A camisa desta sexta-feira é a samarreta principal do Centre d’Esports Sabadell Futbol Club – os arlequinats, exatamente por causa do visual. O Sabadell, da cidade que batiza (importante centro financeiro na Catalunha), joga atualmente na segunda B da Espanha – na prática a terceira divisão.
Domingo que vem tem um clássico catalão pela Liga 1|2|3, atual nome da segundona espanhola. O CF Reus Deportiu (clube de Reus, cidade-natal de Gaudí, subiu da terceira para segunda divisão este ano) recebe o Nàstic(time da bela Tarragona, que tem batido na trave na hora de voltar à La Liga).
O goleiro Edgar Badia no cartaz do jogo Reus x Mirandés inspirado pelo discaço do Nirvana (terminou 1×1)Não, o Albert Benito não vai fazer show cover do Bruce Springsteen, não. Ele joga no Reus, que fez este poster pra partida contra o Lugo.
Yeah, Reus! Arrasadoras estas capas, digo, cartazes inspirados em discos clássicos do rock and roll, bem bolados pra promover as partidas em casa do CF Reus Deportiu(clube catalão da cidade em que o Gaudí nasceu), que hoje disputa LaLiga 1|2|3, a segundona espanhola (está em segundo lugar)! Poster é tradição do futebol de lá. Os jogadores da #avellanamecanica como Edgar Badia, Albert Benito, Edgar Hernández participam dos cartazes. O poster do jogo contra o Rayo tinha mesmo que reverenciar Bowie. Dica @botoesclassicos. Boa!!!
Poster brasileiro de “Noite de Verão em Barcelona” -Pandora Filmes
De uma noite para um dia de agosto de 2013, o cometa Rose atravessou o céu de Barcelona. O filme de estreia de Dani de Orden conta seis histórias de amor paralelas, com capítulos decisivos naquela noite de espera. E o que esse drama romântico está fazendo num blog sobre futebol, noves fora a paixão do blogueiro pela capital da Catalunha?
Numa das seis histórias, o par romântico é formado por dois jogadores de futebol. Jordi e Marc, personagens fictícios, jogam no Sabadell, tradicional clube catalão que hoje disputa o grupo 3 da Segunda B, terceira divisão do futebol espanhol (no momento, está em oitavo no grupo 3, que inclui times da Catalunha e Aragão). Jordi é contratado pelo Barça e… e mais não posso contar, para não ser spoiler do filme “Noite de Verão em Barcelona”, que estreou em 13 de outubro em S.Paulo (cine Caixa Belas Artes). Em todo caso, já deu pra perceber que o roteiro toca num dos maiores tabus do futebol.
Mas que belo estádio e bela camisa tem o Sabadell!
“Manita” é como os espanhóis se referem a goleadas com 5 tentos. Com o 5×0 sobre o rival de Barcelona, o Espanyol, podemos dizer que o Barça ficou com uma “manita” na taça de campeão espanhol. Só depende dele mesmo na última rodada. Basta vencer o Granada sábado, na Andaluzia, pra ficar com La Liga. O Real Madrid precisa vencer o Deportivo no Riazor, em A Coruña, e secar o Barça. O guerreiro Atlético de Madrid derrapou contra o Levante em Valencia e está fora dessa briga. Mas os dois rivais da capital fazem dia 28 na Itália mais uma final espanhola da Champions.
O goleiro do Espanyol apimentou o clássico com uma declaração sobre quem gostaria que ficasse com o título
O dérbi entre duas equipes de orçamentos muito diferentes foi apimentado por uma declaração do goleiro blanquiazul, Pau López, que disse querer que um dos times de Madri ficasse com La Liga. Foi muito vaiado e levou uma mão cheia de gols. Todos de sul-americanos. O tridente funcionou desde o começo do jogo. Marcaram Messi (numa cobrança falta perfeita), duas vezes Suárez, Rafinha e Neymar.
Suárez deixou dois gols.
Foi o dérbi barcelonês de maior público nos últimos dez anos: 91.610 espectadores, incluindo este que vos digita.
