Wow! Wow!
A Tábua de Esmeralda (1974) leva a (justa) fama [está na coleção Grande Discoteca Estadão; foi relançado em vinil e tudo], mas o álbum de inéditas seguinte de Jorge Ben Jor também merece a tag #discão: Solta o Pavão (ouça aqui), 1975, o ponta-esquerda camisa 11 na discografia de estúdio do rubro-negro cantor e compositor, gênio do samba-rock, sambalanço, samba-funk ou seja lá qe rótulo tiver esse som delicioso, dançante e suingado.
O clássico com doze balanços começa com uma autêntica camisa 3. Zagueiro limpa a área e sai jogando… bonito. É uma das 3 melôs que mencionam futebol no discão. Wow! Wow! Assim Falou Santo Tomáz de Aquino e (ôôô…) Velhos, Flores, Criancinhas e Cachorros defendem o lado quase samba gospel de Jorge. Religião, sim. Mas também tem futebol, samba e musas, quantas musas! Dorothy é dedicada a uma “cocota dengosa” ( faz tempo que você não ouve/lê a expressão cocota, não?), “embora não seja muito fiel, pois meu coração é grande até demais”. Coração em que cabem mais três musas só em Solta o Pavão:
- Pra Ouvir no Rádio (Luciana), com seus tchu-tchu-ru-rus;
- Domingaz, maravilha, sensual, vale o la-la-la-la-la.
- e a crônica da vida de Jesualda, garota do morro, “toda certinha, ainda donzela pra ninguém botar defeito, cheia de afeto”, e encontra seu amor num moço que ia apressado ao Maracanã, com “bandeira e tudo”. Dez, nota dez para a cuíca, que dá show nesse balanço como o requebrado das cadeiras dessa Jesualda, posso imaginar. Sensacional, Jorge.
Ainda tem Cuidado com o Bulldog, outra que menciona o Maracanã, sua “arquibancada dura, áspera e quente” versus a geral, que era em pé, o clássico Jorge da Capadócia (regravado por Fernanda Abreu anos atrás), Se Segura Malandro, O Rei Chegou, Viva o Rei, Luz Polarizada… Como Tábua, Solta o Pavão também está na tentadora caixinha de CDs Salve Jorge. Viva Jorge! Wow! Discão!
- site de Jorge Ben Jor