Loureeeiro Neeeto!

Manoel Fernandes Loureiro, o Loureiro Neto, o português mais brasileiro do rádio (DIVULGAÇÃO Rádio Globo)
Manoel Fernandes Loureiro, Loureiro Neto, o português mais carioca do rádio (FOTO: DIVULGAÇÃO Rádio Globo)

Duas grandes perdas nesta quarta-feira.
Na música espanhola e mundial, Paco de Lucia (mais na Coluna).
No rádio brasileiro, o comunicador Loureiro Neto. Português de Palmeira, Manoel Fernandes Loureiro – nome de batismo – chegou com 5 anos ao Brasil. Trabalhou no programa “Resenha Esportiva” da TV Rio, foi repórter da Rádio Vera Cruz, do grupo Bloch. No Sistema Globo de Rádio, estreou no programa “Globo Esportivo”.

No  final dos anos 70, Loureiro Neto – nome artístico – fez parte de uma formação histórica do rádio esportivo brasileiro (até porque a rádio Globo do Rio era e é ouvida em todo o país): ao lado dos dos clássicos locutores Jorge Cury (um dos favoritos do blogueiro), Waldir Amaral (“bololô na área”), João Saldanha (“o comentarista que o Brasil inteiro consagrou”) e o ex-juiz Mario Vianna (“com dois “Ns”). Os repórteres de campo eram Kléber Leite e Loureiro Neto.

rádio globo
Anúncio publicado em 1978

Que equipe! Uma seleção! Uma espécie de Real Madrid do rádio esportivo brasileiro.

Kléber Leite depois virou empresário e foi presidente do Flamengo. Como bom português radicado no Rio, Loureiro era Vasco. Continuar lendo “Loureeeiro Neeeto!”

China Azul em tempo real.

Dez mil… dez mil e um… dezesseis mil e nove… enfim, 29.120 torcedores. O número de torcedores que ia entrando no Mineirão no fim da tarde de terça-feira era atualizado, um por um no placar eletrônico do estádio novo em folha.  Confesso que nunca vi isso em outro estádio ou ginásio. E ainda tinha uma contagem do número de Sócios do Futebol, o programa de fidelidade do Cruzeiro. O campeão brasileiro encheu os dedos de uma mão para contar os gols da partida contra a Universidad de Chile, pela Libertadores 2014. 5×1. Uma #manita, na linguagem #futbolera, #futbolês castelhano. Com direito a #hat-trick de Ricardo Goulart.

Imagem de divulgação do aplicativo
Imagem de divulgação do aplicativo

Por falar na Raposa, o Cruzeiro e a Netco Sports lançaram este mês um aplicativo chamado Fotofan. Semelhante a um #app do Paris Saint-Germain. No Fotofan do Cruzeiro, o torcedor tem uma série de filtros e padrões para incrementar suas fotos na internet, mais ou menos como no Instagram (exemplo acima). Continuar lendo “China Azul em tempo real.”

Whisky a Go Grêmio

Roupa Nova
Só o voleio de Zé Roberto e a bela defesa de Martinez já valeram ter ficado acordado até tarde, para ver a goleada do Grêmio contra o Atlético Nacional, da Colômbia, na Arena do Grêmio.
Uma vitória em ritmo de “Whisky a Go Go”, canção de Sullivan e Massadas gravada pelo Roupa Nova em 1984, que a Geral do Grêmio adaptou há alguns anos. E veio na mudança do Olímpico para a Arena.
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“Entre os Vândalos”

Um grupo de torcedores de uma organizada espanca até a morte um torcedor de organizada (e pai de família) de outro time.
Um grupo de torcedores organizados invade o centro de treinamento do time de preferência deles para ameaçar jogadores.
Um grupo de torcedores ofende um jogador de futebol de um país amigo por causa da cor da pele dele.
2014 não começou bem, para aqueles que torcem não para uma organizada, mas pela paz dentro e fora dos estádios, para quem sabe um dia voltar a frequentar os estádios… perdão, arenas…  em dias de dérbis. Poder sair na rua com a camisa do time sem ficar com medo de um ataque covarde como o da primeira linha desse texto.
2014 não começou mesmo nada bem, como 2013… que não começou nem terminou bem, de Oruro à Arena Joinville.
E aí que entra o livro que indico neste post. “Entre os Vândalos” (Companhia de Bolso), do jornalista americano Bill Buford (Granta, The New Yorker). Subtítulo: “a multidão e a sedução da violência”.
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Bill Buford morou na Grâ-Bretanha e se “incorporou” às torcidas organizadas, especialmente do Manchester United, para tentar entender o fenômeno do hooliganismo. Faz um relato detalhado dos anos e anos que passou acompanhando os hooligans, e sofreu na pele -ele mesmo, o autor -as consequências. Escolhidas outras cores para seguir, poderia estar entre os mortos das tragédias de Heysel ou de Hillsborough. É assustador. O livro foi lançado lá fora em 1991, quando as coisas começaram a se acalmar pelo menos dentro dos estádios ingleses, com as medidas do relatório Taylor.

Que seja objeto de estudo, levado em consideração, no país da Copa. Antes, durante e depois do Mundial.

