“Dico, o Artilheiro”. Um gibi que entrou para a história.

Publicado em abril de 2013

Dico, Poli e Jeff as estrelas do Estrela - o time do artilheiro dos gibis
Dico, Poli e Jeff as estrelas do Estrela – o time do artilheiro dos gibis
Capa da edição brasileira de “Dico, o artilheiro” nº 1, da extinta RGE
Capa da edição brasileira de “Dico, o artilheiro” nº 1, da extinta RGE

“Dico, o Artilheiro” foi um gibi que chegou às bancas brasileiras em 1975, através da extinta RGE – Rio Gráfica e Editora (hoje Editora Globo)., Fez grande sucesso com o público juvenil. Suas origens remontam, no entanto, a 1971, quando a King Features Syndicate (poderosa distribuidora de tiras de quadrinhos para jornais, do mundo inteiro) encomendou ao renomado quadrinista argentino José Luis Salinas uma série que tivesse o nobre esporte bretão como tema, na tentativa de fisgar o público norte-americano para o “soccer”, aproveitando todo o então forte impacto midiático da Copa de 70, realizada no México. O veterano Salinas (um dos principais nomes dos quadrinhos argentinos de todos os tempos) mostrou realmente que foi a escolha acertada para desenvolver “Dick the Gunner”, o nome original da série. Gunner

Todas as imagens são da coleção de Gustavo Valladares
Todas as imagens são da coleção de Gustavo Valladares

O artista começou sua carreira como ilustrador ainda na década de 30 do século passado, porém, foi em 1949 que ocorreu a grande virada em sua carreira, através de Cisco Kid, personagem que o acompanharia por quase 20 anos. Ganhou todos os prêmios possíveis na Argentina. Também foi homenageado, em 1976, no festival de Lucca (Itália), com o troféu Yellow Kid, conhecido como o ‘Oscar dos quadrinhos’, ou seja, a distinção máxima para quadrinistas do mundo todo.
Cisco Kid, obra máxima de Salinas, saiu no Brasil em alguns jornais, nas páginas da revista Eureka, da extinta Editora Vecchi, e ainda num álbum especial da coleção de quadrinhos da L & PM Editora (capa ao lado). No total, a série foi publicada em 360 jornais, espalhados por dezenas de países.

Cisco Kid, de Salinas, na coleção de Gustavo Valladares
Tira de Cisco Kid, de Salinas, na coleção de Gustavo Valladares

José Luis Salinas tinha experiência de décadas como quadrinista. Seu traço invariavelmente limpo, sereno, expressivo em cada quadrinho, em cada detalhe, combinou perfeitamente com os roteiros elaborados por seu compatriota Alfredo Julio Grassi.

Dico estreou oficialmente nos gramados, digamos assim, em 1973, inicialmente em alguns jornais dos Estados Unidos. Pouco depois, foi traduzido em vários países. Argentina, Portugal, Inglaterra, México e o Brasil foram os países onde o nosso herói obteve maior acolhida entre os leitores.


A revista portuguesa “Mundo de Aventuras” foi a responsável pelo enquadramento da série em novo formato, mais adequado para a publicação de revistas, adaptando as tiras de jornais para novas diagramações de páginas inteiras, com o objetivo de publicar cada história completa da saga de modo separado e organizado.
Portugal
Brindes grátisFoi este material, batizado de “Dick, o Avançado-Centro”, que chegou até nós como “Dico, o artilheiro”. Em revista própria, Dico e seus companheiros Jeff, Poli e toda a equipe do Estrela Futebol Clube apareciam ao lado de reportagens sobre futebol e muitos brindes, como figurinhas e adesivos para times de botão, por exemplo, que faziam a alegria da molecada: os primeiros exemplares da revista, em especial, foram disputados a tapa, nas bancas de jornais, esgotando sua tiragem rapidamente.

Adesivos do Estrela, time do Dico, para o futebol de botão.
Adesivos do Estrela, time do Dico, para o futebol de botão.

“Dico, o Artilheiro” foi o último projeto de quadrinhos desenvolvido por José Luis Salinas – e, quando Salinas deixou a série, o gibi continuou, por breve período, pela pena de outro ótimo ilustrador argentino: Lucho Olivera.

