Rogério Ceni no banco

Ao som de “Hell’s Bells”, clássico do AC/DC (a música com que o São Paulo entrava em campo no Morumbi puxado pelo camisa 01), o tricolor paulista anunciou hoje seu novo técnico.


Até as máquinas rotativas dos jornais já sabiam. Rogério Ceni vai ser o técnico do São Paulo em 2017. Não fez nem um ano que o goleiro-artilheiro pendurou luvas e chuteiras, numa bela festa no Morumbi (11 de dezembro de 2015).fb_img_1449869451880-1

Quando o jovem Ceni chegou ao clube, em setembro de 1990, o mestre Telê Santana era o treinador do São Paulo. Ao longo de seus 25 anos no tricolor, Rogério trabalhou com treinadores como (entre outros) Muricy, Paulo Autuori, Levir Culpi, Juan Carlos Osorio, Bauza – na seleção, esteve com Felipão e Luxemburgo.  Algo deve ter aprendido, somando a sua experiência como goleiro tricampeão brasileiro, campeão da Libertadores e Mundial de Clubes. Suas entrevistas antes e depois dos jogos continham análises realistas de sua equipe e do adversário. Em 2016, pouco se ouviu falar dele, quase nenhum pitaco sobre a campanha do semifinalista na Libertadores, nem a péssima trajetória no Brasileirão. Ceni estava em outra, se preparando para assumir o cargo almejado mesmo antes da aposentadoria como atleta. Fez curso, visitas importantes.

O argentino Jorge Sampaoli, que levou o Chile ao título de Copa América, o alemão Jürgen Klopp (hoje no Liverpool), e o ex-chefe, o colombiano Osório (técnico do México), são citados como referências. Leio aqui e ali sobre o estilo de jogo desejado, ofensivo, com muita posse de bola, marcação desde o atacante. Resta saber os recursos humanos que Ceni terá. Hoje o elenco do São Paulo é fraco.

É cedo? Talvez. Mas futebol brasileiro está mesmo precisando de ideias novas, de novos nomes. Toda vez que um grande clube fica sem técnico, os nomes ventilados são quase sempre os mesmos. Abel, Luxa, Autuori, Levir, Marcelo Oliveira, Carpegiani, Oswaldo, Dunga, até Joel.  Continuar lendo “Rogério Ceni no banco”

Viu #TheDamnedUnited, “Maldito Futebol Clube”? Pois outro filme vai contar a era Brian Clough no Nottingham Forest!

11377230_964484486929330_7428304485425754291_nO Notthingam Forest, que comemora 150 anos em 2015, anunciou a pré-estreia mundial do filme “I Believe in Miracles”, sobre o time treinado por Brian Clough, que conquistou a Copa dos Campeões (hoje Liga dos Campeões), na temporada 1978-79 (1-0 sobre o Malmö, no estádio Olímpico de Munique) e um ano depois foi bicampeão europeu (outro 1 a 0, sobre o Hamburgo, no Bernabéu). A “avant premiere” do filme – que está sendo muito elogiado por quem viu, segundo relatos que chegam de Nottingham – vai ser num domingo, 11 de outubro, no estádio do Forest (hoje na segunda divisão inglesa), o City Ground (foto abaixo).11219676_1021434907900954_684668470163520370_n
Quinze mil pessoas são esperadas no estádio pra ver o documentário produzido por Jonny Owen. Depois, “I Believe In Miracles”vai passar em alguns cinemas ingleses (entra em circuito em 13 de outubro). Sai em DVD e Blu-Ray na terra da rainha em novembro.

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Lançamento: “Oswaldo Brandão – Libertador Corintiano, Herói Palmeirense”.

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Oswaldo Brandão foi técnico da Segunda Academia alviverde, bicampeã brasileira de forma consecutiva em 1972 e 73 – já tinha sido campeão da Taça Brasil de 1960, que hoje é equiparada ao Brasileirão, paulista de 1947, 59 e 72 pelo alviverde. Era o técnico do Palmeiras quando um gol de Ronaldo (Ronaldo Gonçalves Drummond, ex-Galo, futuro cruzeirense) impediu que o Corinthians de Rivellino acabasse com o jejum, num Morumbi lotado, na final do Paulistão de 74. Três anos depois, já sofrendo com a doença do filho, Márcio (câncer no cérebro), Oswaldo Brandão levou o Corinthians ao título paulista de 1977, acabando com os 23 anos de jejum de grandes títulos, com o chorado gol de Basílio contra a Ponte Preta. Aliás, Brandão era o treinador do Corinthians no último título antes da fila, o de 1954. Também foi campeão paulista em 71 pelo São Paulo de Gerson, Pedro Rocha, Toninho Guerreiro, Forlán, Terto, Paraná, Sérgio Valentim. O primeiro e até agora único treinador a boatar no peito faixa de campeão estadual por todas as cores do “trio de ferro” (Palmeiras, Corinthians e São Paulo). Na Seleção, lançou Falcão e Cerezo. Também levantou taça na Argentina, com o Independiente (Nacional de 1967).

