A primeira vez que este blogueiro foi a um estádio, levado pelo tio, torcedor do rival, foi num clássico. Lembro que os torcedores se misturavam na arquibancada. Meu time perdeu. Outro torcedor, irritado, jogou o gorro lá embaixo e, falando pra mim, recomendou que mudasse de time. Ainda bem que não segui o conselho.
Há quase 4 anos, tive a oportunidade de ver um Barça e Real Madrid, segundo e último jogo da Supercopa da Espanha, Camp Nou lotado, aquele clima Barcelona x Madrid, Guardiola x Mourinho. Num determinado momento, o português foi até violento com o então assistente do treinador catalão, o saudoso Tito Vilanova. Na arquibancada, tinha um jovem casal de namorados, ele vestido com camisa blaugrana, ela com a camisa blanca dos galáticos. Ninguém a incomodou. Mas quando a decisão foi chegando perto do desfecho, não vi mais o casal. O clima no gramado estava ficando mais pesado, possivelmente os namorados não quiseram dar sopa pro azar.
Vejo com bons olhos a ideia de setores com torcedores misturados, como foi o caso da iniciativa do Internacional, no #GreNal 404. Sim, teve violência fora do Beira-Rio. Mas ideias assim devem ser incentivadas, estimuladas – pra funcionar num Majestoso, como o presidente tricolor chegou a cogitar, tem que ser muito bem planejada. Claro, um setor de torcida mista não vai acabar com a violência de quem já sai de casa louco pra brigar. Mas pode representar uma aula de civilidade.
Bom dia.
A quarta-feira tem um clássico desenhado desde que saiu a tabela da Libertadores, confirmado depois que o mata-mata contra o Once Caldas virou uma mera formalidade.
A Arena Corinthians recebe o primeiro Majestosonuma Libertadores. Corinthianse São Paulo já se enfrentaram 4 vezes em competições da Conmebol, em duas temporadas. Em 1994, o expressinho treinado por Muricy, vice de Telê, se classificou para a final da Copa Conmebol. Em 2013, o Corinthians faturou a Recopa Sul-Americana. O jogo de volta desta fase da Libertadores será no Morumbi, em abril.
Nos últimos tempos, o Majestoso por si só já é um dos clássicos de maior rivalidade no Brasil. Mas essa obsessão, essa história de “Libertadores virou obrigação” (como se fosse assim “facinho” ganhar essa “mina”), as declarações de dirigentes, os gestos de jogadores, a batalha logística que agora virou moda antes de cada clássico em São Paulo, o clima que a mídia toda sempre ajuda a criar e a animosidade entre as torcidas, deixa no ar o medo de algo bem pior do que a batalha verbal do “chupa isso”, “chupa aquilo” de toda quarta-feira de Libertadores como esta.
Por mais que a quinta-feira seja de cinzas para um eventual perdedor deste Majestoso histórico, o mundo não vai acabar amanhã. Continuar lendo “Quarta-feira Majestosa”→
Ainda o atual campeão da Libertadores, campeão do mundo, campeão paulista, o Corinthians agora também é o dono da Recopa Sul-Americana. Justíssima conquista, com duas vitórias no clássico Majestoso: 2×1 no Morumbi. 2×0 no Pacaembu. Que estrela, a do Tite. O cara é bom, sem dúvida. Quanto ao São Paulo, precisa começar tudo de novo, do zero. A questão é que quem tem o poder para detonar esse processo de mudança, no momento, não tem legitimidade nenhuma. Passou da hora de Juvenal Juvêncio pedir o boné. Já tem até faixa das torcidas adversárias fazendo juras de amor ao presidente são-paulino.
O Brasileirão 2012 chegou ao fim com o Atlético Mineiro fazendo muita festa pelo vice-campeonato, que garantiu vaga direta para a Libertadores 2013 – como o campeão, Fluminense, o Corinthians (campeão da Libertadores 2012) e o Palmeiras (Copa do Brasil) – os tricolores gaúchos e paulistas vão ter que passar pelo vestibular da pré-Libertadores.
Festa nos Aflitos, tristeza pelos lados da Ilha do Retiro. No Clássico dos Clássicos, o Náutico venceu por 1×0 e rebaixou o rival Sport – apesar do goleiro Saulo ter pego até pênalti. Tinha torcedor do Timbu com cartaz A, B, C – Náutico na primeira, Sport na segunda, Santa na terceira divisão. O Leão se juntará a Palmeiras, Atlético Goianiense e Figueirense na Série B.
