O grand finale de um goleiro rock and roll

O grand finale de um goleiro rock and roll

Eu vi Rogério Ceni jogar.

Eu vi (pela TV) Rogério Ceni marcar seu primeiro gol, numa cobrança de falta, no interior de São Paulo.

Eu vi Rogério Ceni marcar um gol de falta numa decisão de campeonato paulista.

Vi o goleiro-artilheiro marcar dois gols de falta na mesma partida de Libertadores e perder o terceiro, que teoricamente seria mais fácil, de pênalti.

Vi o capitão do São Paulo erguer uma Copa Libertadores, edição em que marcou cinco gols. No fim do mesmo ano, levantou também o Mundial de Clubes, depois de marcar um gol numa semifinal e fazer uma partida memorável contra o Liverpool.

Vi pela TV Rogério pegar um pênalti e marcar dois gols numa mesma partida, no Mineirão,  em outra atuação nota 10, dias depois de uma das atuações mais criticadas debaixo das traves.

Vi o capitão tricolor erguer por três anos seguidos a taça de campeão brasileiro.

Vi o capitão deixar o jovem Lucas, que se despedia do futebol brasileiro rumo a Paris, levantar a Copa Sul-Americana, depois de uma violentíssima decisão, dentro e fora dos gramados.

Vi Rogério ficar decepcionado com derrotas e eliminações. Como um torcedor.

Também vi que o #M1T0 precisava pendurar as luvas e as chuteiras, infelizmente.

Também li e ouvi declarações de Ceni com as quais não necessariamente concordo. Não era de ficar em cima do muro. Há que se respeitar a opinião diferente. Algum torcedor do Santos vai deixar de idolatrar os feitos de Pelé por causa de suas opiniões e omissões?

O último dos 131 gols de Rogério Ceni como profissional foi longe do Morumbi. Foi no Castelão, de pênalti, contra o Ceará, na única competição que não conquistou, a Copa do Brasil, que ironicamente seria decidida por um gol de goleiro. Fernando Prass vai continuar batendo pênalti, vai tentar uma falta pelo Palmeiras? Tomara! O sucessor de Rogério no São Paulo, Denis, vai fazer seus golzinhos? Quem sabe? Ambos treinam bastante.

No Morumbi, em 11 de dezembro de 2015, eu vi Rogério Ceni subir e descer pela última vez o túnel do vestiário do time da casa como jogador profissional, numa noite de rock (Rogério deu uma canja no show dos são-paulinos da banda Ira!) emoção e homenagens – por coincidência na mesma semana da morte do ex-presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio. Que legal ver de novo em campo Raí (que infelizmente não teve uma partida de despedida), Cafu, Cerezo, Juninho Paulista, Müller, Amoroso, Josué, Mineiro, Aloísio Chulapa (rei de “assistências” pra Rogério), Lugano, Zetti batendo (e muito bem) um pênalti.

Adaptando a frase de Di Stéfano que virou título de biografia do artilheiro, agradeço a você, Rogério.

Gracias, viejo.  Continuar lendo “O grand finale de um goleiro rock and roll”

No meio do maior #barraco da história tricolor, começa a pré-venda da terceira camisa do São Paulo.

Finalmente, parceiros da Fifa que são gigantes em suas áreas, como a Coca-Cola e a Visa, acordaram e fizeram pressão por reformas na gestão do futebol mundial. Do jeito que está, não dá para ficar. E isso deveria valer pra um clube que virou um barril de pólvora como o São Paulo. Empresas que investem seu dinheiro no tricolor não devem gostar nem um pouco de ver o nome do clube em notícias que estão quase saindo das páginas esportivas para as policiais. Quase todo dia, surge uma notícia negativa pro clube do Morumbi.

Num momento em que os holofotes deveriam estar nos últimos jogos do capitão Rogério Ceni com a camisa 01 do São Paulo, o foco são as brigas internas (não mais restritas ao velho jogo da situação vs oposição), a dança das cadeiras na diretoria, o toma-lá-dá-cá de cargos, negócios questionados e a troca de técnico na reta final do Brasileirão e às vésperas de um complicadíssimo clássico San-São na semifinal da Copa do Brasil.

A saída de Juan Carlos Osorio pro México representa o fim de um dos poucos pontos elogiados pela crônica esportiva na atual gestão tricolor. Um técnico de ideias novas (no futebol do Brasil), muitas delas polêmicas (como o rodízio de jogadores), que teve a coragem de assumir que barrou a volta do ídolo Lugano. Osorio não tinha o apoio de Carlos Miguel Aidar, que antes também não apoiava Muricy. Aliás, será mesmo que Carlos Miguel Aidar realmente gosta de futebol ou só gosta do poder?

Nem parece, mas faltam de 9 a no máximo 13 jogos oficiais para a despedida do goleiro-artilheiro, o maior ídolo da história recente do São Paulo. Não se ouve falar de nenhuma ação para lotar o Morumbi nessa despedida anunciada. Por enquanto, a única homenagem parte do lançamento pela Under Armour de uma rara camisa 3, bordô para os jogadores de linha e grafite para o arqueiro tricolor. A estreia é no jogo do dia 18, contra o Vasco, no Morumbi, 16h. Este terceiro uniforme será usado em mais algumas partidas este ano e no começo de 2016. Confira.
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O dia do fico

Tem um comercial de um fabricante de relógios que começa com uma atleta correndo e a narração. “Na teoria, você corre com as suas pernas”.
O plano seguinte é aberto, percebemos que ela usa próteses para correr, é uma paratleta. 
O narrador continua: “na teoria, você toca guitarra com os dedos”.
E a tela mostra Jimi Hendrix, o pai da matéria (né, Osmar?), mandando ver uma autêntica #fellatio nos lábios, digo, nas cordas de sua imortal Fender Stratocaster (veja aqui o comercial “Don’t Crack Under Pressure”).

