O planeta bola não ficou insensível à demonstração de intolerância do massacre de 49 pessoas na boate de Orlando. A seleção americana de #soccer, logicamente o Orlando City e o camisa 10 dos “lions”, o brasileiro Kaká, publicaram mensagens de solidariedade às vítimas. Teve minuto de silêncio antes da partida de Copa América nos EUA, entre Brasil e Peru (a morte da seleção brasileira também merece um minuto de silêncio, mas isso é assunto para outros 500 posts).
Hoje gostaria aqui de lembrar uma ação de marketing da Kelme e do Rayo Vallecano de Madrid. Na temporada europeia 2015-16 (que terminou no mês passado), o segundo uniforme do clube de Vallecas, bairro operário de Madri, tinha um arco-íris no lugar da faixa diagonal – que costuma ser toda vermelha no “away kit” do Rayo. Cada cor representando uma luta (fato explicado em post anterior aqui no blog).
Segunda #equipación do Rayo Vallecano 2015-16 (Kelme)
Será que algum clube brasileiro teria coragem de fazer o que o Rayo Vallecano de Madrid faz?
O primeiro uniforme do bravo time do bairro de Vallecaspara 2015-16 é o tradicional. Faixa vermelha (“franja roja“) diagonal. A marca do patrocinador Qbao estraga um tanto. Uniforme feito pela Kelme, que já vestiu o vizinho multimilionário Real Madrid no tempo que jogava lá o Zé Roberto (hoje no Palmeiras),
Primeira “equipación” do Raio para 15-16
Agora, o segundo uniforme é uma revolução em termos de clubes de futebol.
A ousadíssima segunda camiseta do Rayo para a temporada 15-16.
O Rayo Vallecano, que já é conhecido como uma time bem mais à esquerda do que os outros, um dos mais antifacistas, como o hamburguês St. Pauli, adotou o arco-íris na faixa que costuma ser vermelha quando os uniformes alternativos são pretos, adotou um arco-íris. Cada cor tem um significado. O Rayo quer dizer que está ao lado dos heróis anônimos.
Ao lado dos que lutam contra o câncer.
Ao lado dos que lutam contra a Aids
Ao lado dos que lutam para integrar as pessoas com deficiências físicas.
Ao lado dos que nunca perdem a esperança.
Ao lado dos que lutam para proteger o meio-ambiente.
Ao lado dos que lutam contra os abusos sexuais de crianças.
Ao lado dos que lutam contra a violência doméstica
Um dos times mais #guerreiros do futebol espanhol é o Rayo Vallecano de Madrid. Que nesta sexta-feira, 29 de maio, faz 91 anos de peleia.
Aliás, em maio, o Rayo Vallecano renovou o contrato por mais um ano com o técnico Paco Jémez, uma figuraça. Que não tem medo de encarar os grandes times como o Barça e o Real da maneira mais corajosa possível. Joga pra frente, não se fecha na defesa, mesmo que isso pareça uma solução quase suicida. Mostra ousadia e combina com a filosofia do time de Vallecas, um bairro madrilenho que é considerado politicamente mais “à esquerda”. Não faz muito tempo, o Rayo ajudou financeiramente uma moradora idosa, ameaçada de despejo. Que time de futebol a gente vê fazendo isso?
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Acompanhei minha segunda partida do Rayo em casa, o Campo de Fútbol de Vallecas, no começo de abril de 2015, justamente contra o primo mais rico da cidade, o Real Madrid. Contraste maior com os franjirrojos, difícil.
Mapinha do Campo de Vallecas
O campo de Vallecas pode receber umas 15 mil pessoas, não estava totalmente lotado, não, mas teve um bom público naquela noite friazinha de primavera, meio de semana. Confesso que fiquei surpreso por encontrar ingressos no dia na bilheteria, para um jogo em Madri, com o Real ainda na briga pelo pelo título da Liga. Os ultras do Real Madrid ficaram (e cantaram o tempo todo) num canto da tribuna alta lateral – veja o mapinha na foto acima. Mas havia também madridistas (alguns turistas… algumas fãs do Cristiano Ronaldo)- misturados com os simpatizantes do time da casa. Um torcedor do Rayo lá da “lateral cubierta” passou o primeiro tempo todo provocando os madridistas que estavam no andar de cima. Uma coisa meio chata, porque tinha gente do lado dele só querendo ver o jogo. Foi advertido por seguranças e, no intervalo, retirado do lugar. Atrás do gol “fondo”, só os ultras do Rayo, sempre animados.
Torcida pequena, mas que faz um belo espetáculo com suas bandeiras, cantos e gritos de guerra. Não desanima nem com um 0 a 2 no marcador, como eles chamam placar.
Não fosse o Casillas…
O Rayo pressionou bem no primeiro tempo, não abriu o placar por azar do time da casa e ótima atuação de Casillas. Mas cansou e não resistiu aos galáticos. O Real fez 2×0 no segundo tempo.
