“Let’s Play Two”: a paixão de Eddie Vedder por beisebol, Chicago Cubs e Wringley Field.

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Há muito tempo atrás, numa galáxia distante, ops, num lobby de hotel em Chicago, assim do nada um morador da cidade deu duas preciosas dicas a este que vos bloga. “Vá ver o Cubs jogar. E o Kingston Mines”. Aceitei a dica do bar de blues, dois palcos, som rolando até altas horas. Não fui ver o time de beisebol da ‘Windy City’. Já me arrependi. O Wringley Field é um senhor estádio, e ganhou um belo tributo (assim como ídolos do Chicago Cubs) no filme-concerto do Pearl Jam, “Let’s Play Two“. O cantor da banda, Eddie Vedder, vai ao estádio desde pequeno e é um fanático torcedor dos Cubs.

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T2 Trainspotting

16 anos

Por falar em futebol escocês, cinema e música pop, estreou no fim de março a continuação de “Trainspotting”, marco do cinema britânico na segunda metade dos anos 90, dirigido por Danny Boyle. Vinte e um anos depois, “T2 Trainspotting” chega para contar o que mudou na vida de Renton, Spud, Sick Boy e do violento Begbie, com outra excelente trilha sonora e mais referências a futebol. Especialmente ao Hibernian FC, de Edinburgo, time do coração de Irvine Welsh, autor dos livros em que se baseiam os dois filmes da “franquia” Trainspotting. Os Hibs, atualmente na segundona escocesa, tem quatro títulos da primeira divisão (o último foi em 1951-52!), três Scottish Cups (2015-16  é a conquista mais recente) e outras três copas da liga escocesa. A classificação do filme no Brasil é 16 anos. Continuar lendo “T2 Trainspotting”

“O Milagre do Nottingham Forest”


O simplesmente belo escudo do Nottingham Forest ostenta duas estrelas, em 8referência ao bicampeonato da Copa dos Campeões da Europa (hoje Champions League), em 1978-79 e 1979-80.

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Os anos dourados dos Reds da região inglesa de East Midlands começaram com a contratação do técnico Brian Clough >>>> – que tinha feito sucesso exatamente no rival regional do Forest, o Derby County,  e cuja passagem-relâmpago pelo Leeds já foi tema de um drama, o filme Maldito Futebol Clube (The Damned United).  Pois agora o documentário de Jonny Owen sobre a era Brian Clough no Nottingham Forest, “I Believe in Miracles”, pode ser alugado no canal Now (legendado ou dublado) e também no canal da Universal Movies no You Tube (só dublado), com o título “O Milagre do Nottingham Forest”. Era Brian Clough e Peter Taylor, bem entendido – o fiel braço-direito do “mister” reatou a amizade e a parceria.

Embalado pelo balanço de uma trilha sonora com muito soul e funk, como a gravação de “I Believe in Miracles” pelas Jackson Sisters, “O Milagre do Nottingham Forest” tem inúmeros depoimentos, do goleiro Peter Shilton e do lateral Viv Anderson ao ponta John Robertson, e claro, muitos gols. Como os quatro da goleada sobre o Manchester United – em Old Trafford!

O Forest de Clough e Taylor ficou 42 jogos sem perder entre novembro de 1977 e dezembro de 78, invencibilidade que ajudou os Reds a conquistarem seu primeiro e único título de primeira divisão do campeonato inglês, na temporada 1977-78. Antes de levantar essa taça, o Forest comandado pela dupla ganhou sua primeira copa da liga inglesa (Football League Cup), numa final em duas partidas contra o Liverpool. Em 1979, o clube levantou mais uma League Cup (conquistaria ainda essa taça em 1989 e 1990).

