Metallica em turnê

POR LUIZ REGINALDO LIMA (de Nova York)

Sou fã de carteirinha do Maiden. É minha banda favorita desde os 13 anos. Tenho tudo em LP, CD, DVD, VHS , etc. Já fui a todos os shows do Iron ao meu alcance. Apesar de tudo isso, confesso que fiquei dividido sobre qual é a melhor banda de metal ao vivo, após assistir à apresentação do Metallica no Prudential Center, em New Jersey, há duas semanas. O show é impecável. A começar pela inovadora posição do palco. O cenário deixa o palco no centro da arena, com a bateria de Lars no centro e com Heltfield, Hammet e Trujillo se alternando o tempo todo nos quatro cantos . Ou seja, o espectador vê todos os músicos à sua frente em pelo menos um trecho de cada música. Set list: muito bem escolhido. Eles precisam divulgar o Death Magnetic e tocam umas 5 desse álbum, inseridas no meio das clássicas.As clássicas também variam de acordo com o show. Shows da Philadelphia , Long Island e Newark não tiveram repertórios idênticos. No de Newark, por exemplo, entrou “Ride the lightning” no lugar de “Creeping death” em relação ao show de Long Island. Heltfield faz discursos empolgados e assusta pela potência da voz ao vivo. Como bem disse o meu parceiro de concertos aqui na região, Sérgio Badke : “queria eu tocar os riffs que ele toca e , ao mesmo tempo, cantar daquela maneira”. A competência do resto da banda todo mundo jásabe, mas destaco o baixo potente de Trujillo. O cara caiu como uma luva na banda, sobretudo pela atitude. “Kill ‘em all”, “Ride the Lightning”, “Master of Puppets”, “And Justice for all”, black album….todos muito bem representados ao longo das mais de 2 horas de show. “Load”, “Reload” e “St Anger” ficaram de fora, mostrando que provavelmente foram deslizes na belíssima discografia. O bis é espetacular, com um cover (pode ser “Tie your mother down” do Queen ou  “Blitzkrieg”), pra fechar com o maior riff de trash metal de todos os tempos : “Seek and Destroy”. O Metallica mostra que quantidade não significa qualidade. Lança poucos álbuns e faz poucas turnês, mas quando vem com coisa nova é garantia de casa cheia. Os fãs sabem que vem coisa boa. Quem sabe se a banda não estende a turnê mundial e inclue o Brasil no roteiro?

[texto escrito por LUIZ REGINALDO LIMA, de Nova York]

P.S. – Na enquete promovida aqui, o “black album” venceu como o melhor do Metallica, ao lado do “Master do Puppets”.

Guaratinguetá, o tricolor do Vale

a garça do Vale
Mascote do Guaratinguetá: a garça do Vale

Comecei a simpatizar com o Guaratinguetá porque meus pais moraram um tempo nesta cidade de pouco mais de 100 mil habitantes (ao lado de Aparecida, à beira da Dutra) , terra de Frei Galvão, Dilermando Reis e do professor Pasquale.  Cidade razoavelmente tranquila, de algumas faculdades, muitas repúblicas e um grande orgulho: o Guaratinguetá, clube-empresa que conquistou o título de campeão do interior de SP em 2007 (lembro-me das buzinas da carreata, na madrugada da festa), dono da melhor campanha na primeira fase do Paulistão 2008 e que por questão de um gol não subiu para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Com um pouco de disposição e sem os torós das tardes quentes, dá para caminhar da rodoviária -no centro- ao estádio municipal, Dário Rodrigues Leite, o Ninho da Garça, na Vila Paraíba. E foi debaixo de chuva que o Guará goleou o Santo André de Marcelinho Carioca por 4 a 0 neste sábado. Apenas a segunda vitória do tricolor do Vale no certame, em que  já trocou de técnico uma vez. Saiu Argel, entrou Estevam Soares (dispensado pela Lusa).  Já deu para livrar alguns pontos da zona de rebaixamento. Resta saber se o time agora comandado por ex-zagueiro Estevam terá fôlego para lutar pela segunda faixa de campeão do interior com o ataque Rodrigão-Luizão, sim, o maior artilheiro brasileiro em Libertadores. Acho que para chegar às semifinais pelo segundo ano seguido a parada é bem mais complicada. O Guaratinguetá está na Copa do Brasil e estreia em casa, nesta quarta-feira, 20h30, contra o Caxias (RS). Pelo Paulistão, na próxima rodada deve receber o Corinthians, no sábado de carnaval, certamente com Ninho cheio. Espero que a direção do Guará possa manter a maior parte do elenco para desta vez, sim, conseguir subir da série C para a B, no elevador do futebol nacional.

