“Juve” na Mostra Cinema e Futebol

Na segunda-feira 21/6, às 18h30, e terça 22/6, às 12h30, o Canal Brasil exibe o emocionante curta-metragem “Juventus Rumo a Tóquio” -um domingo de decisão na rua Javari, casa do simpático Clube Atlético Juventus, o Moleque Travesso. Esse é pra gravar, porque para mim futebol não se resume a Soccer City, arenas maravilhosas e caríssimas, craques midiáticos, bilhões de reais em ação! Por mais que eu goste de Camp Nous e Santiagos Bernabéus, também gosto de estádios pequenos e cheios de história. Leia o que escrevi logo depois de ver a “premiere” do filme sobre o Juventus, no Festival de Curtas de SP: “O dia em que um cinema virou rua Javari”.

Em julho, a sessão “É Tudo Verdade” do mesmo Canal Brasil exibirá “1958 – O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil”, ótimo documentário de José Carlos Asbeg.
Texto integral do post, sobre os filmes que já passaram na Mostra Cinema e Futebol, do Canal Brasil. É BOLA NA TELA! Continuar lendo ““Juve” na Mostra Cinema e Futebol”

“30 Gols Históricos do Glorioso”

Publicado em abril de 2010
Na coleção de CDs da rádio Globo do Rio com gols históricos dos 4 maiores times cariocas, o disquinho do Botafogo começa com um gol de Amarildo no Rio-São Paulo 62 e vai até um de Loco Abreu contra o Vasco já no Estadual de 2010, de Waldir Amaral a José Carlos Araújo. E também tem gols importantes em clássicos contra o Flamengo. Waldir Amaral narra o 2º gol de Garrincha, “o demônio da Copa”, 3º do Bota na final do Estadual de 62. Bicampeão. Na voz do mesmo locutor, aparecem gols de Gérson e Roberto nos 4×2 da final da Taça Guanabara de 68. De novo, Bota bicampeão. O CD da 1220 khz também reapresenta o gol de Jairzinho, “camisa número 10”, no 6×0 contra Flamengo, no Brasileirão de 72 (com direito a Mário Vianna Vianna berrando “gooool legal”). E ainda mais importante, o tento de Maurício contra o Fla na final do Estadual de 89, na voz de José Carlos Araújo. 1×0. O Botafogo era campeão depois de 21 anos. Ouça um teaser da coleção de CDs da Globo Rio aqui.


“Na Grande Área”, Armando Nogueira.

Publicado em 29 de março de 2010

“Na Grande Área”, de 1966, foi reeditado em 2008 pelo Lance!

Dez é a camisa dele. “Camisa 10 do jornalismo brasileiro”, batiza o GloboEsporte.Com. Mesas-redondas, telejornais, crônicas sobre futebol… sempre que a gente curte esses produtos jornalísticos hoje no Brasil, deve lembrar que há um toque de Armando Nogueira. E foi numa segunda-feira – consagrada às principais mesas-redondas dos canais de esporte da TV por assinatura – que Armando Nogueira nos deixou. Decolou – já disseram – porque amava voar. Pensei em dar a este texto um título como “um minuto de silêncio”. Mas pensando bem, para homenagear alguém que adorava tanto a vida e bola, talvez seja mais coerente solicitar mais 90 minutos de emoção.
O livro que ilustra o post, Na Grande Área, reeditado pelo grupo Lance! em 2008, compila crônicas publicadas em jornais entre 1964 e 1966, ano da 1ª edição, de Bloch Editores. Tempos em que meninos jogavam bola na rua em Ipanema (“A Rua do Caloca”). Fala de boleiros anônimos e de vitórias (Copa de 58, “Retrato da Vitória”). Dá para montar quase que uma seleção de feras citadas nas crônicas.

  • No gol, um escritor. Albert Camus (“O Goleiro Camus”).
  • Djalma e Nílton Santos.
  • Zito (“Par Constante”).
  • Didi (“O Homem que Passa “).
  • Zizinho (“Sempre imaginei Zizinho jogando futebol de sapato preto, traje rigo, tal a leveza se sua passada com a bola e sem a bola. Pois um dia Mestre Ziza mandou que o sapateiro Aristides, do Bangu, arrancasse todas as travas de suas chuteiras”, escreveu em “Futebol Traje a Rigor”, uma das crônicas do livro).
  • Garrincha (“Uma Força da Natureza”).
  • Vavá (“cabra-macho está ali naquele pernambucano”, escreve, em “A Bravura de Vavá”).
  • Pelé (“Onipresença”, entre outros).

