Anos 70. Foram presentes dele os meus primeiros times de futebol de botão. Um botão de plástico, achatado, com um bonequinho de papelão vestindo o uniforme do time, plantado no centro do brinquedo. Que pena não ter guardado pra história! Não consigo lembrar a marca. Alguém faz ideia aí?
Foi o mesmo tio quem me levou pela primeira vez a um estádio, e de cara para ver um clássico. Eram outros tempos. Os torcedores ficavam misturados. Meu time perdeu. Irado, um torcedor jogou o gorro lá embaixo, olhou pra mim e me recomendou mudar de time. Ainda bem que não segui o conselho…
Um dia dá caça, no outro, caçador – gostava de dizer meu tio.
Talvez eu não estivesse aqui blogando quase todo dia sobre futebol se não fossem esses gestos do tio. Eternamente, vou lembrar disso.
Meu tio era uma pessoa com quem dava pra conversar sobre futebol.
Meu tio era uma pessoa com quem dava pra conversar. Ponto. Sobre tudo. Futebol, cinema, política, vida profissional… Um homem inteligentíssimo.
Era uma pessoa que não parava de trabalhar, emprestando seu conhecimento a empresas dos quatro cantos do mundo. Este ano, em questão de pouco tempo, um mês e alguns dias mais, um câncer devastador levou este tiozão embora.
Meu tio querido partiu sem ver seu time ser campeão mais uma vez. Logo ele que acompanhou todos os longos anos de jejum, sem títulos.
A volta de um ídolo (Elias) e de um técnico vencedor no clube (Mano). A temporada de estreia no alçapão que é a Arena Corinthians. A força da fiel torcida. Fatores que fazem do Corinthians um dos favoritos na briga com o Cruzeiro pelo título do Brasileirão 2014 e na luta pelas vagas da Libertadores.
>IN>: Elias, Marcelo Lodeiro, Anderson Martins, Ángel Romero.
<OUT<: Romarinho (El Jaish, do Catar), Cléber (Hamburgo), Julio Cesar (goleiro, foi pro Náutico), Guilherme (Udinese), Jocinei (Lusa).
Uniformes: as camisas do Corinthians para o segundo semestre de 2014 foram apresentadas nesta sexta-feira. A camisa 1, branca, volta a ter listras como um uniforme usado de 1971 a 73 (tempos de Rivellino, o Garoto do Parque). O livro “A História das Camisas dos 12 Maiores Times do Brasil” mostra que em 1929 , 1944, e entre 2007 e 2009 (era Ronaldo) o Corinthians usou modelos semelhantes: basicamente branco, com listras negras mais – ou menos – grossas. O uniforme #1 alvinegro estreia no dérbi deste domingo contra o centenário rival Palmeiras – o primeiro #derby paulista da novaarena.
Jadson já estreou pelo Corinthians. Alexandre Pato foi apresentado nesta terça pelo São Paulo. O troca-troca entre os tricolores paulista e carioca não vai rolar – pelo menos por enquanto, São Paulo e Fluminense não vão trocar Osvaldo e Wagner.
A propósito, o GloboEsporte.com fez uma lista de trocas famosas entre grandes clubes brasileiros. Uma delas mexeu com o futebol carioca em meados dos anos 70. O Fluminense de Francisco Horta mandou pro Flamengo o goleiro Roberto, o lateral Toninho e o atacante Zé Roberto – todos atuaram,Toninho mais, na campanha do título carioca de 1975. E o Flu trouxe da Gávea o goleiro Renato, o lateral Rodrigues Neto e o atacante argentino Doval.
Francisco Horta, o cartola tricolor, ainda fez um troca-troca com o Botafogo. Mandou Manfrini e Mário Sérgio, levou Dirceu.