Libertador Corintiano, herói palmeirense, como diz o título do livro que o jornalista Maurício Noriega está lançando pela editora Contexto. Esse livro era sonhado e preparado por Noriega há anos, como contou nessa #e-entrevista aqui pro Fut Pop Clube, em 2009.

Uma figura humana admirável. Sei até porque ele era muito amigo do meu pai, Luiz Noriega, e ouvi histórias muito, mas muito tocantes dele.

Brandão é o tema do capítulo 1 do primeiro livro de Nori, “Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro” (também da Contexto, 2009). Leivinha, craque dessa segunda academia alviverde, depois ídolo do Atlético de Madrid, diz que o técnico Brandão foi o “nº 1” de sua carreira, um treinador quase sempre paternalista, rude quando necessário.

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Minuto de silêncio para Seu Mário Travaglini

Não pode passar em branco aqui a morte de Mário Travaglini, técnico campeão por Palmeiras, Vasco, Fluminense, Corinthians e medalhista de ouro no Pan-1979.

O ex-zagueiro do Ypiranga, Nacional, Ponte Preta e Palmeiras conquistou seu primeiro estadual como treinador da academia alviverde: em 1966, contra Santos de Pelé e tudo. Pelo Palmeiras, também foi o técnico campeão da Taça Brasil 1967, que na reunificação dos títulos equivale ao campeonato brasileiro.

Seu Mário também se deu bem no Rio. Campeão brasileiro de 1974 pelo Vasco, de Roberto Dinamite.

Pelo Fluminense, ganhou com a Máquina o torneio de Paris e o carioca de 1976.

Foi o técnico da Democracia Corintiana. Campeão paulista de novo, em 1982.

Pela Seleção Brasileira, ganhou a medalha de ouro no Pan de 1979, em Porto Rico.

Obrigado, seu Mário. Descanse em paz.

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Valeu, valeu, Seedorf

Clarence Seedorf por Lehel Kóvacs: http://www.kolehel.com/ – especial para o @FutPopClube
Clarence Seedorf por Lehel Kóvacs: http://www.kolehel.com/ – especial para o @FutPopClube

Republico a ilustração do #Sidão com a camisa do Botafogo, feita especialmente para o blog Fut Pop Clube pelo designer gráfico romeno Lehel Kóvacs – depois da bela dica do Futebol de Campo – em homenagem à bela passagem de  Seedorf  pelo alvinegro da estrela solitária. Foi campeão da Taça Guanabara, da Taça Rio e, assim, do estadual do Rio em 2013. Com esse camisa 10 que em campo já parecia técnico, o Fogão fez boa campanha no Brasileirão e garantiu vaga na Libertadores 2014. Entendo que o botafoguense tenha ficado triste com a despedida, meio de sopetão, sem um jogo pra dizer adeus. Mas também tem motivos para ficar orgulhoso de ter visto Seedorf no Botafogo. Não sou Botafogo, mas tive o prazer de ver Seedorf em campo duas vezes no Brasilerão 2013, no turno e no returno. E que categoria!

Hoje Seedorf já estreia como técnico do Milan, contra o Verona, no San Siro. É uma volta pra casa. Como jogador, com a camisa #rossonera, Seedorf foi campeão de tudo: 2 ligas italianas, 1 Coppa, 1 Supercoppa italiana e 1 europeia, duas Champions (2002-03 e 2006-07) e o Mundial de Clubes 2007. Aliás, o holandês nascido no Suriname foi o primeiro jogador a ganhar a Champions League por três times diferentes. em 94-95 pelo Ajax,  em 97-98 pelo Real Madrid e duas vezes pelo Milan!

O mister Seedorf vai ter muito trabalho para arrumar a defesa do Milan. Buona fortuna, #Sidão!

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É Muricy!

O bem informado Blog do Birner publicou, às 17:59, e o site oficial do São Paulo confirmou, às 19h30. Caiu Paulo Autuori. Volta Muricy Ramalho. O técnico que foi tricampeão brasileiro com o São Paulo entre 2006 e 2008 reassume com a missão de salvar o tricolor do rebaixamento, num ano de desempenho pífio do time (campanhas vergonhosas na Libertadores, na excursão internacional e no 1º turno do Brasileirão). Missão bastante complicada, que desafiará a frase que virou uma espécie de slogan de Muricy, e você vê abaixo numa arte do programa Sócio-Torcedor do SPFC, anos atrás.

