Rodada dupla

No sábado, o blogueiro teve o prazer de participar de dois eventos, dentro do estádio do Pacaembu.
Logo cedo, no auditório do Museu do Futebol, a 74ª reunião do pessoal do Memofut, grupo que estuda, preserva e divulga a literatura do futebol. Depois, uma taça Libertadores de futebol de mesa, dos Botões Clássicos, no bar  do Pacaembu.20160130_144454
O encontro do Memofut fez com Gustavo Carvalho um apanhado da carreira do mestre Telê Santana, especialmente o técnico Telê. O ano de 2016 marca duas efemérides tristes relativas ao Fio de Esperança. Dez anos da morte e vinte anos da última partida como treinador. O Memofut falou (via Sergio Miranda Paz) também de futebol nas novelas. E Domingos D’Angelo, que tem uma coleção gigantesca de livros de futebol, fez uma apresentação sobre grandes cronistas que escreveram sobre futebol no Brasil. Entre eles, Mário Filho.

Aliás, no livro “As Coisas Incríveis do Futebol – As Melhores Crônicas de Mário Filho” (editora Ex Machina, 2014), tem um belo texto do criador do Jornal dos Sports sobre o futebol de botão. Mário Filho chegou a patrocinar campeonato de futebol de mesa!

20160130_113109Do outro lado, no bar O Torcedor, começava uma Libertadores de botão – coisa do Luciano Araújo, dos Botões Clássicos, com 36 times, pré-Libertadores e tudo. Regra paulista: no máximo, 3 toques por jogador, 12 coletivos. Continuar lendo “Rodada dupla”

“Fla x Flu – 40 Minutos Antes do Nada”.

Publicado em outubro de 2013

https://www.facebook.com/flafluofilme/
https://www.facebook.com/flafluofilme/

1239176_416884401756924_764732307_oDomingo de Fla-Flu no Maracanã. O Clássico das Multidões já recebeu uma grande homenagem nos cinemas. É o “Fla x Flu – 40 Minutos Antes no Nada“. O filme de Renato Terra (codiretor de “Uma Noite em 67”) ganhou o prêmio de melhor documentário segundo o júri popular no Festival do Rio 2013. No mesmo ano, tive a oportunidade de ver a pré-estreia paulistana, que lotou o auditório Armando Nogueira, do Museu do Futebol, em pleno Pacaembu! É um tal de provocação… “Recordar é viver, Assis acabou com você” x hat–trick do Zico… Quase todas brincadeiras sadias, verbais, engraçadas, tiração de sarro como deveriam ser as rivalidades no futebol. Como sou “neutro”, devo dizer que me diverti muito, nos 85 minutos do filme. Que figuraças os entrevistados… de um lado, Sacha Rodrigues (neto rubro-negro do profeta tricolor Nelson Rodrigues), Márvio dos Anjos, Márcio da Fla-Angra, Francisco (a cara do João) Bosco, Arthur Muhlenberg, e por falar em Arthur, Zico, Júnior e Leandro. Do outro lado, Toni Platão, Pedro Bial, notórios tricolores, Heitor D´Alincourt, Márcio Trindade, o folclórico Desiré e… Assis… Assis rouba o filme! Os caras já são engraçados… e a dupla de entrevistadores, formada pelo próprio diretor, Renato Terra (FFC), e Luiz Antônio Ryff (CRF) – soube provocar, para tirar o máximo dos personagens. O objetivo do diretor não era fazer um filme cronológico, do primeiro Fla-Flu, em 1912, ao Fla-Flu do centenário. Onze clássicos considerados históricos são de alguma maneira lembrados. Renato Terra afirma que quis fazer um filme sobre a paixão, a paixão dos torcedores. E conseguiu. Depois da sessão em São Paulo, houve um bate-papo no auditório do Museu do Futebol, E uma senhora comentou que não gosta de futebol, mas se amarrou no filme. Boa sorte para a carreira desse clássico nos cinemas. Que leve multidões. Veja o trailer no post anteriorContinuar lendo ““Fla x Flu – 40 Minutos Antes do Nada”.”

