Rose Bowl, Pasadena(CA), 22 de junho de 1994. O gol contra de Andrés Escobar, zagueiro da melhor seleção colombiana até hoje, foi como uma sentença de morte. A Colômbia chegou como uma das favoritas (Pelé disse isso) e na segunda partida foi eliminada. A barra pesou, numa Colômbia em turbulência por causa do narcotráfico. Jogadores e suas famílias foram ameçados. Na volta ao país, Andrés Escobar foi morto depois de uma discussão por causa do gol contra.
Esse é o ponto de partida do ótimo documentário “The Two Escobars“, produção para a TV dos irmãos Jeff e Michael Zimbalist, que tive a oportunidade de ver na terceira quinta-feira do festival Thinking Football, promovido pela fundação do Athletic Club, em Bilbao.
- Veja o trailer aqui.
O longa-metragem dos brothers Zimbalist, que costura rico arquivo de imagens com depoimentos, faz um paralelo entre a morte de Andrés Escobar com a do narcotraficante Pablo Escobar, com quem o zagueironão tinha parentesco nem ligação. E mostra como a seleção nacional colombiana foi usada tanto pelo poder do tráfico como pelo poder político constituído (claro, isso sempre aconteceu, e sempre acontecerá, em qualquer país). O que é incomum é ver jogadores de seleção visitando narcotraficantes na cadeia.
Documentário forte. Um filme que faz pensar, como a a outra atração do Thinking Football Film Festival na noite passada. “Diamantes Negros”, coprodução Espanha / Portugal dirigida por Miguel Alcantud sobre outro tráfico: o de jovens jogadores. Uma ficção com jeito de documentário.
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