Trilha sonora do título carioca de 1980

Em dezembro, fez 35 anos que Fluminense conquistou o campeonato carioca de 1980. Na campanha de 80, a torcida tricolor estreou nas arquibancadas do velho Maraca um de seus cantos mais conhecidos: “A benção, João de Deus” – homenagem ao papa João Paulo II, que você sabe, ao lado de Ghiggia e Frank Sinatra, silenciou o Maracanã.

Eram tempos que os clássicos levavam facilmente pelo menos 100 mil pessoas ao estádio. O gol do título – uma cobrança de falta de Edinho contra o vascaíno Mazaropi – abre um LP de vinil lançado pela CID em 80: “É Campeão – Os gols que deram o título ao tricolor” – achado num sebo de Copacabana, 35 anos depois do lançamento. O disco tem oito gols da campanha do Flu, narrados pelo garotinho José Carlos Araújo (então na rádio Nacional), e muitos sambas e marchinhas, em pout-pourris com o conjunto Explosão do Samba. Logo depois do golão de Edinho, vem o hino mais popular do Fluminense, obra de Lamartine Babo. E uma versão de “O Campeão (Meu Time)”, clássico samba de arquibancada de Neguinho da Beija-Flor, que é… rubro-negro. Entre um gol de Cláudio Adão e outro do meio-campo Gilberto, camisa 8 (ambos contratados pelo Flu naquele ano), tem marchinhas clássicas, como “Piada de Salão” e “Chiquita Bacana” e composições de João Roberto Kelly, um tricolor de coração.

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Tabelinha MemoFut-Museu do Futebol

Tive a oportunidade de acompanhar a segunda palestra da série Brasil nas Copas, sobre os Mundiais de 50, 54, Complexo de Vira-Lata e, especialmente, o Maracanazzo. Um dos palestrantes, o jornalista Roberto Muylaert, foi um dos 200 mil torcedores que superlotaram o Maracanã naquele 16 de julho de 1950. O outro, o jornalista Geneton Moraes Neto, coletou depoimentos dos titulares da Seleção que disputou o IV Campeonato Mundial de Futebol.

Dossiê 50-Os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do Futebol Brasileiro é o livro de Geneton (esgotado no site da editora Objetiva; com sorte e ajuda de são google pode ser encontrado em sebos virtuais). Geneton relatou histórias engraçadas, curiosas e tristes, a partir dos depoimentos dos 11 que perderam a partida para o Uruguai. Como Friaça, que fez o gol brasileiro na 1ª final de uma copa disputada no Maraca e, depois da virada da Celeste Olímpica, foi parar não sabe como em Porciúncula.

O último livro de Roberto Muylaert sobre o tema chama-se Barbosa, Um Gol Faz Cinquenta Anos (RMC Editora, 2000). Foi o jornalista quem ouviu do goleiro Barbosa que ganhou as traves usadas no Maracanã na final de 50 e usou para fazer um churrasco. Muylaert também escreveu, com Armando Nogueira e Jô Soares, A Copa que Ninguéu Viu e a Que Não Queremos Lembrar (Companhia das Letras). Muylaert pediu para rodar um áudio raro: o som do Maracanão lotado cantando o hino nacional, antes da fatídica partida (da rádio Nacional). Foram lembrados o livro de Paulo Perdigão (Anatomia de uma Derrota) e o filme em curta-metragem Barbosa – em que um torcedor tão obcecado com a derrota volta no tempo a 16 de julho de 1950, com câmera VHS e tudo, invade o gramado do Maracanã, para tentar impedir o gol de Gigghia, que deu a vitória e Taça do Mundo ao Uruguai, do capitão Obdulio Varela. Acaba desviando a atenção de Barbosa e… Continuar lendo “Tabelinha MemoFut-Museu do Futebol”