400 dias para a Copa

Cartaz oficial da Copa do Mundo 2014 (C) Fifa
Cartaz oficial da Copa do Mundo 2014 (C) Fifa

O governo divulgou através do Portal da Copa (copa2014.gov.br) a vinheta “A Pátria de Chuteiras”.
Animação legal, a inconfundível/inevitável “Na Cadência do Samba (Que Bonito É)” – clássico de Luiz Bandeira, tema do Canal 100 e de transmissões de rádio – e a expressão parecida com “o escrete é a pátria em chuteiras” consagrada por Nelson Rodrigues.

Expo: Nelson Rodrigues, O Profeta Tricolor

Filho e pai, na inaguração do busco de Nelson Rodrigues, nas Laranjeiras FOTO Bruno Haddad / Fluminense F.C.
Filho e pai, na inauguração do busto de Nelson Rodrigues, nas Laranjeiras FOTO Bruno Haddad / Fluminense F.C.

A inauguração do busto de Nelson Rodrigues (bancado pela torcida tricolor) na sede do Fluminense, nesta quarta-feira, 26 de dezembro, é um bom motivo para o post sobre a exposição temporária dedicada ao Profeta Tricolor, na recém-inaugurada Sala de Troféus do campeão brasileiro de 2012.

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Selecionei algumas das frases marcantes escolhidas pelo “time” da exposição, que você confere dentro do post.
Continuar lendo “Expo: Nelson Rodrigues, O Profeta Tricolor”

Nelson Rodrigues | “Brasil em Campo”

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Amigos, no finalzinho deste ano do centenário de nascimento de Nelson Rodrigues (1912-1980), dramaturgo, cronista e -podemos dizer- antes de tudo, um torcedor apaixonado do Fluminense e da seleção brasileira, gostaria de dar mais uma dica, pra quem já curte ou quer conhecer o estilo do “profeta tricolor”, do “anjo pornográfico”. É a coletânea “Brasil em Campo” (editora Nova Fronteira, 2012), organizada por sua filha, Sonia Rodrigues. Trata-se de uma antologia de crônicas publicadas em jornais como o “O Globo”, “Última Hora” e “Jornal dos Sports”, o tradicional ‘cor de rosa’, e também na revista “Manchete Esportiva”.

Ótimo para saber mais sobre a alma do brasileiro, do torcedor brasileiro em particular, de Garrincha, de João Saldanha, da Copa de 1962, essa Copa tão pouco lembrada… Nelson também admite, numa crônica de 1966:

“O videoteipe é muito menos burro do que parece”.

O criador de frases marcantes (que a gente vai ver também no próximo post, sobre a exposição temporária na Sala de Troféus do Fluminense), como “Só os profetas enxergam o óbvio” e “O brasileiro não gosta de admirar e paga para não admirar” se surpreende com uma grande tirada de Nelson Motta (também Fluminense), que escreve na dedicatória do livro (“Música Humana Música”):

“A Nelson Rodrigues, meu deus de estimação”.  Continuar lendo “Nelson Rodrigues | “Brasil em Campo””

Estádio de Laranjeiras

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“Não sei se repararam? Mas um campo de futebol, mesmo vazio, está ressoante de velhos clássicos espectrais, há sempre um rumor longínquo de vaias e aplausos”. Nelson Rodrigues, na exposição temporária O Profeta Tricolor, na Sala de Troféus do Fluminense.


Panorama do estádio Manoel Schwartz, mais conhecido pelo nome do bairro, Laranjeiras, onde a seleção brasileira fez seu primeiro jogo, em 1914, e também levantou a primeira de muitas taças, o Sul-Americano de 1919. Nele, o Fluminense fez o seu último treino antes da partida desta tarde em Presidente Prudente, que pode ser decisiva. Breve, aqui no Fut Pop Clube, o rolê do blog pela Sala de Troféus do tricolor.

Continuar lendo “Estádio de Laranjeiras”

Nelson Rodrigues | O BERRO IMPRESSO DAS MANCHETES. Crônicas Completas da ‘Manchete Esportiva’ 55-59.