… o placar não teria passado sem pelo menos um gol do Rayo
O post sobre o Rayo Vallecano de Madrid no blogEfeito Fúria, da jornalista brasileira Tatiana Mantovani, destaca o orçamento do clube de Vallecas para a temporada: apenas 7 milhões de euros, contra as centenas de milhões do Barça e dos vizinhosReal, campeão europeu pela décima vez, e Atlético de Madrid, campeão e supercampeão espanhol.
Em 2014, o Rayo comemorou 90 anos (veja os uniformes comemorativos)- foi fundado em 29 de maio de 1924. É um time de bairro, alternativo, simpático, que (à maneira do Juventus da Mooca no Paulistão de até alguns anos atrás), de vez em quando apronta uma travessura e arranca pontos preciosos dos três grandes, como aconteceu com o Atlético multicampeão de Diego Simeone no começo da temporada 14-15.
>IN>: Léo Baptistão, atacante brasileiro que já goleou pelo Rayo, volta a Vallecas emprestado pelo Atlético de Madrid, é um dos principais reforços de um ‘time de operários’. Emiliano Insúa (lateral-esquerdo, também emprestado pelo Atleti).
<OUT<: o argentino Joaquín Larrivey (Celta) foi uma das perdas.
Técnico: o ‘figuraça’ Paco Jémez, no Rayo desde 2012.
Estádio: Campo de Fútbol de Vallecas. Estação do Metrô de Madri: Portazgo (linha 1). Capacidade: 14.708. Para a temporada 14-15, já são mais de 10 mil rayistas ‘abonados’. Torcedores de carteirinha, com direito a entrar em todos os jogos.
Há 90 anos, surgiu em Madri a Agrupación Deportiva El Rayo. Hoje, Rayo Vallecano de Madrid.
Estas são as camisas comemorativas do aniversário, com o escudo retrô. ADR, de Agrupación Deportiva El Rayo.
O líder Atlético de Madrid visita o novo San Mamés, no duelo #rojiblanco dos #Atletis. O Club Atlético de Madrid nasceu como filial do Athletic Club, em 1903. Jogaço.
Quem também tem uma parada dura é o Barça, que enfrenta seu arquirrival local, o Espanyol, na #fortaleza dele. Sem Valdés. O substituto, Pinto, já jogaria a final da Copa do Rei. Agora tem a primeira de mais 13 finais. Palavras do mister. Incluindo Champions.
E o Real recebe também um adversário local, o guerreiro Rayo, do bairro madrilenho de Vallecas. Parece o jogo mais tranquilo. Parece.
O Rayo Vallecano, tradicional clube do bairro madrilenho de Vallecas, de novo na primeira divisão espanhola, foi o destino escolhido para o segundo episódio de um programa inglês feito para o You Tube, o Sausages and Caviar Football Magazine, feito pelos irmãos Kai e Jason Leech.
BARCELONA – Messi comandou mais uma vitória do Barcelona, uma assistência e dois tentos (o segundo, um golaço) contra um valente Rayo Vallecano. 3 a 1. Até aí, nenhuma graaande novidade. A nova é que pela primeira vez numa partida de campeonato, o craque argentino usou a braçadeira de capitão, após a substituição de Iniesta.
Depois de um começo morno, vi no Camp Nou um jogo franco e aberto. Apesar da ousada atuação do Rayo, a impressão que dá é que o Barça poderia ter feito mais gols.
Quantas nacionalidades estão representadas no Camp Nou? Talvez seja mais fácil ver quais não estão… No superlotado metrô após o jogo, se escuta inglês dos 2 lados do Atlântico. Italiano. Japonês. Chinês. Russo, Alemão. Português de Portugal. Catalão, claro. No minuto 17:14 de cada tempo, os torcedores locais gritam pela independência da Catalunha.
Tinha até brasileiro dentro do estádio com um cartaz onde se lia” “Mamãe, estou no Camp Nou”.
Verso de flâmula comemorativa dos 50 anos do Camp Nou, em 2007Flâmula do Rayo Vallecano
Banderín (flâmula) do Rayo Vallecano de Madrid, vice-campeão da segundona espanhola, que acaba de sacramentar o retorno à primeira divisão – a rica Liga das Estrelas. O Real Bétis, campeão da Liga Adelante, a 2ª divisão, já tinha garantido sua volta.
A agonia do Rayo fora da elite durou 8 anos. Em quatro temporadas, o clube do bairro de Vallecas amargou a Segunda B – na prática, a terceira divisão.
Como o site do madrilenho Marca destacou, pela primeira vez quatro clubes da região da capital espanhola disputarão La Liga: o poderoso Real, seu arquirrival Atlético, o Getafe e o Rayo Vallecano. Mais uma opção para o turista brasileiro em Madri tentar ver jogo do campeonato espanhol.