Geneton, um craque da arte de entrevistar.

O Brasil já não é um país muito preocupado com memória e esta semana perdeu um obstinado pelos grandes fatos da história. Morreu o jornalista e escritor pernambucano Geneton Moraes Neto. Partiu cedo demais. Deixou mulher, três filhos, quatro netos … e onze livros. Entre eles, Dossiê 50. O subtítulo explica: “um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro”.

20160824_161930

Foi frango de Barbosa? O lateral Bigode deveria ter cometido falta em Ghiggia? Nilton Santos deveria ter jogado? Houve falha de cobertura de Juvenal? Obdulio Varela deu um tapa em Bigode? A troca de concentração atrapalhou o sossego do elenco? E o clima de ‘já-ganhou’? Geneton deu voz aos 11 titulares da seleção de 1950 – Barbosa, Augusto, Juvenal, Bigode, Bauer, Danilo, Zizinho, Friaça, Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes e Chico – e também ao treinador Flávio Costa. Para a caprichada reedição de 2013, lançada pela Maquinária Editora, entrevistou também o uruguaio Alcides Ghiggia, autor do gol do título. O livro virou filme, exibido na GloboNews e no festival CINEfoot.
E como se não bastasse todo o esforço de reportagem de ouvir todos os personagens, o texto ainda é espetacular.

Geneton batalhou pela “anistia” aos onze condenados do Maracanazo (especialmente Barbosa e Juvenal). Isso, antes do 7×1 no Mineirão, que libertou de vez a seleção de 50 (e deveria ter reabilitado também a camisa branca – como a da réplica da foto acima- amaldiçoada depois da conquista uruguaia no Rio).
Geneton morreu dois dias depois de outra grande decisão no Maracanã, guardadas as proporções entre uma final de Copa do Mundo e uma final olímpica. Continuar lendo “Geneton, um craque da arte de entrevistar.”

Discutindo a relação: a Seleção Brasileira e o Morumbi. Veja a lista dos jogos.

10464313_588986841222679_4006644258918849428_nA Seleção Brasileira e o público paulistano parecem viver uma eterna “D.R.” quando se encontram no Morumbi, pelo menos dos anos 70 ou 80 pra cá. Se o gol demora, pode ter certeza, lá vem vaia. Nos últimos anos, goleiros e centroavantes ouviram gritos de “Rogério! Rogério” e “L u í s F a b i a n o !”. Técnicos não foram poupados. Parreira ouviu “Olê, olê, olê, Telê, antes da Copa de 1994″. Mano Menezes ouviu um grito de adeus no feriado de 7 de setembro de 2012, na ‘goleada de um a zero’ sobre a África do Sul.. Por mais de uma vez, o rigoroso público paulistano não perdoou nem um símbolo como a bandeira nacional.
Mas às vezes basta a Seleção marcar um gol para rolar aquele chatinho”eu  / sou brasileiro/  com muito orgulho / com muito amor”.
O certo é que em 28 jogos, desde 1963 (o Morumbi foi inaugurado em 1960 e ampliado em 1970), marcaram gols pela Seleção no estádio nomes como Pelé (bem no dia da despedida do escrete canarinho, em 1971) Pepe, Jairzinho, Leivinha, Roberto Dinamite, Reinaldo, Rivellino, Sócrates, Zico, Tita, Careca, Bebeto, Romário, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Luís Fabiano e, agora, Fred. Ao todo, foram 18 vitórias, 9 empates e apenas uma derrota, na primeira partida.
Vamos à lista! Para este post, contei com a preciosa ajuda de Michael Serra, do arquivo histórico do São Paulo FC, a quem agradeço por mais uma gentileza.

