“Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.

“Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.
Cartaz argentino de Papéis ao Vento, que passou nos cinemas em novembro de 2015. https://www.facebook.com/PapelesViento

Mario Pittilanga. Um jogador (fictício) que serviu a seleção Sub-17 da Argentina num Mundial. O jovem vai parar na terceira divisão do futebol argentino, emprestado ao Club Atlético Mitre, time que realmente existe, um aurinegro de uniforme como o do Peñarol, em Santiago del Estero, a mais de mil quilômetros a noroeste de Buenos Aires. O passe de Pittilanga está no nome da mãe de Mono e Fernando, torcedores fanáticos pelo Independiente de Avellaneda, o Rey de Copas. Mono pagou 310 mil dólares pelo passe da promessa de craque, e isso é tudo que ele deixa de herança para a filha, Guadalupe, depois de uma batalha contra um câncer no pâncreas. O mano Fernando se reúne com dois amigos de Mono – Maurício e Russo – e fazem de tudo pra tentar vender Pittilanga antes que o pibe ganhe passe libre do Platense e saia de graça. E isso inclui mudar a posição do jogador. De camisa 9 em 6. O centroavante vira zagueiro. Assim é “Papéis ao Vento”, produção argentina que passou como um ponta rápido por cinemas brasileiros no final de 2015 e está disponível nas plataformas. O filme, de Juan Taratuto, é baseado na novela “Papeles en el viento”, de Eduardo Sacheri, também roteirista da película. Sacheri, um torcedor fanático do Rojo, escreveu dois golaços dos cinema argentino, “O Segredo dos Seus Olhos” e “Metegol – Um Time Show de Bola”.

Flâmula do Independiente, El Rojo, El Rey de Copas.

Filme e livro, especialmente, são um tributo à amizade e claro, ao Independiente. As cenas no estádio Libertadores de América em dia de dérbi contra o Racing são de tirar o fôlego. Caso goste do filme e se interesse pela literatura futbolera argentina, vale a pena procurar o livro do Sacheri. Fica ainda mais clara a paixão – de Mono, dos outros personagens e do autor – pelo Rojo, pelas glórias da equipe comandada por Bochini nos 70 e 80. Aqui deixo o link para o e-book, em castelhano.

Trailer dentro do post. Continuar lendo ““Papéis ao Vento”. Veja o filme. Leia o livro.”

“Papéis ao Vento”

10714365_1755907211300447_1202887142285361251_oUm torcedor do Independiente torra toda as suas economias comprando o passe de um centroavante que prometia muito, foi convocado pra Mundial sub-17 e tudo, mas acabou na terceira divisão argentina. Fica doente, e em estado terminal, ouve a promessa que a filha continuará sendo torcedora do Rojo. O irmão e mais dois amigos inseparáveis ficam com o abacaxi que é o passe da “promessa” que não faz gols nem na terceirona. Como já deu pra perceber, “Papéis ao Vento (“Papeles en El Viento”) fala muito sobre futebol, mas é acima de tudo sobre a amizade.  O filme de Juan Taratuto é baseado no livro “Papeles en El Viento”, de Eduardo Sacheri, roteirista de O Segredo dos Seus Olhos” e “Um Time Show de Bola” (lá, “Metegol”), que é Indepediente rojo. Sacheri também escreveu o roteiro de “Papéis ao Vento” ao lado do diretor Taratuto. Infelizmente, o filme estreou na surdina em São Paulo, numa única sala e com poucas sessões. Corra, se quiser ver no cinema.

É recomendado pra quem gosta de cinema argentino, especialmente a quem se interessa pela excelente literatura futbolera de Eduardo Sacheri. Ah, sim, são de arrepiar as curtas cenas que mostram a cancha do Independiente, um alçapão chamado estádio Libertadores de América. Afinal, o Rojo é o Rey de Copas – são 7 Libertadores.

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Lançamento: “Maracanazo. E Outras Histórias.”

O lançamento da nova camiseta de La Roja, a seleção da Espanha (veja post anterior), é um bom gancho para falar do livro de contos do jornalista Arthur Dapieve, “Maracanazo – E Outras Histórias” (Alfaguara, também disponível como e-book).
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A camisa vermelha da Fúria – bem como a camisa também vermelha da seleção chilena, também conhecida como La Roja – são importantes no quinto e último conto, “Maracanazo”, que dá nome ao livro de Dapieve.  Ele não trata da final da Copa de 50, fatídica para os brasileiros e heroica para os uruguaios. Mas de um jogo que foi de vida ou morte para a seleção espanhola na Copa de 2014, contra o Chile, logo depois daquela derrota de goleada para a Holanda, na Fonte Nova, a partir daquele gol espetacular do RVP, o Van Persie. O narrador do conto, Victor, um torcedor espanhol (e do Real Madrid, que nem pronuncia o nome do Barça e não quer nem saber de independência catalã), um sujeito católico e bem de direita, conhece na arquibancada agora colorida do new Maraca uma gatinha com a camisa – vermelha – do Chile. Só que no espectro político, a garota está do lado totalmente oposto ao de Victor.

Em meio a muitas referências aos fatos que antecederam o Mundial de 2014, como os protestos da época da Copa das Confederações – quem já esqueceu o “não vai ter Copa!”? – a ficção de Dapieve é cheia de referências a política, futebol e música, como uma espécie de Nick Hornby dos trópicos, com cenas tórridas. E um final violento e chocante. Alta fidelidade, alta voltagem.