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Curioso é que Muricy “Isso Aqui é Trabalho, Meu Filho” Ramalho volta ao eixo Morumbi-Barra Funda 40 anos depois de estrear no time profissional do São Paulo (veja post anterior).

Inacreditável o “planejamento” da atual diretoria do São Paulo.  Esperou terminar a pausa da Copa das Confederações para demitir Ney Franco. Apostou em Paulo Autuori – boa gente que há anos não ganha nada – sabendo que Muricy – o preferido da torcida – estava no mercado, era uma carta na manga. Trazer Muricy é a última cartada para evitar o rebaixamento. Mas essa solução deveria ter sido adotada 3 meses atrás. O novo velho técnico vai ter que correr contra o relógio. Continuar lendo “É Muricy!”

Roberto Mancini agradece à torcida do Manchester City

Imagem
MEN : http://www.manchestereveningnews.co.uk/

Via Sportblog, do ótimo Guardian. O técnico italiano Roberto Mancini, demitido do Manchester City – Madchester?-, mandou publicar um anúncio de página inteira no jornal Manchester Evening News para agradecer aos torcedores citizens.

3 anos inesquecíveis. Vocês estarão sempre no meu coração. Tchau.

Debaixo da foto de Mancini, as 3 copas: a tradicional FA Cup 2010-11, a Community Shield (Supercopa da Inglaterra – a que tem forma de salva) 2012 e a tão desejada Premier League 2011-2012. Continuar lendo “Roberto Mancini agradece à torcida do Manchester City”

A era Alex Ferguson

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19 de maio de 2013. Última rodada da Premier League 2012/13. O Manchester United – campeão antecipado – visitará o West Bromwich Albion. Será a última partida oficial de Alex Ferguson como técnico dos Red Devils. Ele decidiu se aposentar.

Pensei muito nessa decisão e não foi nada fácil. É a hora certa (de parar).

Sai por cima. Quando Sir Alex assumiu, em 1986, o Brasil não era nem tetracampeão do mundo e Messi não tinha nascido. E o Liverpool era o maior campeão inglês. 16 x 7 contra o ManUtd. Com Ferguson, o United virou: 20×18.
Dá para imaginar um técnico  comandar um time brasileiro por 27 anos?
O site Stretford End mostra as estatísticas do “manager”. Até 8 de maio, foram 1.498 jogos, 894 vitórias, 337 empates. 267 derrotas.
Títulos? “Apenas” 38.
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Muricy 4.0

Arte: LAIS SOBRAL
Arte: LAIS SOBRAL para o @FutPopClube

Muricy Ramalho completa em 2013 quarenta anos de “isso aqui é trabalho, meu filho”, digo, de futebol profissional. Foi em 1973 que o jovem meia cabeludo e rebelde revelado pelo futebol social do São Paulo Futebol Clube estreou no time de cima do tricolor paulista – mais exatamente em 21 de agosto de 1973, num amistoso contra o União Bandeirante, no interior do Paraná, informa Michael Serra, do arquivo histórico do São Paulo e do site SPFCpédia.
Muricy foi campeão paulista de 1975 na belíssima campanha comandada pelo técnico José Poy. Estava no elenco campeão brasileiro de 1977, mas às voltas com contusões, não era titular de Minelli (grande e assumida influência na futura função). Acabou indo pro México, onde foi campeão e ídolo vestindo a camisa do Puebla. Lá mesmo começou a carreira de técnico… De volta ao São Paulo, trabalhou com o mestre Telê Santana treinando o chamado expressinho – campeão da Copa Conmebol 1994. O resto é história.

É o Muricy camisa 8 dos anos 70, cabeludo, que andava de macacão e tamanco (para desapontamento do querido durão José Poy), amigão de Serginho Chulapa, fã do som de Rita Lee e seu Tutti Frutti, o homenageado desta arte – a primeira colaboração para o Fut Pop Clube da artista plástica Lais SobralContinuar lendo “Muricy 4.0”

João Sem Medo

Saiu em vídeo o excelente documentário “João Saldanha”, de André Iki Siqueira e Beto Macedo sobre “o comentarista que o Brasil inteiro consagrou”. Na revisão, chamaram minha atenção alguns depoimentos sobre a participações de Saldanha no rádio. José Carlos Araújo conta que João costumava escolher um ou outro “geraldino” na (hoje extinta) geral do Maracanã, para fazer seu comentário no rádio, como que batendo um papo imaginário com os torcedores.
Outro jornalista, Pedro Costa, conta que tinha técnico que fazia substituição com base nos comentários de Saldanha. O DVD tem o selo Coleção Canal Brasil.

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