PUBLICADO ORIGINALMENTE EM SETEMBRO DE 2009
O zagueiro e médio-volante Roberto Dias aparece na maioria das listas dos melhores jogadores da história do São Paulo, como a do livro do Arnaldo Ribeiro. A biografia Dias – A Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960 (Pontes Editores), escrita por Fábio Matos, mostra a importância do zagueiro habilidoso, considerado por Pelé seu melhor e mais leal marcador – “era inteligente e sabia marcar sem fazer faltas”, disse o Rei ao Estadão, em 2005. Roberto Dias, esse zagueiro, é considerado o único grande craque que defendeu o Tricolor do Morumbi enquanto o estádio era concluído.
Foram anos de vacas magras. O São Paulo ficou seu ganhar títulos paulistas entre 1957 e 1970, quando jogadores como o cerebral Gérson, o canhotinha de ouro, e o artilheiro Toninho Guerreiro foram contratados para acabar com o jejum. Nessa entressafra, o São Paulo de Roberto Dias ficou muitas vezes no “quase”, diante do timaço do Santos de Pelé ou da primeira Academia do Palmeiras. Mas no Memorial do São Paulo está a Pequena Taça do Mundo, conquistada em 1963, na Venezuela, contra Porto e Real Madrid, sob o comando de Oswaldo Brandão.
Em “Dias – A Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960“, Fábio Matos conta a vida de Roberto Dias (1943-2007) desde o berço, no bairro do Canindé, onde o menino “Bebé”, que torcia justamente para o time que o São Paulo enfrenta no Majestoso deste domingo, aprendeu a gostar do tricolor. Os técnicos que deram força ao jovem defensor, a seleção que foi às Olimpíadas de Roma em 1960, a consolidação como titular do São Paulo, as potentes cobranças de falta no estilo folha-seca, os grande jogos, as decepções, a conquista do Paulistão de 197o, o infarto do miocárdio aos 28 anos, no finalzinho de 1970, poucas horas depois de um jogo contra o Santos; a volta, um ano depois; as perdas na família, o desligamento do time que defendeu com tanta categoria, em 73 e, no fim da vida, o trabalho como treinador das escolinhas do departamento social do clube.
O livro de Fábio Matos termina com um desejo do biografado: “pisar no Morumbi até o último suspiro”. E foi mesmo no estádio do clube em que trabalhava, em 2007, que Roberto Dias teve a parada respiratória que o levou à morte, horas depois, no hospital, me informa texto do biógrafo, no gentil e-mail de Domingos D´Angelo.
Roberto Dias atuou 25 partidas pela Seleção principal, mas foi cortado da relação final da Copa de 66. Jogou ainda por CEUB (DF), Jalisco (México), Dom Bosco (MT) e pendurou as chuteiras no Nacional da rua Comendador de Souza.
Sua genilidade se mesclava com sua igenuidade tb!!Assinava seus contratos muitas vêzes em branco, que o levou a ser usado em muitas oportunidades de maneira enganosa.Adeus Roberto vc já está jogando na seleção do céu!!!
Obrigado pela participação, Ivan.
Valeu.