Anos 70. Foram presentes dele os meus primeiros times de futebol de botão. Um botão de plástico, achatado, com um bonequinho de papelão vestindo o uniforme do time, plantado no centro do brinquedo. Que pena não ter guardado pra história! Não consigo lembrar a marca. Alguém faz ideia aí?
Foi o mesmo tio quem me levou pela primeira vez a um estádio, e de cara para ver um clássico. Eram outros tempos. Os torcedores ficavam misturados. Meu time perdeu. Irado, um torcedor jogou o gorro lá embaixo, olhou pra mim e me recomendou mudar de time. Ainda bem que não segui o conselho…
Um dia dá caça, no outro, caçador – gostava de dizer meu tio.
Talvez eu não estivesse aqui blogando quase todo dia sobre futebol se não fossem esses gestos do tio. Eternamente, vou lembrar disso.
Meu tio era uma pessoa com quem dava pra conversar sobre futebol.
Meu tio era uma pessoa com quem dava pra conversar. Ponto. Sobre tudo. Futebol, cinema, política, vida profissional… Um homem inteligentíssimo.
Era uma pessoa que não parava de trabalhar, emprestando seu conhecimento a empresas dos quatro cantos do mundo. Este ano, em questão de pouco tempo, um mês e alguns dias mais, um câncer devastador levou este tiozão embora.
Meu tio querido partiu sem ver seu time ser campeão mais uma vez. Logo ele que acompanhou todos os longos anos de jejum, sem títulos.
Lá do céu, meu tio deve ter saboreado essa conquista, depois desse tempo de tanto sofrimento.
Parabéns, Luiz Eduardo, você é um tio campeão. Sempre foi.
Um paizão, três vezes. Vovô super carinhoso. Um grande companheiro de sua segunda mulher, minha tia querida confirma, durante 35 anos. Amigos não faltaram. A casa estava sempre cheia. Coração gigante.
Um tio majestoso. Não tenho a menor dúvida. Pra mim, foi até mais que um tio, porque junto com sua segunda mulher, me abraçou quando voltei a morar em São Paulo, sozinho, e foi praticamente um pai também pra este sobrinho.
A saudade vai ser eterna.
Muito obrigado e um grande abraço! Ele mereceu esta conquista. Que pena que não estava aqui presente. Mas está, em pensamento.
João, belíssimo texto, feito com muita emoção e inteligência, parabéns, Domingos
Obrigado, seu Domingos. Abraços.