Diamante Negro – Biografia de Leônidas da Silva

Você curtiu o livro A Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, obra de Ruy Castro? Aceita uma dica de outra emocionante biografia? É a sobre o artilheiro Leônidas da Silva, escrita por André Ribeiro, que está sendo relançada com novos nome, capa e editora: Diamante Negro – Biografia de Leônidas da Silva (Cia dos Livros). O jornalista André Ribeiro – autor também de Fio de Esperança -Biografia de Telê Santana), reproduz um diálogo entre um taxista argentino e o jornalista Luís Mendes. “Pelé não é nada, nada, nada… perto de Leônidas”, diz o motorista.

O polêmico cracaço de bola carioca, jogou (e aprontou!) no Sírio e Líbanes, São Cristóvão, Bonsucesso, Penãrol, Vasco, Botafogo, Flamengo (campeão nos 3 grandes grandes cariocas onde jogou), São Paulo (cinco títulos paulistas na década de 40!) e Seleção Brasileira (artiheiro da Copa do Mundo de 1938 com 7 gols, segundo site da Fifa). No fim da carreira, teve oportunidade de ser técnico no São Paulo, mas o gênio difícil atrapalhou. Depois, virou comentarista de rádio (Pan), até o Mal de Alzheimer complicar as coisas. Leônidas, ídolo de infância de Pelé, superlotou uma estação de trem quando deixou o Flamengo para jogar no São Paulo. A estreia no Tricolor, num 3×3 contra o Corinthians em 1942 é considerado até hoje a partida de maior público do Pacaembu. Leônidas morreu em 24/01/2004, na véspera dos 450 anos da cidade de S.Paulo. Aí já viu, né? O carioca que foi ídolo na cidade de São Paulo dos anos 40 não teve as homenagens que merecia. Continuar lendo “Diamante Negro – Biografia de Leônidas da Silva”

Heaven & Hell

TEXTO ESCRITO POR LUIZ REGINALDO LIMA, de Nova York:

O Heaven & Hell fez duas turnês muito boas nos últimos anos. O projeto conta com a volta da formação do clássico do Black Sabbath, “Live Evil”. Iommi e Buttler chamaram Dio e Appice de volta e o resultado é muito bom. Pode haver discussão sobre quem é o mais clássico dos vocalistas do Sabbath (90% vão dizer que é o Ozzy), mas o fato é que Ronnie tem uma voz poderosíssima e os álbuns gravados na sua primeira passagem pelo Sabbath (“Heaven and Hell”e “Mob Rules”) são duas obras primas.
O Heaven & Hell não toca nada que não seja da fase Dio no Sabbath. Esqueça “Paranoid”, “War Pigs” ou “Born Again” (épico com Gillan nos vocais).
Os shows são muito bons. O baixinho Dio continua muito bom ao vivo. Iommi com a mesma guitarra poderosa (aquela das cruzes no traste), incendiando o palco. Buttler com a mesma precisão e técnica no baixo e Appice compõe bem (obviamente, Bill Ward é bem melhor, mas esse é muito amigo de Ozzy e é compreensível ter ficado de fora).
Todas as faixas clássicas do “Mob Rules” e “Heaven and Hell” são tocadas: “Lady Evil”, “Die Young”, “Children of the Sea”, “Voodoo” e claro, “Mob Rules” e “Heaven and Hell. Duas ou três do “Dehumanizer” também entram no set-list (detaque para a ótima “I “). Da turnê de 2006, saiu um DVD-CD ao vivo no Radio City Music Hall em NY. Estive nos shows do PNC Arts Center (New Jersey), onde o clima de heavy metal é muito melhor (palcão, com uma concha acústica e muito gramado, lembrando os grandes festivais de metal). Aliás, em 2008, o Heaven & Hell tocou na mesma data com Testament, Motorhead e Priest (que fechava a noite). 
Os fãs brasileiros não perdem por esperar. Excelente show. Vale cada centavo.
(LUIZ REGINALDO LIMA)