MemoFut: 3 anos de bola rolando

Preservar a memória do futebol.
Divulgar a literatura e outras formas de expressão cultural e artística do futebol. São os objetivos expressos do MemoFut, grupo formado por administradores, advogados, engenheiros, escritores, estudantes, historiadores, jornalistas, médicos, pesquisadores e professores… são-paulinos, palmeirenses, corintianos, santistas etc etc etc. Todos têm uma coisa em comum: são loucos por futebol. Colecionam livros, camisas, estatísticas, todo tipo de memorabilia. Uma vez por mês, reúnem-se aos sábados pra trocar figurinhas, digo, ideias e informações. O MemoFut também faz encontros abertos ao público em geral. Até maio, por exemplo, a bola rola redondinha nas palestras da série Brasil nas Copas (saiba mais), parceria com o Museu do Futebol. No finalzinho de novembro de 2009, o pessoal fez uma reunião aberta no Sesc Pompeia só para contar histórias dos maiores clássicos paulistas (leia aqui).  Ainda em 2009, Domingos D´Angelo teve a paciência de responder por e-mail a um monte de perguntas sobre livros de futebol, e deu uma série de dicas – tantas, que publiquei em 5 posts diferentes! Aqui vão meus parabéns ao MemoFut e um abraço ao seu Domingos e ao José Renato Santiago.

Só tem jogão!

A superquarta no futebol europeu, latino-americano e brasileiro começou com uma partida emocionante de quartas de final da Champions, no Emirates Stadium, em Londres. Arsenal x Barcelona. O atual campeão de tudo pressionou muito no começo. Ibrahimovic, 2 vezes, e Xavi perderam chances claras de gol. O portero espanhol do Arsenal, Almunia, fez ótimo primeiro tempo. Recomeço de jogo. Bolão enfiado para Ibra, que percebeu Almunia adiantado e encobriu o goalkeeper. 1×0. O segundo foi quase um replay do primeiro. Ibra -às vezes muito contestado – não perdoou de novo. 2×0, fatura liquidada? Nada disso. Duas equipes que tocam muito – e muito bem a bola, num jogo aberto, aberto pelas pontas. E pelas pontas, Walcott, que acabara de entrar diminuiu para a armada londrina. Puyol cometeu pênalti. Cesc Fábregas, catalão, cria das canteras do FC Barcelona, cobrou com força. 2×2, dá pra ver aqui. O Arsenal está vivo no mata-mata que repete a final da Liga dos Campeões de 2005/2006. Volta semana que vem, no Camp Nou. Continuar lendo “Só tem jogão!”

História do Verdão tá no gibi

O twitter do Futebooks chamou minha atenção para o lançamento do livro do Ziraldo que conta a história do Palmeiras em quadrinhos. Verdão – O Campeão do Século já está nas livrarias. Grandes momentos da história do alviverde foram contados na linguagem das HQs: o hino, as camisas, os escudos, o dia em que o Palmeiras saiu da fila com uma goleada sobre o arquirrival, a conquista da Libertadores… Ídolos como Ademir da Guia e Marcos aparecem no traço maneiríssimo do Ziraldo. O cartunista assina ainda livros-gibizões sobre o Flamengo, Corinthians e Vasco. Tomara que a coleção não pare por aí!

“Na Grande Área”, Armando Nogueira.

Publicado em 29 de março de 2010

“Na Grande Área”, de 1966, foi reeditado em 2008 pelo Lance!

