Lançamento: “Maracanazo. E Outras Histórias.”

O lançamento da nova camiseta de La Roja, a seleção da Espanha (veja post anterior), é um bom gancho para falar do livro de contos do jornalista Arthur Dapieve, “Maracanazo – E Outras Histórias” (Alfaguara, também disponível como e-book).
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A camisa vermelha da Fúria – bem como a camisa também vermelha da seleção chilena, também conhecida como La Roja – são importantes no quinto e último conto, “Maracanazo”, que dá nome ao livro de Dapieve.  Ele não trata da final da Copa de 50, fatídica para os brasileiros e heroica para os uruguaios. Mas de um jogo que foi de vida ou morte para a seleção espanhola na Copa de 2014, contra o Chile, logo depois daquela derrota de goleada para a Holanda, na Fonte Nova, a partir daquele gol espetacular do RVP, o Van Persie. O narrador do conto, Victor, um torcedor espanhol (e do Real Madrid, que nem pronuncia o nome do Barça e não quer nem saber de independência catalã), um sujeito católico e bem de direita, conhece na arquibancada agora colorida do new Maraca uma gatinha com a camisa – vermelha – do Chile. Só que no espectro político, a garota está do lado totalmente oposto ao de Victor.

Em meio a muitas referências aos fatos que antecederam o Mundial de 2014, como os protestos da época da Copa das Confederações – quem já esqueceu o “não vai ter Copa!”? – a ficção de Dapieve é cheia de referências a política, futebol e música, como uma espécie de Nick Hornby dos trópicos, com cenas tórridas. E um final violento e chocante. Alta fidelidade, alta voltagem.

“Maracanazo”, o conto, foi lançado primeiro na França, em março de 2015, como novela independente, a convite de Jean-Marie Ozanne, da editora Folies d’Encre. Ficou em segundo lugar no prêmio Jules Rimet, dedicado à literatura sobre futebol.

Em outros contos, Dapieve fala de pegar “jacaré” em Copacabana (dá pra ler um trecho aqui); de nazismo e música clássica, em Viena, 1939, antes da anexação da Áustria; e do finzinho da era Syd Barrett no Pink Floyd, 1968. Antes das crônicas semanais no Globo e dos contos, Dapieve se destacou como um dos melhores críticos de música do Brasil.
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#Euro2016: a nova camiseta da Espanha, atual bicampeã. #LaRoja!

A Adidas apresentou hoje, na Ciudad del Fútbol de Las Rozas, perto de Madri, a a camisa que a seleção espanhola vai usar na França, para tentar o tricampeonato consecutivo da Eurocopa. Clássica, sem muita frescura, com um quê de retrô a camisa nova de #LaRoja. Gostei!

Camiseta nova da Espanha, modelo Euro 2016. adidas.
Camiseta nova da Espanha, modelo Euro 2016. adidas.

A seleção da Espanha começa a usar o novo kit nos amistosos contra Inglaterra e Bélgica. Depois de jogar toda de vermelho na decepcionante campanha no Brasil 2014, o calção volta a ser azul.

O capitão Casillas comandou até selfie com os bicampeões…
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… e olha o resultado da foto, que o agora goleiro do Porto publicou na sua conta no Twitter.

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Espanha, sua linda!

Espanha, sua linda!

Está de volta a liga das estrelas! A bola já rola no campeonato espanhol. Houve algumas perdas, como as recentes vendas de Pedro (do Barça pro Chelsea) e a do zagueiro argentino Otamendi (do Valencia pro Manchester City). O Sevilla negociou seu melhor atacante pro Milan. Xavi foi pro Qatar. Casillas foi pro Porto. Por outro lado, o Real Madrid trouxe Kovacic da Inter e Danilo e Casemiro dos Dragões.  Também do Porto – como vende bem! – o Atlético de Madrid trouxe Jackson Martínez. Perdeu Arda Turan pro Barça, mas a estreia vai ser apenas em 2016. Os trios MSN e BBC continuam firmes.

