A última página de #ElGráfico

Nem a volta de Carlitos Tévez e Lucas Pratto ao futebol argentino (para o Boca e para o River, respectivamente) evitou o fim da edição impressa de “El Gráfico”, revista argentina reconhecida no mundo inteiro. Lamentável.

A brasileira “Placar” foi semanal no seu auge, nos anos 70 e 80. Virou mensal, parou de sair, voltou, tentou ser semanal de novo, depois mensal de vez, foi repassada a outra editora, voltou pra Abril. Continua nas bancas. Sem o impacto de décadas atrás.

Só que “El Gráfico” era ainda mais tradicional. Começou a circular em 1919! No fim dos 90, foi comprada pelo grupo Torneos. Só em 2002 passou de semanal a mensal. Vendas em queda… na base de 20 mil exemplares. Agora, no primeiro mês de um ano de copa, a notícia que leitor nenhum queria. Edição em papel, não mais. Só o site continua no ar.

No começo dos anos 2000, era possível encontrar edições de ‘El Gráfico’ em bancas de São Paulo. Lembro-me de ter comprado alguns números em comércios de Búzios, reduto de argentinos na região dos Lagos fluminense.

É dessa época a revista da capa abaixo, que tratou da 11ª rodada do torneio Apertura 2001. O Racing treinado por Reinaldo Merlo derrotou o Estudiantes na cancha do adversário, em La Plata, por 3×2 e avançou sua jornada para o 16º de 17 títulos argentinos (somando eras amadora e profissional). Não sem muita emoção até o final.

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Capa da ‘El Gráfico’ nº 4282, de 30 de outubro de 2001. Na foto de Daniel Yao, Chatruc, meio-campo do Racing.

Faltavam ainda 8 rodadas pro final do Torneo Apertura 2001.

Infelizmente, esse jogo teve uma nota triste. Um hincha do Racing morreu ao cair do trem, durante a caravana ferroviária formada por 4.500 torcedores, da estação Constituición (perto de Avellaneda) a La Plata.

O campeonato era de tiro curto, turno único. Ao fim das 19 rodadas, La Academia levantou a taça com apenas 1 pontinho a mais do que o River Plate. O título anterior da Acadé tinha sido em 1966.

Foi uma bela campanha, com 12 vitórias, 6 empates e apenas 1 derrota. Os blanquicelestes de Avellaneda tinham no elenco jogadores como Campagnuolo (goleiro), Vitali, Loeschbor, Maciel, Úbeda, Bedoya, Gustavo Barros Schelotto, Bastía, Chatruc, Maximiliano Estévez e o ídolo Diego Milito.

Um time histórico do Racing Club, que só voltaria a ser campeão argentino em 2014.

Nesta temporada histórica, “El Gráfico” publicou uma série de fascículos encartados na revista com a história de quem, de quem?

De La Academia. Racing.

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