O jornalista Beto Xavier faz no sábado o lançamento do livro Futebol no País da Música em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Bom motivo para ler ou reler a entrevista que o Beto deu ao Fut Pop Clube em abril. Ou a série Futebol em 11 ritmos, aqui do blog, em que Beto escolheu um samba, um choro, uma marcha, uma bossa nova, um frevo, um baião, um samba-rock, uma música instrumental, um rock, uma balada e um rap.
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Copa de livros
Publicado em setembro de 2009
O Fut Pop Clube pega a onda e publica mais dicas de Domingos D´Angelo, criador do MemoFut, grupo que estuda memória e literatura sobre futebol. Hoje ele indica almanaques, livros sobre competições, pesquisas sobre futebol e música ou cinema, obras acadêmicas ou de craques da crônica como Nelson Rodrigues e Mario Filho. Continuar lendo “Copa de livros”
“Futebol Musical Brasileiro Social Clube”
Para saudar o chocolate canarinho (4×0) em pleno estádio Centenário, um disco que saiu na época da última Copa do Mundo, creio. Futebol Musical Brasileiro Social Clube, terceiro disco-solo do botafoguense Pedro Lima. O vocalista escala 11 golaços da MPB que celebra o futebol-arte. Um a um é o rojão de Edgar Ferreira arretado por Jackson do Pandeiro. Em Meio de Campo, de Gilberto Gil, também conhecido na voz de Elis, Pedro faz dupla com Nilze de Carvalho. Um a zero é o choro campeão de Pixinguinha e Benedito Lacerda com a letra artilheira do Nelson Angelo. Na vez de O que é… O que é (Moraes Moreira), Pedro tabela com Zezé Motta. Mais clássicos da MPB boleira: Geraldinos e Arquibaldos, de Gonzaguinha, Camisa 10 (Hélio Matheus e Luis Wagner) e O Campeão (Meu Time), sambão de estádio com canja do próprio Neguinho da Beija-Flor. Gol de placa do rubro-negro Benjor, a versão Pedro Lima para Ponta de Lança Africano (Umbarauma) ganhou clip (veja). Com a camisa 9, vem a regravação de Aqui é o País do Futebol, samba de Milton Nascimento e Brant, neste jogão com passe de Roberto Menescal. A 10, Pedro Lima deixa para a cover de O Futebol, do tricolor Chico Buarque. E na ponta-esquerda, com a 11, claro, o cantor/treinador convoca Canhoteiro, sensacional balada gravada primeiro por Fágner (fã do Fortaleza) e Zeca Baleiro, que é Peixe. As 11 músicas não são inéditas, mas os arranjos ficaram bem diferentes e interessantes.Dá para ouvir trechinhos dos 11 clássicos no site da gravadora Sala de Som (clique aqui). Ou algumas faixas na página do Pedro Lima no My Space.
Chama a atenção o projeto gráfico bacana, com referências a futebol de botão e totó, ou pebolim, ou fla-flu etc. Vale a pena ouvir a reportagem sobre o disco Futebol Musical Brasileiro Social Clube no blog O Gol de Letra, de Jana e Nanda. Quer saber mais sobre a MPB artilheira? Leia textos do Fut Pop Clube sobre a pesquisa do Beto Xavier, que resultou no livro Futebol no País da Música.
“Cadê o Pênalti?”

Toda a segunda-feira é a mesma coisa. “Cadê o pênalti/que o juiz não deu?” é o que mais se ouve em debates esportivos e conversas de bar. Principalmente depois de clássicos como o Palmeiras e São Paulo da 3ª rodada. Cadê o Pênalty – assim, com y- foi composta e gravada em 1978 por Jorge Benjor, então Jorge Ben, no disco A Banda do Zé Pretinho (Som Livre). E regravada na estreia do Skank, em 1993. Que acaba de ser relançado em vinil, na série Meu Primeiro Disco. Mais detalhes você encontra no último capítulo do livro do Beto Xavier, “Futebol no País da Música”. Pois bem. O Skank esteve em São Paulo para shows no fim de semana. E aproveitou para bater uma bolinha com a comissão técnica do Palmeiras, reforçada por funcionários, diretores, gerente do departamento de futebol e pelo jornalista Mauro Beting, que fez as vezes de goleiro. O vocalista Samuel Rosa ficou “todo todo” com o convite para jogar bola num dos campos da Academia de Futebol do Palmeiras. “Todos sabem que sou cruzeirense, mas a verdade é que o Palmeiras também foi Palestra Itália, por isso a simpatia. É muito legal participar desse momento“, disse o músico. E o time do Skank ainda venceu por 7 a 5!

Leia também:
https://futpopclube.wordpress.com/2009/04/16/10-perguntas-para-beto-xavier/
1919 – a Seleção ganha o Sul-Americano. E a música, o clássico “1×0”.
29 de maio de 1919. Decisão do Campeonato Sul-Americano. Estádio das Laranjeiras abarrotado por 28 mil pessoas. O Brasil ganha do Uruguai por 1×0 e fatura seu primeiro grande título. Gol de Friedenreich, o Tigre, então artilheiro do Clube Atlético Paulistano.

