Geneton, um craque da arte de entrevistar.

O Brasil já não é um país muito preocupado com memória e esta semana perdeu um obstinado pelos grandes fatos da história. Morreu o jornalista e escritor pernambucano Geneton Moraes Neto. Partiu cedo demais. Deixou mulher, três filhos, quatro netos … e onze livros. Entre eles, Dossiê 50. O subtítulo explica: “um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro”.

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Foi frango de Barbosa? O lateral Bigode deveria ter cometido falta em Ghiggia? Nilton Santos deveria ter jogado? Houve falha de cobertura de Juvenal? Obdulio Varela deu um tapa em Bigode? A troca de concentração atrapalhou o sossego do elenco? E o clima de ‘já-ganhou’? Geneton deu voz aos 11 titulares da seleção de 1950 – Barbosa, Augusto, Juvenal, Bigode, Bauer, Danilo, Zizinho, Friaça, Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes e Chico – e também ao treinador Flávio Costa. Para a caprichada reedição de 2013, lançada pela Maquinária Editora, entrevistou também o uruguaio Alcides Ghiggia, autor do gol do título. O livro virou filme, exibido na GloboNews e no festival CINEfoot.
E como se não bastasse todo o esforço de reportagem de ouvir todos os personagens, o texto ainda é espetacular.

Geneton batalhou pela “anistia” aos onze condenados do Maracanazo (especialmente Barbosa e Juvenal). Isso, antes do 7×1 no Mineirão, que libertou de vez a seleção de 50 (e deveria ter reabilitado também a camisa branca – como a da réplica da foto acima- amaldiçoada depois da conquista uruguaia no Rio).
Geneton morreu dois dias depois de outra grande decisão no Maracanã, guardadas as proporções entre uma final de Copa do Mundo e uma final olímpica. Continuar lendo “Geneton, um craque da arte de entrevistar.”

#MaracanáLaPelícula. O filme sobre o Maracanazo, no Canal Brasil.

Sexra, 25 de novembro, 22h, Canal Brasil. Replay terça, 13h30.
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Um filme sobre a Copa de 1950 estreou no escurinho do estádio – o mítico estádio da copa de 1930, vencida pela mesma seleção. A primeira sessão de Maracaná – La Película” (de Sebastián Bednarik e Andrés Varela) levou 10 mil torcedores, digo, espectadores ao Centenário, em Montevidéu. É uma coprodução celeste-canarinho (envolveu produtoras uruguaias e brasileiras) que procura mostrar o lado tanto do campeão, como do vice, no que para nós brasileiros foi uma tragédia, a derrota de virada no jogo decisivo do quadrangular final da Copa de 50, no Maracanã lotado.  O #Maracanazo teve todo um clima de “já ganhou” e a pressão política para que o Brasil conquistasse a Copa, num ano de eleição, incluiu o discurso do prefeito do Rio, Mendes de Morais.

Brasileiros, cumpri minha palavra construindo este estádio. Cumpram agora seu dever, ganhando a Copa do Mundo.

Maracanazo… Por si, um assunto caro aos brasileiros… Não somos um povo melancólico… mas como adoramos debater nossas grandes derrotas nos gramados! 1950… 1982… 1998…
Ainda mais num ano de outra Copa do Mundo no Brasil – e de eleições também – conhecer melhor a exploração política do esporte nunca é demais.
Antonio Leal, do CINEfoot, esteve na sessão realizada no estádio Centenário. O documentário “Maracaná – La Película” (título original) é uma das atrações do festival de cinema de futebol. Em São Paulo, quinta-feira, 29 de maio, às 20h, no Museu do Futebol (estádio do Pacaembu). Grátis. Mas é bom chegar pelo menos 1 hora antes pra pegar o convite.
Mas as imagens raras, históricas, e a montagem do trailer, que você pode ver abaixo, já deixam ansioso qualquer espectador interessado em bons filmes de futebol e documentários, de modo geral, como eu e você que me lê.
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Dossiê 50

http://www.maquinariaeditora.com.br/
http://www.maquinariaeditora.com.br/
Capinha da primeira edição do livro do Geneton

A Copa de 50 e o Maracanazo estão entre os temas mais investigados por Geneton Moraes Neto. Em 2000,  quando a derrota de virada para a Celeste no Maracanã lotado completou 50 anos, o jornalista lançou o livro “Dossiê 50 – Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro” pela editora Objetiva (ao lado, a capinha dessa edição, esgotada). Agora, a saga de Geneton em busca desses segredos virou o documentário “Dossiê 50: Comício A Favor dos Náufragos”. Teve pré-estreia no Festival do Rio. Antes de entrar na programação do canal GloboNews (em 3 de novembro), às 21h30; 9 de novembro, às 18h30). vai ter uma pré em São Paulo. Anote: sábado, 19 de outubro, das 11h às 13h, no auditório do Museu do Futebol. A entrada é de graça, mas está sujeita à lotação da sala (o auditório Armando Nogueira tem capacidade para 180 pessoas). Imperdível. E quem concorda comigo e pensa em ver essa sessão deve chegar com antecedência.