  1. Brasil 2×3 Argentina, Copa Roca, 13/04/1963. Pepe marcou os dois gols da Seleção
  2. Brasil 4×0 Peru, amistoso, 4 de junho de 1966. Duas vezes Lima, Paraná e Pelé.
  3. Brasil 5×0 Chile, amistoso, 22 de março de 1970. Duas vezes Pelé, 2 vezes Roberto Miranda e Gérson.
  4. Brasil 0x0 Bulgária, amistoso, 26/04/1970.
  5. Brasil 1×1 Áustria, amistoso, 11/07/1971. Pelé marcou, num de seus jogos de despedida da Seleção.
  6. Brasil 3×0 Iugoslávia, Minicopa, 02/07/1972. Marcaram Leivinha (duas vezes) e Jairizinho.
  7.  Brasil 2×0 Romênia, amistoso, 17/04¹974. Edu e Leivinha.
  8. Brasil 0x0 Áustria, amistoso, 1º de maio de 1974.
  9. Brasil 1×0 Bulgária, amistoso, 23/01/1977. Roberto Dinamite.
  10. Brasil 2×0 Seleção Paulista, amistoso, 25 de janeiro de 1977 (*). Gil e Palhinha marcaram.
  11. Brasil 1×1 Seleção Paulista, amistoso, 16 de junho de 1977 (*). PC Caju marcou pro Brasil.
  12. Brasil 3×1 Polônia, amistoso, 19/06/1977. Paulo Isidoro, Reinaldo e Rivellino.
  13. Brasil 5×0 Ajax, amistoso, 21/06/1979 (*). Duas vezes Sócrates, 2 vezes Zico, Toninho.
  14.  Brasil 2×0 Bolívia, Copa América, 16/08/1979. Tita e Zico.
  15. Brasil 1×1 Polônia, amistoso, 29/06/1980. Zico.
  16. Brasil 1×1 Tchecoslováquia, amistoso, 03/03/1982. Gol de Zico.
  17. Brasil 0x0 Argentina, amistoso, 17/06/1984.
  18. Brasil 1×1 Bolívia, Eliminatórias 30/06/1985. Gol de Careca.
  19. Brasil 6×0 Venezuela, Eliminatórias, 20/08/1989. Marcaram: Careca (4), Silas e Acosta contra.
  20. Brasil 2×0 Equador, Eliminatórias, 22/08/1993. Bebeto e Dunga.
  21. Brasil 3×2 Equador, Eliminatórias, 26/06/2000. Rivaldo (2 vezes), Antônio Carlos.
  22. Brasil 3×1 Argentina, Eliminatórias, 26/07/2000. Gols: Alex e Vampeta (2).
  23. Brasil 1×0 Colômbia, Eliminatórias, 15/11/2000. Gol: Roque Júnior.
  24. Brasil 1×1 Peru, Eliminatórias, 25/04/2001. Gol do Brasil: Romário.
  25. Brasil 3×1 Bolívia, Eliminatórias, 05/09/2004. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Adriano marcaram para o Brasil.
  26. Brasil 2×1 Uruguai, Eliminatórias, 21/11/2007. Duas vezes Luís Fabiano.
  27. Brasil 1×0 África do Sul, amistoso, no 7 de setembro de 2012. Gol de Hulk.
  28. Brasil 1×0 Sérvia, amistoso – o último antes da Copa, 06/06/2014. Gol: Fred.

Continuar lendo “Discutindo a relação: a Seleção Brasileira e o Morumbi. Veja a lista dos jogos.”

#MaracanáLaPelícula. O filme sobre o Maracanazo, no Canal Brasil.

Sexra, 25 de novembro, 22h, Canal Brasil. Replay terça, 13h30.
1970439_471082516351403_1003118500_n
1623558_464799520313036_739368862_n
Um filme sobre a Copa de 1950 estreou no escurinho do estádio – o mítico estádio da copa de 1930, vencida pela mesma seleção. A primeira sessão de Maracaná – La Película” (de Sebastián Bednarik e Andrés Varela) levou 10 mil torcedores, digo, espectadores ao Centenário, em Montevidéu. É uma coprodução celeste-canarinho (envolveu produtoras uruguaias e brasileiras) que procura mostrar o lado tanto do campeão, como do vice, no que para nós brasileiros foi uma tragédia, a derrota de virada no jogo decisivo do quadrangular final da Copa de 50, no Maracanã lotado.  O #Maracanazo teve todo um clima de “já ganhou” e a pressão política para que o Brasil conquistasse a Copa, num ano de eleição, incluiu o discurso do prefeito do Rio, Mendes de Morais.

Brasileiros, cumpri minha palavra construindo este estádio. Cumpram agora seu dever, ganhando a Copa do Mundo.

