Futebolês – de Portugal

O título português desta época (temporada) ficou para a última jornada (rodada). A equipa do Benfica tem 3 pontos a mais do que o Sporting Braga e pode abrir o champanhe até com um empate contra o Rio Ave, no imenso estádio da Luz, que será tomado pelos adeptos da Águia no domingo. A equipa bracarense precisa vencer o Nacional fora de casa e contar com a derrota benfiquista, mas já se classificou para a Champions League (leio que o hino da Liga dos Campeões foi ouvido no fim do jogo no belo estádio de Braga depois da vitória contra o Paços de Ferreira). O surpreendente Braga terminou sua campanha em casa sem perder no estádio da cidade, uma fortaleza (no sentido que nós, brasileiros, damos para alçapão). O problema é que o Benfica (com zaga 100% brasileira: Luisão, irmão de Alex Silva, e David Luiz) também não perde em casa… Escrevo de Portugal e por isso tento usar as expressões futebolísticas daqui. No domingo de sol e ventinho frio em Lisboa, com direito a passeio de eléctrico (bonde) e ao delicioso pastel de Belém, tive a oportunidade de visitar o simpático estádio do Restelo, do Clube de Futebol Os Belenenses, pertíssimo do mosteiro dos Jerônimos.
Em Lisboa, tinha três opções para ver futebol na noite do domingo que passou. Uma das alternativas seria acompanhar o clássico entre Porto e Benfica pela TV. Se o Benfica empatasse, seria campeão no estádio do Dragão, do arquirrival. O Porto não deixou. 3×1.

Estádio do Clube Os Belenenses, que caiu pra 2ª divisão. Uma pena.

A segunda opção seria ver o último jogo dos Belenenses no seu belo estádio do Restelo, na época 2009/2010. Já rebaixado para a Liga de Honra (na prática, a 2ª divisão), o clube do bairro Belém goleou União de Leiria por 5×2!
A minha opção foi a 3ª, e dei azar. Sporting x Naval no estádio Alvalade XXI, que faz jus ao nome, com um jeito de Lego, cadeiras coloridas que dão impressão de estádio sempre lotado, lojas, cinemas, muitas opções de alimentação – inclusive um restaurante com vista parcial para o relvado (gramado). Realmente, um estádio do século XXI.

Bola no relvado do Alvalade XXI

Mas o futebol do Sporting não esteve à altura da moderna arena. Liedson, o Levezinho, ainda tentou jogar bola no primeiro tempo, mas sumiu no segundo. A bola não chegava para o brasileiro da camisola 31. Num contra-ataque, o Naval fez seu golo. Com o avançado (atacante) brasileiro Fábio Júnior (ex-Campinense, Fla, Vasco), sem chances de defesa para o bom guarda-redes sportinguista Rui Patrício. Os adeptos do Sporting vaiaram, sim, no final do jogo, mas quando saíam os golos do Porto, vibravam para valer com a derrota do Benfica. Mas provavelmente a festa do Glorioso, como o Benfica é chamado por seus adeptos, só foi adiada.
Moral da história: torcedor é torcedor em tudo quanto é lugar!
Por falar em torcida, como no Brasil, há o problema de violência das torcidas organizadas, aqui em Portugal chamadas de claques. O autocarro (ônibus) Vermelhão, do Benfica, foi apedrejado a caminho do estádio do Dragão. E bolas de golfe foram atiradas no relvado!