Campeão inglês de 77-78, o Forest teve direito a participar da Copa dos Campeões da Europa na temporada seguinte. Participar só, não, ganhar! Não sem uma dose de emoção, pois estreou contra o Liverpool, então bicampeão europeu, e superou o Colônia nas semifinais, depois de estar perdendo por 2×0 em casa! Placar agregado. Volta olímpica se deu exatamente na Alemanha, no estádio Olímpico de Munique, na final contra o Malmoe. Forest campeão europeu! Esses caras fizeram história! E repetiram, na temporada seguinte, 1979-80. B i c a m p e õ e s ! Foi o penúltimo clube a conquistar Copa/Liga dos Campeões duas vezes seguidas.

Dentro do post, trailer dublado e cartaz original de “O Milagre do Nottingham Forest” (“I Believe in Miracles”). Quem gosta de futebol inglês tem que ver.

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“Eight Days a Week – The Touring Years” e uma espetacular cena no estádio do Liverpool.

Anfield, 1964. Uma massa compacta de torcedores do Liverpool se espreme durante uma partida dos Reds no colossal setor Kop do estádio, ao cantar “She Loves You”, Top #1 de 1963, de Lennon e McCartney. Parece multidão em show de rock, mas é uma arquibancada em dia de jogo. John e Paul não estavam muito preocupados com futebol, queriam saber mesmo é de fazer música, mas o quarto single beatle inspirou os fãs do time vermelho da cidade (o Liverpool foi campeão inglês na temporada 1963-64). A cena, impressionante, está no filme Eight Days a Week – The Touring Years, de Ron Howard (diretor de Splash, CocoonWillow, Apollo 13, Uma Mente Brilhante, Código Da Vinci, Frost/Nixon, Rush etc). Enquanto não saem no Brasil o DVD e o Blu-Ray, você pode curtir um pedaço dessa cena de Anfield aqui.

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Cartaz brasileiro do filme de Ron Howard sobre os anos dos Beatles na estrada: “Eight Days a Week”.

O documentário sobre os anos de estrada dos Beatles passou no Festival do Rio em 2016 e esteve em cinemas de algumas cidades brasileiras agora, no começo de fevereiro de 2017 – quando ainda teve o concerto dos quatro no Shea Stadium remasterizado, em 4K, como espetáculo extra, ao fim da sessão. E pensar que em 2014 a produção divulgou um aviso pedindo para fãs do mundo que tivessem algum tipo de recordação de show dos Beatles (foto, imagem, memorabilia) entrassem em contato. Abaixo, a nota que publiquei na Coluna de Música.20170208_200657 Continuar lendo ““Eight Days a Week – The Touring Years” e uma espetacular cena no estádio do Liverpool.”

Sir Stanley Matthews e o festival Offside

Lembro-me de uma caricatura que mostrava um jogador com a camisa branca da seleção da Inglaterra, com uma bengala e uma bola – terá sido no Manual do Zé Carioca (de 1974)? Aliás, torço para a editora Abril relançar o Manual do Zé Carioca, como fez com o do Tio Patinhas, do professor Pardal, do Mickey, do Pato Donald… O vovô dominando a bola era uma homenagem a Stanley Matthews (1915-2000), que jogou até os 50 anos! Stan Matthews, ‘o camisa 7 original’,tema de um filme que está sendo lançado em 2017 (atração do festival Offside, em Barcelona), estreou como profissional do Stoke City aos 17, ganhando 5 libras por semana, nos anos 30. No English Team, estreou em 1934, com 19 anos. Com a camisa da seleção inglesa, jogou por 23 anos. No Blackpool, Matthews conquistou a Copa da Inglaterra (FA Cup) de 1953, aos 38 anos. O segredo? A preocupação com a forma física, herança do pai. Aos 46, voltou ao Stoke City, onde pendurou as chuteiras… mas só depois de mais quatro temporadas. Foi nomeado então cavaleiro do imperio britânico e seu jogo de despedida contou com uma seleção de craques. Yashin, Puskas, Eusébio, Di Stéfano…
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O doc Matthews – The Original No. 7, de Ryan Scott Warren, é uma produção inglesa de 80 minutos. Está saindo este ano e vai ser uma das atrações do Offside Fest, festival só de documentários de futebol em Barcelona, em março – o brasileiro “Miller & Fried – As Origens do País do Futebol”, já visto aqui, está na seleção do festival catalão. Dentro do post, saiba mais sobre o Offside e veja o trailer de Matthews: Continuar lendo “Sir Stanley Matthews e o festival Offside”

Os “Belos Sonhos” de um torcedor do Torino.

