque, um dos camisas 10 da paquera futebol e música no Brasil. Ou melhor, camisa 9, de Pagão, ex-jogador do Santos, ídolo de Chico – que o encontra num dos capítulos do DVD (ele também vê Pelé, Ronaldinho Gaúcho e os veteranos do Santos – que ganham do Politheama em amistoso na Vila Belmiro. Politheama é o time de pelada de Chico, que herdou o nome de seu jogo de botão. Manda seus jogos no campo Vinicius de Moraes. E como diz o hino, o Politheama cultiva a fama de não perder – fora amistosos. “Alguns empates”. Fala sério, Chico!
E ele fala de uma maneira bem divertida de futebol, ao lembrar do Maracanazo de 1950 (tem áudio de gol narrado por Edson Leite), das idas ao Pacaembu… E ainda tem uma pá de músicas que de alguma maneira citam futebol, como Conversa de Botequim (Noel Rosa/Vadico), E o Juiz Apitou (Antonio Almeida/Wilson Batista) Doze Anos (com Moreira da Silva), Pelas Tabelas, Bom Tempo (com Toquinho) etc. Para estufar o filó, mesmo. Continuar lendo “Som na Tela: Chico Buarque, Politheama e O Futebol.”

O Nome do Rei é Pelé


Na semana do 71º aniversário do maior jogador de todos os tempos, a dica de música é “O Nome do Rei é Pelé“, gravada por um camisa 10 da seleção brasileira de música: Jorge Ben Jor. A canção -usada no filme “Pelé Eterno” – saiu no CD Reactivus amor est (Turba Philosophorum)”, lançado por Ben Jor em 2004, e também na coletânea “Football & Samba Groove Association”, lotada de clássicos do artilheiro do samba-rock (como “Fio Maravilha”). Continuar lendo “O Nome do Rei é Pelé”

Escurinho, um bicampeão

O escudo do bi, no internacional.com.br

Olha lá no elenco do Internacional, campeão brasileiro de 1975. Escurinho está lá.
Olha lá no elenco do Inter, bicampeão brasileiro no ano seguinte. Escurinho está lá.
Não era titular, geralmente, mas costumava entrar e marcar gols importantes.
Lembro também que o atacante Escurinho, já jogador do Palmeiras, foi pro gol tentar defender una cobrança de pênalti, após a expulsão de Leão, a primeira partida das finais do Brasileiro de 78, conquistado pelo timaço do Guarani.
Escurinho foi ainda hepta campeão gaúcho pelo Colorado e campeão no Equador pelo Barcelona de Guayaquil.
Escurinho atacou na área musical. Em 1970, gravou um compacto com quatro sambas, inpirados em Lupicínio Rodrigues, segundo o livro de Beto Xavier.
Foi com muita tristeza que recebi a notícia da morte de Luiz Carlos Machado, o Escurinho. Parada cardíaca, depois de sofrida partida contra o diabetes. O Internacional – que já havia destinado renda de um uniforme retrô e, junto com a G7 Cinema, arrecadação do filme “Nada Vai Nos Separar” ao tratamento do ídolo – divulgou nota de pesar  e uma capa especial no site. Descanse, Escurinho. Continuar lendo “Escurinho, um bicampeão”