Número 16, com desenhos de Lucho Olivera
Número 16, com desenhos de Lucho Olivera

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14 de fevereiro. Dia do Botonista, em homenagem ao nascimento de Gerardo Décourt, difusor do futebol de mesa, ou jogo de botão, Vale a pena conhecer este curta, dirigido por Felipe D´Andrea: “Vai pro Gol”.

O site do Museu do Futebol publica entrevista com o presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa:

http://www.museudofutebol.org.br/agenda-cultural/bate-bola-jose-jorge-farah-neto/

Fut Pop Clube

Desde que vi o filme de Felipe D´Andrea no CINEfoot 2012, estava louco para fazer um post sobre “Vai Pro Gol” e o futebol de botão. O post anterior foi o estalo.

“Dizem que tem mais de 100.000 botonistas no Brasil.”

Se a estimativa, citada por um dos entrevistados do documentário “Vai Pro Gol“, pode ter um quê de Nelson Rodrigues – já pensou, um Maracanã superlotado de botonistas brasileiros?- o certo é que todo fim de semana muita gente joga futebol de botão, ou futebol de mesa, esporte levado a sério pelos federados. Clubes de futebol como Corinthians, Nacional, Noroeste, Palmeiras e Santos, sociais como Círculo Militar e o Cisplatina FC ou especializados em botão como o Maria Zélia participam dos campeonatos. Fiquei impressionado com as imagens de inúmeras mesas, num campeonato disputado no belo ginásio do Círculo Militar, em São Paulo (frequentei esse clube na…

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Futebol de botão do Neymar

Quantos campeonatos de futebol de botão joguei na infância e adolescência!
Hoje, o botão perde feio pro futebol virtual dos games… Mas não perco uma oportunidade de divulgar pra molecada de hoje o futebol de mesa.

Vi nas lojas de brinquedos uns times de botão com a marca do Neymar. Tem Santos – claro-, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Vasco, seleções do Brasil, Argentina, Alemanha, Espanha, França, Itália. Em várias embalagens (um time só, dois, quatro, seis ou doze).

O curioso é que todos os times vêm com uma cartela com adesivos do Neymar. Mesmo nos times dos rivais paulistas. Já pensou Neymar no time de botão do corintiano, do palmeirense ou do são-paulino? Repare na imagem abaixo.
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“Vai Pro Gol”

Desde que vi o filme de Felipe D´Andrea no CINEfoot 2012, estava louco para fazer um post sobre “Vai Pro Gol” e o futebol de botão. O post anterior foi o estalo.

“Dizem que tem mais de 100.000 botonistas no Brasil.”

Se a estimativa, citada por um dos entrevistados do documentário “Vai Pro Gol“, pode ter um quê de Nelson Rodrigues – já pensou, um Maracanã superlotado de botonistas brasileiros?- o certo é que todo fim de semana muita gente joga futebol de botão, ou futebol de mesa, esporte levado a sério pelos federados. Clubes de futebol como Corinthians, Nacional, Noroeste, Palmeiras e Santos, sociais como Círculo Militar e o Cisplatina FC ou especializados em botão como o Maria Zélia participam dos campeonatos. Fiquei impressionado com as imagens de inúmeras mesas, num campeonato disputado no belo ginásio do Círculo Militar, em São Paulo (frequentei esse clube na minha infância, mas não sabia que tinha um departamento de futebol de mesa tantas vezes campeão…).

O doc de 22 minutos, em HD, tem ritmo, bons ângulos, bom humor e uma bela trilha – sou todo elogios para o chorinho “Bola de Gude, “das meninas do Choro das 3. Não perca a oportunidade de ver “Vai Pro Gol” nos próximos festivais. Tomara que vire um longa, Felipe! Parabéns.

Veja o trailer abaixo.

  • Veja também:
  1. Meninos de Kichute
  2. Metegol
  3. O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias

Por favor, quem quiser compartilhar suas memórias e histórias de botonistas, pode escrever no espaço de comentários. Eu começo!


Entre jogos de futebol de botão e leituras da “Placar” semanal, uma novela e uma trilha sonora inesquecíveis.