Maracanazo… Por si, um assunto caro aos brasileiros… Não somos um povo melancólico… mas como adoramos debater nossas grandes derrotas nos gramados! 1950… 1982… 1998…
Ainda mais num ano de outra Copa do Mundo no Brasil – e de eleições também – conhecer melhor a exploração política do esporte nunca é demais.
Antonio Leal, do CINEfoot, esteve na sessão realizada no estádio Centenário. O documentário “Maracaná – La Película” (título original) é uma das atrações do festival de cinema de futebol. Em São Paulo, quinta-feira, 29 de maio, às 20h, no Museu do Futebol (estádio do Pacaembu). Grátis. Mas é bom chegar pelo menos 1 hora antes pra pegar o convite.
Mas as imagens raras, históricas, e a montagem do trailer, que você pode ver abaixo, já deixam ansioso qualquer espectador interessado em bons filmes de futebol e documentários, de modo geral, como eu e você que me lê.
Continuar lendo “#MaracanáLaPelícula. O filme sobre o Maracanazo, no Canal Brasil.”

Dossiê 50

http://www.maquinariaeditora.com.br/
http://www.maquinariaeditora.com.br/
Capinha da primeira edição do livro do Geneton

A Copa de 50 e o Maracanazo estão entre os temas mais investigados por Geneton Moraes Neto. Em 2000,  quando a derrota de virada para a Celeste no Maracanã lotado completou 50 anos, o jornalista lançou o livro “Dossiê 50 – Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro” pela editora Objetiva (ao lado, a capinha dessa edição, esgotada). Agora, a saga de Geneton em busca desses segredos virou o documentário “Dossiê 50: Comício A Favor dos Náufragos”. Teve pré-estreia no Festival do Rio. Antes de entrar na programação do canal GloboNews (em 3 de novembro), às 21h30; 9 de novembro, às 18h30). vai ter uma pré em São Paulo. Anote: sábado, 19 de outubro, das 11h às 13h, no auditório do Museu do Futebol. A entrada é de graça, mas está sujeita à lotação da sala (o auditório Armando Nogueira tem capacidade para 180 pessoas). Imperdível. E quem concorda comigo e pensa em ver essa sessão deve chegar com antecedência.

Outra boa nova é que o livro “Dossiê 50 – Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro”  vai ser relançado pela Maquinária Editora, em papel, e também pela e-Galáxia, especializada em e-books.

Com as três mídias, documentário + livro + e-book, Geneton espera que os vice-campeões do mundo de 1950 sejam anistiados e tenham enfim o reconhecimento que mereciam. Sim, anistiados, porque como dizia o goleiro Barbosa (1921-2000), a pena máxima no Brasil era de 30 anos, mas o guarda-redes que está entre os 10 mais do Vasco pagou quase 50 anos. Continuar lendo “Dossiê 50”

A maior arquibancada do Brasil

O pessoal da publicidade da Fiat certamente não imaginava que o anúncio com o som da banda O Rappa emprestaria seu refrão para um protesto do tamanho do Brasil. “Vem pra rua, vem pra rua”. Pegou. O Rappa é certamente um dos grupos mais “callejeros” do país, dono de discurso e atitude de rápida comunicação com o jovem público de diferentes classes sociais. Curiosamente, a manifestação – em grande parte motivada pelos gastos vergonhosos em estádios da Copa 2014 e pela atenção internacional despertada pela Confederações 2013 –  não deixa de mostrar uma influência de  ‘gritos de guerra’ de torcidas organizadas, em muitos refrões.

O Brasil acordou, ô” (leia como ‘o campeão voltou, ô’).

S e m  v i o l ê n c i a” (leia como o ´É  … q u a r t a – f e i r a!’ dos estádios)

Eu sou brasileiro/com muito orgulho/com muito amor… ” (cantado nos estádios há mais de 15 anos).

