
Nesta sexta-feira, 10 de agosto, o Fut Pop Clube começa a festejar o centenário de nascimento de Jorge Amado com o distintivo do Esporte Clube Ypiranga, de Salvador, o time de coração do escritor baiano. O Ypiranga, herdeiro do Sport Clube Sete de Setembro, foi fundado em 7 de setembro de 1906. “O Mais Querido” é o terceiro time com mais títulos no futebol baiano, atrás apenas do Bahia e do Vitória: o canário aurinegro ganhou 10 campeonatos da primeira divisão estadual, o último em 1951. Sob nova direção, hoje o Ypiranga (de) Amado tenta reencontrar o seu caminho.
Como todo mundo que conhece um pouquinho da vida do escritor sabe, Jorge Amado era comunista. E no futebol, sua predileção eram os times de origem operária. Também era torcedor do Bangu Atlético Clube.
O autor de “Jubiabá”, “Capitães da Areia”, “Gabriela, Cravo e Canela”, “Dona Flor e seus Dois Maridos”, “Tieta do Agreste” etc etc etc escreveu um livro sobre futebol destinado ao público infanto-juvenil. É o delicioso “A Bola e o Goleiro”, de 1984, que curti na edição da Companhia das Letrinhas, ilustrada pelo traço colorido de Kiko Farkas. No livro, uma foto feita por Zélia Gattai mostra o escritor Amado ao lado do excelente artista plástico Carybé, no velho estádio da Fonte Nova, em Salvador.
Esfera Mágica, Pelota Invencível, Redonda Infernal… A bola Fura-Redes – “inimiga número um do zero no placar”- é a “mocinha” do livro esportivo do escritor ypiranguense e – veja só!-se apaixona logo por um goleiro, Bilô-Bilô, também conhecido como Cerca-Frango e Mão-Furada, que acaba virando um Tranca-Gol. Na fantasia que só poderia sair de uma cabeça criativa como a de Jorge Amado, esse outro casal 20 do futebol formado pela bola Fura-Redes e pelo goleiro Bilô-Bilô vira protagonista até do gol 1.000 do Rei do Futebol – logo Pelé, que tratava intimamente a Gorduchinhacomo Redondinha. Golaço do Ypiranga, digo, de Jorge Amado. “A Bola e o Goleiro” é um livro altamente recomendado para meninos e meninas de todas as idades, das categorias “fraldinha” e mirim aos times de Masters e veteranos!
Taí, bom nome para uma bola. Se não der para homenagear Osmar Santos e chamar a bola da Copa 2014 de Gorduchinha, por que não render tributo ao amado baiano e batizar a prima da jabulani de … Fura-Redes?!?!?!?!?
Para saber mais sobre a relação amorosa entre o escritor e o futebol; e os motivos de Jorge amar times operários, recomendo a leitura deste post de André Ribeiro, no ótimo site Literatura na Arquibancada.
- Esporte Clube Ypiranga:
- Bangu
- “A Bola e o Goleiro”