Nelson Rodrigues | O BERRO IMPRESSO DAS MANCHETES. Crônicas Completas da ‘Manchete Esportiva’ 55-59.

“Corria o ano de 1911. Vejam vocês: 1911! O bigode do Kaiser estava, então em plena vigência. Mata Hari, com um seio só, ateava paixões e suicídios; e as mulheres, aqui e alhures, usavam umas ancas imensas e intransportáveis. Aliás, diga-se de passagem: é impossível não ter uma funda nostalgia dos quadris anteriores à Primeira Grande Guerra. Uma menina de 14 anos para atravessar uma porta tinha que se pôr de perfil. Convenhamos: – grande época! grande época!”

Assim começa “O Berro Impresso das Manchetes“. Essa crônica trata do Flamengo, mas é puro Nelson Rodrigues, cujo centenário de nascimento é lembrado hoje, 23 de agosto de 2012, em todas as mídias.

O livraço é uma compilação das clássicas crônicas de Nelson Rodrigues na primeira fase da revista “Manchete Esportiva, da Bloch, entre 1955 e 1959. Foi lançado em 2007 pela editora Agir, com pesquisa de texto e informativo posfácio de Marcos Pedrosa de Souza. Continuar lendo “Nelson Rodrigues | O BERRO IMPRESSO DAS MANCHETES. Crônicas Completas da ‘Manchete Esportiva’ 55-59.”

60 anos da Copa Rio de 1952: Fluminense campeão!

Flâmula do Fluminense Football Club, que comemora neste semana os 60 anos da Copa Rio de 1952 – considerada por muitos um título mundial, a exemplo da Copa Rio de 1951, conquistada pelo Palmeiras. A minha posição sobre a Copa Rio é a seguinte: se os torcedores do Palmeiras e do Fluminense a consideram um título mundial, beleza, ótimo, mas independentemente do reconhecimento ou não da Fifa, devem ficar orgulhosos das grandes conquistas, contra times poderosos, num momento em que o futebol brasileiro procurava se afirmar e se livrar do “complexo de vira-latas“. Ah, a Fifa não reconhece? Não tem importância nenhuma. Festejem, celebrem, se orgulhem mesmo assim! Ah, a flâmula ao lado é de 2012, com 3 estrelas que representam campeonatos brasileiros: a Taça de Prata 1970, o Brasileirão de 1984 e o de 2010). A campanha invicta e o time-base campeão da Copa Rio 1952 estão dentro do post! Continuar lendo “60 anos da Copa Rio de 1952: Fluminense campeão!”

Orlando Peçanha

Orlando Peçanha, em cbf.com.br

Como dá para perceber nos posts anteriores, estou lendo o livro “As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos“. Aprendi, no texto do jornalista e narrador Milton Leite, que o zagueiro Orlando Peçanha, titular em todas as seis partidas da seleção campeã do mundo em 1958 na Suécia, não foi ao Mundial do Chile conquistar o bi. O colega de zaga do capitão Bellini na seleção e no Vasco (o niteroiense Orlando atuou em São Januca de 53 a 61)  jogava em 1962 pelo Boca Juniors. E explica Marcelo Monteiro na coluna Memória EC, quem atuava fora do país sabia que abria mão da seleção. Em 65, Orlando voltou ao futebol nacional. Para o Santos, que defendeu até 1969. Era do Peixe quando foi convocado para mais uma Copa, a de 66, na Inglaterra. E lá perdeu a única das 7 partidas que disputou em Copas (para Portugal). Ao todo, Orlando Peçanha de Carvalho usou a amarelinha ou o manto azul da seleção em 34 partidas. Venceu 25, empatou 7 e só perdeu aquela, para a seleção de Eusébio e cia. Um campeão do mundo que nos deixou hoje, 10 de fevereiro de 2010, aos 74 anos. Continuar lendo “Orlando Peçanha”

Vinilmania, rádio e Copa de 58

Foto da coleção de Beto Xavier, autor de "Futebol no País da Música"
Foto da coleção de Beto Xavier, autor de "Futebol no País da Música"

Aproveitei a tarde na rua Javari, digo, na rua Vergueiro para visitar a Discoteca do Centro Cultural São Paulo. Você pesquisa uma música ou um disco e, se disponível, pode ouvir. Escolhi um LP raro. “Brasil Campeão do Mundo”, lançado pelo selo Columbia e rádio Bandeirantes depois que a Seleção foi campeã do mundo, em 58. Entre um chiado e outro do velho vinil, dá para ouvir os melhores momentos das transmissões da emissora, ora na voz de Edson Leite (“para o arco e goool!”)  ora na voz vibrante de Pedro Luiz. E olha, os dois locutores davam show no rádio enquanto Pelé, Garrincha, Didi, Nilton e cia “esmerilhavam” nos gramados suecos. O apresentador da rádio fala no temido “futebol científico” da União Soviética, 3º adversário da primeira fase. No final, “dois gols para o Brasil, zero para a União Soviética”. Entre um jogo e outro, o balanço de sambas e marchinhas, bem patrióticos. No lado 2, é o  saudoso Fiori Gigliotti quem apresenta os decisivos momentos contra País de Gales (1×0 “suado”, gol de Pelé), França (5×2, fora 2 gols anulados que deixaram o locutor Edson Leite irado)  e a histórica final contra a Suécia (5×2). Show de bola da Seleção – e de Edson Leite e Pedro Luiz. Quem sabe, se um dia a rádio Bandeirantes e a Sony Music (herdeira da Columbia) não relançam em CD este LP histórico? Para quem quer saber mais sobre a Copa de 1958, recomendo o filme 1958 -O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil. Em DVD ou no Museu do Futebol, dia 28 de agosto, às 18h30 – projeto Cinema no Museu.

A primeira estrela da camisa amarelinha

1958 posterHoje faz 51 anos que a Seleção acabou com aquele lance de “complexo de vira-lata” e levantou pela primeira vez a Copa do Mundo. 29 de junho de 1958, estádio Rasunda. Liedholm abriu o placar para a Suécia, mas o Brasil virou com gols de Vavá, Vavá de novo, Pelé, Zagallo – Simonsson diminuiu – e Pelé definiu. Brasil 5×2. Volta olímpica. O capitão Bellini ergueu a Jules Rimet e criou marca registrada. A final, o Mundial, os craques da seleção já mereceram e vão continuar merecendo muitas homenagens em livros, músicas, filmes etc. LEIA SOBRE ISSO AQUI> Continuar lendo “A primeira estrela da camisa amarelinha”