Outra boa nova é que o livro “Dossiê 50 – Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro”  vai ser relançado pela Maquinária Editora, em papel, e também pela e-Galáxia, especializada em e-books.

Com as três mídias, documentário + livro + e-book, Geneton espera que os vice-campeões do mundo de 1950 sejam anistiados e tenham enfim o reconhecimento que mereciam. Sim, anistiados, porque como dizia o goleiro Barbosa (1921-2000), a pena máxima no Brasil era de 30 anos, mas o guarda-redes que está entre os 10 mais do Vasco pagou quase 50 anos. Continuar lendo “Dossiê 50”

Tabelinha MemoFut-Museu do Futebol

Tive a oportunidade de acompanhar a segunda palestra da série Brasil nas Copas, sobre os Mundiais de 50, 54, Complexo de Vira-Lata e, especialmente, o Maracanazzo. Um dos palestrantes, o jornalista Roberto Muylaert, foi um dos 200 mil torcedores que superlotaram o Maracanã naquele 16 de julho de 1950. O outro, o jornalista Geneton Moraes Neto, coletou depoimentos dos titulares da Seleção que disputou o IV Campeonato Mundial de Futebol.

Dossiê 50-Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro é o livro de Geneton (esgotado no site da editora Objetiva; com sorte e ajuda de são google pode ser encontrado em sebos virtuais). Geneton relatou histórias engraçadas, curiosas e tristes, a partir dos depoimentos dos 11 que perderam a partida para o Uruguai. Como Friaça, que fez o gol brasileiro na 1ª final de uma copa disputada no Maraca e, depois da virada da Celeste Olímpica, foi parar não sabe como em Porciúncula.

O último livro de Roberto Muylaert sobre o tema chama-se Barbosa, Um Gol Faz Cinquenta Anos (RMC Editora, 2000). Foi o jornalista quem ouviu do goleiro Barbosa que ganhou as traves usadas no Maracanã na final de 50 e usou para fazer um churrasco. Muylaert também escreveu, com Armando Nogueira e Jô Soares, A Copa que Ninguéu Viu e a Que Não Queremos Lembrar (Companhia das Letras). Muylaert pediu para rodar um áudio raro: o som do Maracanão lotado cantando o hino nacional, antes da fatídica partida (da rádio Nacional). Foram lembrados o livro de Paulo Perdigão (Anatomia de uma Derrota) e o filme em curta-metragem Barbosa – em que um torcedor tão obcecado com a derrota volta no tempo a 16 de julho de 1950, com câmera VHS e tudo, invade o gramado do Maracanã, para tentar impedir o gol de Gigghia, que deu a vitória e Taça do Mundo ao Uruguai, do capitão Obdulio Varela. Acaba desviando a atenção de Barbosa e… Continuar lendo “Tabelinha MemoFut-Museu do Futebol”

“Os Dez Mais do São Paulo”

Rogério Ceni: entre "os 10 mais" da história do S.Paulo, no livro da coleção Ídolos Imortais FOTO divulgação VIPCOMM
Rogério Ceni: entre "os 10 mais" da história do S.Paulo, no livro da coleção Ídolos Imortais FOTO divulgação VIPCOMM
Noite de autógrafos: quarta, 9/12, na Saraiva do Morumbi Shopping

Vem aí o livro sobre os Ídolos Imortais do São Paulo, da Maquinária Editora. E  “Os Dez Mais do São Paulo“, eleitos por um conselho de notáveis tricolores, são… TCHAN TCHAN TCHAN… Rogério Ceni, Roberto Dias, Dario Pereyra, Bauer, Pedro Rocha, Raí, Careca, Leônidas da Silva, Serginho Chulapa e Canhoteiro ! Texto de Arnaldo Ribeiro, editor-chefe da revista “Placar” e comentarista da ESPN Brasil. Roberto Sander, editor da coleção Ídolos Imortais, que escreveu os volumes sobre Flamengo e Fluminense, informa que  o livro “Os Dez Mais do São Paulo” deve sair em outubro ou novembro. Imperdível!

Listas são sempre polêmicas, mas como em outros volumes da série, é importante ressaltar que foi feita uma votação, a lista não saiu da cabeça do autor ou da editora.  Um lance legal da escolha dos “10 mais” – e não de um “onze” completo – é que da para “escalar” um monte de atacantes, sem preocupações defensivas! Sonho de todo torcedor!

E pra você, são-paulino, quem são os 10 mais tricolores que viu jogar?
O curioso é que 7 desses ídolos tricolores já foram personagens principais de outros livros. Confira aqui. Continuar lendo ““Os Dez Mais do São Paulo””