Festa no Pacaembu, hoje tricolor. De olha na final da Sul-Americana, que começa no meio da semana contra o Tigre na Bombonera, o São Paulo poupou os titulares, rodou quem não estava jogando e se deu bem. Venceu o Majestoso por 3×1, embora no final do primeiro tempo o trio de arbitragem tenha prejudicado o Corinthians. Com Ney Franco, o São Paulo voltou a vencer clássicos, voltou à uma final (Sul-Americana) e voltou a disputar a Libertadores depois de dois anos. E – quem diria no primeiro semestre? – acabou como melhor campanha do segundo turno (troféu João Saldanha, do Lance!). E o desabafo do Casemiro, hein? Que situação! Mas se até o capitão Rogério Ceni levou uma dura do treinador, o jovem reserva não ganhará vaga no grito.
No Olímpico Monumental, “mixed emotions”. Com o empate no Gre-Nal, o Grêmio perdeu o vice para o Galo. Mas a torcida se emocionou mesmo após o apito final. Se no post anterior, a torcida do San Lorenzo se emociona ao garantir o direito de voltar ao bairro de origem, hoje vimos os gremistas chorando de emoção ao se despedir do Olímpico Monumental, que foi sua casa por 58 anos. Teve até avalanche – e não só na geral atrás do gol. Em todo a volta do estádio Último capítulo do estádio inaugurado em 19/09/1954, que sucedeu a Baixada e será sucedido pela state-of-the-art Arena do Grêmio.
Fevereiro de 2012: um dos últimos Gre-Nais no Olímpico Monumental, pelo campeonato gaúcho.
Bem lembrado pelo excelente blog “Literatura na Arquibancada”, do jornalista André Ribeiro, autor da biografia de Leônidas da Silva. Em 24 de maio de 1942, o homem de borracha, artilheiro da Copa de 1938, estreou no São Paulo num clássico Majestoso. A expectativa pela estreia de Leônidas ajudou a lotar o Pacaembu. Mais de 70 mil espectadores. Recorde de público do estádio. Leônidas não marcou no debut, não tardaria a mostrar que não era um bonde, mas não faltou emoção. São Paulo 3×3 Corinthians.
Espero que este não tenha sido o último gol de falta de Rogério. Depois, ele só marcou de pênalti. Confira a sequência dentro do post. A primeira foto virou até figurinha de álbum!
Rota virtual de alguns dos grandes clássicos no Brasil e Europa no fim de semana que se aproxima. No Morumbi, um Majestoso que promete fortes emoções … e interessa não só a São Paulo e Corinthians, mas também a Fluminense, Cruzeiro, Botafogo… Para o líder Fluminense, mais do que secar, é melhor se garantir no clássico contra o Vasco, no Engenhão. Campeonato Português: o Porto, líder disparado, recebe o arquirrival Benfica, que reage depois de uma pane na largada, no belo estádio do Dragão. O FC do Porto -campeão da penúltima época (temporada)- tem 8 vitórias e 1 empate: 25 pontos. Os encarnados do Sport Lisboa e Benfica (campeões da última época) estão em segundo na tabela, com 18.
Campeonato Espanhol: domingão de Derbi Madrileño. Real e Atlético de Madrid, no Bernabéu. Duas semanas antes do grande clássico enter Barça e Madrid, Messi x Cristiano Ronaldo.Campeonato Italiano: domingo Derby della Capitale, o clássico romano, entre a líder Lazio (grande Hernanes!) e a Roma.
E ainda tem San Lorenzo x Independiente, na Argentina… PSG x Olympique de Marselha na França… And last, but not the least, Liverpool x Chelsea pela Premier League…
Nestes dias de Bienal do Livro, eu queria indicar um clássico. Um clássico da bibliografia tupiniquim sobre esse esporte: O Negro no Futebol Brasileiro (editado pela Maud).De Mario Filho, exatamente o homem que lutou pela construção do Maracanã. Quem quiser pesquisar ou simplesmente saber mais sobre o começo do futebol brasileiro tem que ler esse livro. A obra de Mário Filho também é fonte de vários livros mais recentes e interessantes sobre o futebol brasileiro. Continuar lendo “Clássico: “O Negro no Futebol Brasileiro””→
À Procura de Eric/Looking for Eric (Sixteen Films/californiafilmes.com.br)
Os filmes sobre futebol são um dos assuntos preferidos do Fut Pop Clube. Lamentavelmente essas produções não conseguem fazer grande sucesso de bilheteria no Brasil. Bom, depois da mostra Cinema e Futebol, que rolou em fevereiro, no cinema da USP, mais recentemente do CineFoot, Festival de Cinema de Futebol, no Rio, SP e POA, que teve até taças, e da extensa programação especial do Canal Brasil, também chamada Mostra Cinema e Futebol, depois da Coleção Copa, da Abril, chegou a vez de o Fut Pop Clube lançar sua “Copa de Filmes”. Uma série de posts, com indicações de bom cinema boleiro. Convidei algumas pessoas para dar dicas de documentários e ficções, nacionais ou estrangeiros, longas ou curtas – mas sempre sobre futebol! Eu começo! Documentário nacional: “João”, doc de André Iki Siqueira e Beto Macedo sobre João Saldanha, “o comentarista que o Brasil consagrou”, que nunca escondeu que era comunista, mas mesmo assim foi escolhido pela CBD técnico da Seleção Brasileira durante a ditadura. Classificou o Brasil para a Copa de 70, mas foi trocado por Zagallo antes do Mundial. Vi “Joao” na sessão de abertura do CineFoot e achei espetacular. Informativo, divertido e muito bem editado.
