Doutor Sócrates

Capa do livro “Democracia corintiana – a utopia em jogo”, de Sócrates e Ricardo Gozzi, pela Boitempo Editorial: http://www.boitempo.com/livro_completo.php?isbn=85-7559-021-9#

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. “8 é o número da camisa dele”, diria Osmar Santos, o locutor que não só narrou no rádio os gols mais importantes do Doutor Sócrates, como foi companheiro do “Magrão” nos comícios da campanha pelas Diretas Já.
Quis o destino que Sócrates deixasse o planeta bola no domingo em que o Corinthians se sagrou campeão, pentacampeão brasileiro, num campeonato pra lá de emocionante.
Com o doutor, morre um pedaço da história do final dos anos 70 e dos 80, não só do futebol brasileiro, como da vida do país em geral e das Copas do Mundo.
Não dá para não se emocionar com a perda dessa figura desengonçada, que fez o improvável, brilhar em competições de ponta sem ser um atleta padrão – aliás, um jogador que lutava pelos seus direitos e os dos outros também.
Um craque singular. Como não se faz mais. Valeu, doutor, por ter vivido os seus 57 anos. Continuar lendo “Doutor Sócrates”

Botafogo FC: Pantera da Mogiana

Publicado em outubro de 2010
Aguillera (depois Leonetti), Wilson Campos, Miro, Manoel e Mineiro; Mario e Lorico; Zé Mário, Sócrates, Osmarzinho (depois João Traina) e João Carlos Motoca. Com esse time, treinado por Jorge Vieira, o Botafogo de Ribeirão Preto empatou no Morumbi com o São Paulo – de Waldir Peres, Pedro Rocha (depois Muricy), Terto, Serginho, Zé Sérgio etc – já treinado por Rubens Minelli (que seria campeão brasileiro naquela temporada). O 0x0 valeu à Pantera da Mogiana o título de campeão do primeiro turno do Paulistão de 1977 (e a Taça Cidade de São Paulo). Na volta do time à Ribeirão, a cidade parou. Um dos orgulhos da história do tricolor de Ribeirão Preto, como mostra o livroBotafogo – Uma História de Amor e Glórias, de Igor Ramos (comprei o meu exemplar na loja do Museu do Futebol, algum tempo atrás).
Os 92 anos do Botafogo Futebol Clube (comemorados esta semana, em 12 de outubro de 2010) são a deixa perfeita para falar deste belo livro sobre um clube tradicional do interior paulista, neste momento em que a gente vê times mudando de uma cidade para outr. Depois do Grêmio Barueri que foi pra Prudente, agora acompanhamos o Guaratinguetá de mudança para Americana (fico imaginando o ânimo com que moradores da simpática “Guará” vão acompanhar o restante da campanha da Garça do Vale na série B do Brasileirão. É lamentável esse troca-troca).
Mas o tema do post é o Botafogo e Uma História de Amor e Glórias. O livro de Igor Ramos dedica um capítulo a grandes jogadores que passaram pelo Botafogo (a maioria, prata da casa). Como o meia Tim (Elba de Pádua Lima), o zagueiro Baldochi (que seria campeão do mundo na Copa 70, no México), o lateral Eurico (depois do Palmeiras, Grêmio, Seleção), o zagueiro Manoel (xerife de 1977), o ponta Zé Mário (que morreu precocemente, de leucemia), Paulo César (outro bom ponta, que jogou no São Paulo), o artilheiro Geraldão Manteiga (depois, do Corinthians). Sem falar nos irmãos Raí (vice-campeão da Taça São Paulo de juniores em 1984 com o Bota) e Sócrates (há uma lista de todos os jogos e gols do doutor pela Pantera, de 1972 a 78, e no finzinho da carreira, em 1989). Entre as muitas curiosidades e estatísticas do livro, há uma lista dos gols do Rei Pelé contra o Botafogo, as excursões internacionais e uma relação (atualizada até 27/02/2008) do Come-Fogo, o clássico de Ribeirão Preto, contra o Comercial. Continuar lendo “Botafogo FC: Pantera da Mogiana”