Pena que junto com tantas manifestações imensas, bonitas e justas, a gente tenha visto outra característica de torcidas organizadas. A intolerância a quem pensa diferente. Rasgar bandeiras de partidos, agredir quem não usa as mesmas cores, não tem as mesmas crenças… provocar policiais (que também ganham mal para caramba)… destruir ou saquear patrimônio público ou particular… não tem nada a ver e não é nem um pouco democrático. Tolerância zero e vandalismo… isso não me representa! Diálogo, sim!
O gigante, que parecia “deitado eternamente em berço esplêndido”, despertou pra valer. Especialmente seu lado jovem. Mostrou para governantes brasileiros de TODOS os níveis…  parlamentares de TODOS os plenários –  e também a todos os estrangeiros que planejam lucrar muito com o mínimo de investimentos – que a farra acabou.
Viu só? Foi só sair da internet para reclamar que as passagens de transporte público caíram (por outro lado, não acredito em tarifa zero). Outros aumentos foram revogados. Governo e oposição acordaram. Voltaram a discutir temas de interesse nacional, e não só aquele Fla-Flu, aquele Gre-Nal, aquele derby PT x PSDB que enche o saco nos anos de eleições, quanto mais nas outras temporadas. O Congresso -outro alvo da fúria popular – reagiu. Caiu a absurda PEC-37 que limitava as investigações do Ministério Público. Demorou.
No domingo, vamos ter uma grande final da Copa das Confederações, no caro Maracanã, entre a seleção brasileira e uma esquadra fortíssima europeia. Respeitemos o direito de manifestação pacífica. Respeitemos o direito de ir e vir. Respeitemos o resultado. Se a nova Família Scolari ganhar, ótimo. Se perder, tudo bem. Felipão terá um ano para corrigir os erros. E posso apostar que ele saberá trazer a ‘maior arquibancada do Brasil” para o lado da seleção.

A bola está com os políticos. Claro, vamos ter que continuar a marcar forte. Pressão. Mas sem violência. Continuar lendo “A maior arquibancada do Brasil”

Há 94 anos, Friedenreich marcou um gol que virou clássico – da música.

Dica do Facebook do Museu do Futebol

FutPopClube.com
FutPopClube.com

Estádio das Laranjeiras, 29 de maio de 1919. Decisão do Sul-Americano. Brasil x Uruguai.

Numa jogada emocionante, o nosso time venceu por um a zero e a torcida vibrou.

O gol de Friedenreich, que 7 décadas depois inspirou a linda letra de Nelson Angelo para “1×0”, o chorinho já clássico de Pixinguinha e Benedito Lacerda, saiu na 3ª prorrogação. 122 minutos de clássico. O Sul-Americano de 1919 é tido como o primeiro grande título da Seleção – que ainda não era Canarinho. Usava camisas brancas, só abandonadas após o vice na Copa de 1950, diante do mesmo Uruguai.
Aproveito a efeméride para recomendar algumas versões de “Um a Zero”: a do próprio Nelson Angelo, a do grupo vocal Arranco de Varsóvia, a de Pedro Lima e a instrumental do grupo Choro das 3.
E livros. “Friedenreich – A Saga de um Craque nos Primeiros Tempos do Futebol Brasileiro”, recém-lançado,  “Sul-Americano de 1919 – Quando o Brasil descobriu o Futebol”, de Roberto Sander. “Futebol no País da Música”, de Beto Xavier”. de “A Presença do Futebol na Música Popular Brasileira”, de Assis Angelo.
Para saber mais sobre a história do estádio das Laranjeiras, a primeira casa da Seleção, vale a pena dar um rolê pela Sala de Troféus do Fluminense. É um museu sensacional, muito interativo.

Dois vira, quatro acaba – com o tabu.

fifa world cup logoUm chutaço de Daniel Alves que o goleiro aceitou. O Juan que defende também faz gol. Um golaço de Luís Fabiano. Uma cobrança de pênalti de Kaká. E se o Uruguai tem Diego Forlán, Chuteira de Ouro na Europa, o Brasil tem Júlio César, que deveria ganhar a Luva de Ouro. Assim, o Brasil goleou o Uruguai em pleno Centenário: 4×0. Acabou com um tabu de 33 anos sem vitória no estádio erguido para a Copa de 1930. E com a ajudinha do Chile, que dobrou o Paraguai em Assunção, a Seleção de Dunga passa o fim de semana na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas. No segundo jogo da Argentina em Buenos Aires com Maradona no comando, a alviceleste passou apertado pela Colômbia. 1×0, gol do zagueiro Díaz.  E olha que os colombianos deram um calor no começo. Depois, meio que se perderam no nervosismo ou na tentativa de serem mais malandros (hahaha!). Na quarta-feira, no Recife, Brasil e Paraguai jogam a liderança. Vamos torcer para que a Seleção consiga dar bis de bom futebol. Terceiro colocado, o Chile recebe a Bolívia. A Argentina (4º lugar)vai ao Equador. No limite, a Celeste Olímpica tem um jogo de seis pontos na Venezuela, que hoje ganhou na Bolívia. Te cuida, Uruguai… até a vaga para a repescagem está ameaçada.

