Publicado em maio de 2009

E por falar em Carmen Miranda e Marcos Sacramento, que gravaram música sobre Leônidas (“Deixa Falar”, de Nelson Petersen), esta semana ouvi na sala dos Gols, no Museu do Futebol, a narração do primeiro gol de bicicleta do Diamante Negro no futebol paulista. Foi no terceiro jogo de Leônidas pelo São Paulo, em 14 de junho de 1942. Vitória por 2×1 do Palestra Itália, que ainda durante aquele campeonato mudaria de nome para Palmeiras (e seria campeão). Aos 44 do primeiro tempo, Leônidas fez o gol tricolor no Pacaembu, Para explosão de alegria do locutor Geraldo José de Almeida, da rádio Record: “o bonde… o bonde de 200 contos fez um gol de bicicleta“. O sensacional livro do André Ribeiro, O Diamante Eterno [Diamante Negro, Biografia de Leônidas da Silva, no relançamento pela Cia dos Livros], registra que alguns dias antes da estreia de Leônidas, o jornal “A Hora” manchetou: “São Paulo compra Bonde de 200 contos”. O livro do André Ribeiro explica que os redatores do tablóide “A Hora” usaram a palavra “bonde”, que na época significava mau negócio, para rotular o artilheiro da Copa de 38. Leônidas chegou ao São Paulo com 29 anos, por 200 contos, depois de problemas na relação com o Flamengo. O tal “bonde de 200 contos” seria campeão paulista cinco vezes nos anos 40. Marcou 140 gols em 211 jogos pelo São Paulo. Para um “bonde”, tá bom, não?
Não será mera coincidência qualquer semelhança com a história recente de outro grande atacante carioca, que também teve passagem pelo São Cristóvão, caso de amor tumultuado com o Flamengo, também jogou no exterior, foi artilheiro de Copa do Mundo e chegou meio desacreditado ao futebol paulista. E já foi campeão estadual. O nome dele são vocês que vão dizer: Ronaldo, o Fenômeno.
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Esse livro, sensacional ainda, carece de revisão, em edições futuras, pois contém (pelo menos…) dois erros. Um : O comercial a que se refere o autor, É o Comercial F.C., DA CAPITAL (sp), pois me lembro bem dos albuns de figurinhas (Cavanni e Manoelito eram dificeis…) e (Dois) o mencionado “Dida” (atacante (e maior ídolo, até o aparecimento do Zico) do Flamengo) não era “meia armador”.