“Corria o ano de 1911. Vejam vocês: 1911! O bigode do Kaiser estava, então em plena vigência. Mata Hari, com um seio só, ateava paixões e suicídios; e as mulheres, aqui e alhures, usavam umas ancas imensas e intransportáveis. Aliás, diga-se de passagem: é impossível não ter uma funda nostalgia dos quadris anteriores à Primeira Grande Guerra. Uma menina de 14 anos para atravessar uma porta tinha que se pôr de perfil. Convenhamos: – grande época! grande época!”

Assim começa “O Berro Impresso das Manchetes“. Essa crônica trata do Flamengo, mas é puro Nelson Rodrigues, cujo centenário de nascimento é lembrado hoje, 23 de agosto de 2012, em todas as mídias.

O livraço é uma compilação das clássicas crônicas de Nelson Rodrigues na primeira fase da revista “Manchete Esportiva, da Bloch, entre 1955 e 1959. Foi lançado em 2007 pela editora Agir, com pesquisa de texto e informativo posfácio de Marcos Pedrosa de Souza. Continuar lendo “Nelson Rodrigues | O BERRO IMPRESSO DAS MANCHETES. Crônicas Completas da ‘Manchete Esportiva’ 55-59.”

Personagem da Semana: Nelson Rodrigues


Meu personagem da semana poderia ser perfeitamente o bandeirinha Emerson de Carvalho, que não reparou no triplo impedimento no segundo gol do Santos no quentíssimo clássico alvinegro de domingo na Vila Belmiro, fazendo jus ao nome do livro de Celso Unzelte e Odair Cunha: “O Grande Jogo”. Hoje ele foi afastado.

Meu personagem da semana também poderia ser o Atlético Mineiro, melhor do primeiro turno do Brasileirão, a julgar pela bela campanha e pelo histórico do certame, dono de gigantesca chance de botar mais uma estrela dourada nesta flâmula aqui, olha.

Meu personagem da semana poderia ser o meia-atacante Lucas, que depois de ser deixado de lado – ou melhor, no banco – durante quase toda a campanha de prata da seleção olímpica voltou pro São Paulo e comeu a bola na goleada contra a Ponte Preta, no horário do “jogo da balada”, sábado à noite no estádio. Parecia querer dar no campo uma respoata ao técnico Mano Menezes e ao polêmico futuro colega de PSG, o falastrão Ibrahimovic. Tomara que Lucas continue assim, entortando defensores, rumo ao gol, no tricolor, na seleção, no PSG.

Meu personagem da semana era o nome da coluna de Nelson Rodrigues na primeira grande fase da revista “Manchete Esportiva“, sugestão do próprio patrão, Adolpho Bloch, explica Marcos Pedrosa de Souza, no posfácio da sensacional coletânea “O Berro Impresso das Manchetes” (editora Agir).

Meu personagem da semana é Nelson Rodrigues, o cronista da vida como ela é e do sobrenatural de almeida: 100 anos nesta semana. No sábado, dia 25/08/12, o Museu do Futebol de SP promove a palestra “Nelson Rodrigues – O Cronista e A Bola“, a partir de 10h, com o  professor José Carlos Marques, autor do livro “O Futebol em Nelson Rodrigues”. Aqui, um bate-bola do site do Museu com o professor. A entrada da palestra é de graça!

Dois gols de letra

Duas leituras interessantes.

Uma acaba de chegar às bancas. Edição especial da revista Bravo! sobre Literatura & Futebol. Edição do jornalista e escritor Marcelo Moutinho. Contos, poesias e crônicas sobre o “esporte bretão” de um timaço de craques dos livros, revistas e jornais – feras como o vascaíno Drummond, o tricolor Nelson Rodrigues, o colorado Verissimo, Lima Barreto, dos botafoguenses Flávio Carneiro e Clarice Lispector etc. Como se não bastasse, as fotos são de seleção.

A outra dica não é tão recente. Da coleção Folha Explica, Futebol Brasileiro Hoje, do jornalista José Geraldo Couto (que assina saborosa coluna no esporte da Folha aos sábados).

São contratações recentes para o meu time de livros sobre futebol.

Sem pressa, voltarei ao assunto, com o maior prazer.