Texto publicado na semana do rock na Coluna de Música do Fut Pop Clube

Logotipo criado pela artista Lais Sobral para a Coluna de Música do Fut Pop Clube

“Hei, hei, é o fim/Oh cupido, pra longe de mim”

Você acha que o primeiro festival Hollywood Rock foi o de 1988? Não é bem assim. Está em cartaz no Canal Brasil o filme “Ritmo Alucinante – A Explosão do Rock no Brasil”, do diretor Marcelo França (também conhecido como Marcelo Pietsch França, falecido em 2011). É um documentário sobre um Hollywood Rock que rolou em 1975 no estádio do glorioso Botafogo, que ficava em General Severiano, local hoje dos treinamentos e da sede do clube da estrela solitária e de um shopping. O festival foi organizado pelo produtor Nelson Motta e reuniu grandes nomes do rock nacional, como Raul Seixas, Rita Lee (já com a banda Tutti Frutti, contando com guitarra espetacular de Luiz Carlini), Erasmo Carlos e o broto legal Celly Campello. A cantora era uma das pioneiras do rock´n´roll no Brasil e estouraria de novo na onda de uma inesquecível novela das 7: “Estúpido Cupido” (Rede Globo, 1976-77; a última em preto e branco, embora os 2 últimos capítulos tenham sido coloridos),  escrita pelo dramaturgo linense/palmeirense Mário Prata e dirigida por Régis Cardoso – trama e músicas deixaram muita saudade.  Na trilha, Celly Campello cantava o tema de abertura e outra deliciosa versão, “Banho de Lua”. O site Memória Globo informa que a trilha de “Estúpido Cupido” vendeu um milhão de LPs. A fita K7 (!!!) com a trilha nacional foi uma das primeiras coisas que este colunista comprou na vida, junto com jogos de futebol de botão, edições da revista “Placar” (então semanal) e camisas de times. Continuar lendo “Entre jogos de futebol de botão e leituras da “Placar” semanal, uma novela e uma trilha sonora inesquecíveis.”

Luz, câmera… gol! É o CINEfoot em Sampa.


É o festival de cinema que a gente esperava desde a infância: tem filme sobre futebol de botão, kichute… só faltou um sobre pebolim, mas isso o Juan José Campanella está se encarregando de produzir. Também tem papo sério: conflito Israel-Palestina. Neste sábado, 2 de junho, o CINEfoot exibe a partir das 16h, no auditório do Museu do Futebol, o curta “Vai pro Gol” (na trilha sonora, tem música das meninas do Choro das 3, excelente grupo) e o longa “Sobre Futebol e Barreiras” – um olhar sobre o conflito Israel-Palestina em meio à última Copa do Mundo. Confira um teaser no site oficial.

  • Texto anterior, do primeiro dia de festival em SP:

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Saiu a seleção do 3º CINEfoot – Festival de Cinema de Futebol


O CINEfoot – Festival de Cinema de Futebol – anunciou na sua página os filmes convocados para a copa, digo, para mostra competitiva, no Rio de Janeiro (entre 24 e 29 de maio no Arteplex da praia de Botafogo) e em São Paulo (de 31 de maio a 5 junho no Museu do Futebol e Reserva Cultural). Vale a Taça CINEfoot.
Bola pro mato que o jogo é de campeonato, então. Confira a lista dos longas que participam da mostra competitiva no Rio:

Longa-metragens que participam da mostra competitiva em São Paulo: Continuar lendo “Saiu a seleção do 3º CINEfoot – Festival de Cinema de Futebol”

Som na Tela: Chico Buarque, Politheama e O Futebol.