Convido vocês a refazer virtualmente os giros do Fut Pop Clube por dez dos vinte estádios da primeira divisão!

Começando pelo Camp Nou!

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Este ano o blog acompanhou in loco a grande vitória do Barça sobre o PSG, no caminho de Berlim. Em 2011, viu o Pep Team conquistar a Supercopa no segundo e nervoso El Clasico contra o Real de Mourinho.

Também revisitei o Campo de Fútbol de Vallecas, do guerreiro Rayo Vallecano. Detalhe: foi contra o vizinho rico, o Real Madrid.

Campo de Vallecas.
Campo de Vallecas.

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Madrid diz #GraciasIker. Foi um ‘adiós’ ou um ‘hasta lluego’ a Casillas?

Madrid diz #GraciasIker. Foi um ‘adiós’ ou um ‘hasta lluego’ a Casillas?

11703333_10150880964484953_1015741055874358646_nDespedida emocionada. E emocionante.


A primeira vez que me lembro de ter visto Iker Casillas jogar foi no Mundial de Clubes de 2000, realizado no Morumbi e no Maracanã. Tinha 18 anos e já começava a ser testado no time titular do Real Madrid – onde chegou em 1990, com apenas 9 anos. Neste sábado, o Madrid confirmou de maneira oficial o que o mundo já sabia. Chegaram ao fim os 23 anos de San Iker no clube #blanco. Depois de 725 partidas, 19 temporadas, ajudando a levantar 3 Champions League, 1 Mundial de Clubes, 2 Intercontinentais, 2 Supercopas da Europa, 5 ligas espanholas, 2 Copas do Rei e 4 Supercopas de Espanha, Casillas vai mesmo ser guarda-redes do Porto. Continuar lendo “Madrid diz #GraciasIker. Foi um ‘adiós’ ou um ‘hasta lluego’ a Casillas?”

“L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya”

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https://www.facebook.com/pages/Bonita-Films/

Por coincidência ou não, dias antes do plebiscito sobre independência convocado pelo governo da Catalunha (e contestado pelo governo espanhol), estreou em Barcelona um documentário sobre a chegada do craque holandês Johan Cruyff ao Camp Nou. L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya”. O filme foi dirigido por Jordi Marcos e produzido pela Bonita Films, de Barcelona, com colaboração do jornalista Xavi Torres.

Dica do caderno de Esportes do Estadão deste sábado (aqui, a reportagem de Raphael Ramos).

O doc reúne celebridades do futebol e da sociedade catalã. Quando Cruyff chegou ao Barça, o franquismo ainda dava as cartas na Espanha. A língua catalã estava banida e o pessoal aproveitava os jogos no Camp Nou para tirar o grito do fundo da garganta. Como jogador blaugrana, o eterno camisa 14 ganhou uma liga espanhola (1973-74) e uma Copa do Rei (77-78). Como técnico, foi ainda mais bem sucedido: tetra espanhol no começo dos 90, uma Copa do Rei (89-90), três supercopas da Espanha, uma Recopa europeia (89), a desejada Copa (Liga) dos Campeões e a Supercopa europeia em 1992. Comandou a geração do chamado Dream Team do Barça (com um jovem Guardiola com a camisa 4) e só perdeu o Mundial de Clubes no Japão, para o São Paulo do mestre Telê Santana.

Vamos torcer para que  L’últim partit” chegue aos cinemas ou a algum festival brasileiro, como o CINEfoot. Continuar lendo ““L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya””

Rayo Vallecano 2014-15

O post sobre o Rayo Vallecano de Madrid no blog Efeito Fúria, da jornalista brasileira Tatiana Mantovani, destaca o orçamento do clube de Vallecas para a temporada: apenas 7 milhões de euros, contra as centenas de milhões do Barça e dos vizinhos Real, campeão europeu pela décima vez, e Atlético de Madrid, campeão e supercampeão espanhol.

