
Editorial
2015. A Juve está de volta a uma final do principal título europeu, logo contra o temido Barça do tridente M-S-N.
Corte rápido na máquina do tempo.A primeira Taça/Copa/LIga dos Campeões da Europa conquistada pela Vecchia Signora veio num jogo que não deveria ter sido jogado. Estádio de Heysel, Bruxelas, 29 de maio de 1985. Antes da decisão da então Copa dos Campeões (hoje a organizada Champions – Liga dos Campeões), torcedores do Liverpool atacam os tifosi. Um muro de proteção desaba. Trinta e nove, isso mesmo, 39 torcedores morrem – a maioria, bianconeri. Seiscentos ficam feridos.
Incrível, mas ainda teve jogo. A Juve ganhou por 1×0. De pênalti, marcou o craque francês Michel Platini – hoje presidente da Uefa.
Sintomático que trinta anos depois da tragédia de Heysel, estádio que hoje tem outro nome (King Baudouin Stadium) e vai acabar sendo demolido, o futebol tenha vivido mais um dia triste, em outro campo, no tapete de Zurique, nos bastidores, com o continuísmo da atual administração da Fifa. Não que eu acredite que o representante de uma ou outra federação ou confederação vá fazer figura muito melhor, não.
De vez em quando, até nós, fanáticos por futebol como você que me lê e eu, sentimos nojo do esporte de que tanto gostamos. Dá uma vontade de deixar de lado. E isso tem acontecido cada vez mais.
Aconteceu em 29 de maio de 1985. Aconteceu em 29 de maio de 2015. Acontece toda vez que a gente vê uma batalha campal ou nas arquibancadas, ou ainda um episódio como o do spray na mítica Bombonera (o Boca não precisa disso!)… a briga entre são-paulinos e palmeirenses no Pacaembu durante a Supercopa de juniores… entre vascaínos e torcedores do Furacão na Arena Joinville… entre torcedores do Vovô do Ceará e do Leão de Fortaleza no Castelão (teve alguma punição? Não que eu saiba! Se teve, perdão, alguém me corrija. E poderia ter sido uma tragédia!).
Cada vez que vejo imagens de violentas covardias como todas essas citadas fico pensando se a América do Sul não está à beira de algo como Heysel.
Tomara que eu esteja totalmente enganado.

O site do Liverpool publicou uma homenagem aos 39 torcedores que perderam sua vidas, citados nome por nome.
In Memoria e Amicizia
In Memory and Friendship
Rocco Acerra
Bruno Balli
Alfons Bos
Giancarlo Bruschera
Andrea Casula
Giovanni Casula
Nino Cerullo
Willy Chielens
Giuseppina Conti
Dirk Daenecky
Dionisio Fabbro
Jacques François
Eugenio Gagliano
Francesco Galli
Giancarlo Gonnelli
Alberto Guarini
Giovacchino Landini
Roberto Lorentini
Barbara Lusci
Franco Martelli
Loris Messore
Gianni Mastrolaco
Sergio Bastino Mazzino
Luciano Rocco Papaluca
Luigi Pidone
Benito Pistolato
Patrick Radcliffe
Domenico Ragazzi
Antonio Ragnanese
Claude Robert
Mario Ronchi
Domenico Russo
Tarcisio Salvi
Gianfranco Sarto
Giuseppe Spalaore
Mario Spanu
Tarcisio Venturin
Jean Michel Walla
Claudio Zavaroni
Rest in Peace