Dez é a camisa dele. “Camisa 10 do jornalismo brasileiro”, batiza o GloboEsporte.Com. Mesas-redondas, telejornais, crônicas sobre futebol… sempre que a gente curte esses produtos jornalísticos hoje no Brasil, deve lembrar que há um toque de Armando Nogueira. E foi numa segunda-feira – consagrada às principais mesas-redondas dos canais de esporte da TV por assinatura – que Armando Nogueira nos deixou. Decolou – já disseram – porque amava voar. Pensei em dar a este texto um título como “um minuto de silêncio”. Mas pensando bem, para homenagear alguém que adorava tanto a vida e bola, talvez seja mais coerente solicitar mais 90 minutos de emoção.
O livro que ilustra o post, Na Grande Área, reeditado pelo grupo Lance! em 2008, compila crônicas publicadas em jornais entre 1964 e 1966, ano da 1ª edição, de Bloch Editores. Tempos em que meninos jogavam bola na rua em Ipanema (“A Rua do Caloca”). Fala de boleiros anônimos e de vitórias (Copa de 58, “Retrato da Vitória”). Dá para montar quase que uma seleção de feras citadas nas crônicas.

  • No gol, um escritor. Albert Camus (“O Goleiro Camus”).
  • Djalma e Nílton Santos.
  • Zito (“Par Constante”).
  • Didi (“O Homem que Passa “).
  • Zizinho (“Sempre imaginei Zizinho jogando futebol de sapato preto, traje rigo, tal a leveza se sua passada com a bola e sem a bola. Pois um dia Mestre Ziza mandou que o sapateiro Aristides, do Bangu, arrancasse todas as travas de suas chuteiras”, escreveu em “Futebol Traje a Rigor”, uma das crônicas do livro).
  • Garrincha (“Uma Força da Natureza”).
  • Vavá (“cabra-macho está ali naquele pernambucano”, escreve, em “A Bravura de Vavá”).
  • Pelé (“Onipresença”, entre outros).

Se a doença impediu Armando de ver a nova safra de Meninos da Vila (3 ou4G?) acariciando a bola (como gostaria de dizer), certamente ele pode se encantar com as jogadas de Marta.  “Graças a Deus, vivemos em um país onde até as mulheres têm o gosto da bola” (já dizia em “A Explicação”,  Na Grande Área).
Recentemente, publiquei aqui no Fut Pop Clube textos sobre dois documentários que retratam craques da bola. Artilheiro do Meu Coração é sobre Ademir Menezes. Quem escreveu a crônica que batizou o filme dos três jovens pernambucanos? Armando Nogueira. Um Craque Chamado Divino convidou o próprio Armando Nogueira para explicar o clássico sobre Ademir da Guia, o eterno camisa 10 do Palmeiras. “Nome, sobrenome e futebol de craque”. O nome era o mesmo de Ademir, sim, o mesmo Ademir Menezes, artilheiro do coração dos torcedores de Sport, Vasco, Flu e Seleção nos anos 40 e 50. O sobrenome, o Ademir de Bangu e Palestra Itália herdou do pai, Domingos da Guia, o Divino Mestre. Mas não era só. O futebol de Ademir da Guia também era de craque, atestou Armando Nogueira. “Ele tinha um ar, assim, de primeiro violino” – palavras do mestre. Continuar lendo ““Na Grande Área”, Armando Nogueira.”

Brasil, Futebol e Livros

Brasil, Futebol e Livros. Essas três palavras tão bem tratadas pelo mestre Armando Nogueira formam o nome de uma série de palestras que o Centro Cultural Banco do Brasil promove até junho no Rio de Janeiro, sempre às terças-feiras, a partir de 18h30. Temas do terceiro bate-papo do ciclo neste 30 de março: História e Sociedade. Convidados:  os jornalistas Teixeira Heizer, autor de O Jogo Bruto das Copas do Mundo (editora Mauad), e Claudio Nogueira, que escreveu Futebol Brasil Memória (editora Senac Rio, já mencionado aqui no FutPop Clube). O jornalista e cantor Pedro Paulo Malta faz a mediação. A programação é muito legal. Confira os próximos encontros no CCBB-RJ…  Continuar lendo “Brasil, Futebol e Livros”

