Podemos dizer que tivemos uma espécie de Watford x Celtic no Palco Mundo do Rock in Rio neste domingo, terceiro dia da edição de 2015 do festival. Elton John é fanático pelo Watford, clube inglês que está de volta à Premier League. O hitmaker já foi presidente do Watford entre meados dos 70 e metade dos 80 e de novo no fim dos 90. Rod Stewart também é bastante chegado a futebol. É Celtic de carteirinha e não perde oportunidade para mostrar que o time dos católicos de Glasgow está no seu coração. No show deste domingo, a bateria tinha o escudo do Celtic, pegou uma bandeira do time, passou gols no telão…
Flâmula do West Ham United e do seu eterno capitão Bobby Moore, camisa 6, em homenagem ao time de coração do baixista Steve Harris, que é “claret e blue” fanático. Repare nas cores grená e azul que ele costuma usar na munhequeira e, agora, na correia do baixo. O Iron Maiden de Steve Harris fez um showzaço com 17 clássicos do metal pesado ontem à noite em São Paulo – e tem tudo para ser campeão neste domingo, no encerramento do Rock in Rio. Se é vero que o Iron Maiden tem não fãs normais, mas torcedores fanáticos, como diz o jornalista (e fã, digo, torcedor do Iron, o Vitor Birner), também é verdade que a banda parte neste domingo para o tricampeonato do festival. Afinal, já ganhou em 1985 … 2001 – e o tri vem agora, em 2013. Dentro do post, a resenha publicada na minha Coluna de Música. Continuar lendo “MAIDEN Brasil”→
Deu na revista do Manchester United, United Uncovered.
O jovem goleiro espanhol David De Gea, titular do Man United, é fã de metal, especialmente da banda americana Avenged Sevenfold. Segundo a reportagem, o nº1 do ManU ficou todo feliz com o novo disco do Avenged no nº 1 da parada britânica. Bom, não sei se o De Gea vem ao Brasil na Copa (o técnico da Espanha tem chamado Casillas, Valdés e Reina), mas o Avenged Sevenfold foi convocado para uma das duas noites de metal do Rock in Rio – a de encerramento, 22 de setembro, entre os showzaços do Slayer e Iron Maiden.
Confira o clipn da faixa-título do sexto álbum de estúdio do grupo representante da chamada “new wave of American metal”.
O momento do futebol mineiro não é bom. Três times ameaçados no Brasileirão. Mas confesso que fiquei impressionado com a quantidade de torcedores / fãs com camisetas do Atlético – Galo Metal – e do Cruzeiro, no dia metal do Rock in Rio. Inclusive o guitarrista Phil Campbell, do Motörhead, usou uma do Gal, certamente presenteada pelo Paulo Xisto, baixista do Clube Atlé…, digo, baixista do Sepultura (tinha o nome de Paulo nas costas).
Também marcaram presença no clássico, ou melhor, no festival, torcedores de Flamengo, Fluminense, Vasco (felizes da vida com a fase turbinada do chamado Trem-Bala da Colina) e Botafogo, claro; de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Coritiba, Grêmio, Internacional, Bahia, Remo, Paysandu, Santa Cruz, Sport, Náutico (Metal Alvirrubro), CSA etc etc etc… e até do Paraguai!
Agora, eu pergunto: se os torcedores falam a mesma língua, moram na mesma cidade, dividem os mesmos interesses e gostos musicais, seja heavy metal ou samba, por que se agridem, se matam tanto uns aos outros? Hein? Por que não aceitar a diferença e conviver com isso? Qual seria a graça de um campeonato estadual sem o seu maior arquirrival?
Está na rede o programa Rock Flu nº 83 sobre o Rock in Rio. Serginho e Gustavo deixam rolar bandas de rock e soul desta edição do festival que começa agora em 23 de setembro e conversam com o publicitário Cid Castro, criador da logomarca do Rock in Rio – lá atrás, pouco antes da primeira edição do festival, em 1985.