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“Almanaque do São Paulo” + “Os Clássicos do Futebol Brasileiro”.

ImageProxyDois livros muito curiosos.

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O José Renato Santiago, autor do texto do post anterior sobre o #Ferrim (clique aqui), que tem a maior coleção de livros e artigos de futebol segundo o Guinness World Records, está acrescentando mais dois livros na biblioteca, e o nono e décimo de autoria dele mesmo. De interesse mais dos são-paulinos, “Almanaque do São Paulo” é um calhamaço elaborado a 4 mãos com Raul Snell, que faz um levantamento histórico de todos os jogos disputados pelo tricolor paulista, desde a estreia do São Paulo da Floresta, em 1930, até o fim de 2013. A noite de autógrafos foi em 25 de fevereiro, no sempre movimentado bar São Cristóvão, na Vila Madalena – praticamente um museu do futebol informal.

O outro livro é indicado para quem curte as curiosidades do futebol em todos os estados brasileiros. “Os Clássicos do Futebol Brasileiro“, que José  Renato Santiago escreveu com Marcelo Unti, tem mais de mil informações sobre 201 dérbis de todos os estados, de 1902 até hoje. Opa! Boa ideia! Zé Renato e Marcelo Unti autografam este livro em 13 de março, também no bar São Cristóvão. Continuar lendo ““Almanaque do São Paulo” + “Os Clássicos do Futebol Brasileiro”.”

Ferrim: um gigante que cai. O Ferroviário acaba de ser rebaixado.

Um gigante que cai…o Ferroviário acaba de ser rebaixado.

Texto de José Renato Santiago, publicado originalmente no Memória Futebol.

ferroviario

Fundada em 9 de maio de 1933, a equipe cearense do Ferroviário Atlético Clube nasceu alvinegra.
A iniciativa de criação do Ferrim partiu do Sr. Waldemar Cabral Caracas que propôs o desenvolvimento de atividades esportivas que pudessem promover a distração e a integração dos operários da linha ferroviária do estado do Ceará, que trabalhavam no setor da manutenção de trens, e que possuíam horas vagas entre um reparo e outro.
Pois bem, tive a felicidade de conhecer o Sr. Waldemar Caracas, centenário fundador, nascido em 9 de novembro de 1907.
Ele era vizinho do meu avô, Osvaldo.
Ao longo de muitas de nossas conversas, ele comentou comigo sobre a razão das cores e distintivo do Ferroviário.
Durante a década de 1940, Caracas veio para São Paulo a trabalho.
Em um dia de folga, foi ao estádio do Pacaembu assistir o Diamante Negro, Leônidas.
Se apaixonou pelo Tricolor, maior equipe brasileira daquela década.
No dia seguinte foi até uma loja de esportes e comprou um conjunto de camisas do São Paulo.
Levou os uniformes para Fortaleza e decretou que, a partir daquele dia, o Ferroviário passaria a usar as cores do São Paulo, bem como o distintivo.
Com o tempo o Ferrim, ou Ferrão, passou a fazer frente aos grandes e mais antigas equipes do estado: Maguary, Ceará e Fortaleza.
Desde então foram 9 conquistas estaduais: 1945, 1950, 1952, 1968, 1970, 1979, 1988, 1994 e 1995.
O principio dos anos 1950, sobretudo, foi dominado pelo Ferrão.
Equipes fantásticas foram montadas.
Recebeu a alcunha de o “Clube das Temporadas”.
Era a única equipe do estado a fazer frente aos grandes do sul do país que por lá excursionavam.
O Tubarão da Barra sempre foi temido.
A última equipe cearense campeã invicta foi o Ferroviário em 1968.
Os anos 1990 marcaram seus últimos grandes momentos.
Uma equipe que disputou várias edições da Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.
Tudo isso ficou no passado.
Más administrações.
Preferência ao interesse pessoal em detrimento da entidade.
E muuuuuuiiiitos erros.
Amadorismo irresponsável fantasiado de profissionalismo competente.
Em 2012, a salvação ao rebaixamento em campo se deveu a erros na escalação irregular de jogadores por parte da equipe do Crateús.
O susto não serviu para coisa alguma.
Um crime às cores tricolores.
Domingo o Ferroviário foi rebaixado do campeonato estadual pela primeira vez em sua história.

um grande abraço,
José Renato Santiago

A mascote da Bósnia, proposta por Lais Sobral.

Ilustração de Lais Sobral para o@FutPopClube | http://www.flickr.com/photos/lais-sobral/
Ilustração de Lais Sobral para o@FutPopClube | http://www.flickr.com/photos/lais-sobral/

Uma lebre num cenário assustadoramente psicodélico é a mascotinha bolada pela artista plástica Lais Sobral para a Bósnia-Herzegovina, na série em homenagem aos países participantes da Copa. Caçula do Mundial, a Bósnia deu azar e caiu no grupo da Argentina, que encara logo na estreia, em 15 de junho. Os bósnios vão se concentrar no Guarujá, litoral paulista, e viajam para o Rio para enfrentar Messia e cia; para Cuiabá, onde pegam a Nigéria, em 21 de junho, na Arena Pantanal; e para Salvador onde enfrentam o Irã, 25 de junho, na Fonte Nova.
Confira todos os trabalhos da artista Lais Sobral para o blog nessa série que o Fut Pop Clube orgulhosamente publica em primeira mão.