Os “Belos Sonhos” de um torcedor do Torino.


Mãe e filho de 9 anos dançam um twist animadamente. A linda relação mãe e filho vai terminar bruscamente. Por quê, Deus? Por quê, pai? Massimo vai passar a vida em busca de respostas. É a história real do jornalista italiano Massimo Gramellini, torcedor do Torino por influência do pai. Não sei se é o melhor filme para ver no período de Festas (estreou às vésperas do Natal”), mas “Belos Sonhos”, dirigido por Marco Bellocchio (“Diabo no Corpo”, “Vincere”, “Bom Dia, Noite”) é, sim, um belo filme. Vi durante a Mostra de Cinema de São Paulo (2016) e quero rever.

Poster italiano de "Belos Sonhos". Classificação: 14 anos.
Poster italiano de “Belos Sonhos”. Classificação: 14 anos.

Os filmes de Bellocchio (homenageado na Mostra 2016) são assim, cheios de questões psicológicas, por cento valem ver e rever. Este aqui (que abriu a Quinzena de Realizadores em Cannes 2016) ainda tem cenas de paixão pelo futebol, especialmente relativas ao Torino, time de Massimo Gramellini, autor do livro que inspirou “Belos Sonhos” – morou ao lado do estádio Comunale e inclusive há uma cena de reencontro entre pai e filho durante uma homenagem às vitimas à tragédia de Superga, que dizimou o Grande Torino.

Dentro do post, sinopse, ficha e uma cena de futebol de “Belos Sonhos”. Quem souber em que estádio foi filmada essa cena, pode deixar comentário no post. Não acredito que seja o Comunale, de Turim, que hoje tem cobertura.
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Bola na tela: “Meninos de Kichute’.

Bola na tela: “Meninos de Kichute’.


Raro longa-metragem de ficção nacional sobre futebol. O filme de Luca Amberg inspirado no livro de mesmo nome de Márcio Américo se passa nos anos do “Eu te amo meu Brasil” e parece até feito nos anos 70, de tão cuidada a reconstituição de época. Quem está na faixa dos 40 anos vai se lembrar dos tempos de aulas de Moral e Cívica, álbuns de figurinhas, revistas de mulher pelada, Magiclik, carros Brasília, Kharman Ghia, Dodge Dart, Canal 100, sonorizado com a versão instrumental de ”Na Cadência do Samba (Que Bonito É)”, e claro, a chuteira Kichute do título – e antes que alguém identifique a primeira música do trailer e do filme com o ufanismo do “Brasil gigante”, noto que é possível identificar no papel do pai o Estado violento, repressor e mentiroso. Ótimos diálogos, ótimas atuações (especialmente de Werner Schünemann, Vivianne Pasmanter, Arlete Salles e o protagonista Lucas Alexandre, bem dirigido como todo o elenco “juvenil), boa trilha sonora da época, a cargo de Netinho, dos Incríveis: Casa das Máquinas, Secos e Molhados, Sergio Sampaio, Os Incríveis.

É certamente um dos nossos melhores filmes sobre futebol – e sobre amizade e descobertas. Uma espécie de “Conta Comigo” brasileiro. Prêmio: melhor filme do júri popular na 34ª Mostra de Cinema de São Paulo.

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“Barba, Cabelo & Bigode”: 24 de janeiro, 13h30, Canal Brasil.

“Barba, Cabelo & Bigode”: 24 de janeiro, 13h30, Canal Brasil.

