Bayern, 50 anos de Bundesliga!

Bayern, 50 anos de Bundesliga!
www.fcbayern.de/  Franz Beckenbauer aparece ao lado do goleiro Sepp Maier.
http://www.fcbayern.de/ Franz Beckenbauer aparece ao lado do goleiro Sepp Maier.

Sepp Maier, o capitão Kunstwadl, Olk; Grosser, um jovem Franz Beckenbauer (18 anos), Borutta; Nafziger, Gerd Müller, Ohlhauser, Drescher, Brenninger. São alguns dos heróis de 1965 do Bayern de Munique, que nesta sexta-feira lembrou – e muito – os 50 anos de acesso à Bundesliga. Não que o Bayern tenha sido rebaixado alguma vez. Nunca foi, assim como o Hamburgo, que tem um relógio contando os anos de praia, ou melhor, de primeira divisão.  É que o time vermelho da Bavária não foi convidado para disputar a primeira edição da Bundesliga, em 1963-64.  Os organizadores só queriam um time de Munique. E convidaram o rival do Bayern, o  1860, que era o campeão da regional Oberliga Süd, mas tinha menos pontos no ranking. Em 26 de junho de 1965, no jogo decisivo do play-off, o Bayern enfiou 8 a 0 no Tennis Borussia Berlin, que hoje está no quinto nível do futebol alemão (vai disputar a NOFV-Oberliga Nord em 2015-16). Veja um belo compacto do jogo, no estádio olímpico de Berlim, postado pelo canal do Bayern no You Tube, FCB-TV. Ohlhauser anotou quatro gols, Müller (“der bomber”) não poderia deixar de marcar também. Olha o Sepp e o Franz novinhos em 1965.

Não manja bolhufas de alemão, né? Nem eu. Mas o site do Bayern em inglês publicou uma série de 5 textos sobre a saga do acesso:

Cinco décadas depois, o todo poderoso tem 24 das 52 salvas de prata disputadas (fora um título em 1932. Portanto, 25 vezes campeão alemão). Aproveitou as cinco décadas do acesso para dar um desconto de 50% em alguns produtos retrôs – repare como o escudo do Bayern era diferente.
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Copa 78

A Mostra Cinema e Futebol (do Canal Brasil) e os DVDs da Coleção Copa, de Placar/Abril, me deram a oportunidade de acompanhar duas versões distintas sobre o polêmico Mundial de 78, na Argentina, o último na América do Sul até que a bola role sabe lá em que estádio brasileiro no inverno de 2014. “Copa 78: O Poder do Futebol” passou no começo da semana no Canal Brasil. “Argentina Campeones”, título original do filme oficial da Copa de 78, chegou às bancas na coleção de DVDs da Abril. E o engraçado é que nos créditos alguns nomes coincidem, como o do diretor Maurício Sherman, bem como muitas das imagens são as mesmas. Mas o texto… ah, o texto é bem diferente.
O DVD lançado pela Abril, que é o filme oficial da Copa, mostra o torneio jogo a jogo, começando com um clip de lances … bem violentos! Sim, é mencionado que o Mundial foi disputado num país sob ditadura, junta militar que derrubou Isabelita Perón.
Mas é o documentário “Copa 78: O Poder do Futebol”, exibido no Canal Brasil, que toca mais o dedo na ferida do Mundial disputado durante a ditadura de Jorge Videla. Abre com o depoimento de um dirigente dos Montoneros (grupo guerrilheiro argentino) a um jornalista, falando em trégua no período da competição. Cita os boicotes, as campanhas contra o Mundial na Argentina. E no que diz respeito ao futebol, bola rolando, mesmo, Sherman e o codiretor Victor di Mello assumem uma postura autoral, bem crítica ao esquema tático e “futebolês” próprio do técnico brasileiro Cláudio Coutinho – o texto, narrado pro Sérgio Chapelin, dá umas duas estocadas nos termos “overlapping” (avanço do lateral direito) e “jogador polivalente”, muito usados por Coutinho. A entrevista em que o treinador se diz “campeão moral” é repetida algumas vezes. O técnico argentino César Luís Menotti, homem que teve a marra de barrar o jovem Maradona naquela que poderia ser 1ª Copa de Diego, tem destaque maior no filme. Sempre polêmico.
Também estão no documentário “Copa 78: O Poder do Futebol” a chamada “batalha de Rosário” (o vergonhoso Brasil 0x0 Argentina – Coutinho escalou o volante Chicão, que tinha fama de durão; o clássico foi um festival de pontapés) e a goleada da Argentina sobre o Peru do goleiro Quiroga por 6×0 (os hermanos jogaram depois do Brasil e já sabiam quantos gols precisavam marcar para ir à final).
Pessoalmente, a Copa de 78 foi a primeira que acompanhei de ponta a ponta, na TV. Apesar de nomes como Zico, Rivellino, Dinamite, Reinaldo, Oscar, Leão, Nelinho, Jorge Mendonça, Dirceu e Gil, a seleção brasileira não me encantou especialmente (a primeira fase, então, foi pífia). Não torci contra a Argentina na final, apesar do resultado suspeito contra o Peru. Fui exceção entre os meus colegas de quinta série. Quase todos os outros coleguinhas de sala torceram pela Holanda, certamente não em protesto contra a ditadura argentina, mas para secar o time que eliminou o Brasil. Se eu fosse maiorzinho, teria conhecimento sobre o que acontecia nos quartéis argentinos. Muito provavelmente teria optado pela Holanda (se bem que duvido que não festejasse o tri brasileiro em 1970 porque vivíamos sob uma ditadura – outro filme, o delicioso “O Ano Em que Meus Pais Saíram de Férias”, aborda esse dilema de torcedor/cidadão). Continuar lendo “Copa 78”