Se a doença impediu Armando de ver a nova safra de Meninos da Vila (3 ou4G?) acariciando a bola (como gostaria de dizer), certamente ele pode se encantar com as jogadas de Marta.  “Graças a Deus, vivemos em um país onde até as mulheres têm o gosto da bola” (já dizia em “A Explicação”,  Na Grande Área).
Recentemente, publiquei aqui no Fut Pop Clube textos sobre dois documentários que retratam craques da bola. Artilheiro do Meu Coração é sobre Ademir Menezes. Quem escreveu a crônica que batizou o filme dos três jovens pernambucanos? Armando Nogueira. Um Craque Chamado Divino convidou o próprio Armando Nogueira para explicar o clássico sobre Ademir da Guia, o eterno camisa 10 do Palmeiras. “Nome, sobrenome e futebol de craque”. O nome era o mesmo de Ademir, sim, o mesmo Ademir Menezes, artilheiro do coração dos torcedores de Sport, Vasco, Flu e Seleção nos anos 40 e 50. O sobrenome, o Ademir de Bangu e Palestra Itália herdou do pai, Domingos da Guia, o Divino Mestre. Mas não era só. O futebol de Ademir da Guia também era de craque, atestou Armando Nogueira. “Ele tinha um ar, assim, de primeiro violino” – palavras do mestre. Continuar lendo ““Na Grande Área”, Armando Nogueira.”

1958 e 1962. Brasil bicampeão.

Poster da Copa de 58

Gilmar, o grande goleiro, com a camisa 3; De Sordi, 14 (Djalma Santos, jogou a final com a 4); Bellini, 2; Orlando, 14, e Nilton Santos, 12; Zito, 19; Didi, 6; Garrincha, 11, vejam só; Pelé, 10; Vavá, 20, e Zagallo, com 7. Foi com essa numeração maluca que o Brasil ganhou o Mundial de 58, na Suécia. Cortesia de um jornalista uruguaio, Lorenzo Villizio, membro do Comitê Organizador chamado para indicar a numeração do escrete que acabaria campeão (por felicidade, Pelé caiu com a 10, mas Gilmar com a 3? Garrincha, 11? Zózimo, zagueiro reserva, 9?). A desorganização do futebol brasileiro antes da Copa de 58  foi um dos temas da terceira palestra da série Brasil nas Copas, parceria  MemoFut/Museu do Futebol, no último sábado. A LISTA COMPLETA DOS CAMPEÕES DO MUNDO EM 1958, COM MAIS EXEMPLOS DE NUMERAÇÃO DOIDA >>> Continuar lendo “1958 e 1962. Brasil bicampeão.”

“1958 – O Ano Em Que o Mundo Descobriu o Brasil”

Já saiu em DVD o filme sobre a 1ª Copa do Mundo que a Seleção conquistou
Já saiu em DVD o filme sobre a 1ª Copa do Mundo que a Seleção conquistou.

“1958 – O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil” já saiu em DVD (e vira série no Canal Brasil a partir de 8 de junho deste ano de Copa).
Você sabia?”… O lateral-direito Djalma Santos, bicampeão do mundo pela Seleção, só jogou uma partida na Copa de 1958 (o são-paulino De Sordi sentiu uma contusão antes da final, contra os suecos, donos da casa). Djalma, então atleta da Portuguesa (jogaria ainda no Palmeiras e Atlético Paranaense), teria que marcar o ótimo ponta sueco Skoglund. Entrou e deu conta do recado tão bem que acabou escolhido para a seleção da Copa. Essa é uma das histórias contadas no documentário “1958 – O Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil”, de José Carlos Asbeg, que estreou nos cinemas em 2008 (cinquentenário da conquista). Continuar lendo ““1958 – O Ano Em Que o Mundo Descobriu o Brasil””

