Já está nas bancas uma edição historicamente marcante de “Placar“. A primeira feita fora da editora Abril. O título agora pertence à mesma editora da revista Caras. O Menon publicou em seu blog uma entrevista com o “publisher”, o argentino Edgardo Martolio. Os prêmios Bola de Prata e Bola de Ouro devem ser turbinados. Na nova edição, tem uma versão da Bola de Prata e de Ouro pra Copa América chilena, algumas novas seções (resumão, agendão) e uma abertura para outros esportes, pela primeira vez em muitos anos (nos seu auge, nos anos 70, a revista cobria F1, basquete, vôlei…).
Só agora encontrei o número 1 da “Corner“, nova revista brasileira lançada em maio. Uma revista menos preocupada com o factual, e mais com a história e a política atrás do futebol. A linha é bastante parecida com a de uma ótima revista editada em Barcelona, a “Panenka” – que já foi tema de um post aqui, meses atrás. Influência praticamente assumida numa entrevista com os editores da “Panenka”. Aliás, o primeiro número da “Corner” tem altas discussões sobre o jornalismo esportivo.
Marcelo Grohe, Marcos Rocha, Rafel Tolói, Gil e Zé Roberto; o chileno Aránguiz, Lucas Silva, Paulo Henrique Ganso e Ricardo Goulart; Diego Tardelli e o peruano Guerrero. Esta é a seleção do Brasileirão 2014, de acordo com o prẽmio Bola de Prata, concedido pela revista Placar e pelos canais ESPN. Ricardo Goulart levou a Bola de Ouro como melhor jogador do campeonato.
O post de hoje é sobre um craque do jornalismo esportivo.
Morreu Michel Laurence, francês de Marselha, alvinegro praiano de coração. Por sinal, o Rei Pelé era uma fonte muito próxima.
Esse camisa 10 das redações esportivas paulistanas participou da criação da revista “Placar” e da tradicional Bola de Prata, dada aos melhores do campeonato brasileiro desde 1970.
Mais um bom motivo para procurar nos sebos e feirinhas edições clássicas de “Placar”, em busca dos textos seus.
O jornalista de texto admirado já tinha conquistado um Prêmio Esso de Jornalismo, em 1969, com a reportagem “O Jogador É Um Escravo“, escrita ao lado de José Maria de Aquino, no “Estadão”. A reportagem foi republicada em 2010, no livro “11 Gols de Placa“, organizado pelo jornalista Fernando Molica.
Cobriu nada menos do que oito Copas.
Ah, sim, Michel Laurence ganhou em vida uma Bola de Prata da revista “Placar”. Nada mais justo.
Um grande abraço solidário ao Bruno e a toda família de Michel Laurence (1938-2014).
Este é o trailer do documentário sobre o centenário do Bugre, “Bugrinos – O Filme do Guarani Futebol Clube”, dirigindo pelo cineasta Samir Cheida, que acaba de fazer a última entrevista, com Neto. O diretor também gravou com heróis do acesso do Guarani à elite do futebol paulista, conquistado em 1949 (foi o segundo clube do interior a subir, depois do XV de Piracicaba). Campeões brasileiros de 1978, como o artilheiro Careca e o técnico Carlos Alberto Silva. Craques da belíssima campanha no Brasileirão 86 (como o ponta João Paulo, vice-campeão numa das finais mais loucas da história, com o São Paulo). E outras ´pratas da casa’, como o atacante Amoroso, que foi artilheiro do Brasileirão de 1994 – no caso, seria melhor dizer “ouro da casa”. Em 94, Amoroso ganhou da revista “Placar” a Bola de Prata de melhor atacante e a Bola de Ouro como o “MVP” do campeonato. Depois, brilhou em clubes como Verdy Kawasaki, Flamengo, Parma, Borussia Dortmund, campeão e artilheiro alemão em 2001/02, São Paulo (campeão da Libertadores e do Mundial de clubes, em 2005) e Grêmio.
O filme está em fase de montagem. A ideia de Samir Cheida é fazer uma estreia no cinema e lançar um DVD. Continuar lendo ““Bugrinos – O Filme do Guarani Futebol Clube””→
Eles foram notícia durante a semana. Veículos como GloboEsporte.com e Folha de S.Paulo destacaram as atuações de Conca, Montillo eD´Alessandro no Brasileirão. Na revista Placar que acaba de chegar à bancas, o cruzeirense Montillo aparece liderando a disputa pela Bola de Ouro e pela Bola de Prata/categoria meia – prêmios oferecidos pela revista desde 1970. O tricolor Conca – rei das assistências no campeonato – aparece logo abaixo, em segundo entre os melhores meias e como terceiro melhor jogador. Após a 23ª rodada, o colorado D´Ale estava em 9º entre os meias, mas a julgar pelo fim de semana deve subir… Os três são argentinos. Montillo e D´Ale jogam com a 10. Conca, com a 11, mas pode ser considerado um típico camisa 10. Todos argentinos.
