Titãs – A Vida Até Parece uma Festa

ATUALIZADO EM MAIO DE 2011
titas_cartaz1 “Só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder…”

Quantas vezes você ouve alguém cantarolando uma letra -como essa de “Go Back”- na poltrona do lado, na sala escura do cinema? Provavelmente só em filmes sobre música ou com trilha sonora de sucessos populares. “Titãs – A Vida Até Parece uma Festa” -dirigido pelo titã Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves- compila gravações caseiras, feitas com a câmera pessoal do vocalista, clips e arquivo de programas de TV. Sem narração em “off”, a história do octecto (hoje quinteto) é contada pelos depoimentos dos próprios músicos. Eu achei que funciona. E sobra bastante tempo para música. Mesmo quem não é assim o fã número 1 de Titãs pode se emocionar com o tratamento dado à perda de Marcelo Fromer, num lamentável acidente.  Pode dar risada com os primeiros registros de shows da superbanda, no teatro Lira Paulistana ou num bar mitzvah no clube Hebraica – ou antes ainda dos Titãs do Iê Iê Iê, da apresentação do Trio Mamão e as Mamonetes, Tony Bellotto à frente, cabeludo, num programa da extinta TV Tupi chamado Olimpop. Gozado, playback por playback, as colagens de apresentações dos Titãs dublando Sonífera Ilha, por exemplo, em programas como Hebe, Raul Gil, Bolinha, Barros de Alencar, Perdidos na Noite etc, dizem muito mais sobre um período do que os video-clips, mais recentes e muito mais caros.
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Samba doc: “Cartola – Música para os Olhos”

cartolaÉ o documentário sobre Angenor da Silva, o Cartola, torcedor do Fluminense, fundador da Estação Primeira de Mangueira, autor de “As Rosas Não Falam” – talvez o samba mais blue (lindamente triste) da história etc. “Cartola – Música para os Olhos”, que passou nos cinemas em 2007. Tem depoimentos mil e conta como ele escreveu em 40 minutos a bonita “O Sol Nascerá (A Sorrir)”, parceria com Elton Medeiros.

Iron Maiden num cinema perto de você

666poster_8002 É, a donzela de ferro quer te pegar, não importa onde você esteja. No blog, tenho falado de filmes de rock e aí vem um certamente  muito especial. O documentário Flight 666, que acompanha a atual turnê do Iron Maiden. Sabe onde será o lancamento mundial? No Brasil, mais exatamente no Cine Odeon Petrobras, no centro do Rio, agora,  14 de março, mesma data do show do sexteto na Praça da Apoteose -do samba e agora do metal. Além da pré-estreia, o filme será exibido em cinemas do mundo todo, mas num único dia: 21 de abril. Portanto, é bom não bobear, porque essas coisas não têm segunda chance. Depois, só em DVD. E por melhor que seja o home-theater caseiro, não é a mesma sensação que ver o primeiro filme sobre o Iron Maiden no cinema! A página da banda na internet remete ao trailer do documentário no You Tube. Clique aqui.

Encruzilhada

ENCRUZILHADA (Crossroads) de Walter Hill. 1986.
ENCRUZILHADA (Crossroads) de Walter Hill. 1986.

“Encruzilhada” adquiriu um certo status de cult movie em meados dos anos 80 ao contar a história de um jovem guitarrista branco de blues em busca do sucesso, com referências à lenda de que o pioneiro bluesman  Robert Johnson teria vendido a alma ao diabo… A trilha sonora é de Ry Cooder. E o melhor do filme é um incendiário duelo de guitarra entre o personagem do jovem bluesman e o guitar hero Steve Vai. Vale a pena ver ou rever. Uma sessão da tarde perfeita!

E você? Gostaria de lembrar de algum filme sobre música ou futebol? Escreva para Fut Pop Clube.