As Melhores Seleções Brasileiras x As Melhores Seleções Estrangeiras

Estamos a menos de 3 meses da Copa 2010! Dois livros onde desfilam personagens que fizeram história nos Mundiais dos últimos 56 anos estão sendo lançados pela Contexto nesta terça-feira, 16 de março, 18h30, na Saraiva do shopping Eldorado. Milton Leite, locutor do Sportv, escolheu As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos (a saber, as de 58, 62, 70, 82, 94 e 2002). Mauro Beting, comentarista de rádios e TVs Bandeirantes, colunista do Lance!, entre outros veículos, convocou As Melhores Seleções Estrangeiras de Todos os Tempos (para Beting, Hungria 54, Inglaterra 66, Holanda e Alemanha 74, Itália 82, Argentina 86 e França 98). Ambos volumes já estão nas livrarias, leituras altamente recomendadas a quem Come, Bebe e Dorme História das Copas do Mundo. Fut Pop Clube propôs um desafio aos dois jornalistas. Imaginar como seriam jogos entre as 6 seleções brasileiras convocadas pelo livro do Milton Leite e 6 dos 7 escretes gringos escolhidos por Mauro Beting. Esqueci da Itália de 82, que fez chorar não só aquele menino da capa do Jornal da Tarde – deve ser trauma de fã de mestre Telê Santana. Mas quem sabe, caso o Brasil de Dunga fature o hexa, se a gente não volta à brincadeira?
Vamos começar essas pelejas virtuais com um jogo de sonhos: Brasil campeão de 58 e Hungria vice de 54, na imaginação de Milton Leite e Mauro Beting.

Milton Leite: Brasil 5×4 Hungria
“Jogo de muitos gols, muitos gênios em campo. Mas com Pelé e Garrincha, a turma de Puskas não teria chances. Brasil 5 x 4.”

Mauro Beting: Brasil 6×5 Hungria
“Que jogo!!!! Aposto em duplo: vitória do Brasil, vitória da Hungria. Nenhum dos dois empataria. Muito menos perderia. Time por time, o Brasil era um pouco mais técnico, e melhor no aspecto defensivo. A qualidade da marcação brasileira acabaria garantindo a vitória, além do Pelé no auge, diferentemente do Puskas baleado pelo zagueiro alemão. Jogo para 6 x 5 Brasil. Claro, 2 x 0 Hungria no inicio, como sempre, com 9 minutos: Kocsis faria 1 a 0 aos 3, de cabeça; Hidekguti entraria tabelando e ampliaria, aos 9. O Brasil diminuiria com Garrincha, aos 11, depois de driblar três vezes Lantos e bater entre Grosics e a trave esquerda. A Hungria faria 3 a 1 aos 16 minutos. Boszik, da meia direita, uma bomba no ângulo de Gilmar. O Brasil fecharia os 20 minutos mais fabulosos do futebol diminuindo aos 19, com Vavá, depois de cruzamento de Zagallo, e confusão dentro da área, e empataria aos 20, com Pelé, passando por Boszik, Zakarias e, na saída do goleiro, batendo cruzado, no canto direito. O Brasil viraria o placar aos 39 do primeiro tempo. Lance de Garrincha com Pelé, que meteu entre as pernas de Lorant, driblou Grosics, e rolou de pé esquerdo. 4 x 3.
No segundo tempo, Nilton Santos e Boszik seriam expulsos, repetindo a Batalha de Berna. A Hungria empataria aos 15, com Puskas, depois de tabelar com Kocsis. Os húngaros passariam à frente aos 21, novamente com Kocsis, de cabeça. 5 x 4. Aos 30, Garrincha entraria em diagonal e chutaria de canhota, no ângulo de Grosics. 5 x 5. Pelé definiria o placar, em lance polêmico: ele fez a falta em Lantos, mas o juiz não viu. Ele seguiu, driblou três e tocou por cobertura, na saída de Grosics, aos 43 minutos. Ah, sim. Aos 44min, Puskas bateu um pênalti que Gilmar defendeu. Pênalti também duvidoso, de Bellini em Hidekguti.”

Quem venceria? Brasil´62 ou Inglaterra´66?