"1958 - O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil"
Também gostaria de citar nessa categoria de documentários nacionais “1958 – O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil”, filme de José Carlos Asbeg sobre a a nossa primeira taça do mundo. Passa neste sábado, 10 de julho, véspera da final da Copa do Mundo 2010, na sessão É tudo Verdade do Canal Brasil. “1958…” saiu em DVD e já foi assunto do blog.
Ainda gostaria de mencionar a excelente minissérie “Futebol”, de Arthur Fontes e João Moreira Salles, que passou anos atrás no canal GNT, em coprodução com Videofilmes. Em três programas com qualidade de cinema, “Futebol” acompanhava meninos que sonhavam com a bola, as dificuldades de jogadores então em começo de carreira como Lúcio e Iranildo e um dia na vida de um ex-craque, Paulo César Caju, figura. Uma pena que não esteja em circulação em DVD ou na TV, pelo menos não que eu saiba.
Documentário internacional: Excelente opção poderia ser o “Maradona” de Kusturica, recentemente lançado em DVD pela Europa Filmes. Mas voto em “Comunismo e Futebol” (“Communism and Football”, produção da rede de TV BBC que vi em 2008/2009 no Sportv). Fala de Streltsov, jogador que poderia ser o “Pelé russo”, em 1958, mas foi mandado para campos de trabalho forçado, Grocsis, e do estranho jogo entre Alemanha Ocidental x Alemanha Oriental). E outra produção semelhante da BBC, “Football and Fascism“:”Fascismo e Futebol”, também, exibido tempos atrás pelo Sportv, mostra como Mussolini, Hitler e Franco usavam o esporte. Ficção nacional: são excelentes as opções. A minha preferida é “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburger, que se passa na época da Copa de 70. Ditadura, descobertas infantis, futebol tricampeão, de rua, de várzea e de botão são panos de fundo para uma história sobre amizades. Entre um pequeno aprendiz de goleiro (o filme quase se chamou “Vida de Goleiro”) e o homem que o acolhe, a vizinha espevitada, o jovem que foge da polícia. Quase que o equivalente ao oscarizado “O Segredo dos Seus Olhos” no cinema brasileiro. Atuações nota 10. Outro filme em que o elenco dá banho de bola é “Linha de Passe”, de Walter Salles Jr e Daniella Thomas. Uma mãe batalhadora, corintiana praticante, vai junto com a Fiel e tudo, e as peripécias de seus quatro filhos por São Paulo. Por outro lado, tem algo de linguagem de documentário e cenas de futebol espetacularmente filmadas. Um jogo real, um clássico Majestoso: São Paulo 0x1 Corinthians. Campeonato Brasileiro de 2008.
Segundo o site do XV de Piracicaba, foi o jornalista Tomaz Mazzoni quem batizou de “Nhô Quim” o mascote do clube. Mazzoni também criou apelidos de outros times e de clássicos paulistas. Aproveito a rodada do Brasileirão com clássicos estaduais para publicar de novo a lista com nomes e apelidos de alguns dos grandes clássicos estaduais – e até municipais. Muitos desses grandes encontros já inspiraram edições especiais de revistas e livros. Não quis eleger aqui os maiores clássicos nacionais, coisa que já foi feita pela revista Trivela. A lista se refere aos clássicos que têm nomes ou apelidos como Fla-Flu, Gre-Nal, Clássico dos Clássicos, dos Milhões, das Multidões etc, mas não é definitiva. Aceito sugestões. Atualizado com as dicas dos amigos do Maranhão e do Domingos D ´Angelo, do MemoFut.
AtleTiba: Atlético Paranaense x Coritiba. Há um livro, “AtleTiba, a Paixão das Multidões”, de Vinícius Carneiro e Coelho Neto, editado pela prefeitura de Curitiba, em 1994.
Ba-Gua: Clássico de Bagé (RS), entre o Grêmio Esportivo Bagé e o Guarany.
Ba-Vi: Bahia x Vitória.
Botauto: clássico de João Pessoa, entre o Botafogo-PB e o Auto Esporte.
