Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, ops, num lobby de hotel em Chicago, assim do nada um morador da cidade deu duas preciosas dicas a este que vos bloga. “Vá ver o Cubs jogar. E o Kingston Mines”. Aceitei a dica do bar de blues, dois palcos, som rolando até altas horas. Não fui ver o time de beisebol da ‘Windy City’. Já me arrependi. O Wringley Field é um senhor estádio, e ganhou um belo tributo (assim como ídolos do Chicago Cubs) no filme-concerto do Pearl Jam, “Let’s Play Two“. O cantor da banda, Eddie Vedder, vai ao estádio desde pequeno e é um fanático torcedor dos Cubs.
Anfield, 1964. Uma massa compacta de torcedores do Liverpool se espreme durante uma partida dos Reds no colossal setor Kop do estádio, ao cantar “She Loves You”, Top #1 de 1963, de Lennon e McCartney. Parece multidão em show de rock, mas é uma arquibancada em dia de jogo. John e Paul não estavam muito preocupados com futebol, queriam saber mesmo é de fazer música, mas o quarto single beatle inspirou os fãs do time vermelho da cidade (o Liverpool foi campeão inglês na temporada 1963-64). A cena, impressionante, está no filme “Eight Days a Week – The Touring Years“, de Ron Howard (diretor de Splash, Cocoon, Willow, Apollo 13, Uma Mente Brilhante, Código Da Vinci, Frost/Nixon, Rushetc). Enquanto não saem no Brasil o DVD e o Blu-Ray, você pode curtir um pedaço dessa cena de Anfield aqui.
Cartaz brasileiro do filme de Ron Howard sobre os anos dos Beatles na estrada: “Eight Days a Week”.
O documentário sobre os anos de estrada dos Beatles passou no Festival do Rio em 2016 e esteve em cinemas de algumas cidades brasileiras agora, no começo de fevereiro de 2017 – quando ainda teve o concerto dos quatro no Shea Stadium remasterizado, em 4K, como espetáculo extra, ao fim da sessão. E pensar que em 2014 a produção divulgou um aviso pedindo para fãs do mundo que tivessem algum tipo de recordação de show dos Beatles (foto, imagem, memorabilia) entrassem em contato. Abaixo, a nota que publiquei na Coluna de Música.Continuar lendo ““Eight Days a Week – The Touring Years” e uma espetacular cena no estádio do Liverpool.”→
Duas dicas sobre música no cinema para esta semana.
“Amy”, sobre a ascensão e o triste fim da talentosa cantora inglesa, já passou em alguns cinemas brasileiros e tem novas sessões nesta terça. Perturbador.
Já o concerto Roger Waters The Walltem estreia mundial nesta terça-feira. Novas sessões sábado e domingo. O trailer está sensacional.
Texto publicado na semana do rock na Coluna de Música do Fut Pop Clube
Logotipo criado pela artista Lais Sobral para a Coluna de Música do Fut Pop Clube
“Hei, hei, é o fim/Oh cupido, pra longe de mim”
Você acha que o primeiro festival Hollywood Rock foi o de 1988? Não é bem assim. Está em cartaz no Canal Brasil o filme “Ritmo Alucinante – A Explosão do Rock no Brasil”, do diretor Marcelo França (também conhecido como Marcelo Pietsch França, falecido em 2011). É um documentário sobre um Hollywood Rock que rolou em 1975 no estádio do glorioso Botafogo, que ficava em General Severiano, local hoje dos treinamentos e da sede do clube da estrela solitária e de um shopping. O festival foi organizado pelo produtor Nelson Motta e reuniu grandes nomes do rock nacional, como Raul Seixas, Rita Lee (já com a banda Tutti Frutti, contando com guitarra espetacular de Luiz Carlini), Erasmo Carlos e o broto legal Celly Campello. A cantora era uma das pioneiras do rock´n´roll no Brasil e estouraria de novo na onda de uma inesquecível novela das 7: “Estúpido Cupido” (Rede Globo, 1976-77; a última em preto e branco, embora os 2 últimos capítulos tenham sido coloridos), escrita pelo dramaturgo linense/palmeirense Mário Prata e dirigida por Régis Cardoso – trama e músicas deixaram muita saudade. Na trilha, Celly Campello cantava o tema de abertura e outra deliciosa versão, “Banho de Lua”. O site Memória Globo informa que a trilha de “Estúpido Cupido” vendeu um milhão de LPs. A fita K7 (!!!) com a trilha nacional foi uma das primeiras coisas que este colunista comprou na vida, junto com jogos de futebol de botão, edições da revista “Placar” (então semanal) e camisas de times. Continuar lendo “Entre jogos de futebol de botão e leituras da “Placar” semanal, uma novela e uma trilha sonora inesquecíveis.”→
É o festival de cinema que a gente esperava desde a infância: tem filme sobre futebol de botão, kichute… só faltou um sobre pebolim, mas isso o Juan José Campanella está se encarregando de produzir. Também tem papo sério: conflito Israel-Palestina. Neste sábado, 2 de junho, o CINEfoot exibe a partir das 16h, no auditório do Museu do Futebol, o curta “Vai pro Gol” (na trilha sonora, tem música das meninas do Choro das 3, excelente grupo) e o longa “Sobre Futebol e Barreiras” – um olhar sobre o conflito Israel-Palestina em meio à última Copa do Mundo. Confira um teaser no site oficial.