Herbert Vianna Jr ainda usava óculos quando os Paralamas dos Sucesso arrebentaram no palco do primeiro Rock in Rio, há 25 anos. Formação básica: guitarra, baixo, bateria. Não precisava mais. Em novembro de 2007, saiu um DVD com a segunda apresentação do trio no Rock in Rio de 1985. O festival que reuniu milhares de jovens coincidiu com um momento importante da política brasileira. Na véspera desse segundo show dos Paralamas na Cidade do Rock houve a eleição (indireta) de Tancredo Neves, um nome de consenso (era a palavra usada) para a Presidência da República, após 21 anos de regime militar (como a gente sabe, Tancredo ganhou a eleição, mas pouco antes de tomar posse foi hospitalizado e, depois de longa agonia, morreu em abril de 1985 – o vice de sua chapa, José Sarney, governou até o fim do mandato). Mas em janeiro, Tancredo era sinônimo de esperança para os brasileiros, meio desiludidos pela derrota das Diretas-Já para presidente (só viriam em 1989). E os Paralamas aproveitaram para tocar o mega sucesso do Ultraje a Rigor, Inútil(“a gente não sabemos escolher presidente…“). Continuar lendo “Paralamas, Rock in Rio, 16/01/1985”→
O livro "Metendo o Pé na Lama - Os Bastidores do Rock in Rio de 1985", de Cid Castro, será relançado dia 27
Em 11 de janeiro de 1985, mais ou menos a essa hora, começava o Rock in Rio. Primeiras atrações: Ney Matogrosso, o tremendão Erasmo Carlos e Baby Consuelo+Pepeu Gomes (algo deslocados na programação da tarde/noite/madruga). O Brasil entrou de vez no circuito internacional do show bizz quando soou o hard rock do Whitesnake, com talvez sua melhor formação. O vozeirão de David Coverdale, a guitarra envenenada, cheia de efeitos, do John Sykes (ex-Thin Lizzy), o baixo do Neil Murray e a batida pesadaça do Cozy Powell. Showzão! Com destaque para Gulty of Love, Love Ain´t No Stranger e Slow and Easy, que tocaram até furar nas rádios brasileiras.O Whitesnake ainda participaria de mais uma noite do festival, mas a atração seguinte, não. Iron Maiden! Veio, arrebentou e voou de volta para os EUA (leia também o texto anterior). Depois, Queen, pela segunda vez no Brasil (existia um vídeo VHS Live in Rio, correto?). 300 mil espectadores, fãs de Iron, de Freddie Mercury, Brian May e cia, ou apenas gente jovem em busca de diversão. Era o primeiro de dez dias seguidos de festival!
Marcador do livro de Cid Castro
Que não era só de rock, apesar do nome. Tudo bem. Os roqueiros brasileiros tiveram a primeira oportunidade para ver AC/DC (ouvido a alguns quilômetros da Cidade do Rock!), Scorpions (no auge, um show eletrizante), Ozzy Osbourne (com o excelente guitarrista Jake E.Lee brilhando no emprego que foi do Randy Rhoads) ou o Yes (veteranos do progressivo). Havia espaço para música mais pop (Rod Stewart, James Taylor), MPB (Moraes, Alceu) e para bandas então emergentes do Rock Brasil, como Barão Vermelho (com Cazuza) e Paralamas do Sucesso (voltaremos ao assunto esta semana).
Em 2008, a Scortecci publicou o livro Metendo o Pé na Lama – Os Bastidores do Rock in Rio de 1985, do diretor de arte Cid Castro, que trabalhava na Artplan e criou a marca do festival (e os óculos, como o do marcador de livros ao lado). Num tom bem pessoal, linguagem franca e direta, Cid faz praticamente um diário da saga que foi a realização do Rock in Rio I. O livro será relançado em 27 de janeiro, na livraria Travessa do Leblon, pela editora Tinta Negra.
Eu fui. Ao Rock in Rio I, II (em 1991, no Maracanã) e III (2001, de volta a Jacarepaguá). E você? A qual edição? Conte suas lembranças no espaço de comentários.
No meio da insana World Slavery Tour, a excursão promocional do discão Powerslave, o Iron Maiden fez um bate e volta rapidez para o primeiro Rock in Rio. Saiu dos EUA no inverno, tocou em pleno verão na Cidade Maravilhosa em 11 de janeiro de 1985 e voltou para os EUA em seguida. Entre o Whitesnake e o Queen, headliner da primeira noite do festival, a Donzela de Ferro fez um espetáculo para ficar na memória dos fãs sul-americanos presentes. Cerca de 50 minutos do showzão histórico fazem parte do DVD Live After Death, que o grupo lançou oficialmente com vários bônus, para combater a pirataria. 300 mil pessoas viram o grupo no auge, após uma pá de grandes discos. No documentário History of Iron Maiden – Part 2, um desses bônus, Steve Harris confirma que foi o maior público que já viu a banda. No DVD, estão presentes Aces High, 2 Minutes to Midnight, The Trooper, Revelations (com a cena em que Bruce Dickinson aparece com o rosto sangrando, após se chocar com a guitarra de Dave Murray, lembra o empresário do então quinteto, no documentário), o imortal riff de Powerslave, que acaba servindo de mote para um solo de guitarra de Murray), Iron Maiden (e a aparição da mascote Eddie, em versão mumificada – a banda havia dado um fim ao “monstro” na turnê anterior… tem essa lógica, hahaha!), Run to the Hills (Bruce grita em português: “quero-todo-mundo-louco-esta-noite”) e Running Free.
Cinco anos antes da derrubada do muro de Berlim e do colapso dos regimes comunistas do Leste Europeu, em 1984, os papas do heavy metal britânico abriram em países da Cortina de Ferro a gigantesca World Slavery Tour, excursão do discaço “Powerslave” (que embalaria a 1ª vinda do Iron Maiden ao Brasil, em janeiro de 85, no Rock in Rio I). Behind the Iron Curtain é um doc sobre o rolê da “Donzela de Ferro” pela Polônia e Hungria (o quinteto passou ainda pelas então chamadas Tchecoslováquia e Iugoslávia). Lançado em VHS (!) em abril de 85 e rodou direto em sessões de vídeo lotadas de maidenmaníacos brasileiros. Continuar lendo “Donzela atrás da Cortina de Ferro”→