“Maracanazo”, o conto, foi lançado primeiro na França, em março de 2015, como novela independente, a convite de Jean-Marie Ozanne, da editora Folies d’Encre. Ficou em segundo lugar no prêmio Jules Rimet, dedicado à literatura sobre futebol.

Em outros contos, Dapieve fala de pegar “jacaré” em Copacabana (dá pra ler um trecho aqui); de nazismo e música clássica, em Viena, 1939, antes da anexação da Áustria; e do finzinho da era Syd Barrett no Pink Floyd, 1968. Antes das crônicas semanais no Globo e dos contos, Dapieve se destacou como um dos melhores críticos de música do Brasil.
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Literatura e futebol

Que livro você indicaria pro cartola, treinador ou jogador do seu time? “A Bola Não Entra Por Acaso“? Que tal “Guardiola Confidencial? Ou “Estrela Solitária“?IMG_20150923_064136

Fiquei sabendo numa página da espanhola Revista Líbero que o Athletic Club e sua fundação fizeram uma ação em que os torcedores dão dicas de livros pra atletas dos times masculino e feminino do Athletic, pro técnico Ernesto Valverde e cartolas. Valverde, o capitão Gurpegui, o presidente Josu Urrutia, o ex-goleiro José Angel Iribar e outros três nomes ligados ao time basco recebem as sugestões, escolhem um livro, assumem o compromisso de ler o título em um mês e dão dica de um livro pro torcedor, que assume o mesmo compromisso.

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No começo de novembro, a  Fundación Athletic Club vai promover em Bilbao um ciclo de debates sobre literatura, jornalismo e quadrinhos sobre futebol. Lembrando que a Fundación Athletic Club também promove um festival anual sobre cinema de futebol, o Thinking Football, que é muito bom (o blog já acompanhou uma das edições). Assim com no festival de cinema, no ciclo de literatura os convidados não são necessariamente ligados aos leones, como o jornalista Martí Perarnau, autor do livro “Guardiola Confidencial” (Herr Pep), sobre o primeiro ano do técnico catalão no Bayern. Aúpa Athletic!

Você pode saber mais sobre a ação de leitura do Athletic neste link.

Por aqui, foi muito bom saber via Mauro Cezar Pereira e Trivela que o zagueiro flamenguista Wallace é um cara que gosta de ler, e divulga suas dicas num blog, O Wallace Leu. Continuar lendo “Literatura e futebol”

“82 – Uma Copa – Quinze Histórias”

Dica da coluna do Tostão.

http://82umacopa15historias.blogspot.com.br/
http://82umacopa15historias.blogspot.com.br/

Dos 5 clássicos entre Canarinho e Azzurra nas Copas, ganhamos as duas finais (tema do post seguinte) e vencemos também a decisão do 3º lugar em 1978 (golaço do Nelinho!). E a Itália triunfou em duas autênticas “decisões”: semifinal de 1938 e em 5 de julho de 1982.Só no ano passado, o Brasil 2×3 Itália do velho estádio do Espanyol e a seleção de Telê foram tema de três livros brasileiros, mais o do colombiano Wilmar Cabrera, “Los Fantasmas de Sarrià Visten de Chándal“, lançado na Espanha. E agora “82 – Uma Copa – 15 Histórias reúne 15 contos de ficção em torno da chamada “tragédia do Sarrià”. Ele fala de uma seleção que não ganhou a Copa, mas conquistou o mundo, como diz o título de outro livro, o de Falcão. O Brasil de Telê poderia empatar, mas perdeu da grande Itália de Zoff, Rossi e Bearzot e saiu fora de um emocionante Mundial.82 - DIVULGAÇÃO (1)
Dentro do post, o convite para a próxima noite de lançamento do livro organizado por Mayrant Gallo em Salvador, que tem na capa a premiada foto de Reginaldo Manente, primeira página do saudoso “Jornal da Tarde” no dia seguinte da “tragédia“. Continuar lendo ““82 – Uma Copa – Quinze Histórias””

#Metegol. 29 de novembro nos cinemas brasileiros, como “Um Time Show de Bola”.

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Tenho a impressão que a venda de pebolins vai disparar no mundo todo! S e n s a c i o n a l o novo trailer da animação 3D “Metegol”, do oscarizado diretor Juan José Campanella. A estreia na Argentina será em 18 de julho. “Metegol” será “Futbolín” na Espanha e “Foosball” nos EUA. Aqui no Brasil poderia ser “Pebolim”, “Totó”, “Fla-Flu”… Mas vai ser “Um Time Show de Bola”. Segundo o site IMDB (fantástica base de dados sobre cinema na rede), “Metegol / Um Time Show de Bola” entra em campo… err, entra em cartaz em 29 de novembro. Juan José Campanella é diretor dos ótimos “O Filho da Noiva” e “O Segredo dos Seus Olhos” (que tem uma cena de tirar o fôlego no estádio do Huracán, em Buenos Aires) e “Clube da Lua” – todos com o ator Ricardo Darín. E o roteiro de “Metegol” é baseado no conto “Memórias de un Wing Derecho”,do escritor Roberto Fontanarossa, um torcedor maluco pelo Rosario Central.  Continuar lendo “#Metegol. 29 de novembro nos cinemas brasileiros, como “Um Time Show de Bola”.”