E com o Vasco. Para ter Miguel, Horta cedeu o zagueiro Abel, o lateral Marco Antônio e o meio-campo Zé Mario. Chacoalhou o mercado. E foi bicampeão carioca. E essa “trocação” toda foi o tema de uma música de Jorge Ben Jor, ainda Jorge Ben, mesmo, no LP “A Banda do Zé Pretinho“, que chegou para animar a festa em 1978 via Som Livre. Está fora de catálogo – meu exemplar é um LP de vinil, recentemente achado numa feirinha de discos em Sampa.
O álbum, que Ben dedica “ao mais Flamengo” e “ao mais anti-Flamengo”, está cheio de referências ao futebol, especialmente no lado A.
“Troca-Troca” é uma gentil homenagem a Francisco Horta (“fez voltar ao Rio de Janeiro/a época de ouro da capital do futebol”). E tem mais:
O clássico “Cadê o Penalty” (aqui respeito a grafia inglesa do encarte) foi regravado pelo Skank, na sua estreia pelo selo Chaos/Sony Music, no começo dos anos 90.
Penalty, penalty, penalty, penalty, penalty/Cadê o penalty/que não deram pra gente/no primeiro tempo…
Hino nacional: como em quase todas as partidas do Brasil no torneio, um momento de muita emoção.
Um minuto e meio de jogo. Não deu nem para saída. Empurrada por 78 mil vozes, que cantaram o hino nacional à capella, a seleção brasileira voltou a usar a blitz do começo de cada tempo na campanha da Copa das Confederações. A defesa espanhola vacilou e Fred, com força, presença na área, faro de gol e ousadia marcou, caído, o primeiro. Só que o Brasil de Felipão não parou por aí. É verdade, David Luiz, tema do post anterior, foi festejado como artilheiro ao salvar um gol certo. Seria o gol de empate da Espanha, alvo da ira de grande parte dos torcedores brasileiros. Eles têm uma bronca danada do futebol “tiki-taka”, tic-tac, o toque de bola infindável da Roja, que diga-se de passagem, foi bem usado na estreia, contra o Uruguai, e não muito mais. E esses torcedores gritaram:
Uh! Cadê? O tic-tac sumiu.
Mas essa linha de passe era uma velha característica do futebol brasileiro. Tabelinha entre Oscar e Neymar, golaço do novo astro do Barcelona, sem dúvida, o MVP da Copa das Confederações. Bola de Ouro e chuteira de bronze para Neymar Jr. 2×0. E aí o Maracanã- que obra nenhuma consegue enfeiar – começou a cantar “O campeão voltou”…
Começo do segundo tempo, outra blitz da seleção de Scolari. Fred, chuteira de prata, definiu o placar. 3×0. No meio do segundo tempo, o público já soltava gritos de “é campeão”.
63 anos depois que as “Touradas em Madri”, clássico de Alberto Ribeiro e João de Barro, o Braguinha, lembrado no blog do Beto Xavier, foram entoadas no Maracanã (o que dizem, enfureceu os espanhóis, que ficaram sem jogar com o Brasil até a Copa de 62)… 63 anos depois dos 6×1 sobre a Espanha, do 1×2 para o Uruguai e do Maracanazo, o (ainda) estádio Mario Filho cantou e pediu bis para “O Campeão(Meu Time)”, sucesso de Neguinho da Beija-Flor, hino do maior dos nossos estádios: “Domingo, eu vou ao Maracanã, vou torcer pro time que sou fã”… Imagina na Copa, Neguinho, que emoção! O povo também cantou o refrão de “Peguei o Ita no Norte”, samba campeão do Salgueiro, de 1993: “Explode coração, na maior felicidade…”
A Espanha tem que acertar sua defesa e ser mais efetiva na frente, quem sabe se definir um 9 melhor que “Niño” Torres. A Itália (3º lugar) mostra que pode evoluir ainda mais. O Uruguai, se vier, tem bom time e uma camisa que é sinônimo de raça, seus jogadores se superam quando a vestem. Tem Alemanha e Argentina ainda… Mas o fator campo e torcida podem ser decisivos em 2014. E tem o fator Felipão. O campeão voltou.