- Novo livro do Roberto Sander
Pixinguinha e Benedito Lacerda compõe o sensacional chorinho “1×0”, instrumental. Nem o amigo Beto Xavier, autor do livro “Futebol no País da Música” , nem o pessoal do programa “Bate-Bola”, da ESPN, que o adotou como tema musical de encerramento, devem saber ao certo quantas são as dezenas de versões do clássico de Pixinguinha e Benedito Lacerda já gravadas. Uma delas, de Nelson Angelo, nos anos 90, acrescentou uma linda letra à “1×0”. Casamento perfeito.
Pixinguinha e “1×0” são temas de um post do excelente blog O Gol de Letra (“o jogo faz parte do nosso show” ), da dupla Janaína Lazzaretti e Fernanda de Andrade. Eu recomendo a navegação. E o título conquistado nas Laranjeiras acaba de ganhar um livro de Roberto Sander – Sul-Americano de 1919 – Quando o Brasil descobriu o Futebol (Maquinária Editora). Ainda não me deparei com o livro, mas do Roberto Sander, autor de Anos 40-Viagem à Década sem Copa e de Os Dez Mais do Flamengo só dá para esperar pesquisa e texto de primeira!
Sobre “bonde de 200 contos”
Publicado em maio de 2009

E por falar em Carmen Miranda e Marcos Sacramento, que gravaram música sobre Leônidas (“Deixa Falar”, de Nelson Petersen), esta semana ouvi na sala dos Gols, no Museu do Futebol, a narração do primeiro gol de bicicleta do Diamante Negro no futebol paulista. Foi no terceiro jogo de Leônidas pelo São Paulo, em 14 de junho de 1942. Vitória por 2×1 do Palestra Itália, que ainda durante aquele campeonato mudaria de nome para Palmeiras (e seria campeão). Aos 44 do primeiro tempo, Leônidas fez o gol tricolor no Pacaembu, Para explosão de alegria do locutor Geraldo José de Almeida, da rádio Record: “o bonde… o bonde de 200 contos fez um gol de bicicleta“.
O sensacional livro do André Ribeiro, O Diamante Eterno [Diamante Negro, Biografia de Leônidas da Silva, no relançamento pela Cia dos Livros], registra que alguns dias antes da estreia de Leônidas, o jornal “A Hora” manchetou: “São Paulo compra Bonde de 200 contos”. O livro do André Ribeiro explica que os redatores do tablóide “A Hora” usaram a palavra “bonde”, que na época significava mau negócio, para rotular o artilheiro da Copa de 38. Leônidas chegou ao São Paulo com 29 anos, por 200 contos, depois de problemas na relação com o Flamengo. O tal “bonde de 200 contos” seria campeão paulista cinco vezes nos anos 40. Marcou 140 gols em 211 jogos pelo São Paulo. Para um “bonde”, tá bom, não?
Não será mera coincidência qualquer semelhança com a história recente de outro grande atacante carioca, que também teve passagem pelo São Cristóvão, caso de amor tumultuado com o Flamengo, também jogou no exterior, foi artilheiro de Copa do Mundo e chegou meio desacreditado ao futebol paulista. E já foi campeão estadual. O nome dele são vocês que vão dizer: Ronaldo, o Fenômeno.
Leia também:
https://futpopclube.wordpress.com/tag/futebol-no-pais-da-musica/
https://futpopclube.wordpress.com/?s=carmen+miranda
https://futpopclube.wordpress.com/2009/05/17/museu-do-futebol-ii-anjos-barrocos/
Futebol no País da Música
Na segunda parte da entrevista com o jornalista Beto Xavier, autor do livro Futebol no País da Música, uma lista à la Nick Hornby. Pedi pro Beto citar uma canção sobre futebol em 11 ritmos diferentes. Do samba ao rap, passando pelo rock, choro, marcha, bossa nova, frevo, baião, samba-rock, música instrumental e balada. Mais uma vez, o gremista deu banho de bola. Vale a pena ter o livro dele, para consultar sempre sobre esse rico casamento entre bola e violões, cavaquinhos, pandeiros, tamborins, guitarras… Espero que vocês curtam os 11 textinhos abaixo, como eu aproveitei. Sempre que possível, abri links para trechos das músicas citadas em páginas dos artistas, ou excelentes sites como Discos do Brasil e Clique Music. Estão aí embaixo. Boa viagem!
Futebol em 11 ritmos: 1) SAMBA
Fut Pop Clube – Das dezenas, talvez centenas de sambas sobre futebol, Beto, qual te vem imediatamente à cabeça?
Beto Xavier – Deixa Falar (Nelson Petersen, 1938), com a Carmen Miranda (ouça!) ou com o Marcos Sacramento (ouça trecho!). (CD Memorável Samba, selo Biscoito Fino, 2003)
Publicado originalmente em 24 de abril de 2009
Futebol em 11 ritmos: 2) CHORO
A dica do Beto Xavier é 1×0, choro de Benedito Lacerda e Pixinguinha, composto tempos após o gol do Friedenreich que decidiu o Sul-Americano de seleções em 1919.
Nos anos 90 , 1×0 ganhou linda letra, de Nelson Angelo.
Futebol em 11 ritmos: 3)MARCHA
Uma marcha relacionada ao futebol.
BETO XAVIER cita “Touradas em Madri“, pela lembrança.
A marcha de Alberto Ribeiro e João de Barro, o Braguinha, feita para o Carnaval de 1938, foi cantada por todo o Maracanã na Copa de 1950, quando o Brasil goleou a Espanha por 6×1. No seu livro, Beto Xavier lembra que enquanto o coro “eu fui às touradas em Madri, pararatimbum…” tomava conta do Maraca, Braguinha chorava de emoção. No fim da Copa, todos brasileiros choraram…