Se o comercial tivesse sido feito aqui no Brasil, quem sabe se bolado pelo Rui Branquinho ou outro publicitário tricolor, bem que poderia continuar: “na teoria, o goleiro joga com as mãos”. E mostrar Rogério Ceni anotando um golaço de falta e/ou jogando com os pés, como um líbero.

O goleiro que joga tão (ou mais) com os pés quanto com as mãos (e olha que também ‘cata’ muito, como tem provado nesta temporada, aos 41 anos!) disse hoje ao povo que fica.

Menos de 48 horas depois da queda na semifinal da Copa Sul-Americana, numa bizarra decisão por pênaltis, em pleno Morumbi, diante do bom time do Atlético Nacional, da Colômbia, que decidirá a taça com o River Plate, Rogério renovou com o São Paulo até agosto de 2015.

Objetivo: aquele brilhante objeto do desejo dele, meu, seu… e vamos falar sério? De todo torcedor do Brasil e da América do Sul. La Copa Libertadores!

FONTE: http://saopaulofc.net/
FONTE: http://saopaulofc.net/

Contrato do líder renovado, o desafio do técnico Muricy e da diretoria do tricolor é reforçar o elenco – que em 2014 desperdiçou pontos quando não deveria e em 2015 não terá mais Kaká – para não repetir a sôfrega campanha da Libertadores 2013, quando quase foi eliminado na fase de grupos e deu azar de cair no mata-mata de novo com o Galo forte e vingador de Cuca, que seria o campeão.
Isso, pra avançar na copa… porque pra ganhar, vai ter que se reforçar muito bem e recuperar aquele espírito de 1992, 93 e 2005.

O goleiro-artilheiro tido como ‘fominha’ já mostrou que pode ser generoso, ao passar a faixa de capitão para outros jogadores… ao assumir a paternidade do Henrique, o filho fora do casamento…  Dito isso tudo, posso mandar um pedido pro Rogério: deixa o Denis jogar o Campeonato Paulista, vai! Continuar lendo “O dia do fico”

Jogo 1.117 de Rogério Ceni pelo São Paulo FC

Atualizado em 24 de novembro, às 23h30

O goleiro-artilheiro Rogério Ceni entrou em campo para sua partida número 1.117 com a camisa do São Paulo, no Morumbi, no empate contra o Botafogo (1×1). Bateu o recorde de jogos de Pelé com a camisa do Santos. Goste-se ou não de Rogério, não dá para negar: é um feito e tanto. Como seus 113 gols.

Foto: Luciano Dias
Foto: Luciano Dias

A foto acima mostra as luvas comemorativas do jogo 1.000 de RC ( x Atlético Mineiro, @ Morumbi, Brasileirão 2011), autografadas, orgulho da coleção do torcedor tricolor Luciano Dias.

Hoje ele jogou com a 10.  FOTO Rubens Chiri | http://www.saopaulofc.net/
Hoje ele jogou com a 10.
FOTO Rubens Chiri | http://www.saopaulofc.net/

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O Departamento de Comunicação do São Paulo preparou o e-book #M1T01117 – com pesquisa do historiador Michael Serra e produção gráfica da Publishouse. Clique aqui para fazer o download ou aqui para ler.

Dentro do post, uma reprodução do ingresso da milésima partida de Ceni, em 2011. A de hoje pode ser a última de Brasileirão no Morumbi de Rogério, que ainda não anunciou se pendura essa luvas (e a chuteira artilheira) ou renova.  Continuar lendo “Jogo 1.117 de Rogério Ceni pelo São Paulo FC”

(500) Jogos com Ele (II): Rogério Ceni no Morumbi.


O goleiro-artilheiro completou neste domingo 500 jogos no estádio do Morumbi.
Se a maioria dos 105 gols de Rogério Ceni foi anotada no estádio do tricolor, algumas das melhores atuações do capitão são-paulino se deram fora de casa. Como a heroica final contra o Liverpool, no Mundial de Clubes 2005, o 2×2 contra o Cruzeiro no Mineirão, pelo Brasileirão 2006 (um pênalti defendido e dois gols marcados), e a partidaça contra o Vasco, na última quarta-feira, em São Januário.

O Canal do São Paulo FC no You Tube publicou um vídeo com os bastidores dessa partida, o que é sempre interessante. A chegada, a mistura dos sons que cada jogador gosta de ouvir, o aquecimento, a cordial confraternização com os adversários e as palavras de Rogério Ceni, que deixam no ar se o ídolo da torcida são-paulina vai pendurar as luvas e as chuteiras ou não no fim da atual temporada: “Se eu for embora, quero que vocês estejam na Libertadores. Se eu estiver aqui, eu quero estar junto com vocês na Libertadores”. A palestra de Ceni está lá pelos 4:10 do vídeo, confira dentro do post: Continuar lendo “(500) Jogos com Ele (II): Rogério Ceni no Morumbi.”