25 de janeiro de 1930 foi data de fundação do sucessor futebolístico do vermelho e branco Paulistano e da alvinegra AA das Palmeiras, o São Paulo Futebol Clube. Era o chamado São Paulo da Floresta, com as mesmas cores, camisa e escudo do SPFC refundado em 1935, que considera 25 de janeiro sua data-magna (veja no site do tricolor). Depois de amanhã, o São Paulo lança junto com a Panini o seu Álbum Oficial Histórico. Um álbum de figurinhas para contar a história do tricolor paulista. Continuar lendo “Álbum Oficial Histórico do São Paulo”→
O Bonsuça e o Frizão estão de volta à primeira divisão do estadual do Rio. O Leão da Leopoldina, ou rubro-anil, como o Bonsucesso Futebol Clube também é conhecido, volta à elite do futebol do Rio depois de 18 anos. Hoje em dia o estádio do clube se chama Leônidas da Silva – em homenagem ao Diamante Negro, o homem de borracha, que jogou no Bonsuça nos anos 30. Tricolor da Serra, o Friburguense Atlético Clube amargou bem menos tempo fora da elite: caiu em 2010, subiu agora – seis meses depois da catástrofe que devastou a região serrana. Estou lendo agora que no elenco há jogadores que perderam parentes e amigos na tragédia.
Um perfil de Ronaldo Fenômeno é um dos “extras” da nova edição de Gigantes do Futebol Brasileiro (editora Civilização Brasileira). Editado pela primeira vez em 1965 com perfis de 13 craques (Friedenreich, Fausto, Domingos da Guia, Leônidas, Tim, Romeu, Zizinho, Heleno de Freitas, Danilo, Nilton Santos, Gérson, Garrincha e Pelé), o livro ganhou agora textos sobre duas ausências da “convocação” de 65: Didi e Ademir Marques de Menezes, mais o citado R9, Romário, Zico, Falcão, Tostão e Rivellino. A essa lista de craques, adiciono os nomes dos dois autores dos ótimos textos: João Máximo e Marcos de Castro. Vale a leitura. Mesmo.
Um passeio no Museu do Futebol (mais de 820 mil visitantes) é um programa muito interessante para torcedores de todas as idades, bandeiras e estados. Já entrou até nos pacotes de turismo cultural por São Paulo.
O museu está acima de clubismos e bairrismos. Um clube da série C tem ficha do mesmo tamanho dos grandes campeões nacionais. Pode ser lembrado de igual para igual na primeira sala, Na Grande Área – que lembra visual de bar temático. Destaque para os jogos interativos (motivos de alegria da criançada e muita fila), tributos a Pelé, Garrincha e Copas do Mundo. Confira algumas lembranças de minhas muitas visitas. Continuar lendo “Museu do Futebol: 2 anos”→
Gostaria de indicar um livro que é (literalmente) um barato. “Futebol ao Sol e à Sombra” (coleção pocket da L&PM Editores), do escritor uruguaio Eduardo Galeano, um apaixonado por futebol. Durante o Mundial 2010, li no caderno ‘Copa 2010’ do Estadão que Diego Maradona incluiu obras de Galeano, autor de “As Veias Abertas da América Latina“, na bagagem da seleção argentina. Então, o repórter Jamil Chade bateu um fio para o autor também de “Futebol ao Sol e à Sombra” – disponível em edição de bolso. Modestamente, Galeano disse ao jornalista do Estadão que “o melhor livro de futebol é o que os jogadores escrevem com os pés”.
Gol de letra!
Celebramos os 70 anos do Pacaembu, onde o Santos venceu o Santo André no primeiro jogão da final do Paulista 2010 (3×2, decisão muito mais disputada do que se esperava) e no próximo domingo deve sacramentar o título. O estádio municipal Paulo Machado de Carvalho foi inaugurado em 27 de abril de 1940, com a presença de Getúlio Vargas (ditador, no período do Estado Novo, 37-45), Adhemar de Barros (interventor federal em SP) e Prestes Maia (prefeito), mas a bola só rolou no dia seguinte. Rodada dupla. O Palmeiras ainda se chamava Palestra Itália. Na primeira partida, goleou o Coritiba, então campeão paranaense, por 6×2. Mas coube ao ponta Zequinha, do Coxa, a honra de marcar o 1º gol do estádio. A partida de fundo reuniu os campeões paulistas e mineiros: Corinthians 4×2 Atlético. São informações que estão no livro “A Construção do Pacaembu”, de João Fernando Ferreira (mestre em História que pesquisa futebol), lançado na Coleção São Paulo no Bolso da editora Paz e Terra. O pocket-book do professor contextualiza o nascimento do Pacaembu na história do futebol na cidade de São Paulo, com jesuítas, Charles Miller, clubes de elite x clubes populares, amadorismo x profissionalismo, uso do esporte por políticos. Para chegar à rodada dupla que inaugurou o estádio municipal. João Fernando Ferreira também dedica algumas páginas à estreia no São Paulo de Leônidas da Silva, o diamante negro, homem de borracha da Copa de 38. Foi num Majestoso contra o Corinthians, em 1942, que terminou em 3×3 e tem até hoje o recorde de público do Pacaembu: 72.018 pagantes. E olha que no lugar do horroroso tobogã de hoje, havia uma lindíssima concha acústica. No texto Pacaembu, 70 anos de emoção, o blog Memória EC, de Marcelo Monteiro, lista os 6 jogos da Copa de 50 que o Pacaembu recebeu. E reproduz excelente reportagem do Esporte Espetacular sobre o jogaço entre Santos e Palmeiras, no Rio-São Paulo de 1958, e com suas três reviravoltas no placar, fez com que cinco torcedores sofressem infartos. Palmeiras saiu na frente, Santos virou, chegou a vencer por 5×2, Palmeiras virou para 6×5, mas o Peixe virou de novo. Santos 7×6 Palmeiras.
Ao pesquisar sobre o futebol no Brasil, me deparei comFutebol Brasil Memória – De Oscar Cox a Leônidas da Silva (1897-1937). O livro do jornalista Claudio Nogueira foi lançado tempos atrás pela editora Senac Rio. E é uma boa dica para ficar sabendo mais sobre o começo do futebol no Rio de Janeiro, o conflito amadorismo x profissionalismo, a relação com a cultura e a música, o racismo. E pensar que já teve cartola que abriu mão de craque para não ficar com dois negros no ataque do time…
24 de janeiro. 6 anos sem Leônidas da Silva. O primeiro brasileiro a terminar uma Copa do Mundo como artilheiro: a de 1938, na França, com 7 gols, segundo site da Fifa. Virou homem de borracha, para os franceses, encantados. Seu apelido brasileiro, diamante negro, virou nome de chocolate, inspirou o título da ótima biografia escrita por André Ribeiro. O “Pelé” antes da era Pelé, jogou (e aprontou!) no Sírio e Líbanes, São Cristóvão, Bonsucesso, Penãrol, Vasco, Botafogo, Flamengo (campeão nos 3 grandes grandes cariocas onde jogou), São Paulo (cinco títulos paulistas na década de 40!) e Seleção Brasileira. Também é personagem de um belo samba eternizado por Carmen Miranda, regravado por Marcos Sacramento, Deixa Falar, e do CD Coração de 5 Pontas, recém-lançado por Hélio Ziskind.