Montillo FOTO Washington Alves / Vipcomm
Coincidência? FutPopClube procurou dois jornalistas que escreveram livros sobre essa mística camisa, tão querida pelos brasileiros. Marcelo Barreto, do Sportv, hoje âncora e editor-chefe do “Sportv News”, lançou este ano “Os 11 Maiores Camisas 10 do Futebol Brasileiro”, pela Contexto. Vladir Lemos, do “Cartão Verde” da TV Cultura, é coautor (com André Ribeiro) de A Magia da Camisa 10 (Verus Editora). Gentilmente, Marcelo e Vladir responderam por e-mail às 3 perguntinhas do blog.
FutPopClube – Com o Paulo Henrique Ganso machucado, os melhores “camisas 10” do Brasilerão são mesmo os gringos? Conca, Montillo, D´Alessandro? Queria saber a opinião de vocês.
MARCELO BARRETO – Hoje, sim. É só ver a convocação do Mano Menezes para os próximos amistosos: o único meia com característica de camisa 10 é o Philippe Coutinho; Wesley joga mais recuado e Carlos Eduardo e Giuliano (o único convocado que joga no Brasil), mais avançados. Faltou opção.
VLADIR LEMOS – Bom, o Ganso é um caso especial. E, pra mim, o estilo dele lembra muito o de camisas 10 antigos. O cara esbanja classe, espero que volte exatamente do mesmo jeito. Com ele fora, o destaque é o Conca, que está jogando muito bem. Vejo o D’Alessandro oscilar demais, nem sempre está acima da média. E o Montillo, apesar de ter sido impressionante nos últimos jogos, acabou de chegar. Como tem jogado aqui mais do que parecia jogar quando estava fora, prefiro conter a empolgação.
FutPopClube– Há uma carência desses camisas 10 autênticos, entre os brasileiros que jogam aqui?
MARCELO BARRETO – Já estou começando a achar que há essa carência no mundo. Mas no Brasil e na Argentina não deveria haver. Talvez o problema esteja nas divisões de base. Jogador, no Brasil de hoje, é criado para exportação, e na Europa não há espaço para o autêntico camisa 10. Ou o cara é volante ou é atacante. VLADIR LEMOS – Quando a gente olha pro passado, a impressão é que o 10 à moda antiga virou raridade mesmo, mas o futebol mudou. Outra coisa, andam dando um monte de tarefas a mais para os caras que podem cumprir esse papel. Só quando o jogador vira unanimidade é que permitem a ele o direito de comandar o time. Tem a questão da diminuição dos espaços, a força física e por aí vai.
FutPopClube – Por outro lado, a Argentina é uma fábrica de camisas 10?
MARCELO BARRETO – Nem tanto. O que parece é que eles não conseguem prestar atenção nos melhores que revelam. Deixaram Conca e Montillo irem para um mercado menor, o Chile, e depois para o Brasil. O D´Alessandro é um caso diferente, fez sucesso, foi para a Europa, se perdeu um pouco por causa do comportamento e foi resgatado pelo Inter. Lá tem o Riquelme, que é bem o que eles chamam de “enganche”, o 10 da Argentina. Messi é o 10 da seleção, mas saiu de lá muito novinho e – como acontece com todo meia bom de bola – virou atacante na Europa. VLADIR LEMOS – Não sei se a Argentina é essa fábrica de 10 que a pergunta sugere. A Argentina é uma “escola” de futebol, como o Brasil também é. Riquelme, Messi e Cia? Ok. Creio que essa impressão fica um pouco pelo estilo de jogo deles que deixa esse tipo de talento em evidência.
Adriano: campeão, artilheiro, bola de prata e de ouro. FOTO Maurício Val VIPCOMM
O ano em que o Rio de Janeiro vibrou com a escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 terminou bem para o futebol carioca. Flamengo campeão da Série A. Vasco campeão da Série B. Fluminense (numa reação espectacular) e Botafogo de salvaram do rebaixamento. Só não é bom se acostumar a frequentar essa zona. Olha o caso do Náutico. Há anos, ficava no cai não cai. Em 2009 caiu. Com ele, o arquirrival Sport. Sinal amarelo para o futebol do Nordeste, com 2 dos 4 clubes rebaixados da Série A para a B. Dos 4 que sobem da Segundona, só o Ceará é do Nordeste (fará companhia ao Vitória). Acho que os clubes do Nordeste deveriam deixar as rivalidades um pouco de lado, se reunir e procurar soluções. Será que não valeria a pena voltar a ter uma Copa Nordeste, diminuindo o nº de datas dos estaduais? É só uma ideia, pessoal. Continuar lendo “Balanço do Brasileirão 09”→