O Rio de Janeiro é a cidade brasileira mais acostumada a receber grandes eventos. A estação Maracanã é uma das três do Metrô próximas ao estádio. Você mal sai da estação e olha só…Tudo pronto para Brasil x EspanhaOs olhos do mundo para a taça.O onze inicial da seleção Canarinho 2013.O gol-relâmpago abalou o time campeão do mundo.O herói David Luiz e o goleiro Julio Cesar comemoram o golaço de Neymar. Brasil 2×0.Deu o recado!No intervalo, o fotógrafo se divertiu com o Fuleco.
Um bilhão e 162 milhões de reais é o valor de mercado dos 23 jogadores convocados por Luiz Felipe Scolari para a seleção brasileira que vai disputar a Copa das Confederações, segundo estudo da Pluri Consultoria (confira aqui).
Pacaembu, 7/11/2012: São Paulo 5×0 Universidad de Chile
Eis que uma tradicional melô dos estádios, inspirada pelo riff (frase) de guitarra do rock mais conhecido do White Stripes, “Seven Nation Army”, do quarto álbum da dupla, ressurge com uma provocadora letra de torcedores do São Paulo (“Sou, sou tricolor/ tenho Libertadores/não alugo estádio/sou hexa brasileiro / nunca fui rebaixado…”). Foi cantada no clássico dos tricolores, o 1×1 contra o Fluminense, no Morumbi, com recorde de público do Brasileirão 2012 (54 mil pagantes). Foi cantada no Pacaembu quase lotado (32 mil pagantes) nesta quarta-feira, na goleada do São Paulo contra La U de Chile, pela Copa Sul-Americana. No You Tube, achei registros de 3 anos atrás, por outra torcida tricolor.
É bom lembrar que a melô de “Seven Nation Army” rola nos estádios europes e brasileiros há alguns anos (a música é de 2003). No Brasil, a primeira torcida (ou uma das primeiras) a adaptar o rock para as arquibancadas foi a do Brasil de Pelotas, segundo o radialista Beto Xavier, que pesquisa futebol x música.
“Seven Nation Army” também ganhou adaptações das torcidas do Internacional…
… do Cruzeiro…
Nós somos Cruzeiro. Tricampeão Brasileiro. Nada mais interessa. Nós somos a festa.”
e do Flamengo…
Nós queremos respeito. E comprometimento. Isso aqui não é Vasco Isso aqui é Flamengo!”
O Fut Pop Clube dá a maior força para rock no estádio! O que será que o guitarrista Jack White acha de seu riff ser entoado nos estádios? Ele aprova, saca só aqui.
É dessa galera que vem a nova versão “futbolera” de “Seven Nation Army”
Um registro ainda que tardio: o Shakthar Donetsk, da Ucrânia, pintou a Copa da Uefa de laranja – e também verde-amarelo. Afinal, os três gols da final contra o Werder Bremen foram marcados por brasileiros. O ex-colorado Luiz Adriano abriu o marcador. Naldo empatou para o time alemão. Ex-meia do Furacão, Jádson definiu, na prorrogração. Veja os gols em Espn.com.br. Também jogaram o Ilsinho (ex-Palmeiras e São Paulo), Willian (ex-Corinthians) e Fernandinho (outro ex-Atlético-PR). Para alegria do presidente Lula, presente na decisão, em Istambul. O boliviano Marcelo Moreno, que foi ídolo recente da torcida cruzeirense, também é campeão da Copa da Uefa 08/09, a última com esse nome, antes de virar Liga Europa.
Por falar em cruzeirenses, o amigo Paulo Morais me lembrou do moderníssimo estádio – digo, arena – do clube ucraniano. Veja fotos no sensacional site World Stadiums. “Os caras querem a Europa”, avisa o Paulo. A ver.