Dos 5 brasileiros que disputam esta Libertadores, o Palmeiras é o que a conhece há mais tempo, desde 1961 (vice-campeão frente ao Peñarol). A chamada Academia voltaria a perder a Taça só na final em 68, contra o Estudiantes de La Plata, onde jogava o pai do Verón. Na nona participação, o tão sonhado título. 1999. O time do Palmeiras não era tão badalado como o de 96, mas tinha a garra de Felipão no banco. E Marcos no gol. Laterais como Arce, rei de bolas paradas, e Júnior, voando. Zaga forte: Júnior Baiano e Roque Júnior. No meio, César Sampaio, Rogério, Zinho e o brilho de Alex. Na frente, Paulo Nunes e Oseás, às vezes Evair, ídolo da torcida desde 93. Na primeira fase, uma vitória e uma derrota frente ao Corinthians. Contra o Olimpia, derrota lá por 4×2 e empate aqui. Contra o Cerro, do Paraguai, duas vitórias. Palmeiras passou em segundo no grupo e no primeiro mata-mata encarou o Vasco. 1×1 no Palestra e grande vitória em São Januário (4×2). Nas quartas, de novo o arquirrival Corinthians. Dois resultados iguais. Na decisão por pênaltis, deu Palmeiras. Na semifinal, um argentino pela frente. Em Buenos Aires, River Plate 1×0. Tudo bem. No Palestra, Verdão 3×0. O adversário na final foi o Deportivo Cáli. Na Colômbia, derrota por 1×0. Em casa, o Palmeiras fez 2×1 e levou a Taça nos pênaltis. Alviverde campeão da América pela primeira vez. Scolari ganhava pela segunda.
No ano seguinte, Felipaõ perdeu seu tri e o Palmeiras o bi ao ser derrotado só nos pênaltis pelo Boca de Bianchi, Riquelme, Schelloto e Palermo ( há quem diga que do juiz também…).
DEPOIMENTO DO TORCEDOR (Luiz Reginaldo Lima): “Minha maior lembrança de 99 foi a épica batalha (com o nascimento da lenda São Marcos) contra o Corinthians, que tinha um time superior ao Palmeiras na época, mas foi batido nos pênaltis após 2×2 agregando os 180 minutos. Na final contra o Deportivo Cali, o momento mais marcante, sem dúvida, é a vibração de Scolari e sua corrida pra galera, assim que o último pênalti vai pra fora.”
JOGOS DO PALMEIRAS NA LIBERTADORES 2009 (resultados atualizados após as partidas)
hoje, 17/02 -LDU 3×2 Palmeiras (Quito)
03/03 – Palmeiras 1×3 Colo-Colo (Palestra Itália)
08/04 – Sport Recife 0x2 Palmeiras (Ilha do Retiro)
Os Libertadores da América Raí e Telê, segundo traço de Baptistão.
O São Paulo disputou 5 Libertadores antes da Taça de 92. Bateu na trave em 74, como bateria em 94 e 2006. Curiosamente, a campanha do bicampeonato 92/93 começou com uma derrota. Campeão Brasileiro, o Tricolor de Telê Santana foi a Santa Catarina e tomou um 3×0 do campeão da Copa do Brasil, o Criciúma de Jairo Lenzi e de um treinador chamado… Luiz Felipe Scolari! Lembro-me que quem passou essa partida para SP foi a TV Jovem Pan, que ficava no canal 16 UHF, e tinha como narrador o Milton Leite (hoje no Sportv). Da Bolívia, o São Paulo voltou com um 3×0 sobre o San José de Oruro e um empate com o Bolívar. No Morumbi, devolveu a goleada ao time de Felipão com juros e correção: 4×0. Empatou com o San José e dobrou o Bolívar. Nas oitavas, contra o Nacional, no Uruguai, o São Paulo perdeu o jogo e Zetti, expulso. No Morumbi, os zagueiros Antonio Carlos e Ronaldão fizeram 2 gols e o goleiro reserva Alexandre não tomou nenhum (Alexandre morreria em acidente de carro). Nas quartas, de novo o Criciúma pela frente. 1×0 no Morumbi e 1×1 no Heriberto Hulse levaram o Tricolor para a semifinal contra o Barcelona do Equador. 3×0 no Morumbi e 2×0 em Guaiaquil. Aos trancos e barrancos, o São Paulo chegou à final contra o Newell´s Old Boys, da Argentina. Em Rosario, 0x1. Segunda e última partida no Morumbi: tentei ir ao estádio com um amigo, mas sem ingresso, desistimos no caminho totalmente congestionado e acabamos vendo pela TV. Foi o jogo do “Zetti! Zetti! Zetti” (imagine Galvão Bueno gritando). Muito sofrimento até um pênalti meio mandrake, convertido por Raí. Na decisão por pênaltis, baixou o São Waldir Peres em Zetti. Telê acabava de vez com a pecha de pé-frio. São Paulo, enfim, campeão da Libertadores da América! O gramado do Morumbi foi tomado pela festa. Taça levantada pelo capitão Raí, num timaço que ainda tinha Cafu, Palhinha, Muller, Macedo…
Na campanha do bi, o Tricolor entrou direto nas oitavas. Pela frente, de novo os argentinos do Newell´s. O 0x2 em Rosario foi compensado com um 4×0 no Morumbi. Mais mata-mata de arrepiar o coração: Flamengo. 1×1 no Maraca. Gols de Muller e Cafu no Morumbi classificaram o São Paulo para a semifinal contra o Cerro Porteño. Um a zerinho aqui e 0x0 no Paraguai. Segunda final seguida, agora contra os chilenos da Universidad Católica. Na primeira partida, em São Paulo, o Tricolou demorou um pouco para furar a retranca da Católica. Depois, foi um show: 5×1. E o grito de “bicampeão!” tomou conta do Morumbi. Mas que são-paulino não sentiu um frio na espinha quando os chilenos fizeram 2×0 em Santiago? Ainda bem que ficaram nisso. Raí levantou mais uma Taça antes de seguir para o PSG, da França. Mestre Telê era bicampeão das Américas!