Bra-Pel: clássico de Pelotas (RS): Brasil e Pelotas. Livro: “A História dos Bra-Péis”, de Sérgio Augusto Gastal e Mário Gayer do Amaral (editado pela Signus em 2008).
Clássico da Técnica e da Disciplina: Náutico x América-PE
Clássico das Cores: Ferroviário x Fortaleza. Dois tricolores.
Clássico das Emoções: Náutico x Santa Cruz.
Clássico das Multidões (MG): América-MG x Atlético-MG.
Clássico das Multidões (PE): Santa Cruz x Sport, times da massa em Pernambuco.
Clássico das Praias: Santos x Portuguesa Santista. Dica do Marcos.
Clássico de Ouro: outro velho clássico de Salvador, Galícia x Ipiranga, segundo o site Clássico É Clássico.
Clássico do Café, no norte do Paraná: Londrina x Grêmio Maringá, dica do Marcos.
Clássico do Interior, em Santa Catarina: Criciúma x Joinville
Clássico dos Campeões: Sport Recife x América-PE
Clássico dos Clássicos: Náutico x Sport, considerado o mais antigo do Nordeste. E o 3º do Brasil, atrás apenas do Clássico Vovô e do Gre-Nal. Como lembra o Maurício Targino, do BlogSport, as emoções de Timbu x Leão são contadas no livro “Clássico dos Clássicos – 100 Anos de História”, do Carlos Celso Cordeiro, Lucídio José de Oliveira e Roberto Vieira. Uma capa para torcedores do Sport, outra para os do Náutico. As capinhas abaixo saíram no Blog do Cassio Zirpoli, do Diário de Pernambuco.
Clássico dos Gêmeos: Esporte Clube União Suzano x União Suzano Atlético Clube
Clássico dos Milhões: Flamengo x Vasco. Livro: “Flamengo x Vasco”, de Roberto Asssaf e Clovis Martins (Relume Dumará, 1999).
Clássico Imperial: Imperatriz x JV Lideral. De Imperatriz (MA).
Clássico Rei: Ceará x Fortaleza. Livro: “Grandes Clássicos Reis da História – Ceará x Fortaleza”, de Airton de Farias e Vagner de Farias (Edições Livro Técnico, 2006).
Clássico Rei: ABC x América, o derby de Natal.
Clássico Tradição: dérbi paraibano entre o Botafogo-PB (de João Pessoa) e o Treze (Campina Grande).
Clássico Vovô: Botafogo x Fluminense, o mais antigo do Brasil. Segundo o site Livros de Futebol, há o livro “Clássico Vovô”, de Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida.
Come-Ferro: clássico do interior paulista, entre Comercial de Ribeirão Preto e Ferroviária de Araraquara.
Come-Fogo: o clássico de Ribeirão Preto entre Comercial e Botafogo. Segundo o livroBotafogo – Uma História de Amor e Glórias, de Igor Ramos, que traz uma lista dos Come-Fogos até 2008, o apelido foi dado pelo jornalista Lúcio Mendes em 1954.
Derby do Cerrado: Goiás x Vila Nova, o derby goiano.
DeRB: Desportiva x Rio Branco, clássico capixaba, dica do Cesar.
Fer-Vo: Fernandópolis x Votuporanguense.
Fla-Flu: Flamengo x Fluminense, claro, jogado desde 1912. Há referências como Clássico das Multidões também. Seu Domingos D´Angelo do MemoFut indica 2 livros: “Fla-Flu: O Jogo do Século”, de Roberto Assaf e Clovis Martins, editado pela Letras & Expressões, em 1999. E “Fla-Flu… E as Multidões Despertaram”, de Nelson Rodrigues e Mario Filho (Edição Europa, 1987). E agora, o filme “Fla x Flu – 40 Minutos Antes do Nada”
Goyta-Cano: clássico de Campos (RJ), entre Goytacaz e Americano.
GreNal: Grêmio x Internacional. Há o livro “A História dos GreNais”, texto de David Coimbra e mais 3 autores, na edição atualizada dos 100 anos do grande clássico gaúcho, publicada pela LP&M Editores.
Juve-Nal: Juventus e Nacional de São Paulo.
Juve-Nal (RS): Juventude x Internacional.
Majestoso: Corinthians x São Paulo. Outra criação do jornalista Tomaz Mazzoni.
Mare-Moto: Maranhão x Moto Clube.
Pai e Filho, ou Pai-Filho: Nacional FC e Nacional Fast Clube, pai e filho, quer dizer, o Fast é uma dissidência do Nacional.
Rio-Nal (AM): clássico manauara, Atlético Rio Negro x Nacional.
Rio-Nal (RS): é o clássico de Santa Maria (RS), Riograndense x Internacional de Santa Maria.
Rai-Fran: São Raimundo x São Francisco, o derby de Santarém (PA).