Utopia

A primeira vez que este blogueiro foi a um estádio, levado pelo tio, torcedor do rival, foi num clássico. Lembro que os torcedores se misturavam na arquibancada. Meu time perdeu. Outro torcedor, irritado, jogou o gorro lá embaixo e, falando pra mim, recomendou que mudasse de time. Ainda bem que não segui o conselho.

Há quase 4 anos, tive a oportunidade de ver um Barça e Real Madrid, segundo e último jogo da Supercopa da Espanha, Camp Nou lotado, aquele clima Barcelona x Madrid, Guardiola x Mourinho. Num determinado momento, o português foi até violento com o então assistente do treinador catalão, o saudoso Tito Vilanova. Na arquibancada, tinha um jovem casal de namorados, ele vestido com camisa blaugrana, ela com a camisa blanca dos galáticos. Ninguém a incomodou. Mas quando a decisão foi chegando perto do desfecho, não vi mais o casal. O clima no gramado estava ficando mais pesado, possivelmente os namorados não quiseram dar sopa pro azar.

Vejo com bons olhos a ideia de setores com torcedores misturados, como foi o caso da iniciativa do Internacional, no #GreNal 404. Sim, teve violência fora do Beira-Rio. Mas ideias assim devem ser incentivadas, estimuladas – pra funcionar num Majestoso, como o presidente tricolor chegou a cogitar, tem que ser muito bem planejada. Claro, um setor de torcida mista não vai acabar com a violência de quem já sai de casa louco pra brigar. Mas pode representar uma aula de civilidade.

Quem sabe se o futebol não dá exemplo pro mundo?

Pode ser uma utopia.

Mas não custa sonhar.

  • Trilha sonora deste post: “Imagine”, Lennon.

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