O São Paulo só perdeu nos pênaltis (e nos acréscimos não dados) o inédito tri em 94, contra o Vélez do goleiro Chilavert e do treinador Carlos Bianchi, um copeiro danado. A maldição de uma das noites mais tristes da história do Morumbi demorou pra ser quebrada. O São Paulo só voltou à competição em 2004. Vacilou no finzinho da semifinal contra o Once Caldas.
Rogério Ceni, Fabão, Lugano e Alex; Cicinho (Souza), Mineiro, Josué, Danilo e Júnior; Amoroso (Tardelli) e Luizão. Este é o bom time da terceira Libertadores tricolor, num 3-5-2 sacramentado por Leão, que abandonou o navio no meio da competição, e mantido por Paulo Autuori, que já tinha a Copa de 97 pelo Cruzeiro. Contra o Stongest da Bolívia, Universidad de Chile e Quilmes, o São Paulo sempre venceu em casa e empatou fora (lembram-se daquele mal explicado episódio da prisão do argentino Desábato?) . Emoção mesmo nas oitavas, clássico contra o Palmeiras. No Palestra, Tricolor 1×0, uma booomba de Cicinho. No Morumbi, 2×0: Cicinho de novo e Rogério, de pênalti. Aliás, Rogério Ceni fez cinco gols na campanha. Dois na goleada contra o Tigres, do México, no Morumbi. No jogo de volta, a única derrota, por 2×1. Passo decisivo para conquista foi dado na semifinais contra o River Plate. Duas vitórias. Show de Danilo e Amoroso, contratado pouco antes, para o lugar de Grafite, machucado. Grafite que também foi importante na campanha, enquanto jogou. Na grande final contra o Atlético Paranaense, a primeira entre brasileiros, polêmica: o São Paulo usou o regulamento que não permitia decisão em estádio com a capacidade da Arena da Baixada. Levou o 1º jogo pra Porto Alegre, voltou com um empate. Numa noite iluminada no Morumbi, Amoroso fez 1×0. Pênalti para o Atlético no finzinho do primeiro tempo. Fora! No segundo tempo, marcaram Fabão, Luizão (seu 14º gol em Libertadores) e o reserva Diego Tardelli (golaço). Enfim, Rogério, esta Taça é sua.
Em 2006, o Tricolor bateu na trave de novo. Perdeu as finais para o Inter de Fernandão, Tinga, Alex, Jorge Wagner, Rafael Sóbis e do técnico Abel.
Seis finais, com três conquistas e três vices. Será que o tetra vem em 2009?
JOGOS DO SÃO PAULO NA LIBERTADORES 2009
(p.s.: atualizo resultados após as partidas)
18/02 – São Paulo 1×1 Independiente de Medellin (Morumbi)
O Grêmio faturou sua primeira Libertadores logo na segunda vez que disputou a competição, em 1983. Na primeira fase, o grupo tinha Flamengo e os bolivianos Bloomig e Bolívar. Um empate contra o Fla no Olímpico e cinco vitórias. O Grêmio de Valdyr Spinosa passou á fase seguinte, um triangular contra Estudiantes de La Plata e América de Cali. Uma vitória e um empate contra os argentinos e uma vitória contra os colombianos levaram o tricolor para a final, contra o sempre temido Penãrol. Em Montevidéu, deu empate, golzinho de Tita, ex-Flamengo. No Olímpico lotado por 80 mil gremistas, vitória por 2×1, gols de Caio e César. E o uruguaio Hugo De León, ex-ídolo do Nacional, levantou a Taça, justo contra seus rivais do Peñarol. O Grêmio do ídolo Tarciso e de Renato Gaúcho seria campeão do mundo contra o Hamburgo no Japão naquele ano.
Em 84, perdeu o bi na final contra Independiente de Avellaneda.