Os autores de As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos e de As Melhores Seleções Estrangeiras de Todos os Tempos jogam agora mais um futebol virtual, imaginário, de sonho, entre o Brasil bi de 62, de Garrincha, Vavá, Amarildo etc, e a Inglaterra campeã de 66, de Gordon Banks, Bobby Moore e Bobby Charlton. Com a palavra, os jornalistas Milton Leite e Mauro Beting.

Milton Leite: 2×2
“Se fosse na Inglaterra, acho que os ingleses venceriam. Pelé machucado, Brasil envelhecido… Neste aqui vou colocar empate: 2 a 2.”

Mauro Beting: Brasil 3×1
“Brasil. 3 x 1. Muito mais time e mais experiente,teria problemas pelo preparo físico inglês, mas ganharia no entrosamento e na técnica. Garrincha faria 1 x 0, aos 40mim. De cabeça, relembrando 1962. Bobby Charlton empataria em grande arrancada, desde o meio-campo, aos 12 do segundo tempo. Vavá desempataria, em lance de raça, aos 22. Zagallo, em grande lance de Garrincha e Amarildo, faria 3 a 1, aos 40, quando a Inglaterra mais pressionava. O time inglês era um dos mais fracos de todos os campeões do mundo. O Brasil era envelhecido em 1962. Mas foi o único bicampeão com a base mantida. A Itália de 1938 só tinha dois titulares campeões mundiais em 1934.”

Para Mané

Neste 20 de janeiro, Fut Pop Clube lembra livro, filmes e algumas músicas sobre o anjo de pernas tortas. O livro, escolha óbvia, é um clássico das biografias sobre ídolos populares. Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, de Ruy Castro, pela Companhia das Letras. Que inspirou um filme romanceado, Garrincha, Estrela Solitária, de Milton Alencar, com o ator André Gonçalves no papel de Mané; a bela Thaís Araújo interpreta Elza Soares . Pena que não bateu um bolão nem de crítica nem de bilheteria. Há ainda o documentário Garrincha, Alegria do Povo, do diretor cinema-novista Joaquim Pedro de Andrade, lançado em 1963, pouco depois do bi mundial da Seleção e do bi carioca do Botafogo (leia mais aqui).

Tem frevo para Garrincha
Tem frevo para Garrincha

Gostaria de lembrar de um sensacional frevo de Antonio Nóbrega que descobri por acaso. Garrincha não é a faixa 7, mas a 12 do primeiro volume do CD “Nove de Frevereiro“. Fala com encanto de “um bobo da corte, um herói brasileiro”… que “deixou pátria órfã, sem circo a nação”. Também presente no DVD do show de Nóbrega – capinha reproduzida ao lado.
O livro que o jornalista Beto Xavier lançou pela Panda cita um mambo que entrou na trilha sonora do filme Garrincha, Alegria do Povo. E muitas outras canções sobre o herói da estrela solitária (para Beto, Garrincha só perde de Pelé em nº de músicas). Mané mereceu um capítulo inteiro do livro Futebol no País da Música – páginas divididas com Elza Soares, que casou com o camisa 7  e gravou sambas do craque das pernas tortas.

Em abril de 2009, Fut Pop Clube publicou uma série de posts, graças ao Beto Xavier, “Futebol em 11 Ritmos“. Pedi ao Beto para indicar uma balada nota 10. A resposta dele está abaixo: Continuar lendo “Para Mané”

Ídolos

capa_paixao_pelo_radioSeção “A Suderj informa”… vem aí mais livros sobre ídolos do futebol e até do rádio esportivo brasileiro. O site da Maquinária Editora avisa que está quase pronta a biografia do locutor José Carlos Araújo, da rádio Globo do Rio (noite de autógrafos marcada para 26 de outubro). O livro chama-se Paixão pelo Rádio e e foi escrito por Rodrigo Taves.

Na coleção Ídolos Imortais, a mesma Maquinária lança Os Dez Mais do Botafogo, texto de Paulo Marcelo Sampaio sobre Nilton Santos, Garrincha, Didi, Gérson, Jairzinho, Paulo César Caju, Zagallo, Túlio Maravilha, Manga e Heleno de Freitas.