A vez das Copas de 1966 e 1970

Quarto sábado da série Brasil nas Copas, tabelinha entre MemoFut e Museu do Futebol. Amanhã, mais dois autores de livros sobre os Mundiais falam sobre as Copas de 66 e 70, a partir das 10h, no auditório do Museu, que fica no Pacaembu. Os convidados são Ivan Soter, que escreveu Enciclopédia da Seleção – As Seleções Brasileiras de Futebol 1914-2000 (sensacional capinha ao lado), e Geraldo Affonso Muzzi, autor de O Brasil em todas as 19 Copas do Mundo (1930-2010) – capa abaixo, à esquerda.
O bate-bola começa às 10h (é bom chegar meia horinha antes, pra pegar senha, que é de graça) e vai até 12h. Depois da palestra, Geraldo Muzzi autografa seu livro no bar da loja ao lado do museu. E a partir das 14, rolam vídeos sobre a história das Copas, narrados por Max Gehringer. Veja o flyer e a lista dos tricampeões.>>> Continuar lendo “A vez das Copas de 1966 e 1970”

1958 e 1962. Brasil bicampeão.

Poster da Copa de 58

Gilmar, o grande goleiro, com a camisa 3; De Sordi, 14 (Djalma Santos, jogou a final com a 4); Bellini, 2; Orlando, 14, e Nilton Santos, 12; Zito, 19; Didi, 6; Garrincha, 11, vejam só; Pelé, 10; Vavá, 20, e Zagallo, com 7. Foi com essa numeração maluca que o Brasil ganhou o Mundial de 58, na Suécia. Cortesia de um jornalista uruguaio, Lorenzo Villizio, membro do Comitê Organizador chamado para indicar a numeração do escrete que acabaria campeão (por felicidade, Pelé caiu com a 10, mas Gilmar com a 3? Garrincha, 11? Zózimo, zagueiro reserva, 9?). A desorganização do futebol brasileiro antes da Copa de 58  foi um dos temas da terceira palestra da série Brasil nas Copas, parceria  MemoFut/Museu do Futebol, no último sábado. A LISTA COMPLETA DOS CAMPEÕES DO MUNDO EM 1958, COM MAIS EXEMPLOS DE NUMERAÇÃO DOIDA >>> Continuar lendo “1958 e 1962. Brasil bicampeão.”

Salve Jorge!

Hoje é aniversário do flamenguista Jorge Benjor, ou Jorge Ben, como ainda preferem chamar os fãs das antigas. O papa do sambalanço chegou a jogar como ponta-direita, na base da Gávea – usava a camisa 7. Jorge, que toca nesta quinta-feira, 24 de março, no Sesc Catanduva, interior de São Paulo, ainda deve estar curtindo o título brasileiro de 2009. Aliás, no CD duplo extra da tentadora caixa Salve Jorge! há duas gravações sobre futebol que eu não conhecia: Camisa 12 (muito boa, dá pra ouvir no site de Benjor; como ficou inédita até o fim de 2009?) e uma versão acústica do hino popular do Flamengo. A capinha ao lado é do clássico Jorge Ben, de 1969.

“SuperMessi”, “Deus do Futebol”, “Messi Brutal”

Se aqui as goleadas santásticas do Peixe dão alegria a este Paulistão meia-boca (e olha que nos 9×1 no Ituano, o Santos não contou com Neymar & Robinho), na Espanha os olhos estão voltados para o melhor jogador do mundo. Em Zaragoza, Lionel Messi fez 3 gols (pelo menos 2 golaços) e ainda sofreu o pênalti que resultou no quarto gol, convertido por Ibra, depois de uma linda (mais uma) jogada individual do argentino. Nesta segunda-feira, as “portadas” (capas) dos jornais esportivos de Barcelona e até de Madri enaltecem o craque nascido em Rosário:

Messi está jogando muito!  Se der esse show de bola também com a camisa argentina na Copa, que começa em 80 dias… sai de baixo! Republico aqui a enquete sobre a Champions League. Quem pode impedir o bi/tetra do Barça?

Navegando por página gringas, duas notícias para a torcida do Santos. A primeira é a boa: esta nova versão dos Meninos da Vila já se destaca na capa de sites esportivos estrangeiros. A segunda é a má: começou a especulação sobre o futuro de Neymar.