Quase Famosos

"Quase Famosos" (Almost Famous), de Cameron Crowe
QUASE FAMOSOS (Almost Famous) de Cameron Crowe

Este deve ser um dos filmes de cabeceira de ex-fanzineiros e atuais blogueiros. Para nós, fãs de rock, é difícil não se identificar com a história do adolescente que gosta de escrever sobre música,  se deslumbra com a oportunidade de acompanhar uma banda na estrada, conhecer músicos, grupies… e ainda ganhar dinheiro com isso. Já ouvi falar de roqueiro que chorou de emoção no cinema… Destaque para a toda a trilha sonora, performances de Kate Hudson como a groupie Penny Lane e Philip Seymour Hoffman como o crítico Lester Bangs. E para duas cenas em especial: a da turma toda da banda fictícia Stillwater no velho busão, cantando “Tiny Dancer”, sucesso de Elton John – como bem lembrou o Marcos, do blog Futebol& Negócio; e para a hilária cena da tempestade no avião da banda: como os caras acharam que iam morrer, resolveram confessar os maiores segredos; depois que o batera sai do armário, acaba a turbulência. Rola que o diretor e escritor Cameron Crowe se inspirou no Led Zeppelin…

SOM NA TELA: Yardbirds em “Depois Daquele Beijo”

DEPOIS DAQUELE BEIJO (Blow-up), de Michelangelo Antonioni

DEPOIS DAQUELE BEIJO (Blow-up), de Michelangelo Antonioni

Mais um indicação para o seu, o meu, o nosso festival particular de filmes sobre música ou futebol. “Depois Daquele Beijo”, o clássico “Blow-Up” de Antonioni, de 1966, não é exatamente um filme de rock. Mas numa cena, o fotógrafo interepretado por David Hemmings (que contacena com a bela Vanessa Redgrave) acaba parando num casa de shows de Londres, onde se apresentam  The Yardbirds, então com ninguém menos do que Jimmy Page (com  maior cara limpa de adolescente) e Jeff Beck na guitarra. A banda toca “Stroll On”, uma versão um pouco diferente do classicão “The Train Kept A-Rollin’ “. Uma ceninha só do filme, mas vale a pena ver  Jeff Beck dando uma de GUITAR HERO nervosinho, batendo a guitarra no amplificador, quebrando o instrumento e jogando parte para a platéia, que fica alvoraçada. E o fotógrafo com cara de “o-que-é-que-eu-estou-fazendo-aqui”… Também é bem interessante a cena do jogo de tênis imaginário!Ah, a trilha desse filme quase sem palavras é de Herbie Hancock, papa do piano jazz, autor por exemplo da sensascional “Cantaloupe Island”, regravada pelo US3 como “Cantaloop” nos anos 90.

Deixa o Rock Rolar

ac-dc-let-there-be-rock-posters1Era o título nacional do filme “Let There Be Rock”. Estrelando: AC/DC. Lá por 1982/83, foi exibido nos cinemas brasileiros.  Imagine um mundo sem MTV nem internet, quanto mais MP3… Blog? O que é isso? E ainda por cima um país com poucas rádios que tocavam rock (bem, isso não mudou muito) e uma ou duas revistas especializadas. Ir à livraria Siciliano folhear revista gringa era o jeito. Nesse contexto, poder ver um filme de rock no cinema, de um grupo que ainda não havia feito shows no Brasil, era o máximo. Fui pelo menos duas vezes ao cinema para ver “Let There Be Rock”, com seu bom título brasileiro: Deixa o Rock Rolar! E rolava durante mais de uma hora e meia. Registro de um show do quinteto em Paris em 79, na turnê de “Highway to Hell”, ainda com o vocalista Bon Scott – que morreria dois meses depois, sufocado pelo próprio vômito, numa noite de muita bebedeira.  Traz rockaços desta que é uma das bandas mais populares do mundo, como “The Jack”, “Highway to Hell” e “Whole Lotta Rosie”.  Angus Young não para de solar sua Gibson SG, aliás, não para. Tanto que recebe até máscara de oxigêncio nos bastidores. Que eu me lembre, não saiu sequer em VHS no Brasil, quanto mais em DVD.

Atualizando em junho de 2011: finalmente, o filme está saindo agora em DVD e Blu-Ray! 

Uma grande chance para os jovens fãs que o AC/DC não para de conquistar conhecerem melhor o carismático Bon Scott, que eu prefiro em relação ao Brian Johnson. O AC/DC já tocou no Brasil, já lançou vários DVDs, mas pra mim nada teve o impacto de ver “Let There Be Rock” no cinemão.