Em 2014, o Rayo comemorou 90 anos (veja os uniformes comemorativos)- foi fundado em 29 de maio de 1924. É um time de bairro, alternativo, simpático, que (à maneira do Juventus da Mooca no Paulistão de até alguns anos atrás), de vez em quando apronta uma travessura e arranca pontos preciosos dos três grandes, como aconteceu com o Atlético multicampeão de Diego Simeone no começo da temporada 14-15.

  • >IN>: Léo Baptistão, atacante brasileiro que já goleou pelo Rayo, volta a Vallecas emprestado pelo Atlético de Madrid, é um dos principais reforços de um ‘time de operários’. Emiliano Insúa (lateral-esquerdo, também emprestado pelo Atleti).
  • <OUT<: o argentino Joaquín Larrivey (Celta) foi uma das perdas.
  • Técnico: o ‘figuraça’ Paco Jémez, no Rayo desde 2012.
  • Estádio: Campo de Fútbol de Vallecas. Estação do Metrô de Madri: Portazgo (linha 1). Capacidade: 14.708. Para a temporada 14-15, já são mais de 10 mil rayistas ‘abonados’. Torcedores de carteirinha, com direito a entrar em todos os jogos.

    http://www.rayovallecano.es/
    O Campo de Fútibol de Vallecas : a casa do Rayo | http://www.rayovallecano.es/

A atmosfera de um jogo no Campo de Vallecas e o cotidiano de um clube alternativo, de bairro, realmente do povo como o Rayo foram bem retratados neste maneiríssimo curta da série Sausages and Caviar, ao som da banda Parálisis Permanente.

http://www.rayovallecano.es/
http://www.rayovallecano.es/
  • Uniformes: são feitos pela italiana Erreà e para esta temporada ganharam a marca do novo patrocinador, Qbao.

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Minuto de silêncio para Don Alfredo Di Stéfano, a “flecha loura”.

Capa do livro de memórias de Di Stéfano
Capa do livro de memórias de Di Stéfano. No caso, ‘Vieja’ é a bola.

Alfredo Di Stéfano, o craque argentino nascido em Buenos Aires (que também jogou pela Espanha) morreu hoje, aos 88 anos. O site do Real Madrid fez uma galeria dos títulos de Don Alfredo no gigante branco de Madrid, clube do qual era presidente de hora. Pelo Real,  La Saeta Rubia (“a flecha loura”) ganhou “apenas”:

Colecionador de copas. http://www.realmadrid.com/
Colecionador de copas. http://www.realmadrid.com/
  • 1 Copa Intercontinental (o Mundial de Clubes), em 1960, contra o Peñarol.
  • 2 Copas Latinas: 1955 e 1957.
  • 1 Pequena Copa do Mundo: 1957
  • 8 campeonatos espanhóis (das 11 ligas disputadas com a camisa branca).
  • 1 Copa de Espanha (então Copa do Generalíssimo… argh!)
  • 5 troféus Pichichi, prêmio de artilheiro do campeonato espanhol que leva o nome do artilheiro do Athletic Bilbao que inaugurou o velho San Mamés

Veja como reagiram à notícia outros clubes – e as duas seleções – em que Di Stéfano jogou.

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“Rock Flu” #107: Copa 2014 + rock espanhol.

Armando de Castro, um dos guitarristas do Barón Rojo, mandando ver na slide guitar.
Armando de Castro, um dos guitarristas do Barón Rojo, mandando ver na slide guitar.