Afonsinho, Paulo César Caju e Nei Conceição começaram as suas carreiras em meados dos anos 1960, num momento histórico de forte repressão política no país. Originalmente na condição de companheiros de uma consagrada geração de craques do Botafogo, não abriram mão da liberdade, justo quando a ditadura militar decidiu convocar a si própria para também entrar em campo. “Barba, Cabelo & Bigode”, vencedor da Taça CineFoot no Rio, abriu a edição paulista do festival Cinefoot 2016 e passa no Canal Brasil nesta terça, 24 de janeiro, 13h30, no Canal Brasil.

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BARBA, CABELO & BIGODE. O filme de Lucio Branco abre o Cinefoot 2016 em Sampa, nesta terça, 20h, auditório do Museu do Futebol.

Deixa falar! Como pede o clássico samba de Nelson Petersen eternizado por Carmen Miranda, o documentário “Barba, Cabelo & Bigode”, de Lucio Branco, deixa Afonsinho, Paulo César Caju e Nei Conceição falarem à vontade. Deixa o trio falar e também deixa jogar… em preciosas imagens de arquivo, muitas fotos e até batendo uma bola.  Eram anos gloriosos para o Botafogo, embora Afonsinho e Caju nem sempre tenham sido tratados como deveriam pelo clube. Acabaram saindo.

O filme de Lucio Branco é mais uma produção a demonstrar a amorosa relação entre música e futebol. Por exemplo, ficamos sabendo da paixão de Paulo César Caju pela música negra e pelo discos – chegou a ter mais de 2 mil LPs de vinil. Tem Gilberto Gil e sua “Meio de Campo”, em forma de carta a Afonsinho… Bob Marley louco para jogar bola com os craques brasileiros… e os Novos Baianos que jogaram muitas peladas ao lado de Afonsinho e Nei Conceição. Inclusive o Moraes Moreira se define como uma mistura de Dario (Dadá Maravilha, Dadá Peito de Aço) e Roberto Dinamite !!! Veja o trailer:  Continuar lendo ““Barba, Cabelo & Bigode”: 24 de janeiro, 13h30, Canal Brasil.”

“Miller & Fried – As Origens do País do Futebol”

Menção Honrosa no Festival FICTS Sports de Milão 2016., “Miller & Fried” está na programação do 7˚CINEFOOT São Paulo, Passa em 3/12,um sábado, às 17h, no Museu do Futebol , com entrada franca. Confira comigo no replay o texto publicado na época da estreia do documentário no Belas Artes.

Fut Pop Clube

wp-1468888470167.jpg Para quem se interessa pelo futebol brasileiro, em especial o paulista, o filme “Miller & Fried – As Origens do País do Futebol”, de Luiz Ferraz, chega a ser emocionante. O 7 a 1 na Copa de 2014 está muito fresco na memória. Ver um precioso arquivo da goleada de 7 a 2 do Paulistano comandado pelo artilheiro Friedenreich sobre a seleção francesa, durante uma bem sucedida excursão à Europa, em 1925, é de encher os olhos! Fried também estava na seleção que conquistou o primeiro grande título, o Sul-Americano de 1919, num lotadíssimo estádio das Laranjeiras (é a imagem de capa do teaser abaixo).

O gol desse título, na segunda prorrogação, teve participação de um corintiano, de um palmeirense e do craque do Paulistano (que depois jogaria no chamado São Paulo da Floresta, precursor do atual tricolor paulista). O material iconográfico da decisão já valeria o ingresso do…

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Na quarta rodada da mostra Cinefoot (Canal Brasil), o futebol puro, em “Campo de Jogo”.

“Campo de Jogo“, de Eryk Rocha, é a quarta atração da mostra Cinefoot. Sexta, 22h, com reprise terça, 13h30. Não perca!
Abaixo, o post que publiquei quando o filme passou nos cinemas, em 2015.

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