Reproduzo post publicado em agosto de 2010

Capa do DVD Chico Buarque: O Futebol

No oitavo DVD da série retrospectiva dirigida por Roberto de Oliveira, o cantor, compositor (e peladeiro nas horas vagas) Chico Buarque mostra sua paixão não só pelo tricolor, mas pelo futebol de modo geral. O nome do DVD é uma referência ao sambadedicado a Mané, Didi, Pagão, Pelé e Canhoteiro: O Futebol, de Chico Buarque, um dos camisas 10 da paquera futebol e música no Brasil. Ou melhor, camisa 9, de Pagão, ex-jogador do Santos, ídolo de Chico – que o encontra num dos capítulos do DVD (ele também vê Pelé, Ronaldinho Gaúcho e os veteranos do Santos – que ganham do Politheama em amistoso na Vila Belmiro. Politheama é o time de pelada de Chico, que herdou o nome de seu jogo de botão. Manda seus jogos no campo Vinicius de Moraes. E como diz o hino, o Politheama cultiva a fama de não perder – fora amistosos. “Alguns empates”. Fala sério, Chico!
E ele fala de uma maneira bem divertida de futebol, ao lembrar do Maracanazo de 1950 (tem áudio de gol narrado por Edson Leite), das idas ao Pacaembu… E ainda tem uma pá de músicas que de alguma maneira citam futebol, como Conversa de Botequim (Noel Rosa/Vadico), E o Juiz Apitou (Antonio Almeida/Wilson Batista) Doze Anos (com Moreira da Silva), Pelas Tabelas, Bom Tempo (com Toquinho) etc. Para estufar o filó, mesmo. Continuar lendo “Som na Tela: Chico Buarque, Politheama e O Futebol.”

Bola na mesa

  • Mete Gol é nome de canção do Jorge Ben Jor, feita para a Copa 2006. Metegol é o nome que se dá na Argentina e outros países de língua espanhola para brinquedão que chamamos de pebolim, totó, fla-flu etc. Li que Metegol é o nome do novo filme do “hermano” Juan José Campanella, torcedor do Racing Club de Avellaneda, diretor dos espetaculares O Filho da Noiva e O Segredo dos Seus Olhos (se ainda não viu, leia meu post; e veja o filme. Recomendo!). Será um desenho animado em que os “jogadores” do tradicional 3-4-3 do totó – pebolim, metegol ou seja lá que nome você prefira – ganham vida. Vai ser muito legal isso. Você viu o que o time do Campanella fez na cena do estádio do Huracán, em O Segredo dos Seus Olhos? Então…
  • Domingo é dia de futebol de mesa no Pacaembu. Explico melhor: o Museu do Futebol promove o seu I Torneio Aberto de Futebol de Botão. São 3 categorias, para jovens botoneiros de 8 a 16 anos. A regra usada será a paulista (saiba mais no site do Museu). Mas as inscrições terminam amanhã, 12/2. Neste sábado, véspera do Torneio, o Museu vira “centro de treinamento” de futebol de botão.  Tudo de graça. Confira o serviço no site oficial e no flyer abaixo.

Politheama. Chico Buarque e O Futebol.

Publicado em 10 de agosto de 2010

Capa do DVD Chico Buarque: O Futebol

Ele é um dos principais personagens do filme Uma Noite em 67, excelente documentário já lançado em DVD. O time de coração de Chico Buarque está na ponta do Brasileirão, contratou Deco, Belletti, trouxe Washington de volta, manteve Conca e Fred  – e ainda contou com o Dia do Fico de Muricy Ramalho. No oitavo DVD da série retrospectiva dirigida por Roberto de Oliveira, o cantor, compositor (e peladeiro nas horas vagas) Chico Buarque mostra sua paixão não só pelo tricolor, mas pelo futebol de modo geral. O nome do DVD é uma referência ao samba dedicado a Mané, Didi, Pagão, Pelé e Canhoteiro: O Futebol, de Chico Buarque, um dos camisas 10 da paquera futebol e música no Brasil. Ou melhor, camisa 9, de Pagão, ex-jogador do Santos, ídolo de Chico – que o encontra num dos capítulos do DVD (ele também vê Pelé, Ronaldinho Gaúcho e os veteranos do Santos – que ganham do Politheama em amistoso na Vila Belmiro. Politheama é o time de pelada de Chico, que herdou o nome de seu jogo de botão. Manda seus jogos no campo Vinicius de Moraes. E como diz o hino, o Politheama cultiva a fama de jamais perder – fora amistosos. “Alguns empates”. Fala sério, Chico!
E ele fala de uma maneira bem divertida de futebol, ao lembrar do Maracanazo de 1950 (tem áudio de gol narrado por Edson Leite), das idas ao Pacaembu… E ainda tem uma pá de músicas que de alguma maneira citam futebol, como Conversa de Botequim (Noel Rosa/Vadico), E o Juiz Apitou (Antonio Almeida/Wilson Batista) Doze Anos (com Moreira da Silva), Pelas Tabelas, Bom Tempo (com Toquinho) etc. Para estufar o filó, mesmo.