Antes do clássico, teve mosaico, minuto de silêncio e outras homenagens ao locutor Manel Vich, que durante quase 60 anos foi a voz do Camp Nou. Ele era voluntário, trabalhava como locutor oficial do estádio de graça. A cabine que Vich usava ficou vazia e sua frase de abertura da jornada foi reproduzida:
Depois do vídeo engraçadíssimo do Villanovense para promover o jogo de Copa do Rei em que recebeu o Barça, CF Reus Deportiubrincou com o próprio nome para viralizar a partida de dezesseis avos de final de La Copa contra o Atleti, em 1ª de dezembro. O time catalão de Reus -cidade-natal de Gaudí !- lidera o Grupo III da Segunda B, na prática a terceira divisão do futebol espanhol. Força, Reus!
O vídeo tem roteiro e realização da Acid Factory.
As seleções do País Basco e da Catalunhadisputam um amistoso neste último domingo de 2014, na nova catedral de San Mamés, em Bilbao. Tanto as seleção catalã como a basca costumam disputar um amistoso nesta época e desta vez vão se enfrentar, no final de um ano em que muito se discutiu a proposta de independência da Catalunha (também teve plebiscito sobre a separação da Escócia). Dentro da Espanha, Catalunha e País Basco são as regiões onde mais se pede independência – conseguindo ao menos mais autonomia. O amistoso também serve para comemorar o centenário do primeiro jogo entre bascos e catalães, disputado em 3 janeiro de 1915, no velho San Mamés. Há um século, os bascos ganharam por 6 a 1. Quatro gols de Pichichi – ídolo do Athletic que é sinônimo de artilheiro no futebol espanhol.
O certo é que o amistoso vai ter um grande esquema de segurança, que promete revista rigorosa nos torcedores, como diz esta reportagem do diário Sport, E muitas caras conhecidas dos fãs do futebol internacional.
Do Barça, o técnico da seleção catalã, Gerard López, chamou nomes como os meio-campistas Xavi e Busquets, defensores como Piqué, Jordi Alba, Bartra e Montoya e o goleiro Massip. Também há 4 jogadores do Espanyol (o goleiro Kiko Casilla, Victor Álvarez pra defesa, o meio-campo Víctor Sánchez, e o atacante Sergio Garcia) e catalães que jogam em times de outras regiões, como Álvaro Vázquez (Getafe), Deulofeu (emprestado pelo Barça ao Sevilla), Fontás e Gómez (Celta), Piti (Granada) e De La Bella (que joga justamente no País Basco, pela Real Sociedad).
Uniforme da seleção basca
A seleção basca tem quase um time inteiro do Athletic Club, do goleiro Iraizoz ao atacante Aduriz, passando por zagueiros (Aurtenetxe, Balenziaga, Etxeita, San José) e meio-campistas (Beñat, Ibai Gómez, Iturraspe, Susaeta). Há ainda atletas da Real Sociedad, do Eibar e do Osasuna.
Por coincidência ou não, dias antes do plebiscito sobre independência convocado pelo governo da Catalunha (e contestado pelo governo espanhol), estreou em Barcelona um documentário sobre a chegada do craque holandês Johan Cruyff ao Camp Nou. “L’últim partit: 40 anys de Johan Cruyff a Catalunya”. O filme foi dirigido por Jordi Marcos e produzido pela Bonita Films, de Barcelona, com colaboração do jornalista Xavi Torres.
O doc reúne celebridades do futebol e da sociedade catalã. Quando Cruyff chegou ao Barça, o franquismo ainda dava as cartas na Espanha. A língua catalã estava banida e o pessoal aproveitava os jogos no Camp Nou para tirar o grito do fundo da garganta. Como jogador blaugrana, o eterno camisa 14 ganhou uma liga espanhola (1973-74) e uma Copa do Rei (77-78). Como técnico, foi ainda mais bem sucedido: tetra espanhol no começo dos 90, uma Copa do Rei (89-90), três supercopas da Espanha, uma Recopa europeia (89), a desejada Copa (Liga) dos Campeões e a Supercopa europeia em 1992. Comandou a geração do chamado Dream Team do Barça (com um jovem Guardiola com a camisa 4) e só perdeu o Mundial de Clubes no Japão, para o São Paulo do mestre Telê Santana.