A segunda copa chegaria em 1995. O Grêmio tinha um ex-zagueiro no comando técnico. Luiz Felipe Scolari. No gol, Danrlei, ídolo da torcida. Na lateral direita e bolas paradas, Arce. No meio, Dinho tinha na bagagem título de 93 pelo São Paulo e ojovem Carlos Miguel .Na frente, Paulo Nunes e Jardel, artilheiro da competição com 12 gols. Primeira fase: derrota e empate contra o Palmeiras. Empate e goleada sobre o Emelec. Duas vitórias sobre o outro equatoriano do grupo, o El Nacional. Nas oitavas, os gremistas eliminaram os paraguaios do Olímpia. E que jogos inesquecíveis foram as disputas contra os rivais nacionais da época, os palmeirenses. Em Porto Alegre, o Grêmio abriu 5×0. Em São Paulo, o Palmeiras devolveu os tentos, mas o golzinho salvador de Jardel levou o Grêmio para as semifinais. De novo, os equatorianos do Emelec. Felipão segurou um empate fora e contou com os gols de Paulo Nunes e Jardel para chegar lá, lá na final contra o Atlético Nacional da Colômbia. No Olímpico, o Grêmio fez a lição de casa: 3×1. Em Medellin, arrancou um empate: 1×1. Grêmio bicampeão da Libertadores.
Em 2007, bela campanha gremista parou no Boca, carrasco de brasileiros na década, mais uma vez sob a batuta do maestro Riquelme em campo.
DEPOIMENTO DO TORCEDOR BETO XAVIER: “Me tornei gremista no começo dos anos 70, num Mato Grosso ainda não dividido e já com grande número de gaúchos, agricultores e militares.
Era a fase de ouro do arqui-inimigo colorado. O GRÊMIO até que montava times decentes, fazia boas campanhas, ganhava de paulistas e cariocas em pleno Maracanã ou Morumbi, mas na hora de decidir, tremia.
Eram eles que ganhavam tudo. E com justiça. Tinham realmente um grande time.
O título nacional de 1981, dentro de um Morumbi com mais de 100 mil sãopaulinos, foi um grande feito. Grande mesmo!
Mas precisávamos de mais alguma coisa, para fincarmos nossa bandeira tricolor de absoluta e bela sintonia cromática e solitária estrela dourada que homenageava o ídolo negro EVERALDO.
E esse algo mais só veio em 1983, com a conquista da AMÉRICA, da sagrada LIBERTADORES.Ave César, Ave Renato.
Daí sim, podiámos exclamar em tom épico: “Nada pode ser maior”.
A conquista do mundo, no mesmo ano, frente à patrulha hamburguesa, só tem parâmetro numa frase de uma música do GONZAGUINHA: “Coisa mais maior que grande”.
Mas tudo nasceu daquela Libertadores libertadora de 83
E por isso, que cada vez que o GRÊMIO entra para disputar este torneio, fica latejando aquela frase: “NADA PODE SER MAIOR”. (esse é o depoimento do amigo Beto Xavier)
JOGOS DO GRÊMIO NA LIBERTADORES 2009
(vou atualizando os resultados à medida em que são disputadas)
25/02 – Grêmio 0x0 Universidad de Chile (Olímpico)
11/03 – Boyacá Chicó 0x1 Grêmio (Tunja, Colômbia)
25/03 – Aurora 1×2 Grêmio (Cochabamba)
07/04 – Grêmio 3×0 Aurora (Olímpico)
15/04 – Universidad de Chile 0x2 Grêmio (Santiago)
O ano, 1976. Na primeira fase, o Cruzeiro -então vice brasileiro- pegou o Internacional, de Minelli, Falcão e cia, e dois times do Paraguai: o Sportivo Luqueño e o Olimpia. O Cruzeiro também tinha um timaço: no gol, Raul, que seria campeão do mundo pelo Fla em 81. O lateral-direito Nelinho tinha aquela bomba, capaz de chutar bola fora de estádios grandes como o Mineirão. Piazza e Jairzinho ganharam a Copa 70 no México. Palhinha fazia muitos gols (seria campeão paulista pelo Corinthians em 77). Na ponta-direita, Roberto Batata, ídolo da torcida cruzeirense, morreria num acidente de carro durante as semifinais. O ponta-esquerda era o infernal Joãozinho. Bom, o Cruzeiro ganhou as duas do Inter (5×4 e 2×0) e do Sportivo Luqueño (3×1 a 4×1). Com o Olimpia, um empate fora de casa (2×2) e uma goleada no Mineirão (4×1). Na fase semifinal, mais gols, muitos gols mais: 3×1 e 4×1 na LDU de Quito. 4×0 e 7×1 no Alianza de Lima (foi depois dos 4×0 contra o Alianza, no Peru, que Roberto Batata morreu, quando seguia de carro para o interior de Minas para ver mulher e filha ). Na grande final, o Cruzeiro começou goleando o River Plate em BH: 4×1. Perdeu em Buenos Aires por 2×1. No desempate, em Santiago do Chile, Cruzeiro 3×2, com gol de falta de Joãozinho no fim do jogo. Nelinho se preparava para bater. Joãozinho se antecipou e cobrou sem ninguém esperasse. Nem o goleiro do River, Landaburu, que nem se mexeu. Título da Libertadores dedicado a Roberto Batata. Continuar lendo “A primeira Libertadores do Cruzeiro”→