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Minuto de silêncio para Seu Mário Travaglini

Não pode passar em branco aqui a morte de Mário Travaglini, técnico campeão por Palmeiras, Vasco, Fluminense, Corinthians e medalhista de ouro no Pan-1979.

O ex-zagueiro do Ypiranga, Nacional, Ponte Preta e Palmeiras conquistou seu primeiro estadual como treinador da academia alviverde: em 1966, contra Santos de Pelé e tudo. Pelo Palmeiras, também foi o técnico campeão da Taça Brasil 1967, que na reunificação dos títulos equivale ao campeonato brasileiro.

Seu Mário também se deu bem no Rio. Campeão brasileiro de 1974 pelo Vasco, de Roberto Dinamite.

Pelo Fluminense, ganhou com a Máquina o torneio de Paris e o carioca de 1976.

Foi o técnico da Democracia Corintiana. Campeão paulista de novo, em 1982.

Pela Seleção Brasileira, ganhou a medalha de ouro no Pan de 1979, em Porto Rico.

Obrigado, seu Mário. Descanse em paz.

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Camp de Mestalla, o estádio do Valencia.

Camp de Mestalla, o estádio do Valencia.
http://www.valenciacf.com/
http://www.valenciacf.com/

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  • Estádio Mestalla
  • Proprietário: Valencia
  • Capacidade: 55 mil torcedores.
  • Inauguração: 20 de maio de 1923. O Valencia enfrentou o Levante, também da cidade.
  • Com a demolição do velho San Mamés, que era de 1913, o Mestalla passou a ser o estádio mais antigo da Espanha.
  • Na Copa de 1982, recebeu os 3 jogos da Espanha na primeira fase.
  • Finais da Copa do Rei: 10, incluindo a decisão entre Barcelona e Real Madrid, 16 de abril de 2014.
  • Em 2011, outro #ElClásico em Mestalla decidiu #LaCopa. E deu Real Madrid.
O visual inaugurado na temporada 2013/2014 : http://www.valenciacf.com/
O visual inaugurado na temporada 2013/2014 : http://www.valenciacf.com/

Confira a galeria de fotos da visita que o Fut Pop Clube fez ao campo de Mestalla em março de 2013, antes do atual visual, em que predominam as cores laranja e branca – além de um morcego gigante pintado nas arquibancadas.DSC01478 Continuar lendo “Camp de Mestalla, o estádio do Valencia.”

Troca-troca já foi tema de música de Jorge Ben Jor.

15219_366848486769850_857745890_nJadson já estreou pelo Corinthians. Alexandre Pato foi apresentado nesta terça pelo São Paulo. O troca-troca entre os tricolores paulista e carioca não vai rolar – pelo menos por enquanto, São Paulo e Fluminense não vão trocar Osvaldo e Wagner.
A propósito, o GloboEsporte.com fez uma lista de trocas famosas entre grandes clubes brasileiros. Uma delas mexeu com o futebol carioca em meados dos anos 70. O Fluminense de Francisco Horta mandou pro Flamengo o goleiro Roberto, o lateral Toninho e o atacante Zé Roberto – todos atuaram,Toninho mais,  na campanha do título carioca de 1975. E o Flu trouxe da Gávea o goleiro Renato, o lateral Rodrigues Neto e o atacante argentino Doval.
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Francisco Horta, o cartola tricolor, ainda fez um troca-troca com o Botafogo. Mandou Manfrini e Mário Sérgio, levou Dirceu.
E com o Vasco. Para ter Miguel, Horta cedeu o zagueiro Abel, o lateral Marco Antônio e o meio-campo Zé Mario. Chacoalhou o mercado. E foi bicampeão carioca. E essa “trocação” toda foi o tema de uma música de Jorge Ben Jor, ainda Jorge Ben, mesmo, no LP  “A Banda do Zé Pretinho“, que chegou para animar a festa em 1978 via Som Livre. Está fora de catálogo – meu exemplar é um LP de vinil, recentemente achado numa feirinha de discos em Sampa.
O álbum, que Ben dedica “ao mais Flamengo” e “ao mais anti-Flamengo”, está cheio de referências ao futebol, especialmente no lado A.
“Troca-Troca” é uma gentil homenagem a Francisco Horta (“fez voltar ao Rio de Janeiro/a época de ouro da capital do futebol”). E tem mais:
O clássico “Cadê o Penalty” (aqui respeito a grafia inglesa do encarte) foi regravado pelo Skank, na sua estreia pelo selo Chaos/Sony Music, no começo dos anos 90.

Penalty, penalty, penalty, penalty, penalty/Cadê o penalty/que não deram pra gente/no primeiro tempo…

“Era uma Vez 13 Pontos” narra o destino que um trio de sortudos vai dar para o prêmio da loteria esportiva, fechando um irrepreensível lado a. Continuar lendo “Troca-troca já foi tema de música de Jorge Ben Jor.”