Gullit? Quase! É o jornalista colombiano Wilmar Cabrera, autor do livro “Los Fantasmas de Sarrià Visten de Chandal”
O jornalista colombiano Wilmar Cabrera guiou o Rolê do Fut Pop Clube pelo quarteirão onde até 1997 estava o estádio que recebeu uma das maiores partidas da história das Copas. 5 de julho de 1982. O Sarrià, que pertencia ao Espanyol, de Barcelona, viu Brasil 2×3 Itália. O ex-boleiro vive há 5 anos em Barcelona, onde cursou um Master de Criação Literária na Universidade Pompeu Fabra. E seu livro “Los Fantasmas de Sarrià Visten de Chándal” (Editorial Milenio), tema do post anterior, mostra a qualidade do texto deste “futbolero” apaixonado pelo Millonarios, de seu país natal, simpatizante do Espanyol e do Europa, ambos de Barcelona – todos blanquiazules. E pela Squadra Azzurra.
Wilmar Cabrera sabe de cor e salteado onde aconteceu cada um dos cinco gols daquele “partidazo” – pra ele, uma obra-prima. O jornalista colombiano – @WcGullit no Twitter – estudou praticamente cada “take” do vídeo daquele Brasil x Itália, que nós brasileiros chamamos de “tragédia do Sarriá” (grafia do nome do bairro em castelhano). Para os torcedores do Espanyol, tragédia do Sarrià (aí em catalão) certamente foi a demolição do estádio – bem no coração de Barcelona! – por causa das dívidas do clube. O estádio foi demolido… o terreno vendido para incorporadoras imobiliárias que construíram belos prédios (foto abaixo). O clube andou pelas montanhas de Montjuic (estádio olímpico de Barcelona) até a temporada 2008/09 e finalmente inaugurou uma nova e moderna arena, na cidade vizinha de Cornellà-El Prat (confira rolê do blog num dia de Espanyol x Valladolid, com direito aos torcedores “pericos” cantando uma adaptação de um grande sucesso de Gal Costa). Mas o RCDE continua endividado…
No lugar da emoção do futebol – e como teve emoção em 5/7/82 – um condomínio tranquilo.
Do velho estádio Sarrià, sobraram as imagens do You Tube e arquivos da Copa 82 na TV, as memórias de torcedores do Espanyol e de fissurados por bom futebol como Wilmar Cabrera, você e eu… e pouco mais. Uma placa no meio do jardim entre os edifícios residenciais…
Praças com os nomes do goleiro Zamora, ícone da história do Espanyol e de La Roja, a seleção espanhola… e do fundador do clube, Angel Rodríguez.
No bar inaugurado pouco antes do Mundial disputado na Espanha, já com o nome Sarriá 82, o gentil Basilio lembra com saudade da farra que os torcedores brasileiros fizeram antes da “tragédia”. Ele nunca viu tanta alegria antes… mas em compensação, depois do apito final… Pena que o bar Sarriá 82 não tenha uma flâmula, uma foto, um pedacinho de grama… Receio de provocar desavenças entre os torcedores dos rivais catalães.
Bar Sarriá 82, no bairro Sarrià
Foi no bar que o Fut Pop Clube bateu um agradável papo sobre 1982, o futebol de hoje e o jornalismo esportivo com Wilmar Cabrera, craque das letras. Mais fotos dentro do post. Continuar lendo “Rolê por Sarrià com Wilmar Cabrera”→
O site do diário Marca, que é de Madri, mostrou os uniformes especiais que o time da U.E. Llagostera vai usar na Copa Catalunya, contra o Espanyol. Lllagostera fica na província de Girona, na comunidade autônoma da Catalunha, onde existe um forte movimento pela independência da Espanha. E a camisa feita para a copa catalã manteve as cores do clube, mas num design que lembra a bandeira preferida pelo movimento de independência. Bandeira que aparece no detalhe abaixo, das costas da camisa.
Por sinal, é muito difícil andar por Barcelona e não se deparar com essa bandeira independentista pendurada numa janela ou varanda.
Já o Barça (que é claramente pró-independência e vai lançar uma camisa 2 com as cores da Catalunha) entra na competição com a filial. É o Barcelona B que joga contra o Gimnàstic de Tarragona.
ATUALIZANDO:
Barça e Espanyol vão decidir a Copa Catalunya.
O Espanyol derrotou o Llagostera por 3 a 0.
O Barça B venceu o Nàstic por 1×0. Ambas as partidas foram na bela Tarragona.