Texto anterior, do primeiro dia de festival em SP:
Fala tamborim! Novos Baianos FC é o nome do disco de 1973 do grupo de Baby, Moraes, Pepeu, Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Dadi, Jorginho Gomes e companhia ilustre. Novos Baianos FC é o nome do documentário que Solano Ribeiro fez para a TV alemã e “caiu na rede”. A paixão dos Novos Baianos pelo futebol fica clara no novo documentário Filhos de João, Admirável Mundo Baiano, de Henrique Dantas (que passou no festival In-Edit Brasil e estreia nos cinemas em 22 de julho). Reis da bola na MPB em meados dos anos 70, os Novos Baianos não perdiam uma chance de jogar futebol. Mesmo que fosse dentro de um apartamento… Está no filme Filhos de João, Admirável Mundo Baiano. O João do título é João Gilberto, amigo e influência do grupo – já descrito como mistura de João Gilberto com Jimi Hendrix, pandeiro e cavaquinho com guitarra elétrica. Continuar lendo “Novos Baianos e o futebol”→
Não, este não é um post sobre o Santos Futebol Clube ou alguma nova revelação de Vila Belmiro. É um post sobre o centenário de nascimento do compositor Noel Rosa. Como costumo fazer no FutPopClube e naColuna de Música, com uma dica de filme. Continuar lendo “Feitiço da Vila”→
http://www.worldstadiums.com
Bem lembrado pelo BeatlesTweets: há 45 anos, os quatro rapazes de Liverpool tocaram para 56 mil pessoas no Shea Stadium, o clássico estádio de beisebol do NY Mets, demolido em 2009. Era o pontapé inicial para a era dos megashows em estádios e arenas esportivas. Rendeu o documentárioThe Beatles At Shea Stadium (confira vídeos e imagens no site oficial da banda). Também tocaram no mítico estádio nomões do rock como Grand Funk Railroad, The Who, The Clash, The Police, Bruce Springsteen, Rolling Stones, Elton John & Clapton e, enfim, Billy Joel – há um documentário sobre esse último show, Last Play at Shea (já exibido no Tribeca Fim Festival). O Shea deu lugar ao CitiField Stadium, nova casa do Mets. Onde em julho de 2009 Paul McCartney lembrou do 15 de agosto de 1965, tocando em três noites de lotação esgotada. Depois, virou CD e DVD: Good Evening New York City (o vídeo já passou no canal TNT).
Volto a falar desse grande grupo irlandês, o Thin Lizzy, liderado pelo baixista, vocalista e compositor Phil Lynott (*1949/+1986). Com imensa alegria, fiquei sabendo que o amigo Ernani Lemos, do blog Madruga em Claro, que batalha e estuda cinema na Irlanda, resolveu fazer um documentário sobre Phil Lynnot, um dos poucos astros negros do rock pesado. O Ernani já tem entrevistas marcadas e certamente vai tentar responder: afinal, o pai do Phil era brasileiro mesmo ou isso é lenda?
Poucos discos lançados no Brasil e o fim da banda antes mesmo da morte de Lynott contribuíram para que o Thin Lizzy ficasse meio desconhecido por aqui. A cover do Metallica para “Whiskey in the Jar” (que nas mãos de Lynnot e cia já era uma adaptação de arranjo tradicional irlandês) pode ter ajudado a espalhar o culto – 0utras bandas regravaram sons do Lizzy (Iron Maiden, “Massacre”; Smashing Pumpkins, “Dancing in the Moonlight”; Bon Jovi, “The Boys Are Back in Town”).
No meu caso, a paixão pelo Thin Lizzy começou antes e a “culpada” é a Rádio Fluminense FM Stereo (escola de rock de Niterói para o Rio, com influência no país). Rolava muito som desses irlandeses – até em vinhetas. Continuar lendo “Whiskey in the Jar”→