Por outro lado, tem seleção carimbando o passaporte para África do Sul. Neste sabadão Fifa, garantiram vaga no Mundial 2010: Japão, Coreia do Sul, Austrália e Holanda! Ainda bem. Copa sem a Laranja Mecânica não tem graça.

Continuar lendo “Dois vira, quatro acaba – com o tabu.”

VERDE-amarelo contra a Celeste Olímpica

Publicado originalmente em 6/7/2009 e atualizado em 9/8/2015

7 de setembro de 1965. Alviverde de amarelinha. Foto: Academia de História do Palestra-Palmeiras
7 de setembro de 1965. Alviverde de amarelinha. Foto: Academia de História do Palestra-Palmeiras

Está na ficha técnica do jogo Brasil 3×0 Uruguai, em 7/9/65, publicada no livro  sobre a Seleção Brasileira, do Roberto Assaf e Antonio Carlos Napoleão. A Seleção jogou com Valdir Joaquim de Moares (depois Picasso), Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho Botelho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario). Opa! Todos os que entraram jogando (em negrito) eram do Palmeiras em 65!!! Sim, exatamente. O time chamado de Academia do Futebol vestiu a camisa amarelinha num dos amistosos de inauguração do Mineirão. E ganhou da Celeste por 3 a 0, gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano. Até o técnico palmeirense, Filpo Nuñez (que era argentino!), serviu a seleção brasileira no amistoso.

Por causa disso, para comemorar o centenário do Palmeiras (2014), em outubro de 2013 a Adidas lançou uma camisa amarela pro alviverde – com o mote Pátria Amada Palmeiras. Essa camisa voltou a ser usada em 9 de agosto de 2015, na partida contra o Cruzeiro, exatamente no Mineirão.
BV_6uPWCQAAFZ2g
Veja o anúncio da camisa na loja oficial do clube. A pré-venda fez um incrível sucesso. Atenção: o anúncio e o preço são de outubro de 2013.

1396052_10151758858934426_143098067_n
Anúncio e preço de 2013. http://www.mundopalmeiras.com.br/

Leia também o texto do Memória E.C. sobre a histórica partida.

A celeste olímpica contra a mística da amarelinha

UruguaiNossa seleção chega a Montevidéu para desafiar um tradicional rival. CBFA celeste olímpica não terá o zagueiro e xerife Diego Lugano (do Fenerbahce, suspenso). Pouco? Com Lugano em campo, o São Paulo não perdeu para o Corinthians…Mas os donos da casa contam com outro Diego, o goleador Forlán (32 tentos na temporada pelo Atlético de Madrid, Chuteira de Ouro pela segunda vez, como máximo artilheiro da Europa). Do lado brasileiro, a segurança de Júlio César, Daniel Alves, as arrancadas de Kaká e a raça, o oportunismo e o talento do guerreiro Luís Fabiano, que parece ter nascido para marcar gols no Morumbi e ajudar Dunga a se manter na Seleção.

Brasil e Uruguai se enfrentam desde 12 de julho de 1916 (perdemos, 1×2). Ao todo, foram 71 partidas (veja a lista de todos os confrontos no site da CBF). A seleção brasileira venceu 32 vezes – e de amarelinha, só depois de 1950, já que o uniforme branco foi aposentado depois do Maracanazzo. A uruguaia, 20. Empatamos 19 vezes. O Brasil leva tabém larga vantagem no saldo de gols: 123 contra 93. Mas eles ganharam o jogo mais importante. Uma final de Copa do Mundo. E certamente os torcedores uruguaios estenderão no Centenário  faixas com apenas os dígitos 1, 9, 5 e 0. Mas sabem que essa lembrança cala fundo na alma, mesmo daqueles que não eram sequer nascidos em 1950. Hoje, quase todos as páginas e colunas esportivas lembram que desde fevereiro de 1976 a seleção brasileira não ganha no estádio Centenário: 2×1, pela Taça do Atlântico. Gols de Nelinho, Juan Carlos Ocampo e Zico.  E você? Já viu algum Brasil x Uruguai no estádio? Tem lembrança de algum jogo pela TV? Conte aqui, em comentários.