1554572_599644696823560_6384187090497071158_nPela segunda vez em 4 anos, este blogueiro teve o prazer de participar do programa Rock Flu“, dos tricolores Gustavo Valladares e Sergio Duarte. O programa foi gravado na quinta-feira, 15º dia do Mundial, dia em que saiu a punição ao atacante uruguaio Luisito Suárez e da última rodada da 1ª fase. Portanto, não faltou assunto. Entre um pitaco e outro sobre a Copa, o Gustavo e o Serginho rolaram rock da Espanha. Um rock sem tiki-taka. Tá mais pra furioso, mesmo. Dos cantores Miguel Ríos (“Bienvenidos” à Copa de 1982 ) e Rosendo ao metal da banda Dark Moor, o playlist do “Rock Flu” 107 passou pelo rock and roll pesado, metal mesmo, da banda madrilenha Barón Rojo (mais de 30 anos de estrada)  e pelo som do Estopa, que lota grandes teatros na Espanha com sua mistura de pop en español e pitadas de rock, flamenco, rumba,salsa, cumbia etc. Tive a oportunidade ver concertos desses dois grandes nomes da música espanhola, Barón Rojo e Estopa, na última turnê dos blogs Fut Pop Clube por estádios europeus.

Na verdade, ao participar desse programa especial do “Rock Flu“, tive uma aula de rock de todas as partes da Espanha. Do rock galego, vem o punk rock da banda Siniestro Total. É de Vigo, terra do Celta.

O metal pesado espanhol é representado pelo Obús e pelo Mägo de Oz (mais pro folk metal).

Da época da “movida”, que agitou a cultura de Madri e da Espanha nos anos 80, vem a banda Radio Futura.

Do País Basco e de Navarra, são as bandas Eskorbuto (punk), La Gripe  e Barricada – que levantava a bandeira do rock radical basco.

O rock aragonês é representado pela banda Prau(da terra do Real Zaragoza).

Da Catalunha, vem La Banda Trapera del Río. É de Cornellà, onde está o moderno estádio do Espanyol, como a popular dupla do Estopa – mas a família dos irmãos Davi e José Muñoz, torcedores do Barça, vem de Extremadura – terra do Extremoduro, Tome rock en español.

Tem até rock da Andaluzia! Montoro! Continuar lendo ““Rock Flu” #107: Copa 2014 + rock espanhol.”

Muchas gracias

Curitiba
Curitiba

Com o 3×0 sobre a Austrália, na Arena da Baixada, em Curitiba, a Espanha se despediu  da Copa de 2014. Este jogo está sendo considerado o fim da geração do tiki-taka, aquela posse de bola que tanto irritou quem não gosta da seleção espanhola, mas que entre a Euro 2008 e a Euro 2012, incluindo a Copa do Mundo 2010, significou o melhor futebol do mundo.

Nos últimos tempos, da final da Confed 2013 para cá, talvez tenha faltado exatamente a fúria do velho apelido da seleção, que adotou o “La Roja” mais recentemente, para ira dos chilenos.

Obrigado ao Xavi, volante com excepcional passe, que não deve jogar mais pela Fúria / La Roja.

Gracias, David Villa, maior artilheiro da história da seleção espanhola, que se despediu com mais um gol – de letra-e muita emoção. Pena que o “Guaje” só entrou no 3º jogo… Boa sorte no NYCFC.

Valeu!

Supersegunda da Copa


Três já estão com as malas prontas. A Austrália (que não jogou mal, não, longe disso, nas duas derrotas, para Chile e Holanda), a Espanha (que viu o fim de um ciclo campeão) e os leões de Camarões, que até agora decepcionaram.

Duas já estão garantidas. Holanda e Chile devem fazer uma partidaça em São Paulo. As torcidas já chegaram.

Brasil, México e Croácia brigam por duas vagas. Prepare-se para uma tarde de emoções. Porque essa é mesmo uma copa cheia de surpresas.

Colombianos, chilenos, holandeses, brasileiros... torcedores confraternizam em São Paulo antes da segunda decisiva.
Colombianos, chilenos, holandeses, brasileiros… torcedores confraternizam em São Paulo antes da segunda decisiva.

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