Museu do Futebol: 2 anos

Na grande área do Museu
Na grande área do Museu

Um passeio no Museu do Futebol (mais de 820 mil visitantes) é um programa muito interessante para torcedores de todas as idades, bandeiras e estados. Já entrou até nos pacotes de turismo cultural por São Paulo.
O museu está acima de clubismos e bairrismos. Um clube da série C tem ficha do mesmo tamanho dos grandes campeões nacionais. Pode ser lembrado de igual para igual na primeira sala, Na Grande Área que lembra visual de bar temático. Destaque para os jogos interativos (motivos de alegria da criançada e muita fila), tributos a Pelé, Garrincha e Copas do Mundo. Confira algumas lembranças de minhas muitas visitas. Continuar lendo “Museu do Futebol: 2 anos”

Telê na tela

Praça com o nome do mestre, no Rio. FOTO Fut Pop Clube
Praça com o nome do mestre, no Rio.

Telê Santana (1931-2006) é muito lembrado pelas dezenas de conquistas do São Paulo na primeira metade da década de 90, incluindo dois terços das glórias continentais e mundiais do tricolor paulista. Agora que o Atlético Mineiro está mais do que na briga pelo segundo título nacional, quem se lembra quem era o técnico do Galo forte e vingador, campeão do Brasileirão de 71? Ele mesmo, o mestre, tema do documentário das jornalistas Ana Carla Portela e Danielle Rosa: Telê Santana – Meio Século de Futebol-Arte. Volto ao tema porque o doc, em fase de finalização, está cadastrando fãs interessados.  Continuar lendo “Telê na tela”

Corinthians, 99

FielGente com camisa do Corinthians no trabalho, bandeira do Corinthians na janela, bandeira do Corinthians estendida no carro. Tem jogo hoje? Não, não. Muitos corintianos lembraram  do 99º aniversário do time de coração. Na contagem regressiva para o centenário do clube do Parque São Jorge, começa uma série de lançamentos, como “Fiel 100 anos”, de Lázaro Simões Neto, o Lalau, “sobre a torcida que tem um time”. Já algum tempo nas estantes, existe o livro do Celso Unzelte para a coleção Ídolos Imortais, da Maquinária Editora, Os Dez Mais do Corinthians. Na opinião do 0001-22júri de ilustres corintianos consultados para o livro do Unzelte, os “10 mais” são: o goleiro Gylmar, os laterais Zé Maria e Wladimir, os meias Luizinho, Sócrates, Neto, Marcelinho Carioca e Rivellino e os atacantes Baltazar (“cabecinha de ouro”) e Cláudio Pinho. Uma proposta aos amigos leiitores corintianos. Na sua opinião, quais são os 11melhores jogadores da história do alvinegro?

Bola na Tela: “Boleiros”.

Num hipotético Oscar nacional sobre filmes de futebol, com certeza Boleiros -Era Uma Vez o Futebol estaria no pódio. Não tem como não se lembrar do juiz encarnado por Otávio Augusto quando um árbitro da vida real mandar voltar pênalti até o cobrador acertar… Lima Duarte faz  técnico linha dura na concentração… parece uma mistura de Telê com Felipão… Giorgetti costura com maestria episódios sobre ex-craque na pior, menino dividido entre futebol e crime, macumba como salvação de joelho de jogador… Talvez uma crítica que se possa fazer a “Boleiros” é ser muito paulista. Mas quem gosta de futebol bem abordado, bem filmado, deve se identificar. E elenco é maravilhoso: além de Otávio Agusto e Lima Duarte, Rogério Cardoso, Cássio Gabus Mendes, Adriano Stuart, Flávio Migliaccio, Marisa Orth, Denise Fraga. Há uma continuação: Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos, em cartaz no Canal Brasil neste mês de julho/2011.