“Entre os Vândalos”

Um grupo de torcedores de uma organizada espanca até a morte um torcedor de organizada (e pai de família) de outro time.
Um grupo de torcedores organizados invade o centro de treinamento do time de preferência deles para ameaçar jogadores.
Um grupo de torcedores ofende um jogador de futebol de um país amigo por causa da cor da pele dele.
2014 não começou bem, para aqueles que torcem não para uma organizada, mas pela paz dentro e fora dos estádios, para quem sabe um dia voltar a frequentar os estádios… perdão, arenas…  em dias de dérbis. Poder sair na rua com a camisa do time sem ficar com medo de um ataque covarde como o da primeira linha desse texto.
2014 não começou mesmo nada bem, como 2013… que não começou nem terminou bem, de Oruro à Arena Joinville.
E aí que entra o livro que indico neste post. “Entre os Vândalos” (Companhia de Bolso), do jornalista americano Bill Buford (Granta, The New Yorker). Subtítulo: “a multidão e a sedução da violência”.
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Bill Buford morou na Grâ-Bretanha e se “incorporou” às torcidas organizadas, especialmente do Manchester United, para tentar entender o fenômeno do hooliganismo. Faz um relato detalhado dos anos e anos que passou acompanhando os hooligans, e sofreu na pele -ele mesmo, o autor -as consequências. Escolhidas outras cores para seguir, poderia estar entre os mortos das tragédias de Heysel ou de Hillsborough. É assustador. O livro foi lançado lá fora em 1991, quando as coisas começaram a se acalmar pelo menos dentro dos estádios ingleses, com as medidas do relatório Taylor.

Que seja objeto de estudo, levado em consideração, no país da Copa. Antes, durante e depois do Mundial.

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“Hooligan”

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Em tempo: só esta semana tive a oportunidade de ver um documentário que passou bastante no fim de 2012 no Sportv: “Hooligan”, do jornalista irlandês Donal MacIntyre (não confundir com a série “The Real Football Factories”, exibida na ESPN).

“Hooligan” faz um interessante panorama do fenômeno de violência das torcidas em várias “cenas”, como as da Inglaterra, Itália, Argentina e França.

Só não gostei do tom editorializado do final, quando a pretexto de criticar a elitização do futebol, passa a mensagem que nos anos 70 e 80 era melhor. Perdão, mas se a elitização (com a qual não concordo também) é o preço a pagar para combater a violência nos estádios, paciência. O que não podemos é permitir mais tragédias como a de Heysel e Hillsborough.

Pra quem perdeu o documentário no Sportv e se interessa pelo assunto: lá fora, já está disponível em